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RECURSOS - CPP

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RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
1 
 
RECURSOS 
Recurso é um meio de se obter nova apreciação da decisão ou situação 
processual, com o fim de corrigi-la, modifica-la ou confirmá-la. É o meio pelo 
qual se obtém o reexame de uma decisão. 
É o meio jurídico idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, 
anulação, integração ou esclarecimento da decisão que se impugna – o recurso 
NÃO inaugura uma nova relação jurídica. O que acontece com a interposição de 
um recurso é o desdobramento da relação anterior, em regra, perante o órgão 
jurisdicional diverso e de hierarquia superior. 
ATENÇÃO: EM ESPECÍFICO NAS AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO HABEAS 
CORPUS E REVISÃO CRIMINAL HÁ UMA NOVA RELAÇÃO JURÍDICA. 
EMBORA CONSTEM NO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL NO CAPÍTULO 
DOS RECURSOS, POSSUEM NATUREZA DE AÇÃO PENAL. 
Alguns doutrinadores ainda o conceituam como uma extensão do próprio 
direito de ação. 
A existência de um recurso está condicionada à manifestação da vontade 
da parte, que demonstra seu interesse em recorrer com a interposição do 
recurso, por isso, muitos o conceituam como um remédio jurídico voluntário. 
(?) RECURSO DE OFÍCIO? O REEXAME NECESSÁRIO, MUITAS VEZES É 
ERRONEAMENTE CHAMADO DE “RECURSO DE OFÍCIO” (O PRÓPRIO 
CPP O NOMEIA DESSA FORMA), MAS NÃO É UM RECURSO, E SIM UMA 
CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DA SENTENÇA. 
FUNDAMENTOS: a necessidade psicológica do vencido, na falibilidade 
humana e no combate ao arbítrio. 
BASE CONSTITUCIONAL: encontra-se implícito na organização do Poder 
Judiciário em diferentes graus de jurisdição. 
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS (MNEMÔNICO: CATRALE): 
 Cabimento: o recurso deve estar previsto em lei e cabível ao caso. 
 Adequação: o recurso deve ser adequado à decisão que se quer 
impugnar, pois, para cada decisão, a lei prevê um recurso adequado. Aqui 
também se aplica o princípio da unirrecorribilidade das decisões, o qual, para 
cada decisão, só existe um único recurso adequado. Esse princípio é mitigado 
por algumas exceções legais, em que é possível o cabimento simultâneo de dois 
recursos da mesma decisão. Ex: interposição simultânea de RExt. e REsp. 
 Tempestividade: interposição do recurso deve ser feita dentro do prazo 
previsto em lei. Os prazos só começam a correr a partir do primeiro dia útil após 
a intimação (SÚMULA 310 STF). Ex.: intimada a parte na segunda-feira, seu prazo 
só se inicia na terça e caso se encerre no sábado, prorroga-se até a outra 
segunda. 
 Regularidade: o recurso deve preencher as formalidades legais para ser 
recebido. 
Art. 578, CPP: O recurso será interposto por petição ou por termo 
nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo 
será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas 
testemunhas. 
§ 2o A petição de interposição de recurso, com o despacho do juiz, 
será, até o dia seguinte ao último do prazo, entregue ao escrivão, 
que certificará no termo da juntada a data da entrega. 
§ 3o Interposto por termo o recurso, o escrivão, sob pena de 
suspensão por dez a trinta dias, fará conclusos os autos ao juiz, até 
o dia seguinte ao último do prazo. 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
2 
 
 Ausência de fatos impeditivos: ex.: a renúncia ao direito de recorrer; ter 
se verificado a extinção da punibilidade, ter ocorrido o trânsito em julgado, 
dentre outros. 
OBS: QUANTO À RENÚNCIA AO DIREITO DE RECORRER, EM HAVENDO DIVERGÊNCIA 
ENTRE A VONTADE DO RÉU E A DO DEFENSOR, EXISTEM TRÊS POSIÇÕES: 
1. PREVALECE A DO RÉU, POIS SE ELE PODE O MAIS, QUE É CONSTITUIR ADVOGADO, 
PODE TAMBÉM O MENOS, QUE É DECIDIR SE RECORRERÁ OU NÃO DA SENTENÇA; 
2. PREVALECE A DO DEFENSOR, POIS ELE É O PROFISSIONAL QUE POSSUI 
CONHECIMENTOS TÉCNICOS E PODE JULGAR MELHOR SE É OU NÃO CONVENIENTE 
RECORRER DA SENTENÇA; 
3. PREVALECE A VONTADE DE QUEM QUER RECORRER – PREDOMINANTE, EM 
RAZÃO DA AMPLA DEFESA COM MEIOS E RECURSOS A ELA INERENTES. 
 Legalidade: recurso previsto em lei. 
PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS: 
 Interesse jurídico: Significa necessidade da medida para obter uma 
situação processual mais vantajosa. Para tanto, é necessário que tenha havido 
sucumbência, ou seja, desacolhimento total ou parcial da pretensão da parte no 
processo. 
QUESTIONA-SE SE O MP PODE RECORRER EM FAVOR DO RÉU, NOS CASOS DE 
SENTENÇA CONDENATÓRIA. HÁ TRÊS POSICIONAMENTOS: 
1. NÃO PODE, UMA VEZ QUE POSSUI INTERESSE DIVERSO DAQUELE DO RÉU; 
2. PODE, DESDE QUE TENHA PEDIDO A ABSOLVIÇÃO DO RÉU E ELE TENHA SIDO 
CONDENADO; 
3. O STF JÁ DECIDIU REITERADAS VEZES PELA POSSIBILIDADE, SENDO QUE NESSE 
CASO ESTARIA O MP ATUANDO COMO CUSTUS LEGIS (FISCAL DA LEI). 
Art. 577, CPP: O recurso poderá ser interposto pelo Ministério 
Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu 
defensor. 
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que 
não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. 
 Legitimidade: art. 577, CPP. O recurso deve coincidir com a posição 
processual da parte. 
 Interposição: art. 578, caput. O recurso será interposto por petição ou 
por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 
 Juízo de admissibilidade: é a verificação por parte do juízo de primeiro 
grau se estão presentes os pressupostos objetivos e subjetivos. Estando 
presente, o juiz recebe o recurso e determina seu processamento. Se não estiver 
presente qualquer dos pressupostos, o juiz não recebe o recurso, impedindo que 
haja o processamento. 
EFEITOS DOS RECURSOS 
 Obstativo: o recurso obsta/impede que ocorra o trânsito em julgado de 
uma sentença ou decisão. 
 Devolutivo: o recurso devolve ao poder judiciário a possibilidade de 
rever, invalidar, integrar, confirmar ou esclarecer uma decisão. 
 Suspensivo: o recurso suspende a produção do efeito da sentença. 
Porém, quando for absolutória, tal efeito não ocorre, assim, se o réu está preso, 
é colocado em liberdade, mesmo havendo recurso. Quando for condenatória, 
havendo recurso, em alguns casos, será suspenso os efeitos da sentença, p. ex., 
não será colocado na prisão, a não ser que na sentença o juiz decrete a prisão 
preventiva. 
 Regressivo: diz respeito à possibilidade do julgador que prolatou a 
decisão alterar o que foi decidido. É raro no ordenamento jurídico que algum 
recurso possua esse efeito – ex.: Agravo em Execução da LEP, RESE e os 
Embargos de Declaração. 
 Extensivo: se duas pessoas são processadas em um mesmo processo, 
prolatada a sentença, somente um recorre, caso, ao ser julgado o recurso haja 
algum benefício ao recorrente, tal benefício se aplica ao réu que não recorreu. 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
3 
 
