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UTILIZAÇÃO RACIONAL DOS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM NO TROMBOEMBOLISMO PULMONAR AMANDA DA SILVA TANAJURA CIRINO – 7º SEMESTRE PROFESSORA ADRIANA MATOS DIAGNÓSTICO POR IMAGEM – 08/09/20 Tromboembolismo Venoso (TEV) É a formação de trombo na veia. É um conceito que envolve a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP) essas duas doenças fazem parte de um mesmo mecanismo fisiopatológico. É como se fosse uma única doença que pode se manifestar de duas formas. Fisiopatologia Tudo começa com a formação do trombo geralmente em uma veia dos membros inferiores. Esse fenômeno é chamado de TVP, que geralmente se dá em uma veia da panturrilha. Esse trombo sai da panturrilha e percorre a corrente sanguínea, passando a se chamar de êmbolo. Ao chegar ao pulmão e acometer uma artéria pulmonar, caracteriza-se o TEP, que se dá por um tromboêmbolo. A TVP, ou seja, a trombose dos MMII tem sua morbidade. Entretanto, o grande risco é quando o trombo se desgarra e forma o TEP, que pode ser fatal. Portanto, o TEP tem uma gravidade maior que a TVP. O TEV pode se manifestar apenas com TVP ou pode se manifestar como uma TVP que desgarra e forma o TEP. Não existe TEP sem TVP o que pode acontecer é de o trombo da perna se desgarrar completamente e ir em sua totalidade para o pulmão. A TVP pode ser clinicamente evidente (ou seja, manifestando-se através de dor, edema, achados de exame que evidenciem a presença do trombo) ou o trombo pode ter migrado completamente para o pulmão e não há mais sinais clínicos de TVP na perna (tanto clinicamente quanto através de exames), apenas de TEP. Tanto a TVP quanto o TEP podem ou não ter manifestações clínicas: depende da magnitude do trombo, se ele é muito grande, do calibre da veia acometida. A magnitude do trombo influencia nos sinais clínicos tanto em relação ao TEP (pode ser um TEP subclínico) quanto à TVP. Primeira descrição: Virchow (1850) Entidade: não ocorrem separadamente Trombose venosa profunda (TVP) Tromboembolismo pulmonar (TEP) Estudos de autopsia evidenciaram TVP em 83% dos pacientes cuja causa mortis foi TEP o restante (17%) foram os casos em que o trombo se deslocou inteiramente para o pulmão, não restando nada na perna. > 50% do pacientes com TVP desenvolvem TEP o grande medo diante de uma TVP é a evolução para o TEP. Epidemiologia Condição clínica comum, de elevada prevalência relativa em faixa etárias mais altas e em ambiente hospitalar quanto mais idoso, maior o risco de TEV. Elevadíssima prevalência em ambiente intra-hospitalar. Estudos demonstram que o TEP é a causa de morte evitável mais comum em pacientes hospitalizados. 3ª causa de enfermidade cardiovascular aguda. Subdiagnosticada: estudos de autopsia evidenciam que apenas 1/3 dos TEP são diagnosticados antemortem (antes da morte). 1/1000 pessoas 600.000 casos/ano Incidência: Aumenta com idade Aumenta em 2x a cada década a partir dos 40 anos Mortalidade em 30 dias, se não tratado 30% 1/3 TEV TEP sintomático 2/3 TEV TVP apenas As duas patologias estão imbricadas com a TVP, pode ou não haver o desenvolvimento de TEP. Quadro clínico Inespecífico/variável: desde assintomático até morte súbita (nos casos de uma embolia maciça). Depende da localização e magnitude (tamanho) do trombo/êmbolo e do calibre do vaso do ramo arterial ocluído (lobar, principal ou segmentar, por exemplo): Colapso circulatório embolia maciça (trombo em tronco de artéria pulmonar) Dispneia embolia submaciça Dor torácica tipo pleurítica (ventilatório-dependente) infarto pulmonar Haverá muito mais repercussão clínica se o ramo acometido for de menor calibre (um ramo subsegmentar). Manifestações principais de TEP: taquipneia, dispneia, dor torácica pleurítica, taquicardia, ansiedade, tosse, hemoptise. Quadro clássico de TEP: dor + dispneia + hemoptise (presente em apenas 20%) Sintomas/Sinais de TVP: 50% dos casos de TVP são assintomáticos, ou seja, não apresentam os sinais clássicos (dor e edema no membro acometido). 