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Júlia Rosendo Winkelmann 
Anatomia do Sistema Digestório 
Boca, Músculos Mastigatórios, Glândulas Salivares e Faringe 
Região Oral 
É a região que inclui a cavidade da boca, dentes, 
gengivas, palato, língua e região das tonsilas 
palatinas. É onde o alimento é ingerido e preparado 
para digestão no estômago e intestino delgado.
 Primeiro segmento do sistema digestivo. 
 Boca – primeiro segmento do sistema digestivo. 
 Comunicando-se com o exterior e com a faringe. 
 Limites: 
➢ Lábios 
➢ Bochechas 
➢ Palato 
➢ Assoalho 
➢ Istmo da garganta 
 
 Dividida pelos arcos dentais em: 
➢ Vestíbulo da boca. 
➢ Cavidade bucal propriamente dita. 
 
Vestíbulo da Boca 
 Espaço situado entre os: 
➢ Lábios e bochechas – externamente. 
➢ Dentes e gengiva – internamente. 
 
 Bola de Bichat: 
➢ Acúmulo de tecido 
adiposo abaixo dos m. 
Bucinadores. 
➢ Contribui para dar 
forma arredondada à bochecha. 
➢ Bichectomia é a retirada da Bola de Bichat. 
 Se comunica com o exterior através da boca. 
 Ducto parotídico: 
➢ Abre-se no vestíbulo. 
➢ Ao nível do 2º dente molar superior. 
 
Cavidade Bucal Propriamente Dita 
 Limites: 
➢ Lateral e anterior: processos alveolares e 
dentes. 
➢ Superior: palato. 
➢ Inferior: muscular e inserção da língua. 
➢ Posterior: palato mole (pilares palatinos). 
 Comunica-se posteriormente com a orofaringe 
através do istmo de fauces. 
 
 Superior e inferior. 
 Os lábios são pregas musculares móveis recobertas 
externamente por pele e internamente por uma 
túnica mucosa. São usados para pegar alimentos, 
sugar líquidos, formação da fala e osculação 
(beijo). 
 Rima da boca – comunicação entre os lábios. 
 Comissura bucal ou ângulo da boca. 
➢ Queilite angular – se desenvolve no ângulo da 
boca em razão do acúmulo de saliva, 
ocasionando assim a diminuição da DVO 
(dimensão vertical de oclusão). 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O lábio superior situa-se entre o nariz e o orifício 
da boca. É limitado lateralmente pelos sulcos 
nasolabiais, superiormente pelo filtro (depressão 
infra nasal) e inferiormente pela rima da boca, a 
qual faz comunicação com o lábio inferior. 
▪ Lateral: sulco nasolabial. 
▪ Superior: base do nariz. 
▪ Inferior: rima da boca. 
 O lábio inferior situa-se entre o orifício da boca e o 
sulco labiomentoniano (que faz seu limite inferior 
separando-o do mento). É limitado lateralmente 
pelos sulcos labiomarginais. 
▪ Superior: rima da boca. 
▪ Inferior: sulco labiomentoniano. 
▪ Lateral: sulco labiomarginal. 
 
 
 Internamente, encontramos os frênulos labiais 
(freio superior e inferior) que são estruturas 
situadas na linha mediana que se estendem dos 
lábios até a gengiva. São irrigados pelas artérias 
labiais inferior e superior, as quais são ramos da 
artéria facial. 
 
 
 As bochechas formam as paredes laterais móveis 
da cavidade da boca. O músculo bucinador é o 
principal músculo da bochecha, superficialmente a 
ele encontramos a bola de Bichat que é o corpo 
adiposo da bochecha que contribui para dar sua 
forma arredondada (pode ser removidos por 
causas estéticas – bichectomia). 
 Forma o teto arqueado da cavidade bucal e a 
separa da cavidade nasal (forma o assoalho desta). 
É divido em palato duro anteriormente e palato 
mole posteriormente. 
Palato Duro 
 Estrutura óssea. 
 Revestido por mucosa espessa e unida ao 
periósteo – mucoperiósteo. 
 A língua preenche este espaço quando em repouso. 
 Rafe mediana: 
➢ Vestígio da união embriológica das maxilas. 
➢ N. Nasopalatino. 
 Pregas palatinas transversais: ajudam a prender o 
alimento com a língua durante a mastigação. 
Palato Mole 
 Tecido fibroso e músculos. 
 É o 1/3 posterior do palato. 
 Ele se estende póstero-inferiormente como uma 
margem livre e curva, da qual se prende a úvula. 
 Separa a boca da faringe. 
 Durante a deglutição previne a entrada de 
alimentos na região nasofaríngea. 
 Lateralmente é continuo com a parede da faringe 
e se une com a língua e faringe através dos arcos 
palatoglosso e palatofaríngeo, os quais junto com 
a raiz da língua formam o istmo da garganta. 
 O palato mole é inervado pelos nervos palatinos 
menores. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Formada pelo(a/s): 
➢ Palato mole – acima. 
➢ Raiz da língua – abaixo. 
➢ Arcos palatoglosso e palatofaríngeo – lados. 
 Tonsilas palatinas (tecido linfóide): 
➢ Duas pequenas estruturas arredondadas. 
➢ Forma de amêndoas. 
➢ Localizadas na parte posterior da boca. 
 
 
 Região revestida por mucosa delgada, translúcida 
e vermelha. 
 A maior parte é recoberta pela língua. 
 Sob a língua há uma prega mucosa que se estende 
até a gengiva, na base da boca: o frênulo lingual. 
 
Freio curto – alteração na dicção e dificuldade de mamar nos 
bebês, diminui a mobilidade da boca. Na foto: pré e pós-
operatório. 
 
 
 Órgão altamente muscular, que participa na 
deglutição, do paladar e da fala. 
 Dividida por um sulco (forma de V): 
➢ Parte oral (pré-sulcal)/ corpo: anterior, voltada 
para cima, 2/3 da língua, encontramos o ápice 
da língua que é sua parte pontiaguda anterior. 
➢ Parte faríngea (pós-sulcal)/ raiz: 1/3 posterior 
ao V lingual, voltada para a região posterior. 
 
 Está fixada pelos seus músculos: 
➢ Mandíbula – m. genioglosso. 
➢ Processo estiloide – m. estiloglosso. 
➢ Osso hioide – m. hioglosso. 
➢ Palato – m. palatoglosso. 
 As fibras musculares intrínsecas estão dispostas 
em um padrão de entrelaçamento complexo de 
fascículos longitudinais, transversais, verticais e 
horizontais, possibilitando maior mobilidade. 
 A mucosa dorsal é coberta por inúmeras papilas, 
algumas das quais apresentam os calículos 
gustatórios. 
 Sua túnica mucosa nos 2/3 anteriores ao V lingual 
apresenta papilas gustativas responsáveis pela 
percepção de diferentes sabores. Cada região da 
língua é responsável por sabores diferentes, de 
anterior para posterior: doce, salgado, azedo e 
amargo. Nessa região também se encontra o sulco 
mediano que divide a língua em metades direita e 
esquerda. 
 Dependendo da área da língua podemos sentir 
sabores diferentes: doce, salgado, azedo e amargo. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 Inervação motora: Hipoglosso (XII). 
 Inervação sensitiva: 
➢ Trigêmio (V) – sensibilidade geral (2/3 
anteriores). 
➢ Facial (VII) – sensibilidade gustativa (2/3 
anteriores). 
➢ Glossofaríngeo (IX) – sensibilidade geral e 
gustativa (1/3 posterior). 
 
 A língua é formada por várias musculaturas que 
atuam em grupos, e são divididos em intrínsecos e 
extrínsecos: 
 
➢ Músculos extrínseco: alteram a posição da língua 
e estão fixados em estruturas as quais dão nome 
aos músculos. 
▪ M. genioglosso fixado na mandíbula; 
▪ M. estiloglosso fixado no processo estiloide; 
▪ M. hioglosso fixado no osso hioide; 
▪ M. palatoglosso fixado no palato. 
 
➢ Músculos intrínsecos: alteram a forma da língua. 
Suas fibras estão dispostas longitudinalmente, 
transversalmente e horizontalmente, o que 
permite uma maior mobilidade. São os músculos 
longitudinais superior e inferior, transverso e 
vertical. 
 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Músculos Mastigatórios 
 Ligam a mandíbula ao crânio. 
➢ Crânio – ponto fixo. 
➢ Mandíbula – ponto móvel. 
 Músculos Elevadores: 
➢ Temporal 
➢ Masseter 
➢ Pterigoideo medial 
 Músculo Protrusor da Mandíbula 
➢ Pterigoideo lateral (ou externo) 
 Atuam em grupo muito mais que individualmente. 
 Juntos, movimentam a mandíbula em todos os 
planos e direções através do fulcro da ATM. 
 A inervação desses músculos é feita pela raiz 
motora do nervo trigêmeo (NC 5) que ao chegaram 
no músculo recebem nome correspondente. 
➢ Nervo massetérico. 
➢ Nervos temporais profundos. 
➢ Nervo pterigóideo medial. 
➢ Nervo pterigóideo lateral. 
 Tem formato de leque ocupando a fossa temporal, 
com inserção superior na linha temporal inferior e 
inserção inferior na face medial do processo 
coronóide e margem anterior do ramoda 
mandíbula. 
 Coberto por uma fáscia densa (fáscia temporal). 
 Vascularização das artérias temporais profundas 
posterior e anterior, ambas ramos da artéria 
maxilar. 
 Fibras em três sentidos: 
1. Anterior: vertical 
2. Média: oblíqua 
3. Posterior: horizontal 
 
 Origem: 
➢ Superior – linha temporal inferior. 
➢ Inferior – apófise coronóide e na borda 
anterior do ramo ascendente da mandíbula. 
 Inervação: N. Temporal (ramo mandibular do n. 
Trigêmio – V par craniano). 
 Ação: 
➢ Elevação (oclusão). 
➢ Retração da mandíbula. 
 