Se o benefício se deu em face de circunstância de caráter pessoal, p. ex., ser o 
réu que recorrer menor que 21 anos, tal benefício não se aplicará ao réu que 
tiver mais de 21. 
 
OBSERVAÇÕES 
Proibição da Reformatio in pejus – essa expressão latina, traduzida 
livremente, significa "reforma que prejudica". É o que estabelece o artigo 617 do 
Código de Processo Penal e no Processo Penal brasileiro ocorre quando somente 
a defesa recorre e o tribunal modifica a sentença de tal forma que a situação do 
réu que recorreu piora. Isso é proibido. Assim, por exemplo, se Horácio, réu em 
um processo, após a sentença condenatória recorre, não havendo recurso da 
acusação, o tribunal, de qualquer forma, piora a situação de Horácio, tal reforma 
é proibida, pois é vedado no ordenamento jurídico a reformatio in pejus. 
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas 
decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for 
aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, 
quando somente o réu houver apelado da sentença. 
Proibição da Reformatio in pejus indireta – ocorre quando somente a 
defesa recorre e o tribunal anula o procedimento de primeira instância a pedido 
da defesa, devendo ser refeitosalguns atos, inclusive a sentença. Na nova 
sentença do juiz de primeira instância, a pena não poderá ser superior à 
primeira sentença do processo que foi anulado. Percebe-se que a reforma que 
foi prejudicial ao réu não se daria de forma direta pelo próprio tribunal que teria 
piorado a situação do réu no recurso, mas sim se daria de forma indireta, ao ser 
prolatada nova sentença após anulação do processo. 
Tendo em vista a soberania dos veredictos garantida pela Constituição 
Federal no artigo 5º, inciso XXXVIII, alínea 'c', nos crimes de competência do 
tribunal do júri a doutrina entende que, em havendo anulação do primeiro 
julgamento, nada impede que o novo conselho de sentença, em novo 
julgamento, agrave a situação do réu. Por exemplo, no primeiro julgamento o 
réu foi condenado por homicídio simples, em recurso exclusivo da defesa o 
julgamento é anulado. No novo julgamento o novo conselho de sentença pode 
condenar o réu por homicídio qualificado. Doutrina e jurisprudência majoritária 
entendem que o juiz pode aumentar a pena conforme a nova decisão no 
segundo julgamento. Contudo, há julgamento do Supremo Tribunal Federal no 
sentido de que os jurados podem piorar a situação do réu (de homicídio simples 
para homicídio qualificado), mas o juiz ao aplicar a pena estará restrito à pena 
imposta no primeiro julgamento. 
Reformatio in mellius – é a melhora da situação do réu em recurso 
exclusivo da acusação. Como não há vedação no ordenamento jurídico, doutrina 
e jurisprudência entendem ser admitido. 
Recurso necessário – também conhecido como recurso ex officio, recurso 
de ofício, recurso obrigatório, reexame necessário ou recurso anômalo, é aquele 
que obrigatoriamente deve ser interposto pelo próprio juiz em determinadas 
decisões. Nesses casos, a decisão está forçosamente sujeita ao duplo grau de 
jurisdição. Em verdade não se trata de recurso, mas de medida imposta pela lei 
que condiciona o trânsito em julgado de determinada decisão, ao reexame 
necessário e obrigatório do órgão superior. A ideia é a de que o juiz que prolatou 
a sentença tem que enviar para o órgão superior e esse órgão superior vai 
convalidar ou modificar a decisão. 
EM QUAIS HIPÓTESES É NECESSÁRIO O REEXAME NECESSÁRIO? 
a. DA SENTENÇA QUE CONCEDER HABEAS CORPUS. 
b. LEI 1521/51 (CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR E A SAÚDE) – 
ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO PENAL OU ABSOLVIÇÃO NA AÇÃO PENAL. 
c. DECISÃO QUE CONCEDE A REABILITAÇÃO. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art383.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art386
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art387
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
4 
 
d. DA QUE ABSOLVER DESDE LOGO O RÉU COM FUNDAMENTO NA EXISTÊNCIA DE 
CIRCUNSTÂNCIA QUE EXCLUA O CRIME OU ISENTE O RÉU DE PENA, NOS TERMOS 
DO ART. 411. 
O REEXAME NECESSÁRIO APLICA-SE AO JUÍZO DE 1° GRAU. 
Recurso voluntário – é a regra no ordenamento jurídico brasileiro. São 
aqueles que ocorrem quando, voluntariamente, a parte ingressa com o mesmo. 
 