50% dos pacientes com esses sintomas (dor e edema) na verdade terão outras patologias que não TVP (erisipela, hematoma). Portanto, assim como no TEP, os sinais de TVP também são bastante inespecíficos. Investigação diagnóstica x suspeita clínica Quadro clínico inespecífico: suspeita clínica x exclusão de outras doenças é preciso que haja uma suspeição clínica, mesmo diante desse quadro clínico inespecífico. Essa suspeição clínica se dá de acordo com achados de epidemiologia positivos, ou seja, se o paciente tem fatores de risco para TVP e, portanto, para TEP, é preciso sempre ficar atento. Diagnóstico: probabilidade clínica pré-teste x exames Escala de Probabilidade Pré-teste Através do estudo dos fatores de risco, estabelece a probabilidade para TEP. Baixa probabilidade: Sintomas podem ser explicados por outra doença (ex: paciente com dor ventilatório-dependente, em que o Rx revelou um DP; paciente com edema de MMII, mas tem erisipela) Nenhuma anormalidade radiográfica ou no ECG Ausência de fatores de risco para TEV Probabilidade intermediária: Sintomas compatíveis com TEV, mas sem anormalidades no Rx ou ECG Achados não consistentes com alta ou baixa probabilidade ou seja, o paciente não tem um quadro em que é possível se excluir nem diagnosticar. Alta probabilidade: Sintomas compatíveis com TEV (relacionados a MMII ou ao tórax) e não explicados de outra forma Achados Radiográficos ou ECG compatíveis com TEV Presença de fatores de risco Diagnóstico Escala de Wells (modelo simplificado): Achados clínicos Escore Câncer em atividade 1 Paresia, paralisia ou imobilização recente nos MMII 1 Imobilização (> 3 dias) ou cirurgia maior recente (até 3 semanas) 1 Aumento da sensibilidade ao longo das veias profundas 1 Edema em toda a perna 1 Edema de panturrilha (> 3 cm) em relação à perna normal 1 Edema com cacifo mais intenso na perna afetada 1 Veias colaterais superficiais 1 Diagnóstico alternativo mais provável que TVP -2 Neoplasia aumenta a coagulabilidade, então é fator de risco. Alta probabilidade: 3 ou + Probabilidade intermediária: 1-2 Baixa probabilidade: 0 Aumento da sensibilidade = dor o trombo desencadeia um processo inflamatório no local. Trombos muito pequenos não causam um edema clinicamente evidente. Valor da Escala de Wells como preditor pré-teste: Alta probabilidade Prevalência de TEP: 38-78% Moderada probabilidade Prevalência de TEP: 16-28% Baixa probabilidade Prevalência de TEP: 1-3% Exame laboratorial: D-Dímero Produto de degradação do coágulo de fibrina. Sensível para fibrinólise, não específico para trombose o exame está alterado em presença de fibrinólise. Não é específico para a trombose, mas é sensível. Também presente em sangramento, trauma, cirurgia, gravidez, AAA, malignidade, infarto do miocárdio, pneumonia e sepsis. Elevada sensibilidade (96-100%); Especificidade reduzida (40-50%) todo exame pouco específico e muito sensível serve para descartar. Elevado VPN (>95%); Baixo VPP (50%) D-dímero negativo exclui TEV. D-dímero positivo é importante realizar uma angio-TC para pesquisar TEP. Avaliação conjunta da escala de probabilidade (Escala de Wells) e D-dímero D-dímero negativo e baixa probabilidade pré-teste: incidência em 3 meses de TEV de 0,5% exclui-se TEV. Não é necessário realizar TC. D-dímero negativo e moderada probabilidade pré-teste: incidência em 3 meses de TEV de 3,5%. D-dímero negativo e alta probabilidade pré-teste: incidência em 3 meses de TEV de 21,4%. D-dímero negativo exclui TVP proximal e TEP em pacientes jovens, saudáveis, com curta duração dos sintomas e probabilidade pré-teste baixa. Tromboembolismo Pulmonar – Radiografia do tórax Baixa especificidade e sensibilidade apesar disso, é sempre realizada,com o objetivo de afastar outras causas que justifiquem o quadro clínico do paciente (e não com o objetivo de encontrar algum sinal de TEP). Pode haver: Sinal de Westermark: atenuação da circulação pulmonar de localização periférica à área do trombo, que é correspondente à área de oligoemia por obstrução. Se houver um trombo na artéria pulmonar esquerda, por exemplo, e dali em diante