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Efeit� d� contrat� (Víci� redibitóri� � Evicçã�) Esses efeitos do contrato são vícios que atingem o objeto do negócio jurídico (coisa), são imperfeições e defeitos que atingem a própria coisa em si e não a vontade das partes. O alienante tem obrigação de garantir que a coisa esteja em perfeito estado para seu uso e que não tenha risco de privação ou perda do objeto adquirido. Entretanto, nem sempre isso acontece, vejamos: Víci� redibitóri�: são vícios ocultos presentes na coisa que a tornem inutilizável ou que diminuam o seu valor. - Aplicado somente em contratos comutativos (contratos pré estimados no qual as partes sabem exatamente quais seus deveres e direitos) ou onerosos e doações onerosas (doações que geram obrigações ao beneficiário) e doações remuneratórias (doações pagamento, quando o tempo para remunerar já se esgotou, porém deseja pagar mesmo assim). De acordo com o Art. 441. “ a coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.” Parágrafo único. “ É aplicável à disposição deste artigo às doações onerosas”. ● Requisit�: - Defeitos devem ser ocultos (ainda que percebidos de maneira imediata ou mais tarde) - Os defeitos devem existir no momento da celebração do contrato, ou seja, se os efeitos não tinham no momento em que foi feito o contrato, não há o que se falar em vício redibitório - Esses vícios devem impossibilitar o uso da coisa ou causar sua desvalorização. ● Responsabilidad�: a responsabilidade pelo defeito oculto da coisa recai sobre o alienante. - Mesmo que o alienante não tenha conhecimento da existência do defeito, ele não estará isento da responsabilidade. - Se conhecia do vício, deverá restituir o valor, mais as despesas além das perdas e danos (indenização) - Se não conhecia, não irá pagar a indenização, entretanto, restituirá o valor da coisa ao adquirente e pagará as despesas do contrato. - Se a coisa deixar de existir ou se perder já com o adquirente em decorrência do defeito oculto, o alienante ainda terá a responsabilidade. Art. 443- “ Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se não o conhecia, tão somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.” Art. 444- “ A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.” ● D� açã� � d� pr�� decadenciai�: - Constando o defeito, poderá o adquirente redibir o contrato (ação redibitória) ou pedir o abatimento do seu preço (quanto minoris). São chamadas de ações edilícias. De acordo com o Art. 442 - “Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, pode o adquirente reclamar o abatimento no preço.” - Os prazos para que seja pleiteada as ações, são prazos decadenciais, ou seja, o adquirente pode perder o direito de redibir ou abater o preço. Sendo um vício que tenha uma fácil percepção, o seu prazo é de 30 dias para coisa móvel e de 1 ano para coisa imóvel começando a contar a partir da entrega. - Se o objeto já estava na posse do adquirente (antes da transação) esse prazo irá cair pela metade. Visto que, pressupõe que a pessoa já teria tido um determinado tempo para perceber o vício - Sendo o vício oculto, que seja percebido apenas mais tarde, o prazo será de 180 dias para coisa móvel e de 1 ano para coisa imóvel, e começará a contar a partir do momento em que o adquirente tomou ciência do defeito. Art. 445- “ O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.” §1- “ Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. ● Cláusul� d� garanti�: Podem ser garantia legal (estabelecida no código) ou convencional (estabelecido pelas partes no próprio contrato). - Com a existência do prazo convencional, o prazo legal é paralisado, ou seja, a pessoa não irá perdê-lo pois não irá começar a contar até que o prazo convencional se extinga. Entretanto, se o adquirente soube do defeito, deverá, obrigatoriamente, comunicar ao alienante dentro de um prazo de 30 dias, correndo o risco de não poder redibir ou reclamar abatimento do preço caso não o faça. Art. 446- “Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.” Evicçã�: Acontece quando há a perda da coisa adquirida por meio de uma ação judicial ou ato administrativo, a pessoa perde o direito à posse e titularidade do bem, pois, pertence à outra pessoa. Esse é um vício