 
 Forma retangular e espesso. 
 Recoberta pela fáscia massetérica. 
 Músculo mais potente da 
mastigação. 
 Constituído de duas partes: 
➢ Superficial (S) 
➢ Profunda(P) 
 Origem: arco zigomático 
➢ Superficial: margem inferior do osso e arco 
zigomático até a sutura zigomático-temporal. 
➢ Profundo: margem inferior e face lateral do 
arco zigomático até a eminência articular do 
temporal. 
 Hipertrofia benigna – quando se estimula muito 
essa musculatura, por exemplo em quem tem 
bruxismo. 
 
 Inervação: N. Massetérico (ramo mandibular do n. 
Trigêmio – V par craniano). 
 Ação: 
➢ Elevação (oclusão) da mandíbula. 
➢ Contribui para a projeção anterior da 
mandíbula. 
 
 Músculo retangular, com fibras curtas e trançadas. 
 Corpo adiposo da bochecha o separa medialmente 
do músculo bucinador. 
 Inervação: nervo do pterigoideo medial (ramo 
mandibular do nervo Trigêmio – V par craniano). 
 Ação: 
➢ Elevação (oclusão) da mandíbula. 
➢ Contribui para a projeção anterior da 
mandíbula. 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Músculo da mastigação mais curto. 
 Dois feixes de origem: 
➢ Feixe superior: superfície infratemporal da asa 
maior do esfenoide, abaixo da crista 
infratemporal. 
➢ Feixe inferior: face lateral da lâmina lateral do 
processo pterigoide. 
 
 Ação: 
➢ Pterigoideos laterais: 
▪ Juntos realizam o movimento de protrusão 
da mandíbula. 
▪ Isolados realizam movimento de 
lateralidade (desloca o mento para o lado 
oposto). 
➢ Juntamente com os músculos suprahioideos, a 
mandíbula roda e a boca se abre. 
 
Glândulas Salivares 
 Funções: 
➢ Umedecimento e lubrificação do alimento para 
a sua deglutição. 
➢ Desdobrar polissacarídeos e iniciar o processo 
da digestão. 
➢ Ajudar nos movimentos dos lábios, bochechas 
e língua. 
➢ Auxiliar na fala. 
➢ Prevenção da cárie dental 
 Glândulas maiores: 
➢ Parótida 
➢ Submandibular 
➢ Sublingual 
 Glândulas menores: 
➢ Palatinas 
➢ Labiais 
➢ Bucais 
➢ Linguais 
 
 
 
 Maior das 3 glândulas. 
 Formato irregular. 
 Situa-se entre o musculo esternocleidomastoideo 
e a borda posterior do ramo da mandíbula. 
 Parte superficial e uma parte profunda. 
 
 Parte superficial: maior, recobre grande porção do 
musculo masseter e frequentemente apresenta 
uma extensão anterior – glândula parótida 
acessória. 
 Parte profunda: menor, fica entre o músculo 
pterigoideo medial e os músculos do processo 
estiloide. 
 Ducto parotídeo: começa com numerosos ramos, 
cruza o musculo masseter, perfura o corpo adiposo 
da bochecha e em seguida o musculo bucinador 
para se abrir no vestíbulo da boca – papila 
parotídea. 
 Caxumba (parotidite) – glândula parótida 
inflamada. 
 
 
 Metade do tamanho da parótida. 
 Corpo alongado dividido em duas partes: 
superficial (maior) e profunda (menor). 
 Situa-se ao longo do corpo da mandíbula. 
 Medialmente está em contato com os m. 
milohioideo e hioglosso. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 Ducto submandibular: abre-se uma pequena 
papila ao lado do freio lingual, no assoalho da boca. 
 
 Presença de Sialolito – patologia que acontece por 
obstrução do ducto submandibular, através do 
acúmulo de cálcio pela saliva, de modo que gere 
posteriormente processo inflamatório e, 
consequentemente, infeccioso se não abordado. 
 
Remoção do Sialolito do Canal submandibular 
 
 É a menor e mais profundamente situada das 
glândulas salivares maiores. 
 Situada no assoalho bucal, descansa sobre o 
musculo milo-hioideo e faz saliência na mucosa. 
 Corpo alongado e achatado. 
 Ductos menores: se abrem separadamente na 
prega sublingual. 
 Ducto maior: se junta ao ducto da submandibular 
ou se abre junto a esse. 
 
 
Faringe 
 Conduto musculomembranoso, situado atrás das 
fossas nasais e da cavidade bucal. 
 As fossas nasais abrem-se nelas por dois orifícios 
ovalares, as coanas. 
 Se comunica com a boca por intermédio do istmo 
da garganta, onde a base da língua oblitera. 
 Inferiormente, a faringe se comunica com o 
esôfago e com a laringe. 
 A faringe dá passagem ao: 
➢ Ar respirado: 
▪ Fossas nasais 
▪ Faringe 
▪ Laringe 
➢ Bolo alimentar: 
▪ Boca 
▪ Faringe (orofaringe e hipofaringe) 
▪ Esôfago 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 É a parte que se encontra posterior ao nariz e 
acima do palato mole. 
 Tem função respiratória. 
 Dois pequenos orifícios laterais, dispostos 
simetricamente. 
 Fazem ligação da faringe com a trompa de 
Eustáquio (canal que liga a orelha média à faringe). 
 A nasofaringe apresenta através do nariz, 
comunicação com os seios paranasais que, 
inflamados, provocam a sinusite. 
 Porção digestória da faringe. 
 Comunica a boca com a laringe. 
 Sua parede posterior pode ser vista quando a boca 
está aberta. 
 A presença de tecido linfoide abundante forma o 
anel linfático de Waldeyer o qual exerce função de 
defesa e é composto pelas: 
➢ Amigdalas palatinas 
➢ Amigdalas linguais 
➢ Amígdalas tubáricas 
➢ Amigdalas faríngeas 
 É separada da laringe pela epiglote, cartilagem que 
barra a entrada de detritos nas vias respiratórias. 
 É o trecho da faringe situado atrás da laringe, na 
altura de C5/ C6. 
 Recessos piriformes: duas fossetas laterais. 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Anatomia do Sistema Digestório 
Esôfago, Estômago, Intestino Delgado 
Esôfago 
 É um tubo muscular de, aproximadamente, 25cm 
de comprimento e 2cm de diâmetro que se 
estende da faringe até o estomago. Situado entre 
traqueia (anterior) e parte cervical da coluna 
vertebral (posterior), seu lado direito está em 
contato com a pleura cervical na raiz do pescoço e 
lado esquerdo em contato com o ducto torácico 
(situado entre pleura e esôfago). É um órgão 
retroperitoneal, porém anterior e lateralmente 
recoberto por peritônio. 
 Começa póstero-inferior à cartilagem cricóide à 
nível de C6, segue a curvatura da coluna vertebral 
conforme desce através do pescoço e mediastino, 
passa pelo hiato esofágico no diafragma (esquerda 
do plano mediano à nível de T10), termina 
entrando no estomago pelo óstio cárdico 
(esquerda da linha mediana, nível de T11). 
 Apresenta 3 constrições causadas por estruturas 
adjacentes ao longo do seu comprimento: 
➢ 1ª. ao nível de C6, causada pelo m. constritor 
inferior da faringe formando o esfíncter 
esofágico superior. 
➢ 2ª. ao nível de T4, causada pelo arco da aorta 
e brônquio principal esquerdo. 
➢ 3ª. ao nível de T10, causada pelo diafragma 
formando o esfíncter esofágico inferior. 
 O esfíncter esofágico inferior, em pacientes com 
histopatologia normal, coincide com a linha Z (ou 
junção esofagogástrica) do esôfago, a qual é o 
local de transição entre os epitélios esofágico e 
gástrico. 
 Seu terço superior (esôfago proximal – cervical) é 
de musculatura estriada esquelética com controle 
voluntário. 
 Terço médio (esôfago médio – torácico) de 
musculatura estriada esquelética e lisa. 
 Terço inferior (esôfago distal) de musculatura lisa 
com controle involuntário. 
 
