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AULA 01 - EMPREENDEDORISMO - CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO

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CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH 
DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
AULA 01 – EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO 
 
SUMÁRIO 
 
01 – Empreendedorismo: Conceituação Inicial........................................................................03 
02 – Características dos Empreendedores................................................................................05 
03 – Panorama Geral do Empreendedorismo...........................................................................07 
04 – A Importância do Empreendedorismo...............................................................................08 
05 – Referências Bibliográficas....................................................................................................10 
 
CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH 
DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
AULA 01 – EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
3 
Alexandre Alves 
EMPREENDEDORISMO: CONCEITUAÇÃO INICIAL 
Nos últimos anos em que houve uma associação entre crise econômica e uma crise na saúde 
pública ocasionada pela COVID 19, cada vez mais a palavra “Empreendedorismo” se tornou 
presente no cotidiano do brasileiro. Contudo, muitas vezes, esse termo é utilizado de forma 
descuidada, associando o conceito “Empreendedor” como “qualidade de quem possui um negócio 
ou empresa” ou “característica de quem trabalha de forma autônoma”. Apesar de não estar 
completamente errado, essa definição é muito simples e deixa de lado a complexidade e 
amplitude que o termo carrega. Como estamos tratando do assunto em uma disciplina acadêmica 
de nível superior, precisamos aprofundar o conceito de forma mais técnica. 
Apesar de parecer algo simples, conceituar “Empreendedorismo” não é uma tarefa fácil, 
uma vez que existem diversos autores, abordagens distintas, perspectivas e definições. Grosso 
modo podemos dizer que, empreendedorismo é uma ação dinâmica de indivíduos ou grupos 
de indivíduos motivados, que enxergam uma oportunidade no mercado, transformando os 
recursos disponíveis em produtos e/ou serviços capazes de entregar um valor superior para 
os clientes. (ALMEIDA e ALEIXO. 2020) Nessa abordagem, os empreendedores que podem ser 
desde uma única pessoa, um grupo ou outra empresa, conseguem visualizar uma oportunidade 
no mercado. Essa oportunidade, por sua vez, pode ser desde lançar um produto ou serviço novo 
como melhorar de alguma forma um existente. O importante, nesse caso, é a entrega de um 
“valor” que seja superior ao existente para seus clientes. Vamos exemplificar melhor. 
Um bom exemplo utilizado em diversas disciplinas de empreendedorismo é o caso do 
Nubank. O famoso banco digital surgiu quando David Vélez, um empreendedor colombiano, teve 
uma péssima experiência na abertura de uma conta bancária na cidade de São Paulo. No entanto, 
foi nessa experiência que ele enxergou uma oportunidade: a criação de um banco diferente capaz 
de resolver os problemas de forma digital, sem necessidade de agência e que oferecesse a melhor 
experiência possível para seus clientes. Com essa missão, ele se juntou ao americano Edward 
Wible e a empresária brasileira Cristina Junqueira e fundaram o Nubank, o maior banco digital da 
América Latina nos dias de hoje. Perceba que o trio enxergou uma oportunidade de mercado e 
transformaram os recursos disponíveis e ofereceram um produto/serviço que entrega um 
valor superior para os seus clientes. Isso é empreendedorismo. 
Não é possível trabalhar o conceito de empreendedorismo sem mencionar o nome de 
Joseph A. Schumpeter, famoso economista austríaco que trabalhou o conceito de 
empreendedorismo da seguinte forma: 
 
“Empreender é, segundo Schumpeter, inovar a ponto de criar condições para uma radical 
transformação de um determinado setor, ramo de atividade, território, onde o empreendedor 
atua: novo ciclo de crescimento, capaz de promover uma ruptura no fluxo econômico contínuo, 
tal como descrito pela teoria econômica neoclássica. A inovação não pode ocorrer sem provocar 
mudanças nos canais de rotina econômica. A definição com a qual Schumpeter trabalha é precisa. 
O empreendedor é aquele que realiza novas combinações dos meios produtivos, capazes de 
propiciar desenvolvimento econômico, quais sejam: 1) “introdução de um novo bem”; “introdução 
de um novo método de produção” 3) “abertura de um novo mercado” 6) “conquista de uma nova 
CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH 
DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
AULA 01 – EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
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Alexandre Alves 
fonte de oferta de matérias primas ou bens semimanufaturados; 7) constituição ou 
fragmentação de posição de monopólio” (MARTES, 2010, p. 260 e 261) 
 
