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Ana Carolina Thomaz Mendes Doença arterial coronariana (DAC) Em países desenvolvidos, a doença coronariana é a principal causa de morte em ambos os sexos, sendo responsável por cerca de um terço de todos os óbitos. A taxa de mortalidade em homens brancos é de cerca de 1/10.000 na faixa dos 25 a 34 anos e aproximadamente 1:100 nas idades de 55 a 64 anos. A taxa de mortalidade entre homens brancos com 35 a 44 anos é 6,1 vezes maior que a de mulheres brancas equiparadas pela idade. Por razões desconhecidas, a diferença entre sexos é menos nítida em não brancos e em pacientes com diabetes mellitus. A taxa de mortalidade entre as mulheres aumenta após a menopausa e, em torno dos 75 anos de idade, iguala- se ou até excede a dos homens. Etiologia Geralmente, a doença coronariana ocorre por causa de: ● Normalmente, aterosclerose arterial: deposição subíntima de ateromas nas artérias coronárias de médio e grosso calibre; Menos frequentemente, doença coronariana ocorre por causa de: ● Espasmo arterial coronariano; A disfunção endotelial vascular pode promover aterosclerose e contribuir para o espasmo arterial coronariano. Cada vez mais importante, a disfunção endotelial é agora também reconhecida como uma causa da angina na ausência de estenose ou espasmo arterial coronariano epicárdico. São causas raras: embolia, dissecção, aneurisma (doença de Kawasaki) e vasculite de artéria coronária (em LES e sífilis). Fisiopatologia Geralmente, a distribuição da aterosclerose coronariana é irregular em diferentes vasos, mas ocorre tipicamente em pontos de turbulência. À medida que a placa ateromatosa cresce, o lúmen arterial obstrui-se progressivamente, acarretando isquemia (e desencadeando angina de peito). O grau de estenose necessário para provocar isquemia varia com a demanda de oxigênio. Ocasionalmente, a placa ateromatosa sofre ruptura ou cisão. As razões são desconhecidas, mas provavelmente relacionam-se à morfologia da placa, ao teor de cálcio na placa e ao processo inflamatório que a amolece. A ruptura expõe colágeno e outro material trombogênico, o que ativa plaquetas e a cascata de coagulação, resultando em trombose aguda que interrompe o fluxo sanguíneo coronariano e causa certo grau de isquemia do miocárdio. As consequências da isquemia aguda, denominada em conjunto de SCA, dependem da localização e do grau da obstrução, variando desde a angina instável e do IMSST ao IMCST que pode resultar em infarto transmural e outras complicações, como arritmia ventricular maligna, defeitos de condução, insuficiência cardíaca e morte súbita. O espasmo de artéria coronária é o aumento transitório e focal do tônus vascular, obstruindo intensamente o lúmen e reduzindo o fluxo sanguíneo, isquemia sintomática (angina variante) pode resultar. A obstrução intensa pode deflagrar a formação de trombo, provocando infarto ou arritmia letal. Pode haver espasmo em artérias com ou sem ateroma. ● Em artérias sem ateroma, o tônus basal da artéria coronária provavelmente está aumentado e a resposta ao estímulo vasoconstritor é provavelmente exagerada. O mecanismo exato não está esclarecido, mas pode envolver anormalidades das células endoteliais na produção de NO ou desequilíbrio entre fatores constritores e relaxantes derivados do endotélio. ● Em artérias com ateroma, o ateroma causa disfunção endotelial, resultando possivelmente em hipercontratilidade local. Os mecanismos propostos compreendem perda de sensibilidade a vasodilatadores intrínsecos (acetilcolina) e maior produção de vasoconstritores (angiotensina II, endotelina, leucotrienos, serotonina e tromboxano) na área do ateroma. O espasmo recorrente pode lesar a íntima, conduzindo à formação de ateroma. O uso de fármacos vasoconstritores ( e nicotina) e a tensão emocional também pod deflagrar espasmo coronariano. A dissecção da artéria coronária é uma ruptura rara e atraumática da camada íntima da artéria coronária com a criação de uma falsa luz arterial. O sangue que flui pela falsa luz dilata o pertuito, o que limita o fluxo do sangue pela luz verdadeira, por vezes causando isquemia coronariana ou infarto. A dissecção pode ocorrer nas artérias coronárias