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Voe mais alto AERODINÂMICA DE ALTA VELOCIDADE CURSO DE PILOTO COMERCIAL Guilherme Klein Schmitt klein@ej.com.br guikschmitt@gmail.com 2 INTRODUÇÃO Ter uma visualização clara dos fenômenos aerodinâmicos e da mecânica de voo. Aprovação na banca examinatória da ANAC. SUMÁRIO Capítulo 1 – Compressibilidade Capítulo 2 – Consequências das Ondas de Choque Capítulo 3 – Voo Transônico Capítulo 4 – Consequências do Enflechamento Capítulo 5 – Efeitos Aerolásticos Capítulo 8 – Voo Supersônico Capítulo 10 – Voo Hipersônico Ordem dos capítulos baseados no livro “Aerodinâmica de Alta Velocidade” de Newton Soler Saintive. COMPRESSIBILIDADE Na década de 40, os aviões mais velozes apresentavam “problemas de compressibilidade”. Tais como: Avião “pesado de nariz” Vibrações na cauda ou em todo avião Comandos duros ou ineficazes Capítulo 1 Menu Uma substância é compressível se seu volume variar de acordo com a pressão por ele suportada; quando a pressão aumenta, o volume diminui, e vice-versa. Capítulo 1 Menu Apesar de evidente compressibilidade do ar, nas Baixas Velocidades o ar pode ser considerado incompressível, porque as pressões nesse regime são muito baixas, produzindo variações desprezíveis de volume e densidade. Exemplo: Velocidade do avião 91 mph na condição ISA (1013,2 hpa e 1,225 kg/m³). Ponto A, velocidade zero, pressão 1023,3 hpa (1% maior) e densidade 1,2335 kg/m³ (0,7% maior). Capítulo 1 Menu A Já na Alta Velocidade as variações de pressão e densidade são muito grandes, e portanto não podem mais serem ignoradas. Nas Grandes Velocidades o ar tem que ser considerado compressível. Velocidade do avião 380 mph na condição ISA (1013,2 hpa e 1,225 kg/m³). Ponto A, velocidade zero, pressão 1195,6 hpa (18% maior) e densidade 1,384 kg/m³ (13% maior). Capítulo 1 Menu A O início da “Alta Velocidade”: 250kt ou M>0,4 Capítulo 1 Menu O som é uma série de impulsos de pressão. Para que o som se propague tem que existir matéria. A velocidade do som depende somente da TEMPERATURA. Capítulo 1 Menu Temperatura X Velocidade do Som Capítulo 1 Menu Durante o voo, as partes das aeronaves emitem ondas de pressão que afetam o ar a sua frente, estas ondas se propagam a velocidade do som. Capítulo 1 Menu Se o avião está voando em baixa velocidade, os impulsos de pressão vão à frente do mesmo, influenciando o ar que ainda não entrou em contato com ele. Capítulo 1 Menu Se o avião voa mais rápido que o som, o ar não é avisado de sua chegada, provocando uma onda de choque. Ao passar pela onda de choque, o ar experimenta súbitas mudanças de velocidade, pressão, temperatura e densidade. Capítulo 1 Menu O Número MACH é a razão entre a velocidade verdadeira e a velocidade do som. O termo "Mach" vem de Emst Mach, um físico austríaco que teve notável destaque no estudo do fluxo supersônico. Capítulo 1 Menu Número MACH Velocidade na qual, em um único ponto do perfil aerodinâmico (pela primeira vez geralmente próximo a fuselagem) o vento relativo atinge a velocidade do som. Capítulo 1 Menu Mach Crítico Para valores superiores ao MCRÍT teremos regiões da asa onde a velocidade dos filetes é inferior à velocidade do som (subsônicas) e outras onde ela é superior à velocidade do som (supersônicas). A coexistência dos escoamentos subsônicos e supersônicos caracteriza o regime Transônico. No regime transônico, a passagem do fluxo subsônico para supersônico é suave, porém a transição do fluxo supersônico para subsônico é sempre acompanhada por uma onda de choque. Todo avião que voa em regime transônico ultrapassou o Mach crítico, que é a fronteira entre os voos subsônicos e transônicos. Capítulo 1 Menu Capítulo 1 Menu Subsônico – M < 0,75 (filetes com velocidades inferiores a do som) Transônico – 0,75 < M < 1,2 (filetes supersônicos e subsônicos) Supersônico – 1,2 < M < 5 (somente filetes supersônicos) Hipersônico – M > 5 Capítulo 1 Menu Classificação do voo quanto ao Número Mach Capítulo 1 Menu Onda de Choque Fluxo Supersônico 0.89 0.97 M=1 0.89 0.97 Mach = 0.89 Capítulo 1 Menu Onda de Choque Capítulo 1 Menu Onda de Choque Capítulo 1 Menu Onda de Choque Capítulo 1 Menu Onda de Choque Descolamento da camada limite é observado atrás da onda de choque. Capítulo 1 Menu M = 0,77 Descolamento da camada limite é observado atrás da onda de choque. Capítulo 1 Menu Aumentando a velocidade a onda de choque se move na direção do bordo de fuga aumentando a área supersônica e nessa velocidade já aparece uma onda de choque no intradorso. Capítulo 1 Menu M = 0,82 Capítulo 1 Menu M = 0,95 Com M = 0,95 quase todo aerofólio estará sujeito ao escoamento supersônico. Capítulo 1 Menu M = 1,05 Acima do M = 1 o avião não pode “telegrafar” a sua chegada, as partículas se ajustam instantaneamente à forma da asa e da fuselagem, produzindo uma nova onda de choque à frente dos mesmos, denominada onda de proa. Capítulo 1 Menu M = 1,05 Quando o bordo de ataque é arredondado, como na figura acima, entre o mesmo e a onda de choque existe ainda uma região subsônica, enquanto todo o resto do aerofólio já está no escoamento supersônico. O avião continua no regime transônico, apesar de ter ultrapassado Mach 1. Capítulo 1 Menu M = 2 Capítulo 1 Menu M > 1 Capítulo 1 Menu Onda de Choque A onda de choque normal, própria do regime transônico tem as seguintes características: Só ocorre quando um escoamento passa de supersônico para subsônico. Após a onda seu valor é inverso, se antes da onda era Mach 2, após será 1/Mach: ½=0,5 A direção dos filetes de ar não é modificada ao passar por esta onda de choque. Nesta onda ocorre um aumento de pressão, temperatura e densidade do ar, e redução da velocidade e do numero de Mach dos filetes. Ela provoca também uma grande redução de energia dos filetes de ar, ou seja, a soma das pressões estática e dinâmica é diminuida. CONSEQUÊNCIAS DAS ONDAS DE CHOQUE Estol de Compressibilidade – A camada limite aumenta substancialmente sua espessura ao passar pela onda de choque. A onda de choque de grande intensidade provoca um descolamento de filetes, afetando a sustentação e o arrasto. Capítulo 2 Menu 34 Estol de compressibilidade – O estol de compressibilidade (também conhecido como estol de choque ou de Mach) é menos crítico que o estol subsônico. Capítulo 2 Menu 35 Desse modo, o aviões que voam no regime transônico estão sujeitos àquelas vibrações típicas do pré-estol (buffet) não só nas baixas, mas também nas altas velocidades. Para eliminá-las, o piloto deverá, nas baixas velocidades, reduzir o ângulo de ataque e aumentar a velocidade, e, nas altas velocidades reduzir o número Mach. Capítulo 2 Menu 36 Capítulo 2 Menu 37 COFFIN CORNER No Coffin Corner (ou Canto do Caixão) o avião estará sujeito ao buffet de alta velocidade e de baixa velocidade. Capítulo 2 Menu Conforme a altitude aumenta o ar fica menos denso e nossa asa necessita de mais fluxo de ar para gerar a mesma quantidade de sustentação. Então, conforme subimos nossa Velocidade de Estol aumenta. (Como vimos, ao aumentarmos o número Mach até atingirmos o MCRÍT as ondas de choque começam a aparecer. Com isso as aeronaves de alta velocidade se baseiam no Mach Máximo Operacional MMO, que é estipulado pelo fabricante, é um Mach de segurança que é menor que o MCRÍT e evita que a aeronave atinja o MCRÍT e as ondas de choque apareçam.) Conforme subimos o MMO decresce com a altitude devido a temperatura do ar diminuir. Capítulo 2 Menu 39 Capítulo 2 Menu 40 Capítulo 2 Menu 41 Conforme nos aproximamos do teto aerodinâmico a Velocidade de Estol e o MMO se encontram. Neste local, poucos nós separam o estol de baixa para o buffet de alta. Capítulo 2 Menu 42 É possível sair desse “canto” simplesmente