 
 
 
 
 
 É constituído por 4 camadas: 
➢ Mucosa (e muscular da mucosa) – epitélio 
estratificado escamoso não queratinizado 
e/ou parcialmente queratinizado; linha Z. 
➢ Submucosa 
➢ Muscular: 
▪ Longitudinal 
▪ Circular 
➢ Adventícia 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 É feita por 2 sistemas vasculares e linfáticos, sendo 
que o 1/3 médio faz a ligação de ambos. 
 Terço proximal –recebe ramos das artérias 
tireóideas inferiores e drena para as veias de 
mesmo nome (veias tireóideas inferiores). A 
drenagem linfática é feita para os linfonodos 
paratraqueais e cervicais profundos. 
 Terço distal – recebe ramos da artéria gástrica 
esquerda e frênica inferior esquerda e drena para 
o sistema de veias ázigo. Drenagem linfática para 
os linfonodos gástricos esquerdos e tronco celíaco. 
 
 Porção cervical é inervada por ramos do nervo 
laríngeo recorrente e troncos simpáticos cervicais 
 Metade superior recebe inervação sensitiva e 
motora do nervo vago (NC 10). 
 Metade inferior, a partir do esôfago médio, recebe 
inervação sensitiva visceral do NC 10. 
 
Divertículo de Zencker 
 É causado por uma projeção da luz tubular em 
direção ao exterior do conduto digestório logo 
acima do m. cricofaríngeo. 
 Pelo fato de ser uma projeção da mucosa, pode 
haver acúmulo de alimentos, isto leva o paciente a 
ter uma halitose persistente. 
 
 
Acalasia – É uma alteração no esfíncter esofágico 
inferior resultada da falta/ausência de relaxamento 
dele. Por causa disso, o bolo alimentar não tem força 
suficiente para atravessar o esfíncter e ir para a câmara 
gástrica, acumulando-se na região distal do esôfago e, 
por consequência, causando uma dilatação da região. 
 
 
Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) 
 É a dificuldade de contração do esfíncter esofágico 
inferior que não impede o refluxo de conteúdo 
gástrico ácido do estomago para o esôfago, 
levando a uma lesão do epitélio esofágico inferior 
(queratinização para proteção). 
 O refluxo gastroesofágico pode ser fisiológico 
(normal), porém quando há elevação no número 
de vezes que acontece, na persistência e nos 
sintomas ele se torna patológico. Quando a DRGE 
está associada a tecido metaplásico é chamado de 
esôfago de Barret. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Atrésia e Fistula – São mal formações do esôfago. 
A atrésia é caracterizada pela não formação completa 
do tubo esofágico e a fistula por ser uma comunicação 
entre canal alimentar (esôfago) e sistema respiratório 
(mais frequentemente). 
 
 REED 
 EDA 
 TC 
 Ecoendoscopia 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Estômago 
 É a parte expandida do trato digestório encontrada 
entre esôfago (proximal) e intestino delgado 
(distal) e capaz de armazenar 2-3 litros de 
alimento. Apresenta 4 regiões e 2 curvaturas. 
 A cárdia envolvendo o óstio cardíaco. O fundo é a 
parte superior relacionada à cúpula esquerda do 
diafragma, alcançando nível do 5º espaço 
intercostal. O corpo entre fundo e antro pilórico. A 
parte pilórica é formada por uma parte larga, antro 
pilórico, um canal pilórico e um esfíncter pilórico 
(envia conteúdo estomacais para o duodeno 
através do óstio pilórico). 
 A curvatura menor é a margem côncava superior e 
menor do estômago, nela é encontrado a junção 
entre corpo e parte pilórica do estomago (incisura 
angular). A curvatura maior é a margem convexa 
inferior e maior do estômago. 
 Seu interior é formado por pregas gástricas que, 
durante a deglutição, formam temporariamente 
um canal gástrico longitudinal. 
 O estômago é coberto por peritônio exceto onde 
os vasos sanguíneos correm ao longo das 
curvaturas. Anteriormente relaciona-se com 
diafragma, fígado e parede abdominal anterior; 
posteriormente com baço, rim, glândula 
suprarrenal, pâncreas e mesocolo transverso. 
 
 
 A curvatura menor é irrigada pela artéria gástrica 
esquerda (ramo do TC) e, na sua porção direita, 
pela artéria gástrica direita (ramo da artéria 
hepática). Ambas se anastomosam. 
 A curvatura maior é irrigada pela artéria 
gastromental direita (ramo da artéria hepática do 
TC) e, na porção esquerda, pela artéria 
gastromental esquerda (ramo da artériaesplênica 
do TC). O fundo do estomago é irrigado pelas 
artérias gástricas curtas. 
 A artéria gástrica esquerda e a artéria gástrica 
esquerda vão se ligar formando o arco da primeira 
curvatura. 
 A artéria gastromental direita e esquerda se ligam 
formando o arco da grande curvatura. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 As veias gástricas estão paralelas às artérias em 
posição e trajeto. Veias gástricas D e E drenam 
para a veia porta. Veia gastromental E para veia 
esplênica e v. gastromental D para v. mesentérica 
superior. 
 A veia mesentérica superior e a veia esplênica se 
unem e formam a veia porta. 
 
 
 A linfa proveniente dos 2/3 superiores do 
estômago drena para os linfonodos gástricos; a do 
fundo e parte superior do estômago para os 
linfonodos pancreáticos e esplênicos; a do 2/3 
direito e terço inferior para os linfonodos pilóricos; 
e a do terço esquerdo da curvatura menor para os 
linfonodos pancreaticoduodenais. 
 O estômago recebe suprimento nervoso 
parassimpático dos troncos vagais anterior 
(derivado do NC 10/ vago esquerdo) e posterior 
(NC 10/ vago direito) e seus ramos, que entram no 
abdômen através do hiato esofágico. 
 
 O suprimento nervoso simpático é pelos 
segmentos T6-T9 da medula espinhal que passam 
para o plexo celíaco pelo nervo esplênico maior. 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Camada muscular lisa longitudinal. 
 Camada muscular lisa circular. 
 Camada muscular oblíqua. 
Túnica Mucosa 
 A camada mais intensa, onde as enzimas digestivas 
e o ácido estomacal são produzidos. 
 A maioria dos canceres de estômago se iniciam 
nesta camada. 
 A mucosa é formada por um epitélio colunar 
simples, que é coberto por uma camada mucosa 
alcalina protetora. 
 A camada epitelial contém numerosas 
invaginações, conhecidas como criptas gástricas, 
que se estendem mais profundamente em 
estruturas denominadas glândulas gástricas. 
Tela Submucosa – a camada de suporte. 
Túnica Muscular “Muscularis Própria” – uma 
espessa camada de músculo que mistura o conteúdo 
do estômago. 
Túnica Subserosa e Túnica Serosa – duas camadas 
exteriores, que revestem o estômago. 
Intestino Delgado 
 Estende-se do piloro à junção ileocecal, dividido 
em duodeno, jejuno e íleo, recebe conteúdo 
(quimo) do estômago. 
 
 Primeira, mais larga, fixa e menor parte do ID. 
Segue trajeto em forma de c em torno da cabeça 
do pâncreas. 
 Começa no lado direito do piloro e termina na 
junção duodenojejunal no lado esquerdo na altura 
da vértebra L2, 2 a 3 cm à esquerda da linha 
mediana onde forma a flexura duodenojejunal 
(ângulo de treits). Se divide em 4 partes: 
➢ A 1ª parte é superior, curta (5cm), anterolateral ao 
corpo de L1; seus primeiros 2cm após o piloro são 
o bulbo duodenal (ampola) móvel e com 
mesentério; é sobreposta pelo fígado, vesícula 
biliar e peritônio. Tem 5cm; maior parte dela é fixa 
(3cm); 2cm com o meso. 
 
➢ A 2ª parte é descendente, longa(7-10cm) 
totalmente retroperitoneal, desce ao lado direito 
das vértebras L1-L3; corre para baixo curvando-se 
em torno da cabeça do pâncreas; os ductos 
colédoco e pancreático entram na papila de vater 
(papila maior do duodeno) na parede póstero 
medial. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
➢ A 3ª parte é horizontal/inferior, de 6-8cm, corre 
transversalmente para a esquerda passando sobre 
VCI, aorta e L3; sobre ela passam veia e artéria 
mesentérica superior. 
 
➢ A 4ª parte é ascendente, curta (5cm), começa a 
esquerda de L3 e sobe até a margem superior de 
L2; curva-se anteriormente unindo-se ao jejuno, é 
sustentada pelo m. Suspensor do duodeno 
(ligamento de treitz). Termina na flexura 
duodenojejunal. 
 
 Sua vascularização é feita pelas artérias duodenais 
(ramos do tronco celíaco e a. Mesentérica 
superior) artéria gastroduodenal (ramo da a. 
Hepática) e seu ramo. O duodeno proximal é 
irrigado pela artéria pancreaticoduodenal 
superior; e o distal pela artéria 
pancreaticoduodenal inferior. 
 As veias duodenais seguem as artérias e drenam 
para a veia porta. Veias pancreaticoduodenal 
anterior e inferior formando um arco (tributarias 
da porta e mesentérica superior).Inervação: acompanha a vascularização, sendo 
parassimpática pelo nervo vago e simpática pelo 
plexo celíaco. 
 