com ou sem aterosclerose. A dissecção sem aterosclerose é mais provável nas gestantes ou nas puérperas e/ou nos pacientes com displasia fibromuscular ou outras doenças do tecido conjuntivo. Fatores de risco Fatores de risco de doença coronariana são os mesmos que os fatores de risco de aterosclerose: ● Níveis sanguíneos elevados de LDL; ● Níveis sanguíneos elevados de lipoproteína a ● Níveis sanguíneos baixos de HDL; ● DM (particularmente o tipo 2); ● Tabagismo; ● Obesidade; ● Sedentarismo; ● Nível elevado de apoproteína B (apo B); ● Níveis sanguíneos elevados de PCR. O tabagismo pode ser um fator preditivo forte de infarto do miocárdio em mulheres (especialmente aquelas com < 45 anos de idade). Os fatores genéticos e várias doenças sistêmicas (HAS e hipotireoidismo) e distúrbios metabólicos (hiper-homocisteneinemia) contribuem para o risco. Um nível alto da apo B pode identificar maior risco quando os níveis de colesterol total e LDL são normais. Níveis sanguíneos elevados de proteína C reativa indicam instabilidade e inflamação da placa, podendo ser um fator preditivo mais forte do risco de eventos isquêmicos que os níveis elevados de LDL. Níveis sanguíneos elevados de triglicerídeos e insulina (refletindo resistência à insulina) podem ser fatores de risco, mas os dados são menos claros. O risco de DC aumenta com tabagismo; dieta com alto teor de gordura e calorias e baixo teor de substâncias lesar a íntima, conduzindo à formação de itores (cocaína nicotina) e a tensão emocional também podem é uma ruptura rara e atraumática da camada íntima da artéria coronária com a criação de uma falsa luz arterial. O sangue que flui pela falsa luz dilata o pertuito, o que limita o fluxo angue pela luz verdadeira, por vezes causando isquemia coronariana ou infarto. A dissecção pode ocorrer nas artérias coronárias com ou sem aterosclerose. A dissecção sem aterosclerose é mais provável nas gestantes ou nas puérperas e/ou nos splasia fibromuscular ou outras Fatores de risco de doença coronariana são os fatores de risco de aterosclerose: ; Níveis sanguíneos elevados de lipoproteína a Nível elevado de apoproteína B (apo B); . O tabagismo pode ser um fator preditivo forte de infarto do miocárdio em mulheres (especialmente 45 anos de idade). Os fatores genéticos reoidismo) e homocisteneinemia) contribuem para o risco. Um nível alto da apo B pode identificar maior risco quando os níveis de colesterol Níveis sanguíneos elevados de proteína C reativa abilidade e inflamação da placa, podendo ser um fator preditivo mais forte do risco de eventos isquêmicos que os níveis elevados de LDL. Níveis sanguíneos elevados de triglicerídeos insulina) podem ser mas os dados são menos claros. O risco de DC aumenta com tabagismo; dieta com alto substâncias químicas vegetais, fibras e vitaminas C e E; dieta com teor relativamente baixo de insaturados (AGPI) ômega-3 (n algumas pessoas; e controle inadequado de estresse. Anatomia da artéria coronária As artérias coronárias direita e esquerda têm origem nos seios coronarianos direito e esquerdo na raiz da aorta, logo acima do óstio da valva aórtica. As artérias coronárias dividem-se em artérias de grosso e médio calibres, as quais se encontram na superfície do coração (artérias coronárias epicárdicas) e, subsequentemente, dão origem a arteríolas menores para o miocárdio. A artéria coronária esquerda inicia rapidamente se divide em artérias descendente anterior esquerda (DAE), circunflexa e, às vezes, intermediária (ramus intermedius). A artéria DAE geralmente acompanhao sulco interventricul anterior e, em algumas pessoas, continua ao longo do ápice. Essa artéria fornece o septo anterior (incluindo o sistema de condução proximal) e a parede livre anterior do ventrículo esquerdo. A artéria circunflexa, que geralmente é menor que a artéria DA parede lateral livre do VE. A maioria dos indivíduos tem dominância direita: a artéria coronária direita passa pelo sulco AV sobre o lado direito do coração e supre o nó sinusal (em 55%), o ventrículo direito e, normalmente, o nó atrioventricular e a parede miocárdica inferior. Cerca de 10 a 15% dos indivíduos têm dominância esquerda: a artéria circunflexa é mais ampla, e continua