Ainda sobre as ideias de Joseph Schumpeter, é muito relevante o conceito de destruição 
criativa. Como vimos, os empreendedores costumam destruir atributos e processos 
ultrapassados de forma a originar novos produtos e/ou serviços de qualidade. Esse processo 
é definido como destruição criativa ou inovação disruptiva. (DORNELAS, 2019) Esse conceito 
fica muito evidente quando pegamos alguns cases de sucesso. Por exemplo, hoje é muito mais 
comum assistir filmes e séries em plataformas de streaming como Netflix e Amazon Prime Video 
do que alugar fitas ou DVDs em locadoras. Ou seja, foi lançado um novo serviço de qualidade 
(plataforma de streaming) em cima da destruição de um processo/produto anterior que estava 
ultrapassado (locadoras de DVD). Existem diversos outros exemplos, como a Uber em detrimento 
do uso de taxis. O armazenamento de fotos em serviço de nuvem ao invés de “revelar” as imagens 
e guardar em álbuns físicos. Ouvir músicas do Spotify ao invés de comprar CD. Dentre tantos 
outros exemplos que poderiam ser mencionados. 
 
IMAGEM 01 – Economista Joseph Schumpeter. Fonte: Jornal Terraço Econômico. Disponível em: 
https://terracoeconomico.com.br/schumpeter-inovacao-destruicao-criadora-e-desenvolvimento/ Acesso 
em 14 de janeiro de 2021. 
 
Como vimos, conceituar “Empreendedorismo” não é uma tarefa fácil. Outros autores têm 
outras abordagens para o assunto. Contudo, como disciplina introdutória e voltada para um 
público abrangente, ficaremos com a definição apresentada até aqui. Cabe ressaltar apenas mais 
um elemento que completa o conceito apresentado, este elemento é o risco. Isso porque, o 
https://terracoeconomico.com.br/schumpeter-inovacao-destruicao-criadora-e-desenvolvimento/
CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH 
DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
AULA 01 – EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
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Alexandre Alves 
empreendedor não sabe se o empreendimento terá o retorno esperado, por isso, ele é 
sempre um indivíduo que assume um risco. Contudo, é muito importante que esse risco seja 
calculado e limitado. No próximo tópico trabalharemos melhor as características dos 
empreendedores e mais adiante, nas próximas aulas, a importância de correr riscos limitados. 
 