APELAÇÃO 
Conceito: recurso interposto da sentença definitiva ou com força definitiva, 
para a segunda instância, com o fim de que se proceda o reexame de matéria, 
com a consequente modificação parcial ou total da decisão. É o recurso 
ordinário por excelência no processo penal. 
Previsão legal: art. 593, CPP. 
Inciso I – absolvição/condenação; 
Inc. II – definitiva e decisão com força de definitiva; 
Inc. III – Júri (OBS: no final da primeira fase do procedimento do júri será 
cabível apelação fundada no art. 416, CPP, nos casos de: impronúncia e 
absolvição sumária). 
Características: é um recurso amplo, porque em regra devolve o 
conhecimento pleno da matéria impugnada. É residual (subsidiária), porque só 
pode ser interposto se não houver previsão expressa de cabimento de RESE. É, 
por fim, um recurso que goza de primazia em relação ao RESE, de modo que, se 
a lei prever expressamente o cabimento deste último recurso com relação a 
uma parte da decisão e a apelação do restante, prevalecerá a apelação, que 
funcionará como único recurso oponível. Por exemplo: da sentença 
condenatória sempre cabe apelação, de acordo com o disposto no art. 593, I, do 
CPP, não havendo possibilidade do recurso em sentido estrito, ante a falta de 
previsão expressa neste sentido. No entanto, no caso de decisão denegatória do 
SURSIS, é previsto o recurso em sentido estrito. Portanto, se, na sentença 
condenatória, houvesse a denegação do benefício, ficaria a dúvida: cabe 
apelação contra o mérito da decisão, e recurso em sentido estrito da parte 
denegatória da suspensão condicional da pena? Haveria dois recursos para a 
mesma decisão? Resposta: não, pois a apelação, neste caso, goza de primazia. 
Caberá somente apelação contra qualquer parte da decisão condenatória (ART. 
593, §4°, CPP). O recurso em sentido estrito fica reservado para as hipóteses de 
denegação do SURSIS, que ocorrerem fora da sentença condenatória (desde que 
não seja processo de execução penal, quando, então, caberá agravo em 
execução). 
Art. 599 – princípio do tantum devolutum quantum appellatum. No 
entanto, o princípio do favor rei permite o tribunal apreciar a sentença, mesmo 
na parte não impugnada, desde que seja para favorecer o réu. 
Legitimidade e interesse: art. 577, CPP. MP não tem legitimidade para 
apelar de sentença absolutória proferida em ação penal privada, pois seria uma 
violação a disponibilidade das ações privadas. Entretanto, pode apelar em favor 
do réu em ação pública ou privada na qualidade de fiscal da lei. Somente não o 
poderá quando tiver pedido a condenação nas alegações finais e o juiz decidir 
acolhendo tal pedido – pois assim faltará sucumbência ao MP. Na ação penal 
pública se o MP não interpõe a apelação, o ofendido ou o CADI poderão apelar – 
prazo de 15 dias. 
Assistente de acusação: o art. 598, CPP, trata do recurso do assistente de 
acusação. Se não interposta apelação pelo MP no prazo legal, o ofendido ou 
qualquer das pessoas enumeradas no art. 31, CPP, poderão interpor apelação. 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
5 
 
