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IMPUTABILIDADE PENAL

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IMPUTABILIDADE PENAL
Imputabilidade penal é a condição ou qualidade que possui o agente de sofrer a aplicação de pena e, por sua vez, só sofrerá pena aquele que tinha ao tempo da ação ou da omissão capacidade de compreensão e de autodeterminação frente o fato. Além dessa capacidade plena de entendimento, deve ter totais condições de controle sobre sua vontade. Em outras palavras, imputável é não apenas aquele que tem capacidade de intelecção sobre o significado de sua conduta, mas também de comando da própria vontade.
De acordo com Fernando Capez, a imputabilidade apresenta um aspecto intelectivo, consistente na capacidade de entendimento, e outro volitivo, que a faculdade de controlar e comandar a própria vontade.
A inimputabilidade pode ser absoluta ou relativa. Se for absoluta, isso significa que não importam as circunstâncias, o indivíduo definido como "inimputável" não poderá ser penalmente responsabilizado por seus atos na legislação convencional, ficando sujeitos às normas estabelecidas em legislação especial. Se a inimputabilidade for relativa, isso indica que o indivíduo pertencente a certas categorias definidas em lei poderá ou não ser penalmente responsabilizado por seus atos, dependendo da análise individual de cada caso na Justiça, segundo a avaliação da capacidade do acusado, as circunstâncias atenuantes ou agravantes, as peculiaridades do caso e as provas existentes.
Considera-se inimputável o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da conduta, totalmente incapaz de entender o caráter ilícito do fato. No art. 26 do CP, podemos constatar que adotamos o Sistema Biopsicológico ou Misto de Culpabilidade, exigindo de um lado a presença de anomalias mentais (doença/ desenvolvimento incompleto ou retardado/ perturbação dos sentidos resultante da ação substância psicotrópica ou álcool), e, de outro, a completa incapacidade de entendimento.
Aos inimputáveis haverá uma isenção de pena em razão da absoluta impossibilidade de o autor do fato compreender a ilicitude de sua conduta ou determinar-se de acordo com esse entendimento, em razão de alguma doença mental ou de seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado. Cabe ressaltar que para ser isento de pena, tanto no caso de doença mental ou de embriaguez, a incapacidade de compreensão do ato tem que ser completa. Se for parcial, a pessoa é penalizada mas pode ter a pena reduzida.
A embriaguez seria a causa capaz de levar à exclusão da capacidade de entendimento e vontade do agente, em virtude de uma intoxicação aguda e transitória causada por álcool ou qual substancia de efeitos psicotrópicos como morfina, ópio, cocaína entre outros. No caso da embriaguez só há a exclusão da imputabilidade da pena, se decorrer de caso fortuito ou força maior. A força maior ocorre quando o agente não sabe que está ingerindo substância que causa a embriaguez. Já o caso fortuito ocorre por sua vez, quando o agente é embriagado sem que externe para tanto sua vontade, tal embriaguez decorre normalmente de coação física ou moral irresistível.
Já em razão da capacidade relativa de compreender a ilicitude de sua conduta, também decorrente de alguma perturbação mental ou de seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado, a doutrina fala que haverá apenas uma redução da pena.
No art. 28 do Código Penal diz que a emoção e a paixão não excluem a imputabilidade, por tanto, elas não servem para escudar a tese de inimputabilidade penal. A emoção é uma alteração afetiva importante, mas temporária, passageira, que pode consistir no susto, na raiva, na alegria etc.; Já a paixão, por sua vez, é uma alteração duradoura do estado psíquico da pessoa, por exemplo é o ciúmes, o amor, o ódio etc.; porém como já dito anteriormente nenhum desses estados de espírito fundamenta a inimputabilidade do autor contudo, eles podem afetar a dosimetria da pena.
No caso dos menores de 18 anos, que possuem presunção de desenvolvimento mental incompleto. O artigo 27 do Código Penal, que estabelece a inimputabilidade aos menores de 18 anos, obedece ao mandamento constitucional esculpido no artigo 228 da Carta Magna, que nos diz: “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos as normas da legislação especial”. Portanto, mesmo que um menor de 18 anos ao praticar um delito tenha inteiramente consciência de seus atos, será considerado inimputável, não sendo responsabilizado penalmente, contudo sua ação, caso constitua ato criminoso, ficará sujeito ao procedimento e medidas socioeducativas regulamentadas no Estatuto da Criança e do Adolescente instituído pela Lei 8.069/90 que fala de “infrações” ao invés de “crimes” e de “medidas” no lugar de “penas.
Todavia, vale ressaltar que a prova da inimputabilidade do acusado será feita através de um médico legal e fornecida pelo exame pericial, por exame de incidente de insanidade mental, onde se suspende o processo até o resultado final, sendo o prazo de 10 dias para provar a existência da causa excludente da culpabilidade que está disposto na Lei nº 11.719, de junho de 2008.

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