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Esquizofrenia: Sintomas e Diagnóstico

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Stephanny Teixeira 
Esquizofrenia 
 Perguntas de rastreio: 
1) Já teve alguma experiência como se estivesse sonhando 
acordado? 
2) Ultimamente, teve alguma experiência estranha que 
não consegue explicar? 
3) Ouve ou vê coisas que as outras pessoas não conseguem 
ver ou ouvir? 
4) Delírios persecutórios ou de referência, imaginação, 
mente 
5) Comportamento 
+ Engloba um grupo de transtornos com etiologias 
heterogêneas, inclui alterações na percepção, emoção, 
cognição, pensamento e comportamento. É um transtorno 
funcional. 
+ Sintomas fundamentais: distúrbios do pensamento, 
afetivos, autismo e ambivalência. 
+ Taxa de mortalidade mais alta em decorrência de 
acidentes. O abuso de substancias é comum na 
esquizofrenia. O abuso de álcool está muito presente nesses 
pacientes, pode aumentar os sintomas psicóticos. 
+ Acomete mais no final da adolescência e inicio da fase 
adulta. Morrem de 15-20 anos mais cedo, com prevalência 
de doença cardiovascular, neoplasia e DM. 
+ nicotina: pode melhorar os sintomas, como alucinações. 
+ existe um fator genético fortemente envolvido. 
FATORES BIOQUÍMICOS 
Ocorre um excesso de atividade dopaminérgica. 
DIAGNÓSTICO 
+ Paciente exibe 2 ou mais dos sintomas abaixo, cada um 
presente por 1 mês ou menos. Pelo menos 1 dos sintomas 
deve ser o (1), (2) ou (3): 
1. Delírios 
2. Alucinações 
3. Discurso desorganizado 
4. Comportamentos grosseiramente desorganizado ou 
catatônico 
5. Sintomas negativos. 
Sintomas devem persistir por 6 meses e não deve haver 
diagnostico de transtorno esquizoafetivo ou transtorno do 
humor. Há 5 subtipos: 
- Paranoide: preocupação com 1 ou mais delírios ou 
alucinações auditivas frequentes. Delirios de perseguição ou 
grandeza. Indivíduos com esquizofrenia paranoide tendem a 
ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e, às vezes, 
hostis ou agressivos, mas também ocasionalmente capazes 
de se comportar de forma adequada em algumas situações 
sociais. Sua inteligência nas áreas que não são invadidas pela 
psicose tende a permanecer intacta. 
- Desorganizado: comportamento primitivo, desinibido, 
desordenado. Os pacientes desorganizados em geral são 
ativos, mas de uma forma não construtiva, sem objetivo. Seu 
transtorno do pensamento é pronunciado, e o contato com 
a realidade é pobre. Sua aparência pessoal é desleixada, e o 
comportamento social e as respostas emocionais são 
inadequados, com frequência explodindo em risos sem 
nenhuma razão aparente. Sorrisos e caretas incongruentes 
também são comuns nesses pacientes, cujo comportamento 
pode ser mais bem descrito como tolo ou insensato. 
- Catatônico: Sua característica clássica é um distúrbio 
acentuado da função motora, que pode envolver estupor, 
negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras. Por 
vezes, o paciente exibe alternância rápida entre extremos de 
excitação e estupor. O mutismo é particularmente comum. 
Durante a excitação catatônica, os pacientes necessitam de 
supervisão constante para impedir que machuquem a si 
mesmos ou outras pessoas. Pode ser necessário 
atendimento médico devido a desnutrição, exaustão, 
hiperpirexia ou autolesões. 
- Indiferenciado: sem subtipo 
- Residual: transtornos de ausência. Retraimento social, 
pensamento ilógico, frouxidão leve. 
CLÍNICA 
+ SINTOMAS POSITIVOS: Os delírios mais comuns nos 
doentes com esquizofrenia são o delírio persecutório (o 
doente tem ideias de prejuízo contra si, sente-se ameaçado, 
perseguido, espiado ou vítima de uma conspiração) e o 
delírio de autorrelacionação (o doente acredita que as 
experiências são dirigidas a si, que falam sobre si, 
frequentemente em tom depreciativo ou que por exemplo 
mensagens em programas de televisão são para si). 
Stephanny Teixeira 
As alucinações são muito frequentes na esquizofrenia e 
podem ser de qualquer modalidade sensorial. As mais 
comuns são as auditivo-verbais e tomam a forma de vozes 
que são frequentemente desagradáveis, críticas, 
ameaçadoras, obscenas ou insultuosas. 
Observação: A presença de alucinações visuais, olfativas ou 
gustativas é incomum, devendo alertar o clínico para a 
possibilidade de um quadro orgânico como causa 
subjacente da síndrome 
+ SINTOMAS NEGATIVOS: são um conjunto de sintomas que 
representam a perda ou diminuição das funções normais. 
Ocorre déficit ao ao nível da motivação, das emoções, do 
discurso, do pensamento e das relações interpessoais. 
+ Início: Na história pré-mórbida típica, porém não 
invariável, da esquizofrenia, os pacientes tinham 
personalidade esquizoide ou esquizotípica, caracterizados 
como quietos, passivos e introvertidos; na infância, tinham 
poucos amigos. Adolescentes pré-esquizofrênicos podem 
não ter amigos próximos, nem interesses românticos, e 
também evitar esportes de equipe. Muitas vezes, preferem 
assistir a filmes ou televisão, escutar música ou jogar games 
de computador a participar de atividades sociais. Alguns 
pacientes adolescentes podem exibir início súbito de 
comportamento obsessivo-compulsivo como parte do 
quadro prodrômico. 
+ Os sinais podem ter iniciado com queixas de sintomas 
somáticos: dores de cabeça, dores nas costas, dores 
musculares, fraqueza e problemas digestivos, e o 
diagnóstico inicial pode ser simulação, síndrome da fadiga 
crônica ou transtorno de somatização. A família e os amigos 
podem, por fim, perceber que a pessoa mudou e não está 
mais funcionando bem em atividades ocupacionais, sociais e 
pessoais. 
Durante esse estágio, um indivíduo pode começar a 
desenvolver um interesse por ideias abstratas, filosofia e por 
questões ocultas ou religiosas. Outros sinais e sintomas 
prodrômicos incluem comportamento acentuadamente 
excêntrico, afeto anormal, discurso incomum, ideias 
bizarras e experiências perceptuais estranhas. 
+ Extremos comuns: responsividade emocional reduzida 
(rotulo de anedonia) e emoções exageradas e improprias 
com extremos de raiva, felicidade e ansiedade. 
+ Alucinações são comuns (não tem realidade) 
+ Ilusões: distorções de imagens ou sensações reais. 
+ Pensamento: transtornos do pensamento (forma, 
conteúdo e processo). Podem ser estabelecidas associações 
sem qualquer nexo ou uma paragem súbita na linha de 
pensamento (bloqueio do pensamento) criando uma 
verdadeira dificuldade em manter uma conversa, que pode 
ser percecionada numa consulta médica. Os doentes podem 
relatar experiências de alienação do seu próprio 
pensamento por agentes externos sendo sintomas-chave no 
diagnóstico de esquizofrenia (nomeadamente controlo, 
inserção, roubo ou difusão do pensamento). As alterações 
do pensamento podem ser um sinal de alerta para o clínico 
e podem ser facilmente detetadas pela sua estranheza. 
+ Impulsividade, violência e suicídio. 
+ Orientação: Pacientes com esquizofrenia geralmente são 
orientados em relação a pessoa, tempo e lugar. A ausência 
dessa orientação deve levar o médico a investigar a 
possibilidade de um transtorno cerebral de causa médica 
geral ou neurológica. 
+ Memória: A memória, testada no exame do estado mental, 
costuma estar intacta, mas pode haver deficiências 
cognitivas menores. Pode não ser possível, no entanto, fazer 
o paciente prestar atenção suficiente aos testes de memória 
para que a capacidade seja avaliada de maneira adequada. 
+Cognição: Pacientes com esquizofrenia normalmente 
exibem disfunção cognitiva sutil nas esferas de atenção, 
função executiva, memória de trabalho e memória 
episódica. É possível que toda pessoa com esquizofrenia 
tenha uma disfunção cognitiva, em comparação com o que 
ela seria capaz de fazer sem o transtorno. 
+ Achados neurológicos: sinais neurológicos focais e não 
focais (também conhecidos como sinais fortes e fracos, 
respectivamente) têm sido relatados como mais comuns em 
pacientes com esquizofrenia do que em outros pacientes 
psiquiátricos. Os sinais não focais incluem disdiadococinesia,
estereognosia, reflexos primitivos e destreza diminuída. Os 
sinais e sintomas neurológicos estão correlacionados com 
maior gravidade da doença, embotamento afetivo e um 
prognóstico insatisfatório. Outros sinais neurológicos 
anormais incluem tiques, estereotipias, caretas, habilidades 
motoras finas comprometidas, tônus motor anormal e 
movimentos anormais. 
CURSO DA DOENÇA 
+ Os sintomas começam na adolescência e são seguidos pelo 
desenvolvimento de sintomas prodrômicos em um intervalo 
de dias a alguns meses. 
+ Alterações sociais ou ambientais, tais como a mudança 
para cursar universidade em outra cidade, o uso de uma 
substância ou a morte de um parente, podem precipitar os 
sintomas perturbadores, e a síndrome prodrômica pode 
durar um ano ou mais antes do início de sintomas psicóticos 
manifestos. 
+ O curso clássico da esquizofrenia é de exacerbações e 
remissões. Após o primeiro episódio psicótico, o paciente se 
recupera de forma gradual e funciona de modo 
relativamente normal por um longo tempo. As recaídas são 
comuns, e o padrão da doença durante os primeiros cinco 
anos após o diagnóstico em geral indica o curso do 
paciente. O fracasso em retornar ao nível anterior de 
funcionamento é a principal distinção entre a esquizofrenia 
Stephanny Teixeira 
e os transtornos do humor. As vezes, uma depressão pós-
psicótica clinicamente observável se segue a um episódio 
psicótico, e a vulnerabilidade do paciente com esquizofrenia 
ao estresse costuma se manter por toda a vida. Os sintomas 
positivos tendem a tornar-se menos graves com o tempo, 
mas a gravidade dos sintomas negativos ou deficitários 
socialmente debilitantes, pode piorar. Embora cerca de um 
terço de todos os indivíduos com esquizofrenia tenha 
alguma existência social, ainda que marginal ou integrada, a 
maioria tem vidas caracterizadas por falta de objetivos, 
inatividade; hospitalizações frequentes e, no contexto 
urbano, falta de moradia e pobreza. 
+ Os doentes com esquizofrenia de longa evolução podem 
perder a noção de regras sociais e de higiene. Podem ser 
encontrados a falar sozinhos (solilóquios), a utilizar uma 
linguagem obscena (coprolalia) ou com risos imotivados (o 
doente ri-se daquilo que as vozes lhe dizem). 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
 T. delirante: associado único e exclusivamente ao 
delírio; 
 T. psicótico breve: mesmos criterios diagnósticos da 
esquizofrenia, porém o que diferencia é o tempo (aqui 
é de um mês); 
 T. esquizofreniforme: mesmos critérios diagnósticos da 
esquizofrenia, porém o que diferencia é o tempo (até 6 
meses); 
 T. esquizoafetivo: transtornos de humor (depressão ou 
mania) estão muito proeminentes e geralmente tem o 
transtorno psicótico associado com o transtorno de 
humor. Ao tratar o transtorno psicótico os sintomas 
negativos não desaparecem. 
TRATAMENTO FASE AGUDA 
O tratamento é feito com antipsicoticos que atuam na via 
mesolimbica, nos receptores de dopamina (D2). 
+ Antipsicoticos de 1G: atuam no bloqueio dos receptores 
D2. 
+ Antipsicoticos de 2G: atuam no bloqueio dos receptores 
D2 e 5HT2A. 
+ Se bloquear alfa 1 adrenergicos: hipotensão postural, 
tontura, taquicardia. 
+ Se bloquear muscarinicos M1: visão turva, xerostomia, 
obstipação, retenção urinaria. 
+ Bloqueio de H1: sedação e aumento e apetite. 
Outros efeitos secundários devem ser considerados como 
alterações eletrocardiográficas (prolongamento do intervalo 
QT) e alterações metabólicas como aumento de peso, 
dislipidemia e desenvolvimento de resistência à insulina, 
aumentando o risco de síndrome metabólica. 
O objetivo é aliviar sintomas graves, que dura de 4-8 
semanas. A esquizofrenia aguda normalmente está 
associada com agitação grave, que pode resultar de 
sintomas como delírios assustadores, alucinações ou 
desconfiança ou de outras causas (incluindo abuso de 
estimulantes). 
Os antipsicoticos e BZDP rem ação com rapidez. Dos 
antipsicoticos: injeção IM para pacientes muito agitados 
(haloperidol, flufenazina, olanzapina ou ziprasidona, 
muitas vezes, resultará em efeito calmante sem sedação 
excessiva). Formulação oral de Olanzapina também pode ser 
útil. 
Os benzodiazepínicos também são eficazes para agitação 
durante a psicose aguda. O lorazepam tem a vantagem de 
uma absorção confiável quando administrado por via oral ou 
intramuscular. O uso de benzodiazepínicos também pode 
reduzir a quantidade de antipsicótico necessária para 
controlar pacientes psicóticos. 
TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO 
O objetivo é revitar recaídas. Em geral, é recomendado que 
pacientes com episódios múltiplos recebam tratamento de 
manutenção por pelo menos cinco anos, e muitos 
especialistas recomendam a farmacoterapia por tempo 
indeterminado. 
 
A escolha do fármaco dependerá de vários fatores, entre os 
quais a clínica do quadro atual, os antecedentes pessoais do 
doente, tolerabilidade e as respostas prévias a outros 
antipsicóticos eventualmente realizados no passado. Os 
casos refratários à terapêutica antipsicótica podem 
beneficiar de electroconvulsivoterapia.

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