o fluxo de sangue está diminuído (oligoemia), o pulmão acometido pelo trombo ficará mais preto (o vaso é hipotransparente e o ar é hipertransparente no Rx). Sinal de Fleischner: artéria pulmonar proeminente (calibre aumentado). O trombo, numa fase aguda, fica grande, por conta do processo inflamatório que aumenta o calibre do vaso. Corcova de Hampton: área de configuração triangular com ápice voltado para o hilo e base pleural (área de infarto pulmonar). É uma área de maior densidade. O tecido pulmonar foi necrosado devido à ausência de vascularização para aquela área. Elevação da hemicúpula diafragmática (relacionada a um processo de atelectasia ou de redução do volume pulmonar) Atelectasias subsegmentares de Fleischner são atelectasias pequenas. Derrame pleural Abaulamento do arco médio (relacionado a alteração da imagem cardíaca) Quando se encontra um desses sinais bem característicos, a especificidade aumenta. Entretanto, esses sinais são raramente encontrados. O Rx não consegue visualizar o trombo dentro da artéria pulmonar. Esses sinais são muito pouco específicos. O Rx é normal em cerca de 74% dos pacientes com TVP e TEP comprovados. Portanto, apenas 26% dos pacientes com TEP têm de fato alguma alteração no Rx. TEP em hemitórax esquerdo Pulmão esquerdo está mais escuro que o direito sinal de Westermark: indica a redução da vascularização devido à presença do trombo. Artéria pulmonar esquerda está mais abaulada que a direita. Cúpula diafragmática direita mais elevada que a esquerda por conta da presença do fígado. Se o paciente tiver uma probabilidade maior para TEP, é feita a avaliação inicialmente com o dímero-D: Se negativo exclui TEP. Não precisa submeter o paciente a TC. Se positivo não confirma TEP (pode estar alterado em várias outras situações, como sepse). É preciso continuar a investigação com o exame de escolha: angio-TC das artérias pulmonares. Rx rodado o posicionamento no Rx é avaliado passando uma linha vertical entre os processos espinhosos dos corpos vertebrais. Depois, mede-se a distância dessa linha em relação à borda medial da clavícula. Nesse Rx, essa distância é diferente entre os lados. Por esse motivo, o pulmão esquerdo está mais hipotransparente que o direito. Há uma área de redução da transparência (ou aumento da atenuação), de formato levemente triangular, com ápice voltado para o hilo e a base pleural (Corcova de Hampton). Num paciente com TEP, esse sinal está relacionado a infarto pulmonar. Entretanto, essa imagem também poderia ser uma atelectasia, um processo pneumônico, um processo tumoral, etc, mesmo que não seja uma imagem clássica dessas alterações. Fatores de risco Tríade de Virchow: Estase venosa: muito vista nos estados de imobilização de qualquer natureza (por um AVC, pós- operatório, fratura) Lesão endotelial: muito vista em pós-operatórios, estados de sepse, alguns tipos de viroses que levam à alteração inflamatória da parede do vaso. Hipercoagulabilidade: muito vista nos casos de neoplasias, deficiência de algumas proteínas da coagulação. Há uma associação enorme entre a covid-19 e esses fenômenos tromboembólicos, tanto na TVP e TEP, quanto na trombose de artérias (trombose de aorta, trombose de artéria femoral, trombose de artéria craniana – AVC) Fatores de risco do TEV: Imobilização Malignidade Estados de hipercoagulabilidade (doenças genéticas, por exemplo) Trauma/pós operatório Excesso de estrogênio (por uso de ACOs) Passado de TEV Insuficiência cardíaca Obesidade Tabagismo (principalmente quando associado ao excesso de estrogênio) Idade Duplex scan (USG com Doppler colorido) É o exame de escolha ou primeiro exame para o diagnóstico de TVP. Portanto, na suspeita de TVP, solicita-se um duplex scan, para saber se há sangue passando naquele vaso ou se há trombo em seu interior. Não é o padrão-ouro. Primeiro exame de imagem na pesquisa de TVP Elevada sensibilidade e especificidade para TVP em veias proximais (femorais e poplíteas) dos MMII (S:89 – 96%; E: 94 – 99%). As veias femorais e poplíteas são as veias de maior calibre e, portanto, são