ao longo do sulco posterior atrioventricular para suprir a parede posterior e o nó AV. Artérias do coração , fibras e vitaminas C e E; dieta com ácidos graxos poli- 3 (n-3), pelo menos em algumas pessoas; e controle inadequado de estresse. As artérias coronárias direita e esquerda têm origem nos seios coronarianos direito e esquerdo na raiz da aorta, logo acima do óstio da valva aórtica. As artérias se em artérias de grosso e médio calibres, as quais se encontram na superfície do coração (artérias coronárias epicárdicas) e, subsequentemente, dão origem a arteríolas menores A artéria coronária esquerda inicia-se pelo tronco e rapidamente se divide em artérias descendente anterior esquerda (DAE), circunflexa e, às vezes, intermediária (ramus intermedius). A artéria DAE geralmente acompanha o sulco interventricular anterior e, em algumas pessoas, continua ao longo do ápice. Essa artéria fornece o septo anterior (incluindo o sistema de condução proximal) e a parede livre anterior do ventrículo esquerdo. A artéria circunflexa, que geralmente é menor que a artéria DAE, supre a A maioria dos indivíduos tem dominância direita: a artéria coronária direita passa pelo sulco AV sobre o lado direito do coração e supre o nó sinusal (em 55%), o ventrículo direito e, normalmente, o nó r e a parede miocárdica inferior. Cerca de 10 a 15% dos indivíduos têm dominância esquerda: a artéria circunflexa é mais ampla, e continua ao longo do sulco posterior atrioventricular para suprir a Ana Carolina Thomaz Mendes Exames para Diagnóstico Os testes mais usados são: ● Eletrocardiograma; ● Ecocardiograma; ● Teste ergométrico; ● Cintilografia do miocárdio; ● AngioTomografia; ● Coronariografia (“cateterismo”); ● Ecocardio de estresse; ● Ressonância Magnética. Tratamento ● Terapia medicamentosa incluindo fármacos antiplaquetários, hipolipemiantes (estatinas) e betabloqueadores; ● Intervenção coronariana percutânea; ● Para trombose aguda, às vezes, fármacos fibrinolíticos; ● Cirurgia de revascularização do miocárdio. Em geral, o tratamento visa reduzir a carga de trabalho cardíaca, diminuindo a demanda de oxigênio e melhorando o fluxo sanguíneo da artéria coronária e, em longo prazo, interrompendo e revertendo o processo de aterosclerose. O fluxo sanguíneo arterial coronariano pode ser melhorado por meio de intervenção coronariana percutânea ou cirurgia de revascularização do miocárdio. Uma trombose coronariana aguda pode, algumas vezes, ser dissolvida por fármacos fibrinolíticos. Terapia medicamentosa O tratamento medicamentoso de pacientes com DC depende dos sintomas, função cardíaca e presença de outros distúrbios. O tratamento indicado são os antiplaquetários para prevenir a formação de coágulos e as estatinas para baixar os níveis de LDL (melhorando os resultados em curto e longo prazo, provavelmente aumentando a estabilidade da placa ateromatosa e melhorando a função endotelial). Betabloqueadores são eficazes para reduzir os sintomas da angina (diminuindo a frequência e contratilidade cardíacas, reduzindo a demanda de oxigênio) e baixando a taxa de mortalidade pós- infarto, especialmente na presença de disfunção do ventrículo esquerdo pós-infarto. Bloqueadores dos canais de cálcio também são úteis, muitas vezes combinados com betabloqueadores no tratamento da angina e HAS, mas não se comprovou que reduzam a mortalidade. Nitratos dilatam modestamente as artérias coronárias e diminuem o retorno venoso, reduzindo o trabalho cardíaco e aliviando angina rapidamente. Formulações de nitratos de longa duração ajudam a diminuir os eventos de angina, mas não reduzem a mortalidade. Inibidores da ECA e bloqueadores do receptor da angiotensina II são mais eficazes em pacientes que têm DC com disfunção do VE. Há poucas evidências para orientar a terapia em pacientes com disfunção endotelial. O tratamento geralmente é semelhante àquele típico para aterosclerose de grandes vasos, mas existe a preocupação de que o uso de betabloqueadores aumente a disfunção endotelial. Intervenções coronarianas percutâneas A IPC tem indicação para alguns pacientes com SCA ou com doença cardíaca isquêmica estável e angina apesar de um tratamento clínico ideal. Inicialmente, a IPC só era