mantendo a altitudepara consumir combustível. Após algum tempo, com menor peso, será reduzida a velocidade do buffet de baixa e aumentada a de alta, saindo pois do Coffin Corner. Capítulo 2 Menu 43 AUMENTO DO ARRASTO A onda de choque causa aumento de espessura da camada limite produzindo uma nova parcela de arrasto (Arrasto de Onda ou de Compressibilidade). Com a elevação do número de Mach elas provocam descolamento dos filetes. Inicialmente esse aumento de arrasto é lento devido apenas ao aumento da espessura da camada limite. Capítulo 2 Menu Mas quando as ondas de choque produzem descolamento dos filetes, o aumento é mais rápido, até chegar ao Mach de Divergência de Arrasto – MDIV, a partir do qual o crescimento do coeficiente de Arrasto é muito mais acentuado. O coeficiente de Arrasto para enflechamento nulo atinge seu valor máximo no Mach = 1. Capítulo 2 Número de Mach Coeficiente de Arrasto Mach de Divergência Mach Crítico 0.6 0.7 1.0 Menu 45 VARIAÇÃO DA POSIÇÃO DO CP As ondas de choque provocam uma variação na distribuição de pressão nos aerofólios, deslocando o centro de pressão da asa para trás. Capítulo 2 Menu Capítulo 2 Menu 47 REDUÇÃO DO DOWNWASH Quando um aerofólio produz Sustentação, como conseqüência do princípio de ação e reação, os filetes de ar que passam pelo bordo de fuga são desviados para baixo (downwash). Capítulo 2 Menu Devido ao downwash, o ângulo de ataque da superfície horizontal é negativo, e portanto, a Sustentação nela produzida é negativa. Com velocidades superiores ao Mach crítico, a onda de choque reduz o downwash da asa, e, como conseqüência, o ângulo de ataque da superfície horizontal torna-se menos negativo, reduzindo, pois, o valor da resultante. Capítulo 2 Menu 49 Capítulo 2 Downwash Normal Menu 50 Capítulo 2 Redução do Downwash Menu 51 ROLLOFF O uso dos pedais em velocidades próximas ao MMO pode fazer com que uma das asas ultrapasse o Mach crítico. Esta asa perderá sustentação e abaixará (onda de choque), produzindo um rolamento para o lado oposto ao desejado. Para evitar esse efeito, nos vôos próximo ao MMO deve-se usar só os ailerons. Capítulo 2 Menu TENDÊNCIA DE PICAR (TUCK UNDER ou MACH TUCK) É provocado pelo deslocamento do CP para trás, e a redução do Downwash. Capítulo 2 Menu COMANDOS INOPERANTES Acima do Mach crítico, todos os sinais produzidos pelas superfícies de comando ficavam acumuladas na onda de choque. A mudança do CP produz grande aumento do momento na linha de articulação, tornando sua movimentação difícil. (A turbulência criada pela onda de choque descola e tira a força dos filetes, perdendo assim o movimento dos comandos). Capítulo 2 Menu VOO TRANSÔNICO Nas atuais velocidades de cruzeiro, o Arrasto Induzido representa de 25% a 40% do total, sendo os Arrastos Parasita e de Compressibilidade responsáveis pelo restante. Acima do MDIV o arrasto torna-se muito elevado. Capítulo 3 Menu ENFLECHAMENTO A asa enflechada só é sensível à componente de vento relativo perpendicular ao bordo de ataque. Por isso ela produzirá menos sustentação que uma asa não enflechada. Assim, com o mesmo aerofólio porém com um enflechamento de 30º o MCRÍT passa a ser M = 0,808. Capítulo 3 Menu Mcrít = 0,7 Mcrít = 0,808 ENFLECHAMENTO – Aumenta o Mach Crítico, mas por outro lado traz algumas desvantagens: Menor capacidade de produzir sustentação Tendência de estolar na ponta da asa Agravar o “Pitch up” (Fenômenos estudados no capítulo 4) Capítulo 3 Menu AEROFÓLIOS Para aumentar o MCRÍT foram criados aerofólios para grandes velocidades. Estes tem menor curvatura e menor espessura do que os convencionais usados nas baixas velocidades. Nesses perfis, a curvatura do extradorso é pouco acentuada, evitando grandes aumentos de velocidade; como resultado, a onda de choque só aparecerá em velocidades (ou Números de Mach) mais elevadas. Os primeiros aerofólios