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1 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP TVP E TEP Introdução A embolia pulmonar faz parte de um espectro, que se inicia, geralmente, no sistema venoso. O que ocorre é uma embolia (seja embolia gordurosa, embolia gasosa, embolia neoplásica), que gera isquemia e inflamação. Essa inflamação gera broncoespasmos e pouca ventilação (uma área que recebe sangue, mas não ventila, forma-se shunt). Neste contexto, na presença de um trombo no tronco da artéria pulmonar, o VD necessita bombear com maior força, o que gera sobrecarga do ventrículo direito e maior risco de infarto do VD (cor pulmonale). A TEV (tromboembolismo venoso) é composta pelo TVP (trombose venosa profunda) e TEP (tromboembolismo pulmonar). Fatores de risco: Os principais fatores de risco para TEP/TVP são: - Idade avançada; - Obesidade e sedentarismo; - Tabagismo; - Imobilização: lembre-se da tríade de Virchow (Hipercoagulabilidade, ou seja, fatores que aumentam o risco para formação de trombos, estase venosa e lesão endotelial ativando a cascata de coagulação); Fatores hereditários para Hipercoagulabilidade: Trombofilias: Fator V de Leiden; Mutação do gene da protrombina; Fatores adquiridos: pós-operatório; medicamentos (ACO); Neoplasia maligna; Imobilização; - Gestação. Trombose Venosa Profunda (TVP) Manifestações Clínicas: As principais manifestações clínicas do TVP são: - A maioria dos pacientes é assintomática; - Já nos pacientes sintomáticos, teremos: Edema em MMII, caracteristicamente assimétrico; Dor à palpação; Empastamento de panturrilha; SINAL DE HOMANS: dor com a dorsiflexão do pé. OBS: QUANTO MAIS PROXIMAL O TROMBO, MAIOR O RISCO DE TEP, principalmente na região ileofemoral. Diagnóstico: O diagnóstico do TVP é realizado através de: - Anamnese + exame físico; - USG de MMII com doppler venoso: iremos evidenciar uma alteração do fluxo dentro vaso e incompressibilidade do lúmen da veia. OBS: O PADRÃO OURO É A VENOGRAFIA, PORÉM É INVASIVO. Tromboembolismo Pulmonar (TEP) Manifestações clínicas: As principais manifestações clínicas do TEP são: - Dispneia súbita PRINCIPAL SINTOMA; - Dor torácica pleurítica ou ventilatório dependente; - Tosse e hemoptise; - Taquipneia PRINCIPAL SINAL; - Sibilância: por broncoconstricção reativa. OBS: Geralmente o exame respiratório está normal, justamente por ser uma condição vascular e não parenquimatosa. OBS1: Lembre-se dos sintomas inicias de TVP. OBS2: TEP MACIÇO: é um quadro clínico de TEP mais grave (por uma obstrução mais proximal e maior), de modo que o paciente apresenta hipotensão (o sangue não consegue passar do lado direito do coração para o lado esquerdo PAS < 90 + TAQUICARDIA) e cor pulmonale (por falha da atividade do VD por excesso de pressão, ou seja, insuficiência de VD por alteração pulmonar). Diagnóstico: O diagnóstico de TEP é feito através de: - Anamnese + exame físico; - Exames complementares: 2 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP Gasometria arterial: apresenta-se com hipoxemia e Hipocapnia/alcalose respiratória (por hiperventilação); ECG: como diagnóstico diferencial de IAM O achado mais frequente e inespecífico é uma taquicardia sinusal. Os achados mais específicos estão relacionados à sobrecarga de VD, sendo eles: PADRÃO S1Q3T3 Vista das derivações D1 e D3 Procura onda S em D1, procurar onda Q em D3 e procurar onda T invertida em D3. Radiografia de tórax: geralmente é um exame que se mostra normal. Contudo, podemos encontrar: SINAL DE WESTEMARK: oligemia localizada (hipertransparência em um lado); SINAL DE HAMPTON: consolidação (hipotransparência) triangular e periférica. Ecocardiograma: iremos visualizar uma disfunção de VD, uma vez que há aumento da pressão na artéria pulmonar delimita pior prognóstico; Marcadores: Aumento de BNP e troponina: demonstra sobrecarga de VD também indicam pior prognóstico; Aumento de D-dímero (lembre-se que o organismo gera produção de plasmina, que gera dissolução do trombo. Forma-se o PDF, que é o produto de degradação da fibrina). OBS: NENHUM DOS EXAMES FECHA DIAGNÓSTICO DE TEP, APENAS A ARTERIOGRAFIA FECHARIA. Escala de Wells: É uma escala para avaliar a probabilidade de ser TEP ou TVP. DICA: W É UM M AO CONTRÁRIO= MALIGNIDADE; E= EPISÓDIO PRÉVIO; S= SANGRAMENTO PULMONAR; LL= I = IMOBILIZAÇÃO. RESUMINDO: Ou seja, em casos de critério de Wells improvável, podemos lançar mão do D-dímero, uma vez que ele é bom para 3 Luana Mascarenhas Couto 18.2- EBMSP excluir. Já se vier um D-dímero sugestivo devemos pedir uma angio-TC de tórax (outros: cintilografia ou Doppler de MMII ou Arteriografia em casos de contraindicação do contraste). - ANGIOTC FALHA DO ENCHIMENTO DO CONTRASTE. Em casos desses exames derem positivo TEP. Em casos de critério de Wells provável, podemos lançar mão da AngioTC para confirmação ou até mesmo já iniciar terapia. Tratamento: O tratamento do TEP deve ser feita de maneira precoce, de modo que: - Anticoagulação por 3 meses: é indicado justamente para reduzir o trombo e impedir a formação de novos trombos. INICIAMOS COM ENOXPARINA (IV) + VARFARINA 5 MG/DIA (ORAL); SUSPENDER A ENOXPARINA COM 2 RNI ENTRE 2-3. OBS: A ENOXPARINA É UMA HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR NÃO PRECISA AVALIAR O TTPA. PORÉM É MAIS CARA. OBS1: A HEPARINA NÃO FRACIONADA PRECISA DA ESTABILIDADE DO RNI FICANDO ENTRE 2-3. - Filtro de cava inferior: é indicado se contraindicação a anticoagulação ou falha deste processo. - Trombólise: indicado para pacientes instáveis e graves (TEP MACIÇO) iniciar em até 14º dia. Embolectemia: Em casos de contraindicação ou falha da trombólise.
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