melhores vistas pelo doppler. Achados: Perda da compressibilidade (parcial ou total) principal sinal. A veia é uma estrutura colabável: ao pressioná-la, ela desaparece. Isso é um indicativo de que não há trombose. Se houver trombo, a veia não desaparece, porque o sangue está coagulado em seu interior, o que impede a redução do calibre. É um sinal rápido e muito específico. Esse sinal pode ser pesquisado inclusive na sala de emergência (compressão em 3 pontos comprime-se a femoral comum, a femoral superficial e a poplítea se negativo, descarta-se TVP) Material hipoecogênico/ecogênico luminal diante de um trombo, é visto um material ecogênico ocupando parcialmente ou totalmente a luz do vaso. Falha de enchimento ao color Doppler o color só pinta o que está em movimento. No color Doppler, a área com o trombo não opacifica pela cor. Ausência de sinal no Doppler espectral Perda da fasicidade do fluxo com a respiração na ausência de TVP, ao respirar fundo a veia cresce de tamanho. Ausência de aumento do fluxo com compressão distal Vantagens: são as vantagens da USG de um modo geral Método não invasivo Amplamente acessível Portátil Rápido Barato Não expõe à radiação ionizante Não tem contraindicação ou efeitos adversos (não precisa de contraste) Preciso no diagnóstico de TVP proximal aguda e sintomática Permite o diagnóstico diferencial com outras patologias (erisipela, trauma, hematoma, elefantíase, linfonodomegalia) Desvantagens: Examinador e equipamento dependentes Dificuldades relacionadas à janela acústica diminui sensibilidade para TVP pélvica (ou seja, em veias ilíacas) Em pacientes assintomáticos, é difícil a avaliação da panturrilha (trombos geralmente não oclusivos, pequenos e sem determinar distensão venosa) no doppler, é mais fácil a avaliação na região femoropoplítea (mais proximal) e mais difícil na região distal ao joelho. Sinal da perda da compressibilidade Num paciente com trombrose, a veia não colaba à compressão, porque está repleta de trombo em seu interior. Imagem 1 artéria e veia femoral comum direita normais. Imagem 2 ao comprimir, a veia colaba. Avaliação conjunta da escala de Wells e Duplex Alta probabilidade Moderada probabilidade Baixa probabilidade Duplex scan (+) 100% 96% 63% Duplex scan (-) 32% 16% 2% A sensibilidade da USG deve ser avaliada de acordo com a probabilidade clínica. Num paciente com alta probabilidade e USG positiva, o paciente tem 100% de risco de ter TVP; num paciente com baixa probabilidade e USG negativo, o paciente tem 2% de chance de ter TVP. Tromboembolismo Pulmonar (TEP) Angio-TC Principal exame para avaliar a parte pulmonar do TEV, ou seja, o TEP. Diagnóstico incidental em 1978. O crescimento da TC foi muito dado pelo surgimento dos tomógrafos multislices (de múltiplos detectores) em 2001. Exame de primeira linha (exame de escolha ou melhor exame) para diagnóstico de TEP. Tomógrafos helicoidais (1992): baixas sensibilidade e especificidade para artérias subsegmentares. Significativa melhora na detecção de trombos subsegmentares, ou seja, os trombos que estão nos ramos mais distais às artérias subsegmentares (graças ao surgimento dos tomógrafos de múltiplos detectores).Esses tomógrafos de múltiplos canais fizeram uma revolução de tal modo que o artigo ACR e Fleischner Society, já em 2005, considerou a partir de então a angio-TC como o padrão-ouro para o diagnóstico de TEP. Ainda há autores que se referem à arteriografia como o padrão-ouro, mas muitos estudos científicos trazem a angio-TC como o padrão-ouro. Independente disso, na prática clínica não é feita mais a arteriografia: o exame feito é a angio-TC. A validade clínica de um resultado negativo de Angio-TC exclui TEP agudo está bem estabelecida, com um VPN de 99%. É preciso fazer contraste endovenoso não existe angio-TC sem contraste. O contraste aumenta a densidade todo sangue que estiver no vaso aparecerá branco (hiperdenso), exceto se estiver coagulado. Nesse caso, a área do trombo ficará como uma imagem hipodensa/hipoatenuante no meio do contraste hiperdenso. Sem o contraste, tanto