estudados com essa finalidade foram os chamados aerofólios laminares. Capítulo 3 Menu Capítulo 3 Menu Posteriormente verificou-se que estes não eram, realmente, os melhores aerofólios para as altas velocidades. Atualmente os perfis mais promissores são os Supercríticos, que apresentam as seguintes diferenças em relação aos aerofólios convencionais: Maior raio do bordo de ataque; Curvatura superior reduzida (menor espessura); Curvatura em S próxima ao bordo de fuga. Capítulo 3 Menu Capítulo 3 Menu Os perfis Supercríticos apresentam as seguintes desvantagens: Redução do coeficiente de sustentação máxima. Menor volume para armazenar combustível e trem de pouso. Capítulo 3 Menu REGRA DA ÁREA (Area Rule) Este conceito foi desenvolvido pelo Dr. Richard T. Whitcomb, que também desenvolveu o perfil supercrítico. Essa regra constata que o menor arrasto nos regimes transônicos e supersônicos, é obtido quando as áreas das sessões retas do avião ao longo do eixo longitudinal formam uma curva contínua, sem mudanças abrutas ao longo do seu comprimento. Capítulo 3 Menu Capítulo 3 Menu Capítulo 3 Menu Capítulo 3 Menu Um dos primeiros e mais populares exemplos da Área Rule foi o F-102 Delta Dagger que teve seu Mach aumentado de 0.98 para Mach 1.22 apenas com o uso deste conceito. Capítulo 3 Menu Capítulo 3 Menu GERADORES DE VÓRTICES (Vortex Generators) Os vórtices captam ar fora da camada limite, portanto com muita energia, e o misturam com o ar da camada limite que está “cansado”, pois perdeu energia cinética devido a viscosidade do ar. Capítulo 3 Menu A camada limite é energizada pelos vortex generators, podendo adiar ou prevenir o descolamento da camada limite. Conclusão: Os geradores de vórtices são empregados para reduzir o Arrasto, aumentar a Sustentação, melhorar o controle e reduzir os buffets de alta e de baixa. Capítulo 3 Menu ESTABILIZADOR HORIZONTAL COM INCIDÊNCIA VARIÁVEL Para tornar mais efetivo o comando de arfagem e para reduzir o arrasto produzido pelo profundor, é empregado estabilizadores horizontais móveis. Capítulo 3 Menu MACH TRIMMER Dispositivo sensível ao número de Mach. Atua sobre o estabilizador horizontal de incidência variável ou sobre o profundor, e faz força contrária ao movimento de Tuck Under e Pich Up, neutralizando a força no manche. Capítulo 3 Menu CONSEQUÊNCIAS DO ENFLECHAMENTO Como vimos anteriormente, a asa enflechada só é sensível à componente de vento relativo perpendicular ao bordo de ataque. Por isso ela produzirá menos sustentação que uma asa não enflechada. Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu Redução da Sustentação Os aerofólios empregados nessas asas possuem menor curvatura e espessura que aqueles empregados nas asas não enflechadas. Para compensar a diminuição de sustentação é preciso aumentar o ângulo de ataque. Capítulo 4 Menu Redução da Sustentação Nas altas velocidades isto não é um problema, -a alta velocidade requer pequeno ângulo de ataque para produzir sustentação- entretanto nas baixas velocidades você está em um ângulo de ataque grande e enflechando a asa força você a aumentar ainda mais seu ângulo de ataque, tendo como desvantagem a menor visibilidade do piloto e a necessidade de empregar trens de pouso maiores, assim como além do CLMAX ser menor, ele também ocorre num ângulo de ataque maior. A redução do CLMAX aumenta a velocidade de estol e torna necessário o emprego de dispositivos hipersustentadores como os flapes fowler, eslates, flapes de bordo de ataque, etc. Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu Tendência de “passeio” dos filetes de ar (Fluxo Transversal ) Outra característica desfavorável da asa enflechada é a tendência dos filetes de ar “passearem” pela asa. Capítulo 4 Menu O fluxo transversal provoca a redução da sustentação e aumento do arrasto. Para reduzir esse efeito são empregados Wing Fences. Capítulo 4 Tendência de “passeio” dos filetes de ar (Fluxo Transversal)Menu Tendência de estol na ponta da asa A camada limite numa asa enflechada escoa da raiz em direção às pontas. Nesse percurso perde-se velocidade devido ao atrito. Nas pontas das asas, a velocidade se torna pequena provocando a tendência de estolar de ponta de asa. Capítulo 4 Menu Tendência de estol na ponta da asa O CP se deslocará para frente, provocando a tendência de pitch up. Capítulo 4 Menu Tendência de estol na ponta da asa Assim, ao invés de corrigir o estol, abaixando o nariz, tendência de todo avião estável, o avião entrará mais a fundo no estol. Para eliminar essa tendência faz-se uso: da torção da asa, com menor ângulo de incidência nas pontas (washing out), diminuindo o ângulo de ataque na ponta e fazendo com que a raiz da asa estole antes da ponta; uso de aerofólios com maior curvatura na ponta da asa; emprego de “slots” próximos às pontas, etc. Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu DUTCH ROLL Consiste numa combinação defasada de movimentos de guinada e movimentos de rolamento, provocado pelo fato da estabilidade lateral ser mais forte que a estabilidade direcional. Capítulo 4 Dutch Roll Menu DUTCH ROLL Imagine que você iniciou uma curva descordenada para a direita, isso inclina o vetor de sustentação para a direita, causando um movimento de derrapagem. Em vez do fluxo de ar soprar diretamente abaixo do nariz, agora ele vem da direita. De acordo com a imagem a seguir podemos notar que o ar passa perpendicular ao bordo de ataque da asa direita enquanto da asa esquerda o ângulo é maior. Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu DUTCH ROLL Como sabemos, na asa enflechada somente o ar que passa paralelo a linha da corda gera sustentação. Então, como visto na imagem, a asa direita possui mais ar passando paralelo a linha da corda que a asa esquerda, significando que a asa direita está gerando mais sustentação que a esquerda. Essa sustentação extra ergue a asa direita nivelando as asas novamente, entretanto, sustentação extra também gera arrasto que gira o nariz para a direita. Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu DUTCH ROLL O estabilizador vertical ajuda a parar a guinada causada pelo arrasto da asa direita. Com o nariz guinado para a direita, o vento relativo que se aproxima do estabilizador vertical vem da esquerda. Isso faz com que o estabilizador vertical gere sustentação pra direita, guinando o nariz de volta para a esquerda. (Sim, o estabilizador vertical gera sustentação, não é apenas ar o empurrando a cauda para a posição inicial) Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu DUTCH ROLL Com a asa enflechada, a estabilidade direcional não é tão forte quanto a estabilidade lateral causada pelo enflechamento. Enquanto a cauda ainda tenta alinhar o nariz a aeronave girou para esquerda, causando uma derrapagem para a esquerda e iniciando o processo novamente. Capítulo 4 Menu Capítulo 4 Menu DUTCH ROLL Pode-se eliminar o dutch roll aumentando a área da deriva/leme, ou aumentando a distância dessas superfícies ao CG. Porém, qualquer uma delas implicará em aumentar o peso e/ou o arrasto do avião. A solução mais barata é o Yaw Damper, que aumenta o efeito de deriva sem aumentar o peso ou arrasto. Capítulo 4 Menu DUTCH ROLL O Yaw Damper é um dispositivo giroscópico sensível a mudanças de ângulo de guinada. Caso o Yaw Damper esteja inoperante, o piloto deverá empregar os ailerons para abaixar a asa que está subindo. Capítulo 4 Menu EFEITOS AEROLÁSTICOS Nenhuma estrutura aeronáutica é totalmente rígida e, ao ser exposta a forças aerodinâmicas, normalmente sofre deformações por flexão, torção, ou pela combinação destas. Capítulo 5 Menu INVERSÃO DO AILERON O abaixamento de um aileron aumenta a curvatura e o ângulo de ataque da asa e