 Papila duodenal – onde desemboca tanto o ducto 
de virchow quando o colédoco. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 A maior parte do jejuno encontra-se no quadrante 
superior esquerdo e a do íleo no quadrante inferior 
esquerdo. Embora não exista divisão clara entre 
jejuno e íleo, eles apresentam características 
distintas cirurgicamente importantes. 
 O jejuno apresenta cor vermelho forte, diâmetro 
de 2-4cm, parede espessa e forte, grande 
vascularização com vasos retos longos, mesentério 
menos gorduroso, pregas circulares grandes, altas 
e juntas e poucos nódulos linfoides. 
Completamente intraperitoneal. 
 Juntos medem 6-7m de comprimento, sendo 2/5 
jejuno e 3/5 íleo. O jejuno começa na flexura 
duodenojejunal e o íleo termina na junção 
ileocecal. 
 O íleo apresenta cor rosa pálido, diâmetro 2-3cm, 
parede fina e leve, pequena vascularização com 
vasos retos curtos, mesentério mais gorduroso, 
pregas circulares baixas e espaças, ausentes na 
porção distal e muito nódulos linfoides. 
 Ambos são vascularizados pela artéria 
mesentérica superior a nível de L1, a qual corre 
entre o mesentério liberando de 15 a 18 ramos os 
quais se unem formando alças/arcos/arcadas 
arteriais dando origem a artérias/vasos retos na 
parede do intestino. A drenagem venosa é feita 
pela veia mesentérica superior que se une à 
esplênica formando a veia porta. 
 Jejuno: artérias jejunais, arcos arteriais e vasos 
retos; e veia mesentérica superior (vasos retos –> 
arcos venosos –> veias jejunais e iliais –> tributárias 
da mesentérica superior –> tributária da porta). 
 Íleo: artéria ileal, artéria ileocólica, arcos arteriais e 
vasos retos; e veia mesentérica superior (igual 
jejuno). 
 
 Drenagem linfática: acompanha a vascularização 
arterial. 
➢ Jejuno: linfonodos justaintestinais, linfonodos 
mesentéricos, linfonodos centrais superiores. 
➢ Íleo: linfonodos justaintestinais, mesentéricos, 
centrais superiores, ileocólicos. 
 
 Inervação: 
➢ Simpático: T8 a T10, inervam o gânglio celíaco 
e o gânglio mesentérico superior através do 
plexo nervoso arterial. 
➢ Parassimpático: através dos troncos vagais 
posteriores pelo plexo mioentérico e 
submucoso. 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Anatomia do Sistema Digestório 
Intestino Grosso 
 É constituído por: ceco, cólon ascendente, cólon 
transverso, cólon descendente e reto. 
 
 Estende-se da válvula ileocecal ao ânus, medindo 
1,5m, com diâmetro reduzindo do ceco (8cm) ao 
sigmoide (2,5cm). Forma um arco em torno do id. 
 É distinguido do id pela presença de tênias 
longitudinais do colo (3 faixas espessas de fibras 
musculares longitudinais), haustrulações 
(saculações de colo entre as tênias), apêndices 
ometais e epiplóicos (projeções omentais 
gordurosas), pregas semilunares e seu calibre é 
maior (8cm). 
 Existem 3 tipos de Tênias: mesocólica (em contato 
com o mesocolon), omental e livre. 
 
 
 
 O ceco, 1ª parte do ig, é uma 
bolsa intestinal cega (de 
fundo cego), de 
aproximadamente 7,5cm, 
situada no quadrante 
inferior esquerdo, inferior/ 
caudal à válvula ileocecal. 
 É quase todo envolvido por peritônio, não possui 
mesentério. É envolvido pelo peritônio em suas 
faces anterior e laterais. 
 Repousa sobre o musculo psoas direito. 
 Suprido pela artéria ileocólica (ramo terminal da 
artéria mesentérica superior). 
 A parte terminal do íleo entra no ceco pela válvula 
ileocecal que é uma fenda bilabiada estendida em 
forma de tenta e projetando-se sobre a luz cecal. 
Seu óstio de abertura tem formado semilunar com 
lábio superior e inferior. Ponto de referência de 
divisão anatômica entre ceco e cólon ascendente. 
 
Imagem de colonoscopia 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O apêndice cecal/vermiforme é um segmento 
tubular de 8cm com fundo cego implantado no 
fundo cecal, originário da face póstero-medial do 
ceco inferior a junção ileocecal, dividido em ápice, 
corpo e base (origina as ténis cólicas). Possui um 
mesentério triangular curto, mesoapêndice, onde 
está localizada a artéria apendicular (que faz a sua 
irrigação), preso a parte proximal do apêndice e ao 
ceco. 
 
 O apêndice pode ter posições variadas, sendo a 
mais frequente vai ser em direção caudal para a 
região inguinal. 
 
 É divido em 4 partes, ascendente, transverso, 
descendente e sigmoide, formando um arco. 
 O cólon ascendente, 2ª parte do ig, 
localizado no flanco direito e direção ao 
hipocôndrio direito, estende-se cranialmente da 
válvula ileocecal à flexura hepática (relaciona-se 
com a face visceral do fígado e lateralmente com a 
vesícula biliar). É fixo na cavidade abdominal, face 
posterior retroperitoneal (contato com m. 
Quadrado lombar) e mais estreito que o ceco. É 
recoberto anterior e lateralmente por peritônio 
(25% das pessoas apresentam mesentério curto) e 
separado da parede abdominal anterolateral pelo 
omento maior. 
 
 Flexura Hepática: 
➢ Curvatura medial do cólon direito ao nível da face 
visceral do fígado. 
➢ Relaciona-se lateralmente com a vesícula biliar. 
 
 O colo transverso é o maior (45cm), mais 
largo e móvel segmento cólico, forma arqueada 
estende-se da flexura hepática (a direita) à flexura 
esplênica (a esquerda), fixado ao diafragma pelo 
ligamento frenocólico. Internamente apresenta 
forma triangular. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Flexura Esplênica: 
➢ Curvatura inferior do cólon transverso para 
continuar como cólon descendente. 
➢ Tem ângulo mais agudo e está em plano mais 
superior que a hepática – o que torna difícil a 
colonoscopia nessa região. 
➢ Tem intima relação com o baço e cauda 
pancreática. 
 
 O colo descendente estende-se caudal e 
retroperitoneal do hipocôndrio esquerdo (flexura 
esplênica) à fossa ilíaca esquerda. Cruza borda 
lateral do rim esquerdo até sua junção com o 
sigmoide. É recoberto anterior e lateralmente por 
peritônio que o fixa na parede abdominal 
posterior. 
 
 O colo sigmoide é uma alça em forma de S de 
40cm (variável) que une o colo descente ao reto. 
Estendesse da fossa ilíaca esquerda à pelve (S3) 
onde se une ao reto. As tênias cólicas terminam na 
junção reto-sigmoide a 15cm do ânus, indicando a 
junção retossigmoidiana (onde inicia o reto). Tem 
mesentério longo e pode se deslocar para o meio 
da cavidade abdominal. 
 
 
 
 Parte terminal fixa do intestino grosso. 
 Estende-se da junção retosigmoide (proximal 
anterior à s3) ao canal anal (distal) seguindo a 
curvatura do osso sacro e cóccix formando a 
flexura sacral do reto. 
 Termina anteroinferior à ponta do cóccix e se curva 
póstero inferior formando a flexura anorretal 
(cerca de 80º importante para continência fecal) e 
torna-se canal anal. Tem de 12 a 15cm de 
comprimento. 
 Caracteriza-se por: 
➢ Amplo lúmen. 
➢ Facilmente distensível. 
➢ Ausência de tênias. 
➢ Apêndices epiploicos e haustrações. 
➢ Ausência de mesentério bem definido. 
 Tem 3 curvas laterais que correspondem as pregas/ 
válvulas de Houston intraluminares. 
➢ Superior e inferior – convexas para a direita. 
➢ Média – convexa para a esquerda. 
 O reto apresenta internamente 3 pregas 
transversas que originam 3 flexuras quando visto 
anteriormente. 
➢ 2 pregas do lado esquerdo: 7 – 8cm e 12 – 
13cm. 
➢ Prega do lado direito: 9 – 11cm. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Terço superior do reto – revestido anterior e 
lateralmente pelo peritônio. 
 Terço médio – revestido pelo peritônio apenas na 
face anterior. 
 Terço inferior – completamente extraperitoneal, 
pois a reflexão peritoneal situa-se: 
➢ 9 – 7cm da margem anal dos homens. 
➢ 7,5 – 5cm da margem anal nas mulheres. 
 A ampola retal é a parte terminal e dilatada do reto 
diretamente acima do m. Levantador do ânus 
(diafragma da pelve). Oreto repousa 
posteriormente nas 3 vértebras sacrais inferiores. 
 
▪ Existem controvérsias quanto aos limites proximal 
e distal do reto. 
 