realizada por meio de angioplastia com balão. No entanto, cerca de 5% a 8% dos pacientes evoluíram com fechamento súbito dos vasos após a angioplastia com balão, causando IAM e frequentemente exigindo cirurgia de derivação de emergência. Além disso, 30% a 40% dos pacientes tiveram recidiva da estenose no período de 6 meses, e 1 em cada 3 acabou precisando repetir a angioplastia ou fazer cirurgia de revascularização miocárdica. A inserção de um stent metálico após a angioplastia reduziu a taxa de reestenose, mas muitos pacientes ainda necessitaram repetir o tratamento. As endopróteses expansíveis (stents) que fazem eluição de um fármacos antiproliferativo (everolimo ou zotarolimo) durante algumas semanas, reduziram a incidência de recidiva da estenose para <10%. Quando a controvérsia sobre stents revestidos com fármacos e Ana Carolina Thomaz Mendes reestenose abrupta surgiu em 2006, o uso de stents revestidos com fármacos parece estar diminuindo na maioria dos centros médicos. Estudos subsequentes demonstraram que o risco de trombose aguda é muito menor do que se pensava inicialmente. Com o desenvolvimento de novas plataformas para stents revestidos com fármacos, a incidência de trombose intra-stent diminuiu acentuadamente. Atualmente, a maioria das ICPs é feita com stents, e cerca de 3/4 de todos os stents usados nos EUA são revestidos com fármacos. Os pacientes sem infarto ou complicações significativas podem retornar rapidamente ao trabalho e às atividades habituais depois do uso de stent, mas atividades extenuantes devem ser evitadas por 6 semanas. A trombose dentro do stent ocorre por causa da inerente trombogenicidade das endopróteses metálicas. A maioria dos casos ocorre nas primeiras 24 ou 48 h. No entanto, a trombose de stent tardia, ocorrendo após 30 dias e até ≥ 1 ano (raramente), pode ocorrer em ambas as endopróteses, tanto a de metal nu quanto a revestida com fármacos, especialmente depois do fim da terapia antiplaquetária. A progressiva endotelização do stent de metal nu ocorre nos primeiros meses e reduz o risco de trombose. Mas os antiproliferativos liberados pelas endopróteses expansíveis que fazem eluição de fármacos inibem esse processo e prolongam o risco de trombose. Assim, os pacientes que se submetem à implantação de stents são tratados com diversos fármacos antiplaquetários. O esquema de rotina atual para os pacientes com endopróteses expansíveis metálicas ou que fazem eluição de fármacos é: ● Anticoagulação com heparina ou similar (bivalirudina, particularmente para pessoas com alto risco de sangramento) durante o procedimento; ● O AAS prescrito por tempo indefinido; ● Clopidogrel, prasugrel ou ticagrelor durante pelo menos 6 a 12 meses. Stent de angioplastia Os melhores resultados são obtidos quando os novos antiplaquetários são iniciados antesdo procedimento. Os inibidores de GP IIb/IIIa não são mais usados rotineiramente em pacientes estáveis (sem doenças associadas, sem SCA) tendo implantação eletiva de stent. Embora controversas, podem beneficiar alguns pacientes com uma SCA, mas não devem ser considerados como rotina. Não está claro se é benéfico administrar inibidores de GP IIb/IIIa antes da chegada ao laboratório de cateterismo cardíaco, mas a maioria das organizações nacionais não recomenda o uso deles nessa situação. Após a colocação da endoprótese expansível, iniciar estatina, se o paciente ainda não estiver usando, porque a IPC por si só não cura nem previne a progressão da doença coronariana. Demonstrou-se que o tratamento com estatinas melhora a sobrevida livre de eventos a longo prazo. Os pacientes que recebem estatina antes do procedimento têm risco menor de IM periprocedimento. O risco geral da ICP é comparável ao da cirurgia de revascularização miocárdica. A taxa de mortalidade é <1%, e a taxa de IM da onda Q é <2%. Em <1%, a dissecção intimal causa obstrução, exigindo cirurgia de revascularização miocárdica de emergência. O risco de AVE com IPC é claramente menor do que com CRM (0,34% vs 1,2%). Cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) A CRM usa artérias (mamária interna, radial) sempre que possível e, se necessário, partes de veias autólogas (safena) para transpor segmentos enfermos das artérias coronárias. Em 1 ano, cerca de 85% dos enxertos venosos estão patentes, mas depois de 5 anos, um terço ou mais menos dos enxertos está completamente obstruído. Depois de 10 anos, no entanto, até 97% dos enxertos de artéria mamária interna continuam desobstruídos. As artérias também Ana Carolina Thomaz Mendes se hipertrofiam para acomodar o aumento do fluxo. A CRM é superior à IPC em pacientes com DM e em pacientes com doença de múltiplos vasos passíveis de enxerto. A cirurgia de revascularização miocárdica é normalmente feita durante o CEC com o coração parado, e uma máquina de CEC bombeia e oxigena o sangue. Os riscos do procedimento incluem AVE e IM. Para os pacientes com um coração de tamanho normal, sem história de IM, bom funcionamento ventricular e sem fatores de risco adicionais, o risco é <5% de IM perioperatório, 1 a 2% de AVE e ≤1% de mortalidade; o risco aumenta com a idade, VE deficiente e presença de doença subjacente. A taxa de mortalidade operatória é de 3 a 5 vezes maior para uma segunda revascularização miocárdica do que para a primeira. Após a CEC, em torno de 25 a 30% dos pacientes desenvolvem disfunção cognitiva ou alterações comportamentais, possivelmente em decorrência de microembolia originada na máquina de CEC. As alterações cognitivas ou comportamentais são mais prevalentes em pacientes idosos, levantando à suspeita de que essas alterações provavelmente ocorram pela diminuição da "reserva neuronal", tornando os pacientes idosos mais suscetíveis a lesões menores incorridas durante o bypass cardiopulmonar. A disfunção varia de leve a grave e pode persistir por semanas ou até anos. Para minimizar esse risco, alguns centros usam uma técnica de batimento cardíaco, no qual um dispositivo estabiliza mecanicamente a parte do coração em que o cirurgião está trabalhando. Mas estudos de longo prazo não conseguiram demonstrar os benefícios duradouros dessa abordagem em comparação com cirurgia convencional sem CEC. A DC pode progredir mesmo com a cirurgia de desvio. No pós-operatório, a taxa de obstrução proximal de veias desviadas aumenta. Enxertos venosos logo se tornam obstruídos, caso se forme trombo, e tardiamente, se a aterosclerose causar lenta degeneração das túnicas íntima e média. O AAS prolonga a permeabilidade do enxerto venoso. O tabagismo contínuo tem um efeito adverso profundo na permeabilidade. Depois da revascularização do miocárdio, deve-se iniciar uma estatina ou mantê-la nas doses máximas toleradas. Prevenção A prevenção da doença coronariana envolve modificação dos fatores de risco da aterosclerose: ● Cessação do tabagismo ● Perda ponderal ● Dieta saudável ● Exercício regular ● Modificação dos níveis séricos de lipídios ● Redução do consumo de sal ● Controle da hipertensão e diabetes As recomendações de anti-hipertensivos variam. Nos EUA, para pacientes com baixo risco (<10%) de DCVAC, a recomendação é prescrever anti- hipertensivos se a PA for >140×90 mmHg. Nos pacientes com doença arterial coronariana ou cujo risco de DCVAC seja >10%, a recomendação é de fazer tratamento anti-hipertensivo com PA >130×80 mmHg. A modificação dos níveis de lipídios séricos pode diminuir ou até reverter parcialmente a progressão da DC. Os objetivos do tratamento foram modificados. Em vez de tentar alcançar níveis específicos de LDL, a indicação de tratamento é feita pelo risco de DCVAC do paciente. Pacientes de menor risco com LDL elevado podem não precisar de tratamento com estatina. Foram identificados quatro grupos de pacientes de maior risco, nos quais o benefício do tratamento com estatina supera o risco de eventos adversos: ● Pacientes com sinais e sintomas clínicos de doença cardiovascular aterosclerótica ● Pacientes com LDL > 190 mg/dL ● Pacientes de 40 a 75 anos com DM e níveis de LDL de 70 a 189 mg/dL ● Pacientes com risco de DCVAC > 7,5% Pode-se acrescentar ácido nicotínico ou algum fibrato para os pacientes com nível de HDL <40mg/dL (< 1,03 mmol/L), embora vários ensaios clínicos recentes não tenham podido demonstrar menor risco de isquemia ou progressão mais lenta da aterosclerose com o uso de fármacos para aumentar a HDL.
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