conseqüentemente a sustentação. Capítulo 5 Menu INVERSÃO DO AILERON Ao mesmo tempo o aileron é submetido à pressão dinâmica que provoca uma força na asa – A estrutura da asa deverá resistir a essa torção. Capítulo 5 Menu INVERSÃO DO AILERON Para velocidades maiores haverá inversão dos comandos. Manche para direita – curva para esquerda. Qual seria a solução? Capítulo 5 Menu INVERSÃO DO AILERON Construir uma asa muito resistente à torção em alta velocidade para evitar a inversão dos ailerons. Capítulo 5 Menu INVERSÃO DO AILERON Utilização de dois pares de ailerons, um externo e outro interno. Capítulo 5 Menu SPOILER Como o aileron interno é menos eficiente que o externo devido ao seu menor braço de alavanca, é necessário uma complementação, o que é feito pelo Spoiler. Capítulo 5 Menu SPOILER Os spoilers podem ser usados como freios em voo e recebem o nome de Speed Brakes. Na aterragem, o speed brake aumenta em cerca de 60% o arasto, e em até 200% a carga sobre o trem de pouso principal. Capítulo 5 Menu FLUTTER É uma oscilação auto excitada que ocorre quando uma superfície sustentadora sofre deflexões por conta de forças aerodinâmicas. Capítulo 5 Menu Flutter BUFFETING É uma instabilidade em alta frequência, ocasionada por um descolamento do fluxo aerodinâmico ou por oscilações de ondas de choque. Capítulo 5 Menu DIVERGÊNCIA O fenômeno da divergência ocorre quando uma superfície sustentadora sofre deflexão devida a um carregamento aerodinâmico, o que ocasiona um aumento de carga sobre o perfil, até a carga limite, causando a falha da estrutura. Capítulo 5 Menu DIVERGÊNCIA Capítulo 5 Menu VOO SUPERSÔNICO DESLOCAMENTO SUPERSÔNICO E SUBSÔNICO: Um avião afeta o ar a sua volta, e as perturbações de pressão por ele produzidas se movem a sua volta em todas as direções na forma de esferas com a velocidade do som. Capítulo 8 Menu PRÓXIMO A MACH = 1 A antecipação é cada vez menor, e ao atingir a velocidade do som ocorre um acúmulo de pressões, que provocam uma onda de choque perpendicular a trajetória, que estará colada ou ligeiramente à frente do nariz, de acordo com a forma deste. Capítulo 8 Menu ACIMA DE MACH = 1 Quando a velocidade ultrapassa Mach 1, a onda de choque vai dobrando para trás, formando o Cone de Mach; Quanto mais veloz, mais inclinada estará a onda de choque, ou seja, menor o ângulo do cone de Mach. Ao passar pela onda de choque, a pressão, a temperatura e a densidade dos filetes são aumentadas, reduzindo-se a velocidade. Capítulo 8 Menu À frente da onda de choque sempre existirá uma zona de silêncio e atrás uma zona de turbulência ou de ação. Capítulo 8 Menu CARACTERÍSTICAS DO REGIME SUPERSÔNICO: A diferença no escoamento dentro de um bocal convergente-divergente, quando ele passa de subsônico (incompressível) para supersônico (compressível). Capítulo 8 Menu CARACTERÍSTICAS DO REGIME SUPERSÔNICO: A diferença no escoamento dentro de um bocal convergente-divergente, quando ele passa de subsônico (incompressível) para supersônico (compressível). Capítulo 8 Menu Capítulo 8 Menu TIPOS DE ONDAS SUPERSÔNICAS Quando o escoamento é supersônico, todas as mudanças de velocidade, pressão, densidade, direção e etc, acontecem quase que instantaneamente. A área onde estes fenômenos acontecem é chamada de ondas. Capítulo 8 Menu Ondas de Compressão: Ocorrem subitamente e consomem energia (são as ondas de choque). Onda de Choque Normal: Sempre que uma onda de choque se forma, perpendicular ao fluxo livre, é chamada normal, e o fluxo imediatamente atrás da onda é subsônico. Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE NORMAL: Uma onda de choque normal se forma imediatamente na frente de qualquer objeto relativamente despontado num fluxo de ar supersônico, diminuindo esse fluxo para subsônico. Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE NORMAL: 1 - O fluxo é diminuído para subsônico 2 - A direção é inalterada 3 - A pressão estática sofre grande aumento 4 - A temperatura sofre grande aumento 5 - A densidade sofre grande aumento 6 - A energia do ar sofre grande diminuição Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE OBLÍQUA: O arrasto produzido pela onda de choqueoblíqua é menor que a onda de choque normal, por isso os aviões supersônicos empregam nariz e bordo de ataque pontiagudos. Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE OBLÍQUA: 1 – Velocidade diminui mas continua supersônica 2 – A direção é alterada (menor que 180º) 3 – A pressão estática é aumentada 4 – A temperatura é aumentada 5 – A densidade é aumentada 6 – A energia do ar diminui Capítulo 8 Menu Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE DE EXPANSÃO: É o efeito contrário ao da onda de choque. A onda de expansão aparece quando o fluxo de ar em alta velocidade é obrigado a expandir-se. Passando através de uma onda de expansão, a densidade e a pressão do ar diminuem bruscamente e a velocidade aumenta. Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE DE EXPANSÃO: Não são instantâneas e não consomem energia. Capítulo 8 Menu ONDA DE CHOQUE DE EXPANSÃO: 1 – O fluxo de ar é acelerado 2 – A direção é alterada (maior que 180º) 3 – A pressão estática diminui 4 – A temperatura diminui 5 – A densidade diminui 6 – A energia do ar não é modificada Capítulo 8 Menu Capítulo 8 Menu Tipo de onda Onda de choque obliqua Onda de choque Normal Onda de expansão Mudança de direção Ângulo menor que 180 graus com nova direção Não modifica Ângulo superior a180 graus com nova direção Efeito na velocidade e num. Mach Decresce porém continua supersônica Decresce para subsônica Velocidade aumenta Efeito na pressão estática e densidade Aumenta Grande aumento Diminui Efeito na energia e pressão total Diminui Grande diminuição Não modifica PERFIS SUPERSÔNICOS Como a onda de proa, seja oblíqua ou normal, sempre aumenta a pressão, esta, na parte dianteira de um aerofólio, voando supersonicamente, é sempre superior à pressão atmosférica. Capítulo 8 Menu Na parte traseira, o fluxo de ar deverá novamente mudar de velocidade e pressão, por intermédio de uma onda de expansão. Após essa onda, a pressão será diminuída; A diferença da pressão entre a parte dianteira e a traseira produz o Arrasto de onda, que, ao contrário do Arrasto subsônico-transônico, não depende da viscosidade do ar (devido a alta velocidade do deslocamento), somente da espessura do aerofólio. Capítulo 8 Menu A onda de expansão provoca uma redução da pressão do extradorso, enquanto a onda de choque provoca um aumento da pressão no intradorso. A diferença de pressão entre as duas faces resulta num Arrasto Induzido produzido pela Sustentação que independe do alongamento da asa (em alta velocidade o mais importante é a área frontal do objeto). Devido à isso, os aviões supersônicos possuem asas com pequeno alongamento e grande afilamento para redução de peso. Capítulo 8 Menu Para produzir a mesma Sustentação, o Arrasto supersônico é bem superior ao Arrasto subsônico e transônico. Como o Arrasto de onda é proporcional ao quadrado da espessura dos aerofólios, no regime supersônico eles são muito mais finos que os aerofólios subsônicos. Capítulo 8 Menu VOO HIPERSÔNICO É considerado voo hipersônico aquele que iguala ou supera a velocidade de Mach 5. O voo hipersônico é uma realidade desde 1949. Em 1961, Yuri Gagarin foi o primeiro homem a voar hipersonicamente quando sua nave atingiu Mach 25 ao retornar à atmosfera. Na década de 60 os veículos Apollo atingiram Mach 36 no retorno à atmosfera da Terra. O ângulo do cone de Mach é tão pequeno que a onda de choque de proa pode interagir com a camada limite (temperaturas elevadíssimas). Capítulo 10 Menu Capítulo 10 Menu
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