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A IMPORTÂNCIA DA EPIDEMIOLOGIA SOCIAL NO CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL No Brasil, a epidemiologia se desenvolveu, e sempre se autoafirmou, como parte de um movimento maior, que é o da saúde coletiva. Ao adotar a saúde coletiva como referência, amplia o seu sentido social e político e o faz compartilhar das utopias e dos princípios de humanismo, justiça social e ética que têm guiado a saúde pública através dos tempos. Articula a sua racionalidade e objetividade científica com toda a complexa realidade sanitária do nosso país, e assim é pressionada a concentrar seus esforços em temáticas prioritárias no que diz respeito à saúde da população e a ampliar seus compromissos pela busca de soluções. E falar em saúde no Brasil é falar no Sistema Único de Saúde (SUS), com seus princípios de equidade, descentralização e integralidade. Antes de tudo, o SUS é a impressão, no nosso sistema constitucional e legal, de uma compreensão da saúde forjada em conceitos que, em longo processo, fomos consolidando na saúde coletiva e na epidemiologia. A epidemiologia social baseia-se em estudos que privilegiam temáticas da saúde pública, em geral, estão frequentemente interessados em investigar o modo pelo qual as condições sociais influenciam e determinam o processo saúde-doença das populações, tendo como objetivo principal o estudo do modo pelo qual a sociedade e os diferentes modos de organização social influenciam a saúde e o bem-estar dos indivíduos e dos grupos sociais, possibilitando a incorporação de suas experiências societárias, para a melhor compreensão de como, onde e porque se dão as desigualdades na saúde. A epidemiologia, quando considerada nas suas dimensões social e crítica, revela-se como um campo de conhecimento científico essencial para a geração de dados capazes de possibilitar a análise de processos de saúde e de adoecimento nos contextos político, econômico e social de uma determinada sociedade, em determinado momento histórico. Ao se colocar a epidemiologia social no contexto do Sistema Único de Saúde, é possível percebê-la como fundamental para a realização do princípio da integralidade, haja vista sua capacidade de articulação das dimensões de singularidade, particularidade e estruturação da realidade objetiva dos sujeitos sociais e das comunidades, necessárias para a compreensão dos fenômenos e para o planejamento e execução de ações que transformem o quadro da saúde no país. Referências: BARRETO, Mauricio L. Papel da epidemiologia no desenvolvimento do Sistema Único de Saúde no Brasil: histórico, fundamentos e perspectivas. Rev. Bras. Epidemiol. Vol. 5, supl. 1, p. (4-17), 2002.
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