CARCATERÍSTICAS DOS EMPREENDEDORES 
Até pouco tempo atrás, e ainda hoje em menor medida, as pessoas acreditavam que os 
empreendedores eram pessoas especiais que nasciam com certa habilidade para atuar nos 
negócios. Hoje, no entanto, sabemos que as pessoas podem aprender a empreender e 
desenvolver as habilidades necessárias para atuar no mundo empresarial. Obviamente, 
existem pessoas que já possuem algumas habilidades mais desenvolvidas e por isso tendem a se 
sair melhor em menor espaço de tempo, mas isso claramente não impede que outros indivíduos 
desenvolvam essas habilidades e tenham o mesmo sucesso. Além disso, no caso de 
empreendimentos em conjunto, as habilidades dos empreendedores podem se completar, dessa 
forma, cada um atua na área onde é melhor. O que também não impede que cada um trabalhe as 
habilidades em que é pior e desenvolva as mesmas com o passar do tempo. 
 Segundo Idalberto Chiavenato em seu livro “Empreendedorismo:Dando Asas ao 
Espírito Empreendedor” identifica três características básicas primordiais do que ele chama 
de espírito empreendedor: Necessidade de realização, Disposição para assumir riscos e 
Autoconfiança. (CHIAVENATO. 2007 p. 8, 9 e 10) 
 A necessidade de realização é a primeira característica identificada por Chiavenato. Para 
ele, as pessoas possuem diferentes necessidades de realização, algumas são mais baixas, outras, 
no entanto, são bastante altas. Geralmente os empreendedores são pessoas com alta 
necessidade de realização, por isso, fazem questão de estar a frente de negócios e 
empreendimentos, tomando as decisões e guiando seu grupo. São indivíduos interessados em 
fazer a diferença e se destacar. Comumente são pessoas ambiciosas. Essa característica pode 
aparecer, inclusive, em executivos de sucesso que alcançam altos cargos em organizações de 
terceiro. Existem casos de empreendedores que não possuem um negócio. Nas aulas mais 
adiante, trataremos melhor desses casos. 
 A segunda característica é a disposição para assumir riscos. A propensão a assumir riscos 
para os empreendedores é sempre limitada. Explicando melhor, os empreendedores estão 
dispostos a assumir riscos para levar suas ideias adiante, contudo, esse risco só é aceito até o 
ponto em que podem exercer um certo grau de controle. É diferente de apostas em jogos de azar 
por exemplo, uma vez que o resultado independe do jogador, já que está associado apenas na 
sorte. Os riscos envolvidos para os empreendedores podem ser financeiros (associado ao capital 
aplicado inicialmente), familiares (relacionado ao envolvimento da família no negócio), 
psicológico (ligado ao fato da possibilidade de fracassar), além de outros riscos associado a saída 
de empregos e carreiras estáveis para poder empreender etc. 
 Por fim, a terceira e última característica identificada é a autoconfiança. Como se sabe, 
empreender é assumir riscos e isso acarreta a disposição em enfrentar uma série de problemas. 
CURSO: PEDAGOGIA E GESTÃO DE RH 
DISCIPLINA: EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 
AULA 01 – EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
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Para enfrentá-los é necessário apresentar um elevado grau de autoconfiança. Portanto, 
empreendedores são pessoas autoconfiantes que, geralmente, acreditam que a solução dos 
problemas e a obtenção de sucesso está associado apenas ao seu esforço e tempo 
dispendidos na solução dos desafios que aparecem. Não confundam a autoconfiança com a 
sensação de onipotência. Empreendedores não são pessoas que sabem de tudo e capazes de 
resolver quaisquer problemas. Muitas vezes é necessário envolver terceiros mais bem preparados 
para melhor superação das demandas. 
 Diferentes autores apresentam diferentes características relacionadas ao perfil de 
empreendedores. Na tabela abaixo é possível identificar algumas das características de 
empreendedores segundo alguns autores. A tabela foi adaptada com base no artigo 
“Empreendedorismo: Conceitos e Definições” de autoria de Adelar Francisco Baggio e Daniel 
Knebel Baggio. 
Tabela 1 - Características do perfil empreendedor. Adaptado de Baggio e Baggio (2014) 
Autor Características do perfil empreendedor 
Dornelas (2008) Visionários, sabem tomar decisões, são indivíduos que 
fazem a diferença, sabem explorar ao máximo as 
oportunidades, são determinados e dinâmicos, são 
dedicados, são otimistas, são apaixonados pelo que 
fazem, são independentes, são líderes, bons 
formadores de equipes, são bem relacionados, criam 
valor para a sociedade, assumem riscos calculados. 
Sexton & Bowman (1984) Energético, dominante, menos estimulante, 
socialmente habilidoso, interesses variados, menos 
responsável, autônomo, elevada autoestima, baixa 
conformidade, baixo associativismo, menos 
participativo, menos amparador, baixa tolerância. 
Hornaday & Aboud (1971) Menor necessidade de apoio social. Maior 
necessidade de independência. 
Welsh & White (1983) Sentimento de urgência, baixa necessidade de status, 
autoconfiante, conscientização e atenção 
abrangentes, objetivo. 
Miller (1963) Ambicioso, robusto, (física, mental e moralmente), 
vitalidade controlada, corajoso, otimista, inteligente, 
articulado e íntegro. 
 
