Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Demências Introdução: - Síndrome caracterizada pelo declínio de memória associada a déficit de pelo menos uma outra função cognitiva (capacidade de orientação, linguagem, atenção, capacidade de cálculo e outras) com intensidade suficiente para interferir no desempenho social ou profissional do indivíduo, comprometendo a qualidade de vida. - As quatro causas mais frequentes de demência são a doença de Alzheimer, demência vascular, demência com corpos de Lewy e a demência frontotemporal. - O diagnóstico etiológico da demência é baseado em exames laboratoriais e de neuroimagem, além da constatação de perfil neuropsicólogo característico. - Outro importante fator a ser considerado na avaliação psicológica/neuropsicológica é a possível interferência de algumas variáveis como a idade do paciente, o gênero (onde as mulheres mostrariam melhor desempenho nas habilidades verbais e os homens em tarefas matemáticas e visuoconstrutivas) e a escolaridade. Demência com corpos de Lewy: Introdução: - É uma degeneração cognitiva crônica que vai ser caracterizada por inclusões celulares (opôs de Lewy), presentes no citoplasma de neurônios corticais. - O quadro demencial se apresenta com rápido início e declínio progressivo, com déficit principalmente na função executiva, fluência verbal e performance audiovisual. O que são corpos de Lewy: - Os corpos de Lewy são inclusões esféricas eosinofílicas, presentes nos citoplasmas neuronais compostos por agregados de alfa-sinucleína (proteína sináptica) na forma insolúvel. Ocorre no córtex e no tronco encefálico. - Em condições normais, aparentemente, a alfa-sinucleína interage com os fosfolipídeos da membrana, participa na regulação da diferenciação celular, na plasticidade sináptica, n sobrevivência celular e na neurotransmissão dopaminérgicos. - Os corpos de Lewy também podem se acumular na massa negra, levando a uma demência por doença de Parkinson, que se desenvolve tardiamente nessa doença. Sintomas: - Os sintomas cognitivos e extrapiramidais, em geral, se iniciam com 1 ano de intervalo. - Diferente da doença de Parkinson, na fase inicial da DCL nã há tremor precoce, mas há rigidez axial com instabilidade de marcha, além disso, os déficits tendem a ser simétricos. Quedas repetidas são comuns. - A flutuação da função cognitiva é uma característica relativamente específica da DCL. Os períodos de alerta, coerência é orientação podem se alternar com períodos de confusão e ausência de respostas a perguntas. - A memória de curto prazo é menos afetada que a memória para amplitude de dígitos (capacidade de repetir 7 dígitos em ordem direta e 5 em ordem inversa). Isso porque a deficiência de memória parece resultar mais dos déficits no alerta e na atenção do que na aquisição da memória de fato. - É comum haver sonolência excessiva durante o dia. As capacidades visuoespacial e visuoconstrutivas são mais afetadas que outros déficits cognitivos. - Alucinações visuais são comuns (é o único sintoma psicótico que diferencia DCL de DA ou DV). Os pacientes com alucinações visuais tendem a apresentar maior quantidade de CL em estruturas temporais, como o giro parahipocampal e a amígdala. Diagnóstico: - O diagnóstico é essencialmente clínico, hão há teste laboratorial específico, os exames de imagem podem servir para excluir causas estruturais (como AVE) ou para distingir a DCL da DA (o grau de atrofia cortical e hipocampal na DCL é mínimo). - Os testes neuropsicológicos podem demonstrar alterações das funções executivas, da atenção e das habilidades visuoespaciais. Terapêutica: - Inibidores de colinesterase, inicialmente desenvolvidos para o tratamento de DA, são seguros e eficazes no tratamento dos sintomas cognitivos e psiquiátricos, como alucinações visuais, delírio, apatia e ansiedade dos pacientes com DCL. - Pôde-se usar também pontualmente benzodiazepínicos na vigência de quadros de agitação ou agressividade. - Em relação aos sintomas parkinsonianos, o emprega da menor dose possível