Relações Anatômicas do Reto 
 Ocupa a concavidade sacral e termina a 2 – 3cm, 
anteroinferior com relação à extremidade do 
cóccix. 
 Nesse ponto, ele descreve um ângulo para trás e 
atravessa os elevadores do ânus para tornar-se o 
canal anal. 
 Anteriormente, nas mulheres, o reto está 
intimamente relacionado com a cérvix uterina e a 
parede posterior da vagina; nos homens, está 
localizado atrás da bexiga, dos ductos deferentes, 
das vesículas seminais e da próstata. 
 Posteriormente ao reto estão situados os vasos 
sacrais médios e as raízes dos nervos do plexo 
sacral. 
Relações Fasciais do Reto 
 A fáscia parietal endopélvica delimita as paredes e 
o assoalho pélvico e se continua sobre os órgãos 
internos como fáscia pélvica visceral. 
 
 Se estende da face superior do diafragma pélvico 
(onde a ampola retal se estreita) ao ânus, tem 2,3-
3,5cm de comprimento. 
 É envolvido pelos músculos esfíncter anal interno 
e esfíncter anal externo. 
 O canal anal anatômico é definido através da linha 
denteada/ pectínea, ou seja, vai ser da linha 
anocutânea até 2cm proximal onde é localizada a 
linha denteada. 
Canal anal anatômico X canal anal cirúrgico 
▪ 2cm de comprimento. 
▪ Estendendo-se da margem anal até a linha 
denteada. 
▪ 4cm (em homens) da margem anal até o anel 
anorretal (elevadores do ânus). 
▪ Anel anorretal fica no nível da extremidade distal 
da ampola retal; forma o ângulo anorretal e o início 
de uma região de pressão intraluminal mais alta. 
 
 O m. Esfíncter anal interno envolve 2/3 
superiores do canal anal (2,5 – 4cm), tem ação 
involuntária e, na maior parte do tempo, está 
tonicamente contraído. É um músculo liso em 
estado de contração máxima, e representa uma 
barreira natural à perda involuntária de fezes e 
gases. 
 O m. Esfíncter anal externo é uma grande faixa 
de músculo de cada lado dos 2/3 terços inferiores 
do canal anal, tem ação voluntária. Cilíndrico 
elíptico de musculatura estriada, revestido 
internamente em toda a extensão por uma camada 
de musculatura lisa, porém termina um pouco mais 
distal que o esfíncter anal interno. A parte mais 
profunda está intimamente relacionada com o 
músculo puborretal. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Ultrassonografia Anorretal 
▪ O EAI é uma faixa muscular de 2 – 3mm de 
espessura, hipoecogênica e uniforme. 
▪ O puborretal e o EAE são predominantemente 
hiperecogênicos, com espessura média de 6mm 
(variando de 5 – 8mm). 
 
 
 Músculos Longitudinais Conjuntos: 
➢ A camada circular interna do reto dá origem 
ao musculo esfíncter anal interno. 
➢ A camada externa longitudinal, no nível do 
anel anorretal, funde-se com fibras dos 
elevadores do ânus para formar a 
musculatura longitudinal conjunta. 
➢ A musculatura longitudinal conjunta desce 
entre os EAI e EAE, e por fim algumas de suas 
fibras vão formar o músculo corrugador da 
pele do ânus, atravessam a parte mais inferior 
do EAE para se inserir na pele da região 
perianal. 
 No interior do canal anal existem cristas 
longitudinais na mucosa, colunas anais, que 
indicam superiormente a junção anorretal, e 
inferiormente são unidas pelas válvulas anais. 
Superior as válvulas encontram-se os seios anais 
que são pequenos recessos. 
 A parte superior e inferior do canal anal junta-se na 
linha pectínea/ denteada (dista 1 a 2 cm da borda 
anal) que é uma linha irregular formada pelos 
limites inferiores das válvulas anais. Na linha 
denteada encontramos as colunas de Morgagni e 
as criptas anais. 
 Plexos hemorroidários – estruturas anatômicas 
que podem evoluir para as doenças 
hemorroidárias. O plexo interno é superior a linha 
denteada e o plexo externo é junto ao anoderma. 
 
Relações Anatômicas do Canal Anal 
 Posteriormente – o canal anal está relacionado 
com o cóccix. 
 Anteriormente – com o corpo perineal e a parte 
mais baixa da parede posterior da vagina na 
mulher, e com a uretra no homem. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 O ísquio e a fossa isquiorretal estão situados em 
ambos os lados. 
 São recessos piramidais pares que contém gordura 
e os vasos e nervos retais inferiores, que cruzam 
para penetrar na parede do canal anal. 
 Fossas isquioanais – os limites para cada fossa são: 
➢ Inferior (base) – pele (anoderma) sobre a 
região anal. 
➢ Medial – músculos esfíncter externo do ânus 
e levantador do ânus. 
➢ Lateral – túberes isquiáticos, músculo 
obturador interno e sua fáscia. 
 
▪ Linhas vermelhas – fistula anorretal (patologia). 
▪ Número 3 – fissura anal. 
 
Toque retal 
 É possível palpar o músculo 
puborretal chegando até o 
ângulo anorretal (limite superior 
do canal anal cirúrgico). 
 
Suprimento Arterial do Reto e Canal Anal 
 A artéria hemorroidária superior é a continuação 
da artéria mesentérica inferior, após atravessar os 
vasos ilíacos esquerdos. 
 As artérias hemorroidárias superior e inferior 
representam o principal suprimento sanguíneo do 
anorreto. 
 Também é suprido pelas artérias ilíacas internas. 
 O anorreto possui extensa rede anastomótica 
intramural, que provavelmente é responsável pelo 
fato de que a secção das artérias hemorroidárias 
média e superior não resulta em necrose do reto. 
Drenagem Venosa e Linfática do Reto e 
Canal Anal 
 O plexo hemorroidário externo, situado no 
subcutâneo, em torno do canal anal, abaixo da 
linha denteada, forma, quando dilatado, as 
hemorroidas externas. 
 O plexo hemorroidário interno, situado na 
submucosa, em torno do canal anal superior e 
acima da linha denteada. As hemorroidas internas 
originam-se desse plexo. 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Inervação do Reto e Canal Anal 
 Suprimento simpático tem origem na altura das 
primeiras vértebras lombares L1, L2 e L3. 
 O reto inferior é inervado pelos plexos pré-sacrais. 
 Abaixo do promontório, os nervos pré-sacrais 
bifurcam-se para formar os nervos hipogástricos 
direito e esquerdo que darão origem aos plexos 
pélvicos. 
 O suprimento parassimpático tem origem na altura 
da segunda à quarta vértebra sacral – S2, S3 e S4 e 
constitui os nervos erigentes. 
 Os nervos pudendos, direito e esquerdo, tem 
origem nas raízes sacrais de S2, S3 e S4. 
 O esfíncter externo do ânus recebe inervação do 
ramo perineal e do reto inferior. 
 Os músculos levantadores do ânus são inervados 
por ramos do pudendo, do reto inferior, do 
perineal e diretamente das raízes sacrais S3 e S4. 
 A sensibilidade do ânus está associada ao nervo 
retal inferior. 
 Os componentes simpáticos (L5) e parassimpáticos 
(S2, S3 e S$) da inervação motora do esfíncter 
interno do ânus seguem a mesma rota dos nervos 
para o reto. 
 O esfíncter externo do ânus é inervado em cada 
lado pelo ramo retal inferior (S2 e S3) do nervo 
pudendo e pelo ramo perineal de S4. 
 
 Lado direito: ramos da artéria mesentérica 
superior (ileocólica, cólica direita e cólica média) – 
ceco cólon ascendente e transverso. 
➢ Ceco – artéria ileocólica. 
➢ Colo ascendente – artérias ileocólicas e artéria 
cólica direita. 
➢ Colo transverso – artéria cólica média. 
 Lado esquerdo: artéria mesentérica inferior (cólica 
esquerda, retal superior e ramos sigmoidianos) – 
colo descente e sigmoide. 
 Circulação colateral: 
➢ Arcada de Riolano – ramo esquerdo da artéria 
cólica média até ramos ascendentes das 
sigmoidianas. 
➢ Arcada de Drummond – associações dos vasos 
sigmoidianos. 
 A arcada marginal é o plexo artéria originado da 
conexão da artéria mesentérica superior e inferior. 
Localiza-se próxima e ao longo de todo cólon. Seus 
ramos colaterais (vasos retos, que vão estar sobre 
o cólon) se bifurcam e penetram na parede do 
cólon. 
 Os vasos artérias e venosos formam anastomoses 
que servem como proteção contra isquemia. 
 
 A drenagem venosa é feita por 2 plexos: 
➢ Plexo direito pelas veiacólicas e veia 
ileocólica que drenam para a veia 
mesentérica superior. 
➢ Plexo esquerdo pelas veia retal superior, 
veias sigmoidianas e veia cólica esquerda que 
drenam para a veia mesentérica inferior. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Rede abundante de vasos linfáticos e folículos 
linfoides juntos da camada muscular da mucosa, 
tornando-se mais abundante nas camadas 
submucosa e muscular. 
 Esses vasos linfáticos intraparietais drenam para os 
linfonodos extramurais, que se distribuem 
seguindo a arcada vascular arterial de cada região. 
 Classificação de Jameson e Dobson: grupos. 
➢ Epiplóico – aqueles que estão próximos à 
parede dos cólons, abaixo do peritônio visceral 
e dos apêndices apiplóicos distribuídos em 
quantidades variáveis. Reduzem com a idade. 
➢ Paracólico – ao longo da arcada marginal, 
desde os ramos ileocólicos até a junção 
retosigmoidiana. 
➢ Intermediário – ao longo da divisão das 
principais artérias cólicas, seguindo até a sua 
origem. 
➢ Principal – ao longo das artérias mesentéricas 
superior e inferior e base das artérias cólicas 
direita e média. 
 
