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1 por @hasenvet Versão demonstrativa 2 por @hasenvet Versão demonstrativa Olá, Essa é uma versão demonstrativa da Apostila de Anestesiologia Veterinária, se você se interessar pelo material completo, acesse o perfil @hasenvet clicando na logo abaixo e entre em contato comigo. https://instagram.com/hasenvet 3 por @hasenvet Versão demonstrativa SUMÁRIO Introdução ---------------------------------------------------------------------------------------- 4 Avaliação e períodos anestésicos -------------------------------------------------------------- 5 Cálculos de dose, diluição, fluido e infusão contínua ---------------------------------------- 11 Medicação pré-anestésica -------------------------------------------------------------------- 16 Mecanismo e controle da dor ------------------------------------------------------------------ 25 Anestesia locorregional ------------------------------------------------------------------------- 33 Anestesia geral injetável, dissociativa e miorrelaxante -------------------------------------- 52 Anestesia inalatória ----------------------------------------------------------------------------- 57 Monitoramento de pacientes anestesiados --------------------------------------------------- 66 Suporte ventilatório para pacientes anestesiados -------------------------------------------- 76 Emergência durante a anestesia e RCPC ------------------------------------------------------ 80 Eutanásia ----------------------------------------------------------------------------------------- 86 Gabarito ----------------------------------------------------------------------------------------- 89 Folha para anotação ---------------------------------------------------------------------------- 90 4 por @hasenvet Versão demonstrativa INTRODUÇÃO A anestesiologia é o estudo da anestesia. A anestesia possui como função primária suprimir a dor/sensibilidade (insensibilidade) e promover um controle da dor. A sedação é o estágio anterior a anestesia, no qual há a perda da sensibilidade com ou sem perda da consciência. Com isso, anestesia é o estado de “privação de sensação”, já analgesia é a ausência de dor em resposta à estimulação normalmente dolorosa a partir do uso de analgésicos, sem a perda da consciência. A anestesia dissociativa é todo ato anestésico capaz, seletivamente, de dissociar o córtex cerebral, causando analgesia, sem perda dos reflexos protetores. Tipos de anestesia: a) Geral: é todo ato anestésico que causa depressão dose-dependente (controlada) do SNC e da percepção, mas reversível. Nela há o alívio da dor, relaxamento muscular, ausência de resposta motora e neuroendócrina, ainda, o animal não tem memória do que aconteceu; b) Local: é todo ato que tem por finalidade o bloqueio reversível dos impulsos nervosos aferentes, gerando perda da sensibilidade em uma área circunscrita do corpo, não perdendo a consciência; c) Regional: perda da sensibilidade em uma área maior do corpo, embora limitada, geralmente definida pelo padrão da inervação sobre a qual o efeito é exercido. FASES DA ANESTESIA 1. Período pré-anestésico; 2. Indução; 3. Manutenção; 4. Recuperação; 5. Período pós-anestésico. Antes de iniciar um ato anestésico, é de extrema importância que o anestesista já tenha toda a sua conduta a ser tomada previamente bem definida, com exceção nos casos de emergências. Assim, o anestesista deve considerar alguns critérios para a seleção dos fármacos e do protocolo anestésico adotado, como: Espécie, raça, idade e tamanho do paciente; Estado físico e patologia específica do paciente; Duração da intervenção, localização e extensão; Escolha dos fármacos; Custo do procedimento; Avaliação da presença ou ausência de dor. 5 por @hasenvet Versão demonstrativa AVALIAÇÃO E PERÍODOS ANESTÉSICOS Como visto no capítulo introdutório, é extremamente importante conhecermos o nosso paciente, já que visa minimizar as complicações e otimizar a segurança da anestesia. Sabendo disso, existem alguns problemas comuns relacionados à procedimentos anestésicos, como: Hipotermia: segundo estudos, é comum a redução da temperatura, principalmente em cães e gatos. Em cães, a temperatura pode diminuir