de Levodopa pode ajudar. Aluna: Loren Montanha Costa - medicina TXXX Doença de Alzheimer: Introdução: - Transtorno neurodegenerativo de início insidioso e deterioração progressiva, onde o prejuízo da memória vai ser o evento clínico maior. - Haverá também comprometimento progressivo das atividades de vida diária e uma variedade de alterações comportamentais. - A doença vai se instalar quando o processamento de certas proteínas do SNC começa a dar errado, surgindo fragmentos de proteínas mal cortadas, tóxicas, dentro dos neurônios e nos espaços que existem entre eles. moo consequência dessa toxicidade, vai ocorrer uma perda progressiva de neuronios em certas regiões do cérebro, como hipocampo (controla a memória) e córtex (afetando a linguagem, raciocínio, pensamento abstrato etc). Etiologia: - A DA tem etiologia desconhecida.. - A história familiar positiva para DA é o único fator sistemático associado à doença, além da idade. Sintomas: - O primeiro e mais característico é a perda de memória recente (trocar o lugar dos objetos, perder compromissos, repetição da mesma pergunta várias vezes). - Com a progressão da doença, vão aparecendo sintomas mais graves como: a perda da memória dos fatos mais antigos, irritabilidade, falhas na linguagem (dificuldade de encontrar palavras que exprimam ideias ou sentimentos), prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo (dificuldade para caminhos diferentes), suspeição injustificada (esconder dinheiro e pertences), agressividade, passividade e tendência a isolamento. Fisiopatologia: - A tríade do Alzheimer envolve a produção de agregados amilóides que formam as placas senis, emaranhados neurofibrilares provindos da hiprfosforilação de tau e morte neural. - Vários são os fatores que podem contribuir para o aparecimento da doença como: idade, sexo feminino, baixo nível de escolaridade, traumatismo craniano, síndrome de Down, estilo de vida, infecções, obesidade, diabetes, hipercolesterolemia e hipertensão. - As placas senis (depósitos amiloides) é causada pela quebra de amiloides de maneira beta em vez de alfa, sendo que a beta é insolúvel. - Os emaranhados neurofibrilres, formados por emaranhados de filamentos tau hiperfosforilados e acúmulo de amiloide na parede dos vasos sanguíneos no córtex e leptomeninges. Essa tau é o pilar da célula, mas na DA há modificação e ela fica na posição vertical e forma novelos. - Inicialmente, há o estágio inicial com acúmulo de emaranhado e amiloide no córtex hipocampal. Há perda de memória de curto prazo, porque o hipocampo é a porta de entrada de experiencias novas. Pode durar 2-5 anos esse estágio. - Depois do hipocampo, a doença se espalha para o estágio moderado, com o acometimento do lobo temporal e mais dificuldade de memória, orientação, comuniaçao, usar objetos. O paciente já nao pode mais viver sozinho, pois se perde e se confunde com facilidade. Pode durar vários anos essa fase. - Evolução da linguagem: perda de denominação > compreensão > fluência. Em alguns casos afasia pode ser precoce e proeminente. Apraxia surge e os pacientes tem problemas na execução de tarefas motoras sequenciais. - Depois vem o estágio avançado grave. Quase todo o cérebro está alterado, mas as pessoas ainda conseguem andar, se alimentar. Mas não conseguem resolver problemas e se comunicar. Os padrões de sono-vigília sao alterados, e tem hábito de vagar a noite pela casa. Alguns apresentam marcha arrastada, rigidez muscular generalizada com lentidão e inadequação dos movimentos. Incontinência é comum, assim como o confinamento no leito. - O quarto estágio, ou estágio terminal, é restrita ao leito, mutismo, dor à deglutição e infecções recorrentes. Diagnóstico: - O diagnóstico é clínico. - Pessoa com declínio lentamente progressivo da memória é orientação, resultados normais de exame laboratoriais e RM ou TC que demonstrem apenas atrofia cortical difusa ou predominantemente posterior e hipocampal, tem grandechance de ter Alzheimer - O diagnóstico só é confirmado com biópsia em