Outro ponto importante a ser tratado são os elementos de motivação para 
empreendedores. Tais elementos podem ser entendidos como os fatores que levam as pessoas a 
direcionarem seus esforços e recursos para atividade empreendedora. De forma resumida, 
podemos citar três fatores motivacionais principais: Pessoal, Ambiental e Sociológico. 
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AULA 01 – EMPREENDEDORISMO: CONCEITO E CONTEXTO NO BRASIL E NO MUNDO 
 
 
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 O fator pessoal está relacionado a vontade de ganhar dinheiro, de fazer a diferença, de ser 
líder em algo, de deixar o emprego atual ou mesmo por conta de uma demissão involuntária. O 
fator ambiental, relacionado a oportunidade de se envolver em um projeto, a análise ou 
identificação de uma boa oportunidade de negócio. Por fim, o fator sociológico resumido em 
influência de famílias, amigos ou parentes, casos de sucesso na família ou no círculo de amigos ou 
possibilidade de haver um grupo de pessoas competentes com características semelhantes. 
 
PANORAMA GERAL DO EMPREENDEDORISMO 
Quando se fala em empreendedorismo é de grande relevância analisar as práticas 
empreendedoras estadunidense. Isso porque, é nos Estados Unidos da América (EUA) que se 
desenvolvem o maior número de iniciativas empreendedoras. Uma boa resposta para isso pode 
estar no fato de as bases conceituais e metodológicas do empreendedorismo serem ensinadas, 
aplicadas e desenvolvidas no currículo escolar norte americano, desde a infância. Dado esse fato, 
estima-se que pelo menos metade dos estadunidenses irão trabalhar em seus próprios negócios 
em algum momento de suas vidas. (ALMEIDA e ALEIXO. 2020) Além disso, são dados importantes: 
as pequenas empresas norte americanas representam 99,7% de todos os empreendimentos no 
país e correspondem a 97% das exportadoras; existem cerca de 27,8 milhões de pequenas 
empresas no país com menos de 500 funcionárias; 55 milhões de pessoas trabalham em pequenos 
negócios; as empresas pequenas contratam 43% de todos os trabalhadores de alta tecnologia. 
(LONGENECKER et al., 2018, p.3) 
Ainda considerando o empreendedorismo em termos internacionais, é importante 
mencionar o chamado Relatório GEM - Global Entrepreneurship Monitor ou em tradução livre 
Monitor Global de Empreendedorismo. O estudo conduzido pela Babson College (EUA) e pela 
London Business School (Inglaterra) tem como objetivo mediar a atividade empreendedora dos 
países e observar como esta está relacionada com o crescimento econômico. 
 
“O Global Entrepreneurship Monitor – GEM é um consórcio de equipes de pesquisadores na área 
de empreendedorismo vinculados a renomadas instituições acadêmicas e de pesquisa de mais de 
100 países. O GEM é a única pesquisa em âmbito global que coleta dados sobre o 
empreendedorismo diretamente com os indivíduos empreendedores, o que possibilita a captura 
de dados sobre a economia informal, além das atividades econômicas formais, especialmente nos 
países de baixa e média renda. A “pesquisa com a população adulta” (Adult Population Survey – 
APS) fornece dados para a análise sobre as características, motivações e ambições dos indivíduos 
que estão iniciando um negócio, além das atitudes sociais em relação ao empreendedorismo. A 
“pesquisa com especialistas nacionais” (National Expert Survey – NES) analisa o contexto do país 
para os indivíduos que estão criando negócios. No conceito GEM, o empreendedorismo é qualquer 
tentativa de criação de um novo negócio, seja uma atividade autônoma e individual, uma nova 
empresa ou a expansão de um empreendimento existente. (GRECO et al., 2019 p. 20) 
 