Simpática 
 Fibras torácicas inferiores: plexo celíaco – nervos 
esplânicos e plexo mesentérico superior – 
inervação cólicas à direita. 
 Porção superior do plexo lombar da medula 
vertebral: nervos mesentéricos inferiores – 
inervação do cólon esquerdo e reto superior. 
Parassimpática 
 N. vago – inerva cólon e parte do cólon transverso. 
 Plexo sacral – inerva cólon esquerdo. 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Anatomia do Sistema Digestório 
Abdome - Peritônio, Cavidade Peritoneal, Pâncreas, Baço, Fígado e Vesícula Biliar 
 
 
▪ Linhas verticais – hemiclaviculares, atravessam o 
corpo inteiro. 
▪ Linhas horizontais: plano transpilórico e plano das 
cristas ilíacas. 
1. Epigástrio. 
2. Hipogástrio/ supra púbico. 
3. Hipocôndrio esquerdo. 
4. Fossa ilíaca esquerda. 
5. Flanco esquerdo. 
6. Hipocôndrio direito. 
7. Fossa ilíaca direita. 
8. Flanco direito. 
9. Mesogástrio. 
Peritônio e Cavidade Peritoneal 
 É uma membrana serosa transparente, brilhante e 
contínua que reveste a cavidade abdominal e 
envolve as vísceras presentes nela. 
 Consiste em duas lâminas contínuas: peritônio 
parietal, revestindo face interna da parede 
abdomino-pélvica, e peritônio visceral que 
envolve as vísceras através de flexuras. 
 A cavidade peritoneal é um espaço potencial de 
espessura capilar entre as lâminas do peritônio. 
Não contém órgãos e sim uma fina película de 
líquido peritoneal. A cavidade peritoneal é 
completamente fechada nos homens; nas 
mulheres há uma via de comunicação com o 
exterior do corpo através das tubas uterinas, 
cavidade do útero e vagina. 
 O peritônio inferiormente faz uma curva posterior 
a sínfise púbica e superior a bexiga, recobrindo o 
útero em mulheres, e depois cobre a porção final 
do intestino grosso (sigmoide, reto e anus) onde 
forma o mesosigmóide. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 O mesentério é uma lâmina dupla de peritônio que 
invagina um órgão e propicia meios para 
comunicação neurovascular do órgão com a 
parede do corpo. Possuem um cerne de tecido 
conectivo com vasos sanguíneos, linfáticos, nervos, 
linfonodos e gorduras. 
 No intestino grosso o colo ascendente é 
retroperitoneal e não possui mesentério (somente 
25% das pessoas possuem um mesentério curto); o 
colo transverso é sustentado pelo mesocolo 
transverso (mesentério do colo transverso); o colo 
descendente é retroperitoneal e não possui 
mesentério (somente 33% das pessoas possuem 
um mesentério curto); o colo sigmoide tem o 
mesosigmóide (mesentério do colo sigmoide). 
CA sem meso (25% com) → CT com mesocolo 
transverso → CD sem meso (33% com) → CS com 
mesosigmóide 
 O omento maior é uma grande prega peritoneal 
proeminente que se projeta para baixo a partir da 
curvatura maior do estômago e, após descer, 
dobra-se para trás e se prende a face anterior do 
colo transverso. Ele impede que o peritônio 
visceral se aderir ao peritônio parietal que reveste 
a parede abdominal anterolateral e protege os 
órgãos contra lesão e contribui como isolamento 
térmico. 
 O omento menor liga a curvatura menor do 
estomago e a parte proximal do duodeno ao 
fígado. 
 Conforme os órgãos assumem suas posições a 
cavidade peritoneal é dividida em sacos 
peritoneais maior e menor. 
Saco Peritoneal Maior 
 Também chamado de cavidade peritoneal. É a 
parte principal e maior e é divido pelo mesocolo 
transverso em compartimento supracólico 
(estômago, fígado e baço) e compartimento 
infracólico (intestino delgado e colos ascendente e 
descendente) os quais comunicam-se entre si 
através dos sulcos paracólicos. 
 O compartimento infracólico encontra-se posterior 
ao omento maior e é divido em espaços 
infracólicos direito e esquerdo pelo mesentério do 
intestino delgado. 
Saco Peritoneal Menor 
 Também chamado de bolsa omental, é cavidade 
extensa posterior ao estomago e estruturas 
adjacentes. 
 Possui um recesso superior limitado 
superiormente pelo diafragma e lâmina posterior 
do ligamento coronário do fígado. E um recesso 
inferior entre as partes superiores das lâminas do 
omento maior. 
 A bolsa omental permite o movimento do 
estômago sobre as estruturas inferiores e 
posteriores e se comunica com a cavidade 
peritoneal pelo forame omental (forame 
epiplótico ou de Winslow). 
Pâncreas 
 É uma glândula digestiva acessória alongada 
retroperitoneal (atrás da cavidade abdominal). 
Situa-se posterior ao estômago, anterior a aorta e 
coluna vertebral; na sua lateral direita está o 
duodeno (segunda porção duodenal) e na 
esquerda o baço. 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O pâncreas é divido em quatro partes: cabeça, 
colo, corpo e cauda. 
 A cabeça do pâncreas é a parte expandida da 
glândula, é envolvida pela curvatura em C do 
duodeno, fixando-se firmemente à face medial da 
parte descendente e horizontal do duodeno. A 
cabeça apresenta o processo uncinado, que é um 
prolongamento em direção posterior na forma de 
gancho. 
 A cabeça do pâncreas prolonga-se para a 
esquerda formando o colo do pâncreas. É curto 
(1,5 a 2cm) e se estende sobre os vasos 
mesentéricos superiores os quais formam um 
sulco na face posterior. 
 O corpo do pâncreas é a continuação do colo 
situada a esquerda e passa na frente da coluna 
vertebral. 
 O corpo do pâncreas termina na cauda do 
pâncreas situada anterior ao rim esquerdo e 
intimamente ligada ao hilo do baço. 
 O pâncreas apresenta um sistema de ductos 
excretores constituído pelo: 
➢ Ducto principal ou de Wirsung. 
➢ Ducto acessório ou de Santorini (nem todos 
tem). 
 O ducto pancreático principal ou ducto de 
Wirsung começa na cauda e se estende até a 
cabeça, onde se curva inferiormente. Se une com o 
ducto colédoco para formar a ampola 
hepatopancreática a qual se abre na papila maior 
do duodeno (papila/ampola de Vater ou esfíncter 
de Oddi), ou seja, desemboca no duodeno. 
 O ducto pancreático acessório ou ducto de 
Santorini é responsável pela drenagem do 
processo uncinado e da parte inferior da cabeça do 
pâncreas, se abrindo na papila menor do duodeno. 
Em 60% das pessoas ele se comunica com o ducto 
de Wirsung. 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Ele é suprido por dois sistemas arteriais distintos, 
um para a cabeça e colo e outro para o corpo e 
cauda. 
 A cabeça é envolvida por um anel vascular duplo 
formado por ramos da artéria gastroduodenal 
(artérias pancreaticoduodenais superior anterior e 
posterior) e da artéria mesentérica superior 
(artérias pancreaticoduodenais inferiores) O corpo 
e a cauda são vascularizados por ramos da artéria 
esplênica que formam a artéria pancreática 
dorsal. 
Artérias Gastroduodenal, Mesentérica Sup e Esplênica. 
▪ A. Gastroduodenal –> As. Pancreaticoduodenais sup. 
▪ A. Mês. Sup. –> As. Pancreaticoduodenais inf. 
▪ A. Esplênica –> As. Pancreáticas 
 
 A irrigação venosa tem origem da veiaporta (veias 
pancreaticoduodenais superiores anterior e 
posterior) e correspondem as artérias. Veias 
pancreáticas são tributárias da veia esplênica e da 
veia mesentérica superior (veias 
pancreaticoduodenais inferiores). 
 
▪ V. Esplênica –> Vs. Pancreáticas 
▪ V. Porta –> Vs. Pancreaticoduodenais superiores. 
▪ V. Mês. sup. –> Vs. Pancreaticoduodenais inf. 
 
 Os nervos são derivados do nervo vago (NC 10) e 
dos nervos esplâncnicos. O pâncreas também 
recebe fibras simpáticas e parassimpáticas do 
plexo celíaco e mesentérico superior. 
 