de direito, pois atinge a titularidade do objeto e não ele em si. A coisa está em perfeito estado, porém há um vício referente a quem detém a posse. Exemplo de ato administrativo: apreensão policial. ● Parte�: - Alienante, é aquele que vende, transfere, aliena a coisa viciada - Adquirente/ evicto, é aquele que sofre a evicção, que perde a coisa - Evictor, é aquele que detém a real titularidade sobre a coisa ● Requisit�: - Deve haver a perda total ou parcial da coisa - Apenas em contratos onerosos e doações onerosas. Art. 447. “ nos contratos onerosos, o alienante responde pela Evicção.” - O adquirente não pode ter ciência de que a coisa é de outra pessoa ou litigiosa. De acordo com o Art. 457 “não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.” - Anterioridade do direito do evictor, ou seja, o terceiro deve ser detentor do bem antes da transação. ● Característica�: - Não é necessário que haja estipulações do contrato sobre a evicção, pois já é garantida pela norma - Denunciação da lide, ou seja, o adquirente que for intimado pelo terceiro para a reintegração da posse, poderá chamar no processo o alienante. Ele pode voltar-se contra o alienante para que seja ressarcido - A ação é uma reparação civil e está contida no Art. 206, §3, V do Código Civil, bem como os prazos são estabelecidos pelas normas da reparação civil. ● Responsabilidad� d� alienant�: - O alienante deverá restituir, integralmente, o preço e as quantias pagas pelo adquirente, no valor estabelecido no tempo em que perdeu a coisa e se foi perda parcial, o preço equivalente às perdas - Indenização dos frutos (bens acessórios) que o evicto foi obrigado a restituir - Indenização pelas despesas do contrato e os prejuízos que a Evicção causou - Custas judiciais e honorários do advogado do adquirente (Art. 450 e incisos) - Mesmo que a coisa tenha se deteriorado, o alienante ainda terá que restituir seu valor (exceto se por dolo do adquirente) Art. 451. “Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto se haver solo do adquirente.” - Se o adquirente deteriorar a coisa por dolo, obter vantagem disso é não for responsabilizado a indenizar, esse valor será deduzido da quantia que o alienante deverá pagar. Art. 452. “ se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.” ● Evicçã� parcia�: deve ser uma perda considerável seja na quantidade (perder ao menos metade da coisa) ou em sua qualidade (perder a melhor parte da coisa). - Será determinado como considerado ou não pelo juiz no caso concreto - Se não for considerável, será dado apenas às perdas e danos - Se considerável, poderá o adquirente escolher entre a rescisão do contrato (resolver/encerrar) ou pedir a restituição do que foi perdido. Não poderá escolher os dois. Art. 455. “Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evictooptar entre a recisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito à indenização.” ● Ar�. 448. “ Podem as partes, por cláusula expressa,reforçar, diminuir ou exclui a responsabilidade pela evicção.” - Embora não seja necessário disposição expressão para a evicção, podem os contratantes estabelecerem cláusulas sobre ela - Reforçar: aumenta a garantia da evicção, caso ocorra - Diminuir: diminui a responsabilidade, o que está disposto no Art. 450 - Exclusão: retira a garantia da evicção no confronto Atençã�! Essa exclusão NÃO é absoluta, visto que no Art. 449 estabelece que “não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.” Ou seja, ainda que estabelecida a cláusula de exclusão, deverá ser restituído o valor pago ao adquirente que não sabia ou não assumiu o risco da evicção. ● Benfeitoria�: as benfeitorias são obras feitas na coisa principal para que se conserve, melhore ou embeleze. - As benfeitorias necessárias (para conservação) ou úteis (para melhoras o uso) devem ser restituídas o valor pelo evictor (titular da coisa) e caso isso não ocorra, o alienante que deverá fazer essa restituição Art. 453. “As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.” - Caso o alienante pague pelas benfeitorias, o valor será abatido no preço da restituição do valor pago pelo adquirente Art. 454. “Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.”
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