No Brasil, algunsfatores foram fundamentais para a expansão da atividade 
empreendedora a partir dos anos 1990. A primeira delas foi o Plano Real. Elaborado sob a 
gestão de Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda durante o governo de Itamar 
Franco, o plano conseguiu pôr fim a um longo processo inflacionário que assolou o país, desde os 
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anos finais da Ditadura Militar (1964-1985). O plano permitiu a estabilização do aumento 
generalizado de preços, isso é importante porque em uma economia com aumentos constantes 
de preços e salários, é difícil para as empresas se manterem vivas no mercado. Não atoa diversos 
negócios foram a falência até a implementação do Plano. Tão difícil quanto se manter viva nesse 
cenário é a abertura de novos negócios. Outro fator importante foi a abertura do comércio 
exterior para uma maior gama de países, evento ocorrido de forma mais intensa a partir do 
Governo Lula (2003-2011). Esse fator contribui para o empreendedorismo na medida que 
possibilita novas relações comerciais e mais estabilidade econômica, já que os parceiros 
comerciais são mais diversificados. Até então, o parceiro bastante preponderante era os Estados 
Unidos da América. 
Um fator de extrema importância que foi fundamental para que a atividade 
empreendedora no Brasil ganhasse propulsão foi a criação do Serviço Brasileiro de Apoio às 
Micro e Pequenas Empresas – Sebrae. O Sebrae é um dos órgãos mais conhecidos do 
empresariado brasileiro, sua função é atuar com suporte e consultoria promovendo a 
profissionalização dos empreendedores nacionais, além de agir diretamente quando solicitado 
para auxiliar na resolução de problemas. O órgão atua oferecendo cursos variados sobre abertura 
de empresas, tributação, empreendedorismo e gestão. No site do Sebrae é possível realizar 
diversos cursos virtuais com certificado. Como mencionado anteriormente, é possível aprender a 
empreender e o Sebrae é um dos agentes que auxilia os candidatos a empreendedores a melhor 
se preparar para o mundo dos negócios. 
O órgão como conhecemos surgiu na década de 1990, contudo, suas atividades são bem 
anteriores. Em 1964 o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE) criou o Programa 
de Financiamento à Pequena e Média Empresa – Fipeme. A secretaria desse programa analisando 
os dados percebeu que a alta taxa de inadimplência do empresariado com o banco estava 
diretamente relacionada com a má gestão dos pequenos e médios negócios. Na década 70 foi 
criado o Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena Empresa (Cebrae) associado com o 
Ministério do Planejamento. Com funções semelhantes as atuais, o órgão existiu até 1990 quando 
o Cebrae foi desvinculado da administração pública, passando a ser uma entidade privada sem 
fins lucrativos. O “Centro” foi mudado para “Serviço” e o órgão assumiu as características que 
conhecemos hoje. O Sebrae é mantido com repasses financeiros das maiores empresas do país. 
Os dados da Taxa Total de Atividade Empreendedora – TAE para o Brasil é de 18%, 
segundo dados de 2018. Isso significa que de cada 100 adultos brasileiros, apenas 18 estão 
envolvidos com alguma atividade empreendedora no país. Existe uma leve predominância de 
empreendedores de sexo masculino e que cerca de 60% possuem entre 18 e 44 anos de idade. 
(ALMEIDA e ALEIXO. 2020 p. 14) 
 