 Obstrução da Papila de Vater ou Esfíncter de Oddi 
– Provocado por cálculo biliar – coledocolitíase – 
pode acumular no ducto colédoco e ficar na região 
da papila maior, assim obstruindo o ducto 
pancreático principal, provocando pancreatite 
aguda. 
 Pancreatite – Inflamação do tecido pancreático. 
Paciente pode ficar: ictérico, acolia fecal (fezes 
brancas), colúria (urina escura). 
 Tecido pancreático acessório – Estômago e 
duodeno são os locais mais comuns e podem 
produzir insulina e glucagon. 
 Ruptura do pâncreas – Traumas por compressão 
súbita onde a coluna vertebral na região posterior 
rompe o pâncreas. 
 Câncer de pâncreas 
➢ Malignos – 90% adenocarcinomas 
➢ Benignos 
 Ultrassonografia (USG) – Prejudicada pelo tecido 
subcutâneo volumoso (obesos) e por interposição 
de gases intestinais. Portanto, não é um exame 
muito bom para o pâncreas. 
 Tomografia (TC) – Inflamação, lesões tumorais ou 
lesões por trauma. Um dos principais exames. 
 Ressonância Magnética (RNM) – Soluciona 
algumas dúvidas pela tomografia. 
 Colangiopancreatografia endoscópica retrógrada 
(CPRE) – Procedimento diagnóstico e terapêutico. 
 Ecoendoscopia ou USG endoscópico 
➢ Diagnóstico e biópsias de lesões suspeitas; 
➢ Estadiamento de lesões tumorais; 
➢ Tratamento de algumas doenças. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Baço 
 É o maior dos órgãos linfáticos/ linfóides. 
 Situado intraperitoneal (dentro da cavidade 
abdominal) no hipocôndrio esquerdo (quadrante 
superior esquerdo). 
 É totalmente envolvido pelo peritônio exceto na 
região do hilo a qual está em contato com a cauda 
do pâncreas. Varia consideravelmente em 
tamanho, peso e forma (de uma mão fechada), 
normalmente medindo 12cm de comprimento e 
7cm de largura. 
 
 Relaciona-se anteriormente com o estômago, 
posteriormente com o diafragma e 9ª a 11ª 
costelas, inferiormente com a flexura esquerda do 
cólon e medialmente com o rim esquerdo e cauda 
pancreática. 
Topografia: 
▪ Anterior – estômago; 
▪ Posterior – diafragma e 9ª a 11ª costelas; 
▪ Inferior – flexura esquerda do cólon; 
▪ Medial – rim esquerdo e cauda do pâncreas. 
 
 Possui 3 ligamentos, dois (gastroesplênico e 
esplenorrenal) deles conectam-se ao hilo e são 
atravessados pelos vasos esplênicos: ligamento 
gastroesplênico liga posteriormente a curvatura 
maior do estomago; ligamento esplenorrenal liga 
o rim esquerdo; ligamento esplenocólico liga o 
baço na flexura esplênica do cólon. 
 Sua vascularização arterial é feita pela artéria 
esplênica (ramo do tronco celíaco) que se divide 
em 5 ou mais ramos ao passar o ligamento 
esplenorrenal que entram no hilo. A irrigação 
venosa é feita pela veia esplênica que se junta a 
mesentérica inferior, as quais se anastomosam 
com a mesentérica superior para formar a veia 
porta. 
 A inervação é feita pelo plexo celíaco. 
 Drenagem linfática por linfonodos pancreáticos 
superiores e esplênicos. 
Ruptura de Baço – É causada por traumas pois o 
baço é um dos órgãos mais afetados por traumas 
fechados de abdome. Quando rompido sangra 
profusamente porque sua capsula é fina e o 
parênquima mole. Causa hemorragia intraperitoneal 
intensa e choque. 
Baços Acessórios – É o desenvolvimento de um ou 
mais baços pequenos na região do hilo, podendo estar 
parcialmente ou totalmente incrustrados na cauda do 
pâncreas. 
Esplenomegalia – É o aumento do baço. É diferente 
de hiperesplenismo, o qual é causado pela destruição 
acentuada das células. 
Fígado 
 A maior glândula do corpo, é um órgão maciço/ 
sólido de cerca de 1,5kg. Localizado no quadrante 
superior direito do abdome (fixado por ligamentos) 
e inferior ao diafragma. 
 Ligamentos principais de sustentação: 
➢ Ligamentos triangulares (nas extremidades, 
direito e esquerdo). 
➢ Ligamento coronário (mais extenso, é uma 
reflexão, direito e esquerdo) – sustenta os 
lobos hepáticos. 
➢ Ligamento falciforme – divide o fígado em lobo 
direito (maior) e esquerdo (menor) e, na sua 
margem mais inferior, envolve a veia umbilical 
obliterada. – na sua base com a veia umbilical, 
chamamos de ligamento redondo. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 O músculo diafragma é recoberto pelo peritônio 
parietal, que chegará no teto do abdome e sofrerá 
uma circunferência recobrindo o parênquima 
hepático, tornando-se peritônio visceral. No 
fígado, o peritônio visceral se chamará cápsula de 
Glisson. 
 Existem dois espaços potenciais contendo líquido 
peritoneal entre o fígado e as estruturas 
adjacentes: recesso subfrênico (entre diafragma e 
fígado) e recesso hepatorrenal (de Morrison – na 
cavidade peritoneal direita entre fígado e rim). 
 O fígado apresenta uma face diafragmática, 
adjacente ao diafragma, e uma face visceral 
voltada para baixo em direção as vísceras. 
Face Diafragmática 
 Lisa e côncava e parcialmente separada do 
diafragma. 
 Dividida anteriormente pelo lig. Falciforme em um 
grande lobo direito e um menor lobo esquerdo. 
 Cranialmente o lig. Falciforme continua como lig. 
Coronário, que dá origem aos lig. Triangulares 
direito e esquerdo (ligam-se ao diafragma); 
inferiormente envolve a veia umbilical obliterada 
formando o lig. Redondo. 
 Recessos subfrênicos direto e esquerdo (= flexura 
de peritônio). 
 Área nua – abaixo da flexura do peritônio, o fígado 
estará em contato com o musculo diafragma, 
porém ele não será recoberto por peritônio). 
 Ligamento coronário. 
 Ligamento triangular direito e esquerdo. 
Face Visceral 
 Apresenta a impressão gástrica e pilórica 
(relacionada ao lado D da face anterior do 
estômago). 
 Impressão duodenal (relacionada a parte superior 
do duodeno). 
 Flexura e impressão cólica direita (relacionado a 
flexura hepática do colo transverso). 
 Impressão renal (rim D e suprarrenal) – espaço de 
Morison/ hepatorrenal. 
 E divido pela tríade portal (v. Porta do fígado, a. 
Hepática e vias biliares) superiormente em lobo 
caudado e inferiormente em lobo quadrado. 
 O fígado não é revestido por peritônio em 4 locais: 
área nua, hilo do fígado, fossa da vesícula biliar e 
sulco da veia cava inferior. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
Espaço de Morison/ hepatorrenal – uma das regiões 
mais baixas do abdomem, ou seja, ali vai acumular 
secreções liquidas (exemplo: sangue; nesse espaço que 
vou procurar líquido acumulado). 
 
 Lobos hepáticos anatômicos 
➢ Caudado (“a cauda do cachorro fica para trás”, 
é o segmento posterior junto da veia cava) 
➢ Quadrado 
➢ Direito 
➢ Esquerdo 
 Ligamento redondo (porção mais inferior do 
ligamento falciforme) – veia umbilical obliterada 
(obliterada apenas na vida adulta, na vida 
embrionária passa por ela sangue arterial). 
 Ligamento falciforme. 
 Hilo hepático (onde está o ducto biliar, artéria 
hepática e veia porta). 
 
 Veia Porta (também é sistema de chegada de 
sangue que está vindo do mesentério; ela não 
drena o fígado, e sim alimenta; ricamente 
oxigenada, de modo que 70% do sangue oxigenado 
do fígado venha pela veia porta e não pela artéria 
hepática) e artéria hepática – o fígado é o filtro do 
tubo digestório, ou seja, o que for absorvido no 
tubo digestório, com exceção dos ácidos graxos de 
cadeia longa, vai obrigatoriamente passar pelo 
fígado. 
 O fígado recebe sangue proveniente de duas 
fontes, uma arterial (30%) e outra venosa (70%). 
30% de sangue bem oxigenado pela artéria 
hepática comum (ramo do tronco celíaco), a qual, 
próximo da porta hepática,se torna a. Hepática 
própria que irá se bifurcar em a. Hepática direita e 
esquerda suprindo os lados direito e esquerdo do 
fígado. 
 70% de sangue pouco oxigenado, porém rico em 
nutrientes, chega ao fígado pela veia porta do 
fígado (anastomose da veia mesentérica superior e 
esplênica) que irá drenar para as veias supra-
hepáticas direita, esquerda e média as quais 
drenam diretamente para a veia cava inferior. 
Artérias (30%) → Aorta → TC → a. Hep. Comum → a. 
Hep. Própria → a. Hep. D e E 
Veias (70%) → v. Mesentérica sup. + esplênica → v. 
Porta do fígado → v. Supra-hep. D, E e M → VCS 
 
 A drenagem linfática do fígado é feita 
principalmente para os linfonodos celíacos, que 
levam a formação da Cisterna do Quilo (início do 
ducto torácico). Os linfonodos frênicos e 
mediastinais posteriores também participam, 
porém me menor escala. 
 