necropsia. - Na imagem da ressonância magnética pode haver atrofia do lobo temporal interno, identificado desde estágios iniciais da doença; atrofia de córtex entorrinal, hipocampos. Tratamento: - Por ser uma doença incurável, o tratamento visa dar qualidade de vida ao paciente. - O tratamento medicamentoso se baseia em aumentar a transmissão colinérgica, aumentando níveis cerebrais de acetilcolina.A reposição é feita pela inibição de colinesterase, especialmente acetilclinesterase, com rivastigmina (5mg, 2x ao dia), galantaria (24mg/dia). - O antcolinesterásico e memantina tem efeito modesto, apenas, mas reduzem a velocidade de deterioração cognitiva. Com o tempo perde efeito por causa da morte dos neurônios pré-sinópticos e redução da produção de acetilcolina. - A rivastigmina já era oferecida por via oral, porém tinha o inconveniente de causar alguns desconfortos gastrointestinais no paciente, como náuseas, vomito e diarreia. Para tentar diminuir esses efeitos, agora tem outra apresentação, o adesivo transdérmico. - Antioxidantes também podem ser abordados como alternativa terapêutica para a DA, uma vez que a formação de radicais livres de oxigênio podem contribuir para a patogenia da doença. Embora não proporcionem melhora objetivo da cognição, podem retardar a evolução natural da doença, exercendo um suposto efeito neuroprotetor. - Além disso, o uso do canabidiol não psicoativo (CBD) demonstrou em estudos propriedades neuroprotetoras, anti- inflamatórias e antixoxidantes. -O CBD reduz o NO e interleucina 1 beta, que são substancias ativas liberadas por beta-amiloides, que formam as placas senis. Sendo assim, o CBD reduz os principais moduladores do dano neuronal. - O NO é um radical livre importante nas condições neuroinflamatórias e neurodegenerativas, que incluem acelerar a nitraçao de proteínas e aumentar a hiperfosforilação da tau. Demência vascular: Introdução: - É a degeneração cognitiva, ajuda ou crônica, decorrente de infarto cerebral difuso ou focal, relacionada com doenças cerbrovasculares. - É a segunda causa mais comum de demência entre os idosos. É mais frequentes em homens. Geralmente começa após os 70 anos de idade. - Fatores de risco: DM, HAS, tabagismo, sedentarismo, dislipidemia, genética. Fisiopatologia: - A demência vascular acontece quando vários infartos cerebrais pequenos (ou, as vezes, hemorragias) causam perda neuronal ou axonal suficiente para afetar a função cerebral. - Pode ser concomitantemente a DA, uma vez que essa doença predispõe a angiopatia amiloide, e consequentemente AVE. - Os pacientes com DV normalmente se apresentam com Sd. Demencial do tipo córtico-subcortical, onde os sintomas primários são de déficits nas funções executivas. A apresentações clínica depende da causa e da localização do infarto cerebral. Sintomas: - Perda de memória, função executiva prejudicada, dificuldade de iniciar ações ou tarefas, raciocínio lento, alterações de personalidade e humor, alterações de linguagem. - Em comparação com a DA, a DV tende a causar perda de memória mais tarde e afeta a função executiva mais precocemente. Além disso, é observado um maior índice de depressão e comprometimento funcional em pacientes com DV, comparado a DA. - Em quase todos os casos, há alterações motoras: exacerbação dos reflexos tendinoso profundos, resposta extensora plantar, anormalidades da marcha, fraqueza de um membro, hemiplegias e afasias. Diagnóstico: - Essencialmente clínico, baseado no diagnóstico diferencial. - Achados de AVE na TC é sugestivo. - Os elementos da história clínica que favorecem o diagnóstico da DV e não da DA são: confusão mental de ocorrência noturna, incontinência emocional, HAS, AVE’s prévios. - Características clínicas compatíveis com o diagnóstico de DV são: presença precoce de distúrbio da marcha, história de desequilíbrio e quedas, urgência urinária precoce, paralisia pseudobulbar, mudanças na personalidade e no humor, déficits subcorticais (retardo psicomotor e função executiva anormal). - Características que tornam