entre 38,5° a 36,5°C, já nos gatos, pode reduzir para 36,5° a 34°C. Assim, é muito importante conhecermos a temperatura basal do animal (para todos os parâmetros corporais). Hipoventilação: podemos encontrar a redução da ventilação nos animais, da FR (frequência respiratória) e do volume corrente. Somado a isso, a anestesia pode deprimir os mecanismos compensatórios. Hipoxemia: outra alteração possível, sendo que representa a redução da oxigenação do sangue arterial. Bradicardia: redução da frequência cardíaca. Hipotensão: a pressão arterial pode diminuir. PERÍODO PRÉ-ANESTÉSICO: Representa o intervalo de tempo compreendido entre a indicação anestésica e o momento de iniciá-la. É neste período que realizamos a avaliação do paciente, na qual baseia- se em responder duas perguntas: 1 - Meu paciente está na melhor condição possível para que o procedimento anestésico-cirúrgico aconteça? 2 – Os riscos de operar o animal agora são maiores do que não operar? A execução deve ser feita de acordo com a identificação do paciente, anamnese, exame físico e complementares. Assim, o animal deve ser avaliado em relação aos seus valores basais das funções principais, bem como em relação ao hemograma, bioquímico e perfil urinário. ANAMNESE - Espécie, raça, idade, sexo e estágio reprodutivo; - Temperamento; - Há alterações clínicas? - Apresenta intolerância/alergia a algum medicamento? - Histórico anestésico; - Faz uso de outros medicamentos? - Perguntas sobre o sistema respiratório (tosse, dispneia, secreções); cardiovascular (cansaço, síncope, edemas); nervoso central (convulsões); gastrintestinal (vômito, diarreia) e endócrino (diabetes, hipotireoidismo, etc.). 6 por @hasenvet Versão demonstrativa EXAME FÍSICO Deve ser feito a verificação do peso, mucosas, avaliar a condição física, avaliar o estado de hidratação, realizar a ausculta cardíaca e pulmonar, além da temperatura. Ainda, o exame deve percorrer todos os sistemas do animal, como o tegumentar, digestório, nervoso, etc. Cardiovascular – FC e ritmo cardíaco; PA e qualidade de pulso; TPC (Tempo de preenchimento capilar – < 2 segundos); Auscultação. Respiratório – FR, profundidade e esforço respiratório; Mucosas; Auscultação e percussão; Obstruções nas vias superiores. Parâmetros fisiológicos das espécies domésticas: ESPÉCIE FC FR PA T Cão 60 – 120 80 – 160 (Varia com relação ao porte) 10 – 30 Sistólica – 90 a 150 Diastólica – 60 a 100 37,5 – 39,3 Gato 120 – 220 20 – 40 Sistólica – 90 a 180 Diastólica – 100 a 130 37,8 – 39,2 Equino 35 – 45 10 – 20 Sistólica – 90 a 130 Diastólica – 60 a 90 37,5 – 38,5 Bovino 40 – 80 70 – 90 10 – 40 Sistólica – 90 a 130 Diastólica – 60 a 90 38,5 – 39,5 Suíno 60 - 80 8 - 18 Sistólica – 90 a 130 Diastólica – 60 a 90 38,0 – 40,0 * Referências variam de acordo com cada literatura. EXAMES COMPLEMENTARES Os mais usuais são a avaliação do hemograma completo, da proteína total (albumina) e da hemoglobina e volume globular. É importante lembrarmos que casos de anemia grave aumentam o risco de hipóxia tecidual. O perfil bioquímico do animal também deve ser feito, avaliando a função hepática (ALT, AST e FA), pois é o fígado o grande responsável pela metabolização dos fármacos. Ademais, a avaliação dos testes de função renal também é importante, avaliando a dosagem de ureia e creatinina (aumento pode relacionar-se a desidratação ou obstrução),sendo os rins de extrema importância para a excreção de fármacos e do equilíbrio eletrolítico. 7 por @hasenvet Versão demonstrativa Ainda, é preciso avaliar a coagulação, realizando a contagem de plaquetas e do tempo de sangramento de mucosa oral. Ainda, precisa da avaliação do tempo de tromboplastina parcial ativada e o tempo de protrombina, que analisa a cascata de coagulação. Outro exame importante e simples é a glicemia. Essa avaliação nos dá valores da redução do metabolismo, do aumento do tempo de recuperação anestésica, fraqueza e de possíveis convulsões. Essa avaliação pode ser feita na pré e trans-operatória (cirurgias prolongadas), precisando tomar cuidado em pacientes diabéticos e em filhotes. A hipoglicemia causa redução do metabolismo, aumenta o tempo de recuperação anestésica, gera fraqueza e convulsões (casos graves). Demais exames são indicados conforme doença de base ou alteração observada ao exame físico, como: exames radiográficos, ECG, exames ultrassonográficos e exame parasitológico. Informações importantes: • Jejum – O uso do jejum pré-anestésico é uma prática usada para garantir que o estômago esteja vazio durante a anestesia, prevenindo o refluxo de alimentos ou líquidos para o trato respiratório, assim, evita o surgimento de uma falsa via, como na pneumonia por aspiração. Alguns fármacos podem induzir o vômito (ex.: morfina, xilazina), por isso a recomendação do jejum. Em equinos, o TGI tende a comprimir o diafragma, pois avançam cranialmente, por isso, o jejum é bom para diminuir esse processo. Ainda, nestes animais, o jejum previne a compactação devido à pressão do estômago e intestinos sobre outros órgãos, o que pode acarretar em cólica devido as alterações na motilidade. Em ruminantes, o jejum é importante para diminuir o conteúdo ruminal, prevenindo o timpanismo e a compactação por pressão sobre outros órgãos e circulação, impedindo o retorno venoso e alteração da função respiratória. ESPÉCIE Hídrico Alimentar Cão 4 a 6 horas 8 a 12 horas Gato 4 a 6 horas 8 horas Equino 4 horas 12 a 18 horas Bovino 6 horas 72 a 48 horas (1/2 dieta) ou 24 horas (total) Suíno 2 a 3 horas 12 a 16 horas Neonato - 1 a 2 horas Pediátrico 2 horas 4 horas Obs. 1: gatos não devem passar por jejum prolongado, pois possuem problemas com a manutenção da glicemia. Obs. 2: animais obesos devem ficar menos tempo em jejum. SUGESTÃO DE ARTIGO: "Efeitos do jejum alimentar pré-cirúrgico sobre a glicemia e o período de recuperação anestésica em cães" 8 por @hasenvet Versão demonstrativa • Higiene – É muito importante a higienização do paciente (banho/escovação) e o tratamento de ectoparasitas. Ainda, em grandes animais, é recomendado a remoção das ferraduras e a limpeza da cavidade oral. Risco anestésico-cirúrgico: Esta avaliação é valiosa, pois minimiza as complicações e otimiza a segurança da anestesia. Nela temos que avaliar o paciente, a cirurgia e a anestesia. 1) Paciente: relacionado à condição física no momento da cirurgia. 2) Cirurgia: cirurgias externas, localizadas em órgãos vitais e de emergência estão relacionadas aos maiores riscos. 3) Anestesia: tipos de fármacos e equipamentos disponíveis, tempo de anestesia e experiência do anestesista. A American Society of Anesthesiologists (ASA) estabelece uma gradação dos pacientes, sendo a mais utilizada, já que é uma forma de avaliar as condições físicas de saúde do paciente no período pré-anestésico. Através dessa avaliação podemos distinguir os pacientes com doenças dos sadios, identificar aqueles em maior risco e trata-los da maneira apropriada, para tentar minimizar o risco antes, durante e após a anestesia. Classificação ASA CATEGORIA CONDIÇÕES FÍSICAS EXEMPLOS DA CATEGORIA 1 Pacientes normalmente saudáveis Nenhuma doença discernível; animais a serem submetidos a ovário-histerectomia, otectomia, caudectomia ou castração. 2 Pacientes com doença sistêmica leve Tumor de pele, fratura sem choque, hérnia sem complicação, criptorquidectomia, infecção localizada ou doença cardíaca compensada. 3 Pacientes com doença sistêmica grave Febre, desidratação, anemia, caquexia ou hipovolemia moderada. 4 Pacientes com doença sistêmica grave que é uma ameaça constante à vida Uremia, toxemia, desidratação e hipovolemia graves, anemia, descompensação cardíaca, emaciação ou febre alta. 5 Paciente moribundos os quais não se espera que sobrevivam 1 dia, com ou sem a operação Choque extremo e desidratação, malignidade terminal ou infecção, ou traumatismo grave. * Obs.: nem toda sepse é ASA 5 e nem todo ASA 5 acaba em morte. SUGESTÃO DE ARTIGO: “Estado físico e risco anestésico em cães e gatos: Revisão” 9 por @hasenvet Versão demonstrativa Devemos lembrar que é muito importante a comunicação entre veterinário anestesista e o tutor, no intuito de proporcionar uma anestesia segura e manter expectativas realistas. O tutor deve dar o seu consentimento/autorização, podendo ser registrado no próprio prontuário médico, mas o ideal é criar um documento individual e assinado pelo tutor. Na escolha do protocolo anestésico que será usado, cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente e devemos levar em consideração o tipo de procedimento cirúrgico. Preparo pré-anestésico: O anestesista precisa separar todos fármacos a serem utilizados (inclusive os de emergência), fazer o cálculo de reposição volêmica (em casos de desidratação, fazer a investigação da necessidade de transfusões), realizar a separação do material de consumo (descartáveis, soluções e outros) e dos equipamentos de monitoramento. E, claro, corrigir o que estiver descompensado. Ainda, é importante separar as áreas a serem puncionadas/utilizadas. Deve ser feito a tricotomia das áreas a serem puncionadas/utilizadas (bordas retas, sem lesões de pele) e o acesso venoso, sendo que uma cateterização eficiente é aquela feita com grosso calibre, com boa fixação, asséptica e com 2 acessos quando a transfusão sanguínea for necessária. PERÍODO TRANSANESTÉSICO: Representa o intervalo de tempo que vai desde o início da anestesia propriamente dita até o início da recuperação do paciente. Essa fase requer muita atenção, em que o anestesista analisa o plano anestésico em que o animal está, faz a manutenção da anestesia, realiza o monitoramento do paciente, além de se certificar do posicionamento correto do paciente durante todo o procedimento. PERÍODO PÓS-ANESTÉSICO: Representa o tempo que vai desde o início da recuperação até o restabelecimento TOTAL da consciência e dos parâmetros fisiológicos. Este período divide-se em imediato e mediato/tardio. • Imediato – Apesar de ter um tempo variável, zela-se pelo cuidado do animal para que o mesmo não se machuque em cantos vivos ou bata a cabeça tanto no solo (principalmente grandes animais) ou se debata em canis de internação (pequenos animais). O cuidado é constante. • Mediato ou tardio – É mais demorado, em que o paciente encontra dificuldades para metabolizar os fármacos empregados, ou que passou por um trauma cirúrgico intenso. Também necessita de um cuidado constante. 10 por @hasenvet Versão demonstrativa QUESTÃO 1 – (COPEVE-UFAL 2016): A avaliação pré-operatória é fundamental para o entendimento da condição clínica do paciente e estabelecimento do risco anestésico. A principal escala utilizada para classificação do risco anestésico é oriunda da Sociedade Americana de Anestesiologistas (ASA), baseada na avaliação clínica e em exames laboratoriais pré-anestésicos. Dadas as afirmativas quanto aos exames sanguíneos para estabelecimento do risco anestésico, I. Animais classificados como ASA I não se beneficiam de exames sanguíneos pré- anestésicos. II. Anemia reduz a capacidade de transporte de oxigênio e predispõe hipóxia. III. Hipoproteinemia está associada a overdose relativa do propofol. IV. Uremiaestá relacionada à maior sensibilidade do paciente à cetamina. verifica-se que está(ão) correta(s): A) I, II, III e IV. B) II, III e IV, apenas. C) I e IV, apenas. D) I e III, apenas. E) II, apenas. QUESTÃO 2 – (VUNESP 2019): Assinale a alternativa que indica um cuidado que deve ser tomado durante o período transanestésico: A) Hemostasia preventiva. B) Efetuar a tricotomia. C) Aplicar medicação pré-anestésica. D) Retirar as vias de acesso de fluídos. E) Determinar o peso do animal. QUESTÃO 3 – (NUCEPE 2018): O estado de depressão nervosa central no qual o paciente encontra-se sem percepção dolorosa, inconsciente, protegido neurovegetativamente e com miorrelaxamento, é conhecido como. A) Anestesia troncular. B) Neuroleptoanalgesia. C) Anestesia geral. D) Anestesia dissociativa. E) Analgesia. QUESTÃO 4 – (CESPE 2015 FUB): Julgue o item subsecutivo, referente a procedimentos anestesiológicos nos animais. A classificação de risco anestésico ASA (American Society of Anestesiology) é composta por cinco categorias, em que, na primeira (ASA I), estão incluídos animais portadores de doenças sistêmicas graves ou emergenciais. A) Verdadeiro. B) Falso. EXERCÍCIOS 11 por @hasenvet Versão demonstrativa GOSTOU DO QUE VIU? QUER TER ACESSO A TODO O CONTEÚDO DA APOSTILA? Acesse o perfil @hasenvet (clicando na logo ao lado) e adquira a apostila completa por R$28,00. * Formas de pagamento: boleto, transferência, picpay e PIX. https://instagram.com/hasenvet
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