 
 Sua inervação é feita pelo plexo nervoso hepático: 
➢ Plexo celíaco (gânglios torácicos simpáticos) – 
simpático inibirá o sistema digestório. 
➢ Tronco vagal superior (parassimpático) – 
parassimpático estimulará o sistema digestório. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 Ou lobos hepáticos vasculares (de Couinaud). 
 É a divisão do fígado FISIOLOGICAMENTE 
(segmentos funcionais) em 8 segmentos baseados 
na vascularização, com o objetivo de que em 
condições cirúrgicas possam ser removidos sem 
comprometer o funcionalmente hepático global. 
 Cada segmento é suprido por uma ramificação da 
tríade portal (v. Porta do fígado, a. Hepática 
própria e ducto hepático comum) e funcionam 
independentes. 
 Os segmentos de I a IV são supridos por ramos 
esquerdos da tríade portal; de V a VIII pelos ramos 
direito. O lobo caudado forma o segmento I; o 
segmento IV é onde há a inserção do hilo hepático; 
o segmento V é onde está implantada a vesícula 
biliar. 
 
 
1. Segmento caudado. 
2. Teto do lobo esquerdo. 
3. Base do lobo esquerdo. 
4. Transição do lobo direito para esquerdo (dividido 
em a e b) – segmento que recebe o hilo hepático 
(dificilmente consegue remover). 
5. Lobo abaixo do ligamento falciforme a direita – em 
contato com a vesícula biliar (segmento de 
implantação da vesícula biliar; cirurgia de 
drenagem da vesícula biliar se dará diretamente 
nesse segmento). 
6. Porção mais lateral a direita do fígado inferior. 
7. Canto superior direito. 
8. Teto a direita. 
▪ Com exceção do segmento 4, consegue-se ressecá-
los individualmente. 
 ANATOMICAMENTE o fígado é dividido em 4 
segmentos: 
➢ Segmento/ lobo direito (face diafragmática). 
➢ Segmento/ lobo esquerdo (face diafragmática). 
➢ Segmento anterior/ quadrado (face visceral). 
➢ Segmento posterior/ caudado (face visceral) – 
divide a região do hilo hepático. 
 
 A função digestória do fígado é de produzir a bile, 
a qual deve ser transportada para a vesicular biliar 
onde será armazenada. 
 Os hepatócitos (origem dos ductos biliares) 
secretam a bile para os canalículos biliares (porção 
inicial do sistema de ductos biliares) que irá drenar 
para os ductos biliares interlobares e estes se 
unem formando os ductos hepáticos direito e 
esquerdo. 
 Os ductos hepáticos direito e esquerdo drenam os 
respectivos lobos e unem-se para formar o ducto 
hepático comum, o qual se unira ao ducto cístico 
da vesícula biliar para formar a última porção do 
sistema de canais biliares, o ducto colédoco. 
Canalículos biliares → d. Biliares interlobares → d. 
Hepáticos D e E → d. Hepático comum → DHC + d. 
Cístico → d. Colédoco 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O ducto colédoco tem vascularização arterial feita 
por ramos da artéria cística, hepática direita e 
pancreaticoduodenal; e drenagem venosa feita, 
predominantemente, pelas veias 
pancreaticoduodenais. 
 Hepatócitos formam uma cadeia de drenagem 
vascular. Sangue que chega da veia porta vão se 
dirigir as veias supra-hepáticas (veia central), 
passando por um caminho intermeado de 
hepatócitos, nesse caminho ocorre a filtração. Veia 
porta tem pressão maior que a veia supra-
hepática. 
 A produção do conteúdo biliar se dará em fluxo 
reverso: no hepatócito começará a formar a bile 
que drenará em direção ao ducto biliar, o qual irá 
confluir em direção a região do hilo hepático e 
formará os canais biliares, a vesícula biliar 
(reservatório principal). 
 
 Via biliar (ducto hepático comum e ducto 
colédoco). 
 Arterial (todos ramos do tronco celíaco), ramos da: 
➢ Artéria Cística 
➢ Artéria hepática direita 
➢ Artéria pancreaticoduodenal 
 Venosa: Veias pancreaticoduodenais 
Cirrose – É o processo de inflamação crônica do 
fígado onde ele passa por um ciclo de inflamação e 
desinflamação até o momento em que a inflamação se 
torna irreversível. Isso causa aumento da pressão da 
passagem de fluidos sanguíneos por ele, levando a uma 
hipertensão portal. É fator de risco para 
hepatocarcinoma. 
 
Hipertensão Portal – É o aumento de pressão no 
sistema porta do fígado que leva a formação de varizes 
esofágicas inferiores, aranhas vasculares periumbilicais 
e sangramento digestivo baixo (hemorroidas internas). 
OBS: veia porta é a confluência da veia mesentérica 
superior e veia esplênica, ou seja, todo o sangue 
venoso das vísceras abdominais vai desembocar na 
veia porta, passando pelo filtro hepático, depois são 
enviadas as veias supra-hepáticas em direção a veia 
cava inferior. O aumento da pressão se repercutirá 
principalmente em seus ramos terminais, os quais são 
mais delicados, onde terá dilatação vascular, em razão 
disso terá a formação de varizes de esôfago ou de 
fundo gástrico e hemorragia digestiva baixa por 
hemorroidas no reto. Outra alteração é a recanalização 
da veia umbilical, onde as veias terão aumento de 
calibre formando as aranhas periumbilicais. 
Vesícula Biliar 
 É onde a bile é armazenada, tem 7-10cm de 
comprimento, formato piriforme e capacidade 
para até 50ml de bile. Situada na fossa da vesícula 
biliar na face visceral do fígado e dividida em 3 
partes: fundo, corpo e colo. Divisão anatômica: 
fundo, corpo, colo/ infundíbulo, ducto cístico 
(ducto de Luschka) e artéria cística. 
 O fundo projetado a partir da margem inferior do 
fígado (ponta da 9ª cartilagem costal direita); 
corpo que faz contato com a face visceral do 
fígado, colo transverso e parte superior do 
duodeno; colo/ infundíbulo de formato estreito e 
afilado direcionado para a porta hepática, faz curva 
em S unindo-se ao ducto cístico. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O ducto cístico (de Luschka) possui 4cm de 
comprimento e faz ligação da vesícula biliar com o 
ducto hepático comum. Apresenta pregas espirais 
(válvulas de Heister) que auxiliam na manutenção 
do conteúdo biliar dentro da vesicular. 
Toda vez que tem processo digestório iniciado, se tem 
a absorção de nutrientes e a passagem e a filtragem 
deles pelo fígado. Dessa forma, continuamente temos 
a produção de bile, sais biliares e enzimas biliares, 
essas são liberadas nos canais biliares. Em jejum a 
papila de Vater se mantem fechada pela compressão 
do esfíncter de oddi, então o fígado segue produzindo 
a bile, aumentando o nível de bile dentro do colédoco. 
A bile será então desviada para a vesícula biliar através 
do ducto cístico, ocupando a vesícula biliar 
(armazenamento). Quando começa a ter presença de 
alimentos gordurosos na primeira porção do intestino 
delgado começa a ter estímulo de receptores e assim 
terá a produção de uma enzima/ hormônio, que é a 
colecistocinina. No esfíncter de oddi, a colecistocinina 
terá receptores, onde se ligará e causará o relaxamento 
do esfíncter (abertura do esfíncter e da papila). Em 
receptores da parede da vesícula biliar a 
colecistocinina terá efeito de contração muscular, 
dessa forma a parede da vesícula vai contrair e ejetar a 
bile armazenada no sistema biliar, como o esfíncter 
está aberto o conteúdo será enviado para a segunda 
porção do duodeno, começando a exposição das 
cadeias de ácidos graxos e a emulsificação da gordura.Ducto hepático direito e esquerdo unem-se e 
formam o ducto hepático comum, o qual a partir 
da sua confluência com o ducto da vesícula biliar 
(ducto cístico) passa a denominar-se ducto 
colédoco, este vai com os sais biliares em direção 
a segunda porção do duodeno, passando a papila 
de Vater (e esfíncter de oddi, o qual está presente 
na papila de vater). 
 Posso ter presença de cálculo e tumor na papila de 
Vater/maior duodenal, e através do exame CPRE 
posso acessar essa região. 
 
 = triangulo hepatocistico. 
 Bordo hepático + ducto hepático + ducto cístico. 
 Artéria cística sobre o triangulo de calot. 
 Gânglio de drenagem linfática 
da vesícula biliar – gânglio de 
Mascagni. 
 
 Abscesso subfrênico 
 Cirurgia hepática – couinaud – cada segmento 
pode ser removido separadamente sem prejudicar 
o desenvolvimento do outro (exceção do 
segmento 4, pois recebe a tríade hepática). 
 Ruptura hepática 
 Hepatomegalia (aumento do fígado) 
 Cirrose 
 Hipertensão portal (consequência da cirrose) – 
aumento da pressão do sistema porta. 
Pode resultar em: 
➢ Varizes de esôfago inferior. 
➢ Aranhas vasculares periumbilicais. 
➢ Sangramento digestