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Hematologia TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Anemia por deficiência de ferro. Problema de saúde pública que afeta as populações de países ricos e pobres. Grupos mais suscetíveis: gestantes e crianças na idade pré-escolar. Prevalência de 2-5% em homens adultos e mulheres pós-menopausa (baixa prevalência nesses grupos) Principal causa de anemia no mundo. O ferro é essencial para vida celular, participa da síntese da hemoglobina - formação da molécula heme (ele junta as cadeias). No organismo, está dividido em 2 grandes compartimentos: o 75% do ferro total corresponde a hemoglobina, mioglobina e nas enzimas e seu cofatores. o 25% está em reserva (ferritina). A dieta média nos países desenvolvidos contém aproximadamente 10 a 15mg/dia de ferro. Presente nas carnes, peixes e aves (forma mais biodisponível - heme) e nos vegetais (necessita de pH ácido para ser absorvida - hidróxido férrico). Absorção diária no homem varia de 1 a 2mg, sedo o dobro na mulher e o quádruplo na gestante (duodeno e jejuno proximal). A hepcidina e a ferroportina são reguladoras da absorção de ferro, aumentam a absorção quando os estoques estão baixos ou quando há aumento da eritropoese e diminuem a absorção quando os estoques estão repletos. A hepcidina é produzida no fígado e além de ser capaz de regular a absorção de ferro, também controla a ferroportina. Hepcidina alta degrada a ferroportina. O ferro absorvido que não ficou armazenado na forma de ferritina se liga a transferrina para ser transportado aos tecidos. Aproximadamente, de 20 a 25mg de ferro são liberados após a ação dos macrófagos nas hemácias (hemocaterese) e são reaproveitados a depender das necessidades do organismo. Não há nenhum mecanismo de regulação da perda do ferro, ele é perdido pelo suor e pela descamação da pele e epitélio do TGI, em média 1-2mg/dia (aumenta em 2x no período menstrual). O tanto que se ganha é a quantidade que se perde, de forma fisiológica, mantendo um equilíbrio. Fatores que favorecem a absorção de ferro Ferro heme Forma ferrosa (Fe2+) Ácidos (HCl, vitamina C). Ácidos solubilizantes (açúcares, aminoácidos). Deficiência de ferro (por causa da hepcidina) Gravidez. Hemocromatose hereditária. Aumento da expressão de DMT-1 e ferroportina nos enterócitos do duodeno. Fatores que diminuem a absorção de ferro Ferro inorgânico. Forma férrica (Fe3+) Bases (antiácidos, secreções pancreáticas). Agentes precipitantes (fitatos e fosfatos). Excesso de ferro. Diminuição de eritropoese. Infecção. Diminuição de ferroportina. Aumento da necessidade Crescimento Gestação Hematologia TXXX Acadêmica: Loren Montanha Costa Aumento de perda Hemorragias Pelo TGU (menstruação, por exemplo). Pelo TGI (parasitoses e úlceras) Qualquer lesão que afeta TGI pode sangrar de modo oculto. Diminuição da absorção Doenças inflamatórias intestinais Pós cirurgias (gastrectomia parcial) Doença celíaca Síndromes de má absorção. Diminuição da ingestão Restrição alimentar Desnutrição Queixas inespecíficas como fadiga, diminuição da tolerância aos exercícios, astenia, palpitações, irritabilidade e cefaleia. Perversão alimentar (PICA) (vontade de comer gelo, terra, argila), unhas quebradiças e finas ou em colher, queilite angular, glossite são sintomas mais específicos da depleção de ferro. Hemograma Baixa hemoglobina (menor que 13) Baixa VCM/HCM (menor que 80/menor que 27) Baixa de reticulócitos (hipoproliferativa) Cinética do ferro Ferro sérico baixo (menor que 60) Alta capacidade total de ligação do Fe - TIBC (se os estoques estão reduzidos, é muito mais fácil de se ligar ao ferro existente, por isso essa capacidade é alta). (>400). Diminuição da saturação da transferrina (relação Fe sérico/TIBC x100) Transferrina alta Saturação da transferrina baixo (<20%) Baixa da ferritina (<15) Aumento dos receptores da transferrina. Baixa da hepcidina. Mielograma É o padrão ouro para diagnóstico de anemia ferropriva, entretanto a sua realização no é preconizada rotineiramente, pois a avaliação do perfil de ferro é diagnóstica na grande maioria das vezes. A mais importante medida consiste em identificar a causa e removê-la sempre que possível. A transfusão de concentrado de hemácias não está indicada de rotina, devido padrão insidioso. O tratamento por via oral é mais seguro e muito mais barato do que por via parenteral (mesma efetividade e recuperação mais rápida). O ferro é mais bem absorvido com estômago vazio e associado com suco cítrico, porem os efeitos colaterais GI são menos intensos se tomado junto com refeições. Principais apresetaçoes: sulfato ferroso, Dexfer, Noripurum. Estudos atuais evidenciam que 10mg de ferro elementar por dia (até em dias alternados) é suficiente para o tratamento. Estender por 4 a 6 meses para repor os estoques. Os efeitos colaterais podem ser: náuseas, mal estar, vômitos e até diarreia. A administração de ferro parenteral deve ser reservada a casos restritos: intolerância ao ferro oral, falta de absorção (alguns casos pós cirúrgicos), doenças GI (celíaca e DII), ausência de resposta, perda intensa. Grau de anemia não faz parte das indicações de ferro parenteral. Administração de ferro intramuscular está em desuso (+ dolorosa, absorção lenta. Incompleta e pode impregnar na região da aplicação). O exame mais sensível para saber se há risco de anemia, lendo em conta a presença de sintomas, é o ferritina, pois com a deficiência de ferro, a ferritina é a primeira a cair.
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