IMPORTANTE: A APELAÇÃO DO ASSISTENTE SERÁ SEMPRE SUPLETIVA, OU SEJA, O 
DIREITO DE APELAR DO ASSISTENTE NASCE QUANDO TERMINA O PRAZO DO 
RECURSO MINISTERIAL (O ASSISTENTE SÓ PODE APELAR SE PASSAR O PRAZO DO MP 
E ELE NÃO APELAR). MESMO O ASSISTENTE NÃO HABILITADO TERÁ OPORTUNIDADE 
DE APELAR. NESSE CASO, AO INTERPOR A APELAÇÃO SERÁ FEITO O PEDIDO DE 
HABILITAÇÃO. NO CASO DO ASSISTENTE, SE ELE NÃO ESTIVER HABILITADO NOS 
AUTOS O PRAZO SERÁ DE 15 DIAS A CONTAR DO VENCIMENTO DO PRAZO PARA O 
MP (ART. 598, § ÚNICO, CPP E SÚMULA 448 STF); SE ELE JÁ ESTIVER HABILITADO 
NOS AUTOS – SERÁ INTIMADO DA SENTENÇA – E TERÁ O PRAZO DE 5 DIAS 
CONTADOS A PARTIR DA DATA DA INTIMAÇÃO OU DO TÉRMINO DO PRAZO 
RECURSAL PARA O MP. HOJE PREVALECE QUE O ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO PODE 
APELAR COM OBJETIVO ÚNICO DE INCREMENTAR A PENA. 
Cabimento nas sentenças do juiz singular: sentenças definitivas de 
condenação ou absolvição – são as decisões que põem fim à relação jurídica 
processual, julgando o seu mérito. No caso da absolvição sumária por prescrição 
ou extinção da punibilidade caberá o RESE (art. 581, VIII), nas demais situações 
caberá APELAÇÃO (art. 416). Também caberá contra a decisão que 
IMPRONUNCIAR o réu (na pronúncia caberá o RESE – art. 581, IV). E das decisões 
do Tribunal do Júri nos incisos III. 
Decisões definitivas x decisões com força de definitivas: são decisões 
definitivas aqueças que decidem o mérito sem condenar nem absolver. Ex. de 
decisões definitivas: decisão no pedido de restituição de coisa; pedido de 
sequestro; arresto e hipoteca legal; reabilitação (art. 93 e ss.) Decisão com força 
de definitiva encerra a relação processual sem o juízo de mérito. Ex.: decisão do 
juiz criminal que remete ao juízo cível umpedido complexo de restituição de 
coisa. 
Processamento: a) A apelação é interposta por termo ou petição; b) 
Interposta a apelação, as razões devem ser oferecidas dentro do prazo de oito 
dias, se for crime, e em 3 dias se contravenção. 
Será interposto perante o juiz sentenciante (peça de interposição). As 
razões serão dirigidas ao tribunal. Não há retratação. Se o juízo a quo 
(sentenciante) não recebe a apelação caberá RESE (art. 581, XV, CPP). Em 
recurso exclusivo da defesa não se admite a piora da situação jurídica do réu 
(princípio do non reformatio in pejus), fundado no art. 617, CPP e no princípio 
constitucional da ampla defesa (art. 5°, LV, CF). Mesmo a sentença anulada em 
recurso exclusivo da defesa limita a gravidade da nova condenação. É o 
chamado princípio da non reformatio in pejus indireta (mesmo fundamento). 
Prazo: 5 dias, a partir da intimação da sentença, para interposição (art. 593, 
CPP) Será de 8 dias para oferecer as razões (art. 600, CPP). 
Art. 596 – a apelação da sentença absolutória não tem efeito suspensivo, 
de modo que o réu, se estiver preso, deverá ser colocado imediatamente em 
liberdade. 
Art. 597 – efeito suspensivo na sentença condenatória. 
Efeitos: a) devolutivo (tantum devolutum quantum appellatum): devolve o 
conhecimento da matéria à instância superior; 
b) suspensivo: trata-se do efeito da dilação procedimental, que retarda a 
execução da sentença condenatória – réu somente será preso se estiverem 
presentes os requisitos da prisão preventiva (CPP, art. 387, parágrafo único); 
c) regressivo: não há; na apelação não existe juízo de retratação; 
d) extensivo (CPP, art. 580): o corréu que não apelou beneficia-se do 
recurso na parte que lhe for comum. 
NO CASO DE SUA DENEGAÇÃO (NÃO ACOLHIMENTO) CABE RESE (ART. 
581, XV). 
RESUMO 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
6 
 
 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Conceito: recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão 
nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma 
nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância. 
Cabimento: nas hipóteses do art. 581 – rol taxativo. 
I – do RECEBIMENTO cabe habeas corpus. Do NÃO recebimento cabe o 
RESE. No caso das infrações penais de competência do JECRIM não caberá o 
RESE, mas apelação (art. 82, caput, Lei nº 9099/95). 
II – reconhece a incompetência. OBS: a decisão de desclassificação 
proferida no fim da primeira fase do júri (art. 419, CPP), ao reconhecer que o 
crime não é doloso contra a vida, está com isso reconhecendo a incompetência 
do júri para seu julgamento, de forma que o RESE contra tal decisão seria 
fundamentado no inciso II do art. 581. 
III – as exceções a que se refere: incompetência do juízo, litispendência, 
ilegitimidade de parte e coisa julgado. A suspeição não entra aqui porque se o 
próprio julgador não se considera imparcial para aquele caso, não cabe ao 
tribunal obriga-lo a julgar. REJEITADA as exceções a decisão é IRRECORRÍVEL. 
IV – apenas a decisão que pronunciar. A que IMPRONUNCIAR cabe 
apelação (art. 416) 
V – fiança cassada é aquela que não podia ter sido concedida para aquela 
infração penal. A inidônea é aquela que foi prestada, por engano, em quantia 
insuficiente. Não cabe o RESE da decisão que DECRETAR a prisão preventiva ou 
INDEFERIR pedido de liberdade provisória ou relaxamento da prisão. 
VII – será julgada quebrado a fiança quando o acusado deixar de 
comparecer em atos pelo qual foi intimado e não justificou a ausência, 
descumprir medida cautelar, etc (art. 328). O perdimento total da fiança se dará 
quando condenado o acusado não se apresentar para dar início ao cumprimento 
da pena definitivamente imposta. 
VIII – sentença terminativa de mérito – não julga o mérito, não absolve 
nem condena o réu. 
IX – é ao contrário ao inc. anterior, uma vez que aqui é NEGADA a extinção 
da punibilidade, seguindo normalmente o processo. Se for decisão oriunda do 
juiz da execução, durante a execução penal, é cabível AGRAVO EM EXECUÇÃO, 
art. 197, LEP. 
X – apenas para decisões em primeiro grau. Se o HC é denegado em 
tribunal, caberá Recurso Ordinário Constitucional (art. 102, II, “a” e art. 105, “a”, 
CF). 
EFEITOS 
Regra: 
suspensivo e 
devolutivo 
Extensivo 
quando houver 
concurso de 
agentes - SALVO 
se fundada em 
caráter pessoal 
PRAZO 
INTERPOSIÇÃO: 
5 DIAS 
INTERPOSIÇÃO 
NOS JUIZADOS: 
5 DIAS 
RAZÕES: 8 
DIAS 
RAZÕES EM 
CONTRAVENÇ
ÃO PENAL: 3 
DIAS 
LEGITIMADOS 
Réu 
Defensor 
Público 
Ministério 
Público 
Assistente de 
acusação: 
competência 
recursal 
supletiva 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
7 
 