o sangue circulante quanto o sangue coagulado apareceriam hipodensos. Critérios diagnósticos da angio-TC: Imagem hipodensa/hipoatenuante, determinando ausência total ou parcial de opacificação pelo meio de contraste na topografia do tromboêmbolo. O calibre do vaso pode ou não encontra-se aumentado nos casos mais agudos pode estar aumentado. Nos casos crônicos, não estará aumentado, porque há uma retração do coágulo. Opacidades parênquimatosas/áreas hiperatenuantes periféricas (infartos pulmonares) Aumento do calibre de ramo artérial pulmonar central ou periférico Áreas de perfusão pulmonar em mosaico os segmentos pulmonares sem irrigação sanguínea ficam mais escuros, e o sangue será direcionado para outras áreas que ficarão mais claras. Então, há uma diferença de atenuação de acordo com as áreas acometidas do parênquima pulmonar, o que é chamado de perfusão em mosaico. Sinais de disfunção do VD TC do tórax com janela de mediastino com contraste endovenoso. Contraste o sangue está hiperdenso, muito parecido com a densidade do osso. Aorta ascendente (círculo mais superior) Aorta descendente (círculo mais inferior) Tronco da artéria pulmonar Artéria pulmonar direita Artéria pulmonar esquerda Veia cava superior São vistas imagens hipodensas no interior dos ramos segmentares das artérias pulmonares direita e esquerda. O tronco da artéria pulmonar geralmente tem o mesmo calibre da aorta. Nesse exame, ela está bem maior, indicando uma hipertensão por conta de um aumento da resistência relacionado a obstrução por trombos. Nesse exame também é visto um pequeno DP bilateral, com atelectasia do parênquima pulmonar adjacente. Portanto, esse paciente tem um TEP bilateral. RELEMBRANDO... SVC veia cava superior Azul tronco da artéria pulmonar AA aorta ascendente Vermelho artéria pulmonar direita PA tronco da artéria pulmonar DA artéria descendente LB brônquio fonte esquerdo RB brônquio fonte direito LP artéria pulmonar esquerda TC do tórax com contraste endovenoso. O TEP é uma imagem hipodensa dentro do ramo da artéria pulmonar. O diâmetro da artéria pulmonar direita está aumentado em presença dessa imagem hipodensa que representa o trombo. Consequentemente, o diâmetro do tronco da artéria pulmonar também está aumentado. Há um DP e uma atelectasia do parênquima pulmonar adjacente. TC do tórax com contraste Imagem 1 plano axial. Há trombos à direita e à esquerda (imagens hipodensas) Imagem 2 plano coronal. Detalhamento do trombo da direita, evidenciando a falha de enchimento por uma imagem hipodensa que não apresenta homogeneização pelo meio de contraste. Na TC superior é visto um trombo que não é totalmente oclusivo. É um trombo mais periférico. Os trombos cônicos tendem a assumir um padrão não oclusivo. Tronco da artéria pulmonar está aumentado. Imagens da direita janela de pulmão, evidenciando o parênquima pulmonar. As áreas ocupadas pelo trombo são áreas de menor atenuação, porque há menos sangue e os vasos são de calibres mais reduzidos. As áreas normais são mais claras e os vasos são de maior calibre. Essas áreas de maior atenuação relacionadas a vascularização em excesso e as áreas de menor atenuação relacionadas à hipoperfusão caracterizam a perfusão em mosaico. Janela de mediastino trombos à direita e à esquerda, DP (mais escuro) e atelectasias (em cima do DP, mais clara). Janelas de mediastino Fígado à direita DP e atelectasia Janela de pulmão Áreas mais claras e mais escuras relacionadas à perfusão em mosaico. Angio-TC: Padrão ouro exame de escolha na avaliação do TEP. Único exame capaz de investigar TEP e TVP, sem infusão adicional de contraste a angio-TC pode avaliar, além do TEP, no mesmo exame, a TVP, quando é solicitado, descendo a hélice. Entretanto, pelo fato de a USG com Doppler ser um método não invasivo, quase não é solicitado, pois isso envolveria descer mais a hélice e radiar inclusive os órgãos pélvicos do paciente. Como há uma preocupação em torno da radiação ionizante, esse protocolo conjunto geralmente não é solicitado. Mas se ainda assim for solicitado, não envolve uma infusão adicional de contraste. Exame minimamente invasivo e de realização rápida. Risco relacionado ao uso do meio de contraste risco de nefropatia. Não é um risco significativo, principalmente se o paciente não tiver comorbidades (disfunção cardíaca, disfunção renal, idoso, etc). Exposição à radiação ionizante é preciso pesar a relação custo-benefício, principalmente em crianças.