o diagnóstico pouco provável para DV são: inicio precoce de déficit da memória, ausência de sinais neurológicos focais, além do distúrbio cognitivo, ausências lesões cerebrovasculares em exames de imagem. Tratamento: - Drogas como inibidores da colinesterase (que podem melhorar a função cognitiva) e a memantina (antagonista de NMDA que ajuda a retratar a perda da função cognitiva) podem ser utilizados também. Síndrome de Wernicke-Korsakoff: Introdução: - A doença de Wernicke e a psicose de Korsakoff foram identificadas no final do século passado. - A primeira é caracterizada por nistagmo, marcha ataxica, paralisia do olhar conjugado e confusão mental. Esses sintomas de inicio abrupto, ocorrendo frequentemente combinados. Está associada ao alcoolismo e a deficiência nutricional. - Já a psicose de Korsakoff é uma desordem mental na qual a memória de retenção está seriamente comprometida em um paciente até então sadio. essa desordem está associada ao alcoolismo e à deficiência nutricional. Manifestações clínicas: - A tríade clássica é composta de oftalmoplegia, ataxia e distúrbios mentais e de consciência. - anormalidades oculares: nistagmo, horizontal ou vertical, paralisia ou paresia dos músculos retos externos e do olhar conjugado, sendo comum achados como diplopia e estrabismo convergente. - Em estágios avançados da doença, pode ocorrer miose e não reatividade pupilar. - Os distúrbios de consciência e de estado mental ocorrem principalmente como um estado confusional global, no qual o paciente está apático e desatento. - O estado amnésico caracterizado dapsicosse de Korsakoff é marcado por um lacuna permanente na memória do paciente. Há defeito do aprendizado (amnésia anterógrada) e perda da memória passada (amnésia retrógrada). A memória imediata está intacta, mas a memória de curto prazo está comprometida. Etiologia: - A psicose de Korsakoff pode ocorrer nos tumores do terceiro ventrículo, infarto ou ressecçao cirúrgica do lobo temporal ou como sequela de encefalite por herpes simples. - A síndrome de Wernicke-Korsakoff, associada com deficiência de tiamina, tem sido descrita em pacientes sob diálise, AIDS, após gastroplastia para manejo de obesidade. - A síndrome de Korsakoff também pode acontecer em pacientes com vômitos persistentes, puerpério, intoxicação e outras doenças crônicas. Diagnóstico: - Achados em neuroimagem: atrofia cortical de predomínio frontal e reduçao de volume dos tálamo e corpos mamilares. Tratamento: - O tratamento deve ser iniciado com administração de tiamina, uma vez que esta previne a progressão da doença e reverte as anormalidades cerebrais que nao tenham provocado danos estruturais. Hipovitaminose de B12 - Causa rara de elencai reversível e psicose orgânica. - A demência é caracterizada por disfunção cognitiva global, lentificaçao mental, perda de memória e dificuldade de concentração. - Aqui os déficits corticais focos não ocorrem, as manifestações psiquiátricas são frequentes e marcantes, incluindo depressão, manias e alucinações auditivas e visuais. - É diagnosticada quando as concentrações estão abaixo de 150pmol/l. Epidemiologia: - 10 a 30% das pessoas com mais de 50anos apresentam menor absorção de B12 em função da presença de gastrite atrófica e 1 a 2% apresentam ausência de fator intrínseco. - Atinge mais idosos e aumenta com a idade. Sintomas - Entorpecimento, formigamento, queimação dos pés, rigidez, fraqueza dos mmii, doenças neurológicas, raciocínio prejudicado e depressão. - Se prolongada a deficiência pode causar danos permanentes aos nervos, podendo causar desmielinização. Isso ocorre porque a B12 ajuda na conversão do metilmalonilcoa em succinilcoa. Sua deficiência pode acumular o metilmalonilcoa o que gera o desvio para produção de ácidos graxos de cadeia ímpar, gerando desorganização das bainhasde mielina e demência. Diagnóstico - é feito pela dosagem da vitamina B12. Diagnósticos diferenciais - Lúpus, DA, hidrocefalia de pressão normal. Tratamento - Suplementação oral de vitamina B12.
Compartilhar