XI – decisão que encontra-se DENTRO da sentença condenatória caberá 
apelação e se depois do trânsito em julgado cabe agravo em execução (art. 197 
da LEP) – parte da doutrina diz que esse inc. não é mais aplicado. 
XII – caberá agravo em execução (art. 197 da LEP) 
XV – cabe o RESE contra decisão que denegar a apelação no juízo de 
admissibilidade. 
XVII, IXI ao XXII – caberá agravo em execução (art. 197 da LEP) 
XXIV – revogado pelo art. 51 do CP. 
Competência para o julgamento: O recurso deve ser endereçado ao 
tribunal competente para apreciá-lo, mas a interposição far-se-á perante o juiz 
recorrido, para que este possa rever a decisão, em sede de juízo de retratação. 
PRAZO: 5 dias, a partir da intimação da sentença, para interposição (art. 
586, caput, CPP) Será de 2 dias para oferecer as razões (art. 588, CPP). 
Art. 589, CPP – tem juízo de retratação: juiz exercerá juízo de retratação, 
reexaminando a decisão. 
NO CASO DE SEU NÃO ACOLHIMENTO CABE CARTA TESTEMUNHÁVEL. 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
8 
 
 
CARTA TESTEMUNHÁVEL 
Conceito: recurso que tem por fim provocar o reexame da decisão que 
denegar ou impedir o seguimento (não conhece = não entra no mérito) de 
recurso em sentido estrito e do agravo em execução. 
Negar seguimento ou não conhecer significa entender ausente algum dos 
pressupostos recursais. Ex: juiz nega seguimento do recurso por entender que é 
intempestivo, ou seja, foi interposto fora do prazo. 
Negar seguimento não se confunde com negar provimento, pois nesta 
hipótese o recurso é negado no mérito. 
Previsão legal: art. 639, CPP. 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso; 
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua 
expedição e seguimento para o juízo ad quem. 
OBS: se o juiz nega seguimento a apelação, o recurso cabível é o RESE – art. 
581, XV, CPP. 
Competência: a interposição vai para o Escrivão chefe e as razões para o 
tribunal. 
Tem juízo de retratação: art. 589 c/c 643, CPP. 
PRAZO: 45h após a ciência da decisão que denegar o recurso ou obstar o 
seu seguimento (art. 640). 
Legitimidade: qualquer das partes (assistente de acusação também quando 
seu recurso interposto for negado seguimento. 
Não tem efeito suspensivo. Testemunhante é o recorrente e testemunhado 
é o juiz que denega o recurso. 
A tese é demonstrar que o pressuposto recursal está presente. 
Pedido = seja conhecido e provido o presente recurso, julgado desde logo o 
mérito, na forma do art. 644, CPP. 
 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADES 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
9 
 
Conceito: recurso oponível contra decisão não unânime de segunda 
instância, desde que desfavorável ao réu. A razão de ser desse recurso é o voto 
divergente. 
Cabimento: só podem ser opostos no caso de RESE e apelação. Parte da 
doutrina diz ser cabível como recurso de agravo em execução – entendimento 
não é pacífico. 
Previsão legal: art. 609, § único, CPP. 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados 
pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de 
acordo com a competência estabelecida nas leis de 
organização judiciária. 
Parágrafo único.Quando não for unânime a decisão de 
segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se 
embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser 
opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de 
acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, 
os embargos serão restritos à matéria objeto de 
divergência. 
Posso ter embargos: 
 Infringentes: se a divergência versar sobre direito material – dois 
magistrados condenam e 1 absolve por atipicidade (princ. da insignificância)); 2 
desembargadores mantém a pena e o terceiro a reduz; 2 desembargadores 
aplicam o regime fechado e o terceiro aplica o semiaberto 
 Nulidade: quando o voto vencido versar sobre um vício processual 
 Requisitos: 
o uma decisão proferida em 2° instância; 
o só pode se dar no julgamento de apelação, RESE e agravo em execução. 
Desta forma, conclui-se que na hipótese de habeas corpus, ainda que a 
decisão não seja unânime, não caberá esse recurso. 
o não cabe do julgamento de revisão criminal. Também não cabe da 
decisão de Turma Recursal (JECRIM) porque o art. 609 se vale da 
expressão “tribunais”; a decisão final do colegiado (os 3 votos) deve ser 
desfavorável a defesa; 
o recurso EXCLUSIVO DA DEFESA; 
o decisão não unânime – necessariamente tenho uma divergência. 
 
A DIVERGÊNCIA PODE SER TOTAL OU PARCIAL (PARCIAL – CRIME A TENHO 
UMA CONDENAÇÃO UNÂNIME E NO CRIME B TENHO UMA CONDENAÇÃO 
NÃO UNÂNIME = 2 CONDENAM E 1 ABSOLVE. POSSO IMPOR OS EMBARGOS 
EM RELAÇÃO AO CRIME B? SIM!). AINDA QUE A DIVERGÊNCIA SEJA 
PARCIAL, É PERFEITAMENTE POSSÍVEL A INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS. 
EMBARGOS DE NULIDADE PARCIAL: INTERPOSTA A APELAÇÃO ALEGANDO A 
NULIDADE “X” DO PROCESSO E QUE A CONDENAÇÃO DEVE SER 
REFORMADA. O TRIBUNAL ENTENDE DE MANEIRA UNÂNIME PELA 
CONDENAÇÃO, MAS QUANTO A NULIDADE “X” UM ACOLHE A TESE E OS 
OUTROS DOIS NÃO. DECISÃO FAVORÁVEL A DEFESA E PARCIAL. 
INTERPONHO EMBARGOS DE NULIDADE. 
NA SITUAÇÃO EM QUE HÁ TRÊS VOTOS DISTINTOS PREVALECE O VOTO MÉDIO 
(AQUELE QUE NÃO É NEM MAIS BRANDO E NEM MAIS GRAVE). 
EX: A – AUMENTA A PENA PARA 8 ANOS 
 B – MANTÉM A CONDENAÇÃO DE 4 ANOS = PREVALECE O VOTO MÉDIO 
 C – ABSOLVE 
Daqui cabe embargos? Sim e terá a tese do voto vencido mais benéfico (c). 
Em havendo três votos, o primeiro que condenou em 8 anos, o segundo que 
condenou a 4 anos e o terceiro que absolveu prevalece o voto médio, ou seja, o 
que impôs a pena de 04 anos. Nesta hipótese, é possível a oposição de 
embargos infringentes com escopo de fazer prevalecer o voto absolutório. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art613
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
10 
 
Competência: interposição é para o juízo a quo (de origem) – RELATOR DO 
ACORDÃO EMBARGADO. Razões é para o tribunal. 
Legitimidade: é exclusivo da defesa. 
PRAZO: 10 dias – prazo único porque apresento as razões junto da 
interposição. 
Teses e pedidos: a tese sempre vai ser a mesma do voto favorável vencido, 
ou seja, a tese se limita a tese do voto vencido. Mesmo que se encontre outra 
tese, deve sustentar apenas a do voto vencido. Ex: o sujeito primário é 
condenado a 01 ano de reclusão pelo delito de furto consumado. O juiz fixou o 
regime semiaberto. A defesa recorreu, pleiteando a imposição de regime aberto 
com fulcro no art. 33, §2°, “c”, do CP. Ao julgar a apelação 2 magistrados 
decidiram manter o regime semiaberto e o terceiro vencido entendia pelo 
cabimento do regime aberto. O valor da res é de R$1,00, o que sugere uma 
possível tese de insignificância. Contudo, em eventuais embargos infringentes 
opostos, a tese deve se limitar ao teor do voto vencido, ainda que outras teses 
pareçam cabíveis. Desta forma, os embargos versarão apenas sobre o regime. 
 
REVISÃO CRIMINAL 
Conceito: tem natureza jurídica de ação penal rescisória promovida 
originariamente perante o tribunal competente, para que, nos casos 
expressamente previstos em lei, seja efetuado o reexame de um processo já 
encerrado por decisão transitada em julgado. Pressupõe o trânsito em julgado 
de sentença penal condenatória. 
Não cabe revisão criminal para mudar o fundamento da absolvição. Não 
cabe revisão criminal de sentença absolutória, salvo na hipótese de sentença 
absolutória imprópria (que impõe medida de segurança). 
Legitimidade: art. 623 – próprio réu ou por procurador legalmente 
habilitado, ou no caso de morte do réu o CADI. MP não tem legitimidade. 
Prazo: art. 622. 
A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes 
da extinção da pena ou após. 
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do 
pedido, salvo se fundado em novas provas. 
 
Súmula 611 do STF = hipótese de novatio legis in mellis, basta uma simples 
petição para o juiz da execução. 
Cabimento/Previsão legal: art. 621 
I – Lei expressa abrange tanto o direito penal quanto o processual. P. ex.: 
réu condenado por fato que não constitui crime ou condenação com pena 
superior ao limite máximo previsto em lei. 
II – Prova falsa: condenação não tem apoio em provas idôneas, mas em 
meros indícios. P. ex.: testemunha que mente; perito que faz falsa perícia. 
III – Novas provas de inocência ou de diminuição de pena. P. ex.: surge um 
vídeo que comprove o álibi. 
Não se produz prova durante a revisão criminal. Deve-se trazer a prova 
junto com a própria revisão criminal. 
Justificação criminal: é ajuizada no primeiro grau. Trata-se de uma cautelar 
de produção antecipada de provas. P. ex.: conforme apurado em justificação 
criminal, a testemunha comprova o álibi. 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
11 
 
Art. 626, CPP – teses e pedidos. Importante pedir que seja reconhecido o 
direito a indenização pelo erro judiciário. 
Competência: art. 624 
a) Regra: TJ; TRF (federal); Turma Recursal (infração do JECRIM) 
 Sentença jud. estadual transitou em julgado sem recurso: TJ competente 
 Acordão TJ transitou em julgado no TJ: TJ competente 
 Acordão TRF transitou em julgado: TRF competente 
 Trânsito em julgado no JECRIM: Turma Recursal competente 
b) Exceção: STF; STF (casos de competência originária) 
 Competência originária STF: revisão criminal no STF 
 Competência originária STJ: revisão criminal no STJ 
A competência será do STF ou do STJ desde que tenha sido conhecido o 
recurso e o fundamento da revisão criminal seja o mesmo do recurso especial ou 
extraordinário. 
Ex: TJ condena. O STF/STJ NÃO conhece o recurso extraordinário/especial. 
Quem julga a revisão será o TJ. 
Ex2: TJ condena. O STF/STJ conhece e NEGA provimento do recurso 
extraordinário/especial que discutia o pedido “x”. Ingresso com a revisão 
criminal com o fundamento “y”. Por ser fundamento diferente, quem julga a 
revisão é o TJ. 
Ex3: TJ condena. O STF/STJ conhece e NEGA provimento de recurso 
extraordinário/especial que discutia a inconstitucionalidade da lei X. Ingresso 
com a revisão criminal com fundamento da inconstitucionalidade da Lei X. Quem 
julgará a revisão será o STF/STJ. 
Portanto, dois são os pressupostos para que seja o STF ou STJ: eles têm de 
ter RECONHECIDO o recurso e o fundamento da revisão criminal tem de ser o 
mesmo que foi o do recurso especial ou extraordinário. 
Processamento: art. 625. A forma se refere a uma petição inicial – peça 
única. 
 
HABEAS CORPUS 
Conceito: remédio judicial que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a 
violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou 
abuso de poder. Ação penal popular com assento constitucional, voltada à tutela 
da liberdade ambulatória, sempre que ocorrer qualquer dos casos elencados no 
art. 648 do Código de Processo Penal. É uma ação (peça única). 
Previsão legal: art. 5°, LXVIII, CF, 647 e 648 do CPP. 
Espécies: a) liberatório ou repressivo: destina-se a afastar constrangimento 
ilegal já efetivado à liberdade de locomoção; 
b) preventivo: destina-se a afastar uma ameaça à liberdade de locomoção.Nesta hipótese, expede-se salvo-conduto. 
Legitimidade ativa: pode ser impetrado por qualquer pessoa, 
independentemente de habilitação legal ou representação de advogado. 
Prazo: não tem. 
Competência: Art. 650, CPP. 
a) Do juiz de direito de primeira instância: para trancar inquérito policial 
(Súmula 103 das Mesas de Processo Penal da USP). Porém, se o inquérito 
tiver sido requisitado por autoridade judiciária, a competência será do tribunal 
de segundo grau competente. 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
12 
 
b) Do Tribunal de Justiça: quando a autoridade coatora for representante 
do Ministério Público Estadual (CE, art. 74, IV). 
c) Do Tribunal Regional Federal: se a autoridade coatora for juiz federal (CF, 
art. 108, I, d). 
d) Do Superior Tribunal de Justiça: quando o coator ou paciente for 
governador de Estado ou do Distrito Federal, membros dos tribunais de contas 
do Estado e do Distrito Federal, desembargadores dos tribunais de justiça do 
Estado e do DF, membros dos tribunais regionais federais, dos tribunais 
regionais eleitorais e do trabalho, membros dos conselhos ou tribunais de 
contas dos municípios, e membros do Ministério Público da União. 
e) Do Supremo Tribunal Federal: quando o coator for Tribunal Superior. 
Julgamento e efeitos: 
a) a concessão de habeas corpus liberatório implica seja o paciente posto 
em liberdade, salvo se por outro motivo deva ser mantido na prisão (art. 660, § 
1º); 
b) se a ordem de habeas corpus for concedida para evitar ameaça de 
violência ou coação ilegal, será expedido ordem de salvo-conduto em favor do 
paciente; 
c) se a ordem for concedida para anular o processo, este será renovado a 
partir do momento em que se verificou a eiva (CPP, art. 652); 
d) quando a ordem for concedida para trancar inquérito policial ou ação 
penal, esta impedirá seu curso normal; 
e) a decisão favorável do habeas corpus pode ser estendida a outros 
interessados que se encontrem na situação idêntica à do paciente beneficiado 
(art. 580 do CPP, aplicável por analogia). 
CABE RESE COMO RECURSO (ART. 581, X). 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
Recurso cabível no STF das decisões dos Tribunais Superiores que julgarem 
em única instância o mandado de segurança, o habeas data, o habeas corpus e o 
mandado de injunção, de que denegatórias (art. 102, II, a, CF); das decisões 
referentes a crimes políticos, previstos na Lei de Segurança Nacional (art. 102, II, 
b). 
No STJ é cabível das decisões denegatórias de habeas corpus, proferidas 
em única ou última instância, pelos TRFs, ou pelos tribunais dos Estados e do DF 
(art. 105, II, a); das decisões denegatórias de mandado de segurança, proferidas 
em única instância pelos TRFs ou pelos tribunais dos Estados e do DF (art. 105, II, 
b); das decisões proferidas em causas em que forem partes Estado estrangeiro 
ou organismo internacional de um lado, e, do outro, município ou pessoa 
residente ou domiciliada no país (art. 105, II, c) 
Se o HC for: denegado tribunal (TJ/TRF/STJ) será cabível o ROC. 
OBS: se o HC for concedido/denegado por juiz de primeiro grau será cabível 
RESE. 
Previsão legal: se for pro STF: art. 102, II, CF; se for pro STJ: art. 105, CF + 
Lei 8038/90. 
Legitimidade: do impetrante se for mandado de segurança, do paciente se 
for habeas corpus. 
PRAZO: único tanto para interposição quanto para razões, sendo HC 
denegado, 5 dias (art. 30, Lei 8038/90) e MS, 15 dias (art. 33, Lei 8038/90). 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
13 
 
Competência: se for pro STJ a peça de interposição vai para o TJ ou TRF 
(para o Presidente do Tribunal) e as razões para o STJ. Se for para o STF a peça 
de interposição vai para o STJ e as razões para o STF. 
Tese: será a mesma que foi pedida no HC ou no MS. 
 
MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA CRIMINAL 
Conceito: ação de natureza constitucional (RTJ, 83/255), de rito 
sumaríssimo, e fundamento constitucional, destinada a proteger direito líquido 
e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável 
pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa 
jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (CF, art. 5º, LXIX). Lei 
12016/2009. 
Direito líquido e certo = direito apto a ser comprovado de plano, mediante 
prova documental. O impetrante pode ser tanto pessoa física quanto jurídica. 
Autoridade coatora é aquela que pratica ou ordena, concreta e especificamente, 
a execução ou inexecução do ato impugnado. 
PRAZO: 120 dias a partir da ciência oficial do ato impugnado. 
Exs: a) direito de vista do inquérito policial ao advogado (RT, 611/362, 
610/337, 592/311 e 586/204); 
b) direito do advogado acompanhar o cliente na fase do inquérito (RT, 
603/302) e direito do advogado entrevistar-se com seu cliente (RT, 589/83); 
c) direito de obter certidões (RT, 624/297, 609/323 e 586/313); 
d) direito a juntar documentos em qualquer fase do processo penal, de 
acordo com o art. 231 do CPP (RT, 531/329); 
e) delegado indefere o requerimento de bens apreendidos (vítima tinha o 
BO de furto e CRLV do veículo que foi furtado e posteriormente localizado e 
apreendido pela polícia); 
f) ofendido que requer habilitação como assistente de acusação em ação 
pública. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Conceito: recurso destinado a devolver, ao STF, a competência para 
conhecer e julgar questão federal de natureza constitucional, suscitada e 
decidida em qualquer tribunal do país. Tem finalidade primordial de conferir 
aplicação uniforme ao direito constitucional, a fim de garantir a autoridade e a 
unidade da CF em todo território brasileiro. Súmula 279 STF (apenas matéria de 
direito, nunca de fato). 
ATENÇÃO: admite a discussão sobre QUESTÕES DE PROVA, desde que o 
seu ponto de partida seja uma NORMA JURÍDICA que trata de prova (e não uma 
merda questão de fato, que não poderia ser objeto desse recurso). Ex: 
condenação sem exame de corpo de delito baseada na confissão do acusado = É 
CONTRÁRIO ao disposto em lei federal (CPP). 
Condições de admissibilidade: causa decidida em única ou em última 
instância (deve-se ter esgotado, por quem impugna, todas as vias recursais 
ordinárias). Dessa forma, não conhece de recurso extraordinário contra acórdão 
em recurso de apelação do qual ainda caibam embargos de declaração, ou 
embargos infringentes. Súmula 281 STF. 
Prequestionamento: Súmulas 282 e 356 STF. Entende-se que não pode ser 
objeto desse recurso questão que haja sido expressamente conhecida e decidida 
pela instância inferior. Portanto, se o apelante, ao oferecer suas razões, solicitou 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
14 
 