ício, principalmente em crianças e adolescentes. Avalia as veias cava inferior e pélvicas melhor que o Duplex, principalmente em obesos (o tecido adiposo é uma limitação da USG) Venotomografia computadorizada Quando se aproveita o contraste injetado para a avaliação do pulmão e faz a avaliação dos MMII, inclusive com reconstruções tridimensionais, chama-se esse exame de veno-TC. Avalia a permeabilidade das veias e se há TVP. Único exame capaz de investigar TEP e TVP, sem infusão adicional de contraste. Devido à facilidade de fazer o Doppler, esse protocolo não é muito realizado. Vantagens: Aumenta a sensibilidade de detecção de TEV de 83% para 90%, sem comprometer a especificidade esse aumento está mais relacionado aos pacientes obesos, com meteorismo intestinal, pela maior facilidade em mostrar as veias pélvicas. Desvantagens: Aumenta exposição à radiação A dose gonadal é 2x maior em relação a dose do protocolo que utiliza apenas ATC em pacientes muito jovens, evita-se radiar essa região de gônadas. Evitar: Mulheres jovens (fase reprodutiva) Pacientes sem evidências clínicas de TVP Gestantes (contraindicação absoluta à realização de TC) Indicar sem restrição: Pacientes idosos Pacientes críticos internados em UTI Pacientes com evidências clínicas de TVP Imagem hipodensa no interior da veia femoral esquerda indicando TVP. Nível do joelho Imagem hipodensa no interior da veia poplítea esquerda indicando TVP. Angio-RM Não é o exame de escolha é um exame de exceção: só é feito quando o paciente tem alergia ao meio de contraste iodado. Exame minimamente invasivo Tempo de exame mais longo em relação à TC Acesso dos pacientes mais limitado Não expõe à radiação ionizante em contraposição, a sensibilidade não é satisfatória. Indicado como alternativa aos pacientes alérgicos ao meio de contraste iodado Diferencia TVP aguda de crônica Angio-RM o osso não aparece Contraste usado na angio-RM: gadolíneo. Imagem 2 falha de enchimento ou imagem hipointensa no interior da artéria pulmonar direita, demostrando um TEP à direita. Provavelmenteesse paciente é alérgico ao contraste iodado. A angio-RM também serve para avaliar as veias dos MMII. Arteriografia Convencional (por Subtração Digital) Historicamente considerada padrão-ouro hoje em dia não é realizada para o diagnóstico de TEP, de forma que muitos autores já consideram a angio-TC como o padrão-ouro. Método invasivo Elevado custo Morbidade (2%) e mortalidade (1%) Habitualmente reservada para fins terapêuticos Considerações finais A radiografia do tórax apresenta baixa sensibilidade e especificidade, sendo sua utilidade a exclusão de outras doenças entretanto, ele é sempre feito. Qualquer paciente com queixa torácica deve ser submetido ao Rx de tórax, como o primeiro método na linha de investigação. No cenário do TEP, tem o objetivo de excluir outras doenças. Faz-se necessário a avaliação dos métodos de diagnóstico por imagem conjuntamente com os escores de probabilidade pré-teste (escala de Wells). Em casos de baixa probabilidade e diante de radiografia de tórax normal, o D-dímero exclui TEV (quando negativo). O Duplex scan é o método de escolha para pesquisa de TVP, apresentando elevadas sensibilidade e especificidade para trombose aguda e sintomática proximal. A angio-TC, com o advento dos tomógrafo de múltiplos detectores, é considerada o padrão-ouro para o diagnóstico de TEP método de escolha para a pesquisa de TEP. Em casos de contraindicação ao uso do meio de contraste: avaliar as possibilidades de realizar cintilografia V/P ou Angiorressonância magnética. Arteriografia digital é habitualmente realizada para fins terapêuticos não mais é utilizada para fins diagnósticos.