A IMPORTÂNCIA DO EMPREENDEDORISMO 
Diversos autores que tratam do tema costumam nomear o momento atual como “A Era 
do Empreendedorismo”, isso por conta da grande movimentação de indivíduos, grupos, 
empresas e mesmo entidades governamentais no apoio e incentivo a atividade empreendedora. 
O interesse pelo tema vai muito além do simples fato de ganhar dinheiro. Esse pode ser um dos 
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Alexandre Alves 
fatores motivacionais pessoais/individuais, mas o interesse de grandes empresas e órgãos do 
governo está relacionado a relação próxima que existe entre a atividade empreendedora e o 
desenvolvimento de um país. 
A criação de negócios novos traz uma série de benefícios sociais, inicialmente 
podemos mencionar a criação de novos postos de trabalho, aumento da atividade econômica, 
o consequente aumento da arrecadação de tributos para o governo e o fomento ao mercado 
consumidor. Além disso, é através da atividade empreendedora e da já estudada Destruição 
Criativa que surgem as inovações tecnológicas que em muito ajudam a vida das pessoas. Portanto, 
uma outra vertente de benefícios está relacionada à qualidade de vida dos consumidores, uma 
vez que passam a ter acesso a bens e serviço de maior qualidade. Recentemente, organismos 
internacionais passaram a enxergar no empreendedorismo uma possibilidade de superação da 
pobreza e desigualdade social em países pobres e/ou em desenvolvimento. Isso porque, como 
vimos, a atividade empreendedora é crucial para a propulsão da economia de um país. Nos EUA 
como já mencionado, as pequenas empresas são responsáveis pela maior parte dos postos de 
empregos e produtos exportados no país. Em países mais pobres, esse fator pode ser explorado 
como um mecanismo de redução de desigualdades e enfrentamento da pobreza. 
Em países como o Brasil que apresenta uma baixa Taxa Total de Atividade Empreendedora 
ainda há muito o que ser feito. Além disso, o empreendedorismo é muito comentado em cases de 
sucesso, mas se faz pouco no sentido de promover o assunto em nível satisfatório e capacitar as 
pessoas para entender o tema e quem sabe, despertar o “espírito empreendedor” e promover 
ainda mais a atividade empreendedora no Brasil. Essa disciplina tenta trazer um pouco do 
empreendedorismo em nível acadêmico a título introdutório. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁIFICAS 
A História do Nubank e 3 Lições que você pode aprender com ela. AAA Inovação, 2022. Disponível em: 
https://blog.aaainovacao.com.br/a-historia-do-nubank-e-3-licoes-que-voce-pode-aprender-com-ela/ 
Acesso em 15 de janeiro de 2022. 
ALMEIDA, Eder Gonçalves de. ALEIXO, Tayra Carolina Nascimento. Empreendedorismo e Inovação. 
Londrina: Educacional SA, 2020. 
BAGGIO, Adelar Francisco. BAGGIO, Daniel Knebel. Empreendedorismo: Conceitos e Definições. Revista 
de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia, p. 25-38, 2014. 
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 
Empreendedorismo e viabilização de novas empresas. Um guia eficiente para iniciar e tocar seu próprio 
negócio. 2 ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2007. 
DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo corporativo: como ser empreendedor, inovar e se diferenciar 
na sua empresa. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. 
GRECO, Simara Maria de Souza Silveira (org). Empreendedorismo no Brasil. Curitiba: IBQP, 2020. 
LONGENECKER, J. G. et al. Administração de pequenas empresas: lançando e desenvolvendo iniciativas 
empreendedoras. 18. ed. São Paulo: Cengage, 2018. 
MARTES, Ana Cristina Braga. Weber e Schumpeter A ação econômica do empreendedor. Revista de 
Economia Política, vol. 30, nº 2 (118), pp. 254-270, abril-junho/2010. 
MOTA, Pedro Lula. Schumpeter: inovação, destruição criadora e desenvolvimento. Terraço Econômico, 29 
de set. de 2018. Disponível em: https://terracoeconomico.com.br/schumpeter-inovacao-destruicao-
criadora-e-desenvolvimento/ Acesso em 15 de janeiro de 2022. 
Quem Somos. Serviço Brasileiro de apoio à Micro e Pequenas Empresas - Sebrae, 2022. Disponível em: 
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/canais_adicionais/conheca_quemsomos Acesso em 15 de 
janeiro de 2022.https://blog.aaainovacao.com.br/a-historia-do-nubank-e-3-licoes-que-voce-pode-aprender-com-ela/
https://terracoeconomico.com.br/schumpeter-inovacao-destruicao-criadora-e-desenvolvimento/
https://terracoeconomico.com.br/schumpeter-inovacao-destruicao-criadora-e-desenvolvimento/
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/canais_adicionais/conheca_quemsomos

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