ao Tribunal o pronunciamento sobre determinada questão federal 
constitucional e o acórdão a omitiu, é necessário, para que se possa interpor o 
recurso extraordinário, que o sucumbente oponha embargos de declaração (por 
omissão), a fim de alcançar o prequestionamento. O requisito do 
prequestionamento, portanto, somente se considera satisfeito se houver 
apreciação judicial da alegação de violação da CF ou da lei federal – vide art. 
1025, CPC. 
Questão federal de natureza constitucional: é preciso que a causa decidida 
em única ou última instância suscite questão federal de natureza constitucional 
– art. 102, III, CF. Súmulas 238, 284 e 279 do STF. 
Repercussão geral das questões constitucionais: art. 102, §3°, CF. Somente 
aquelas questões que transcendam os interesses meramente particulares e 
individuais em discussão na causa, e afetem um grande número de pessoas, 
surtindo efeitos sobre o panorama político, jurídico e social da coletividade. Art. 
1035, CPC. 
Legitimidade: sucumbente (defesa, MP, o querelante e o assistente de 
acusação – este último observa as súmulas 210 e 208 do STF). 
Processamento: a petição de interposição é direcionada ao Presidente do 
Tribunal recorrido e as razões para o STF. 
PRAZO: art. 1003, §5°, CPC = 15dias (ainda que a previsão seja do direito 
processual civil, a contagem é a mesma do penal, ou seja, em dias corridos). 
O juiz a quo pode: 
1 – admitir = manda para o STJ ou STF 
2 – inadmitir (falta requisito do recurso, ex: prequestionamento). Será 
cabível agravo para o Tribunal Superior (STJ ou STF): art. 1042 e 1030, §1°, CPC. 
3 – negar seguimento (ex: quando o STF ou STJ já pacificou entendimento 
em contrário a minha tese). É dizer que o recurso contraria tese já fixada em 
Repercussão Geral ou Recurso Repetitivo. Será cabível agravo interno (volta para 
o próprio TJ): art. 1021 e 1030, §2°, CPC. 
 
RECURSO ESPECIAL 
Conceito: recurso destinado a devolver ao STJ a competência para 
conhecer e julgar questão federal de natureza infraconstitucional, suscitada e 
decidida perante os TRFs ou pelos Tribunais dos Estados e do DF. 
Previsão legal: art. 105, III, CF. 
Condições de admissibilidade: causa decidida em única ou última 
instância; prequestionamento; questão federal de natureza infraconstitucional. 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Conceito: recurso interposto para o mesmo órgão prolator da decisão, no 
caso de ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão da sentença. A 
doutrina entende que não constitui recurso, pois não visam o reexame do 
mérito da decisão, mas mera correção de erro material. 
PRAZO: dois dias. No entanto, sendo de competência do JECRIM o prazo 
será de 05 dias (art. 83, §1°, Lei 9099/95). 
Processamento: interposto perante o próprio juiz prolator da sentença 
(art. 382, CPP) ou aos tribunais (art. 619, CPP), endereçados ao próprio relator 
do acordão embargado. 
RECURSOS – CPP – Por: Viviane Constante 
15 
 
Pressupostos: pressupõe que a sentença ou acórdão tenha ambiguidade, 
obscuridade, omissão ou contradição. É preciso que o embargante indique, no 
requerimento, o ponto a ser declarado ou corrigido. Não há manifestação da 
parte contrária. 
Embargos de declaração com conteúdo infringente: em regra, os 
embargos de declaração não se prestam a alterar a decisão, mas apenas para 
esclarecê-la. No entanto, em casos de grave contradição é possível que o 
esclarecimento venha a alterar a essência da decisão. 
EX: JUIZ CONDENA QUANDO TENHA ABSOLVIDO; RECONHECE ALGUMA 
QUALIFICADORA QUE NÃO CABE. EM TAIS CASOS SERÁ POSSÍVEL SUSTENTAR A 
NECESSIDADE DE RESPEITO AO CONTRADITÓRIO PARA QUE A PARTE CONTRÁRIA 
POSSA RESPONDER OS ARGUMENTOS DOS EMBARGOS BUSCANDO A MANUTENÇÃO 
DA DECISÃO QUE A FAVORECEU. 
Legitimidade: pode ser interposto tanto pela acusação quanto pela defesa. 
Efeito suspensivo: não possui, mas interrompem o prazo para interposição 
de outro recurso. 
 
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL 
É utilizada por descumprimento de Súmula Vinculante. 
Art. 103-A, §3°, CF e art. 7°, Lei 11417/06. 
Endereçada ao STF. 
Não precisa ser uma decisão judicial, abrangendo também ato 
administrativo (ex: delegado de polícia que viola a Súmula Vinculante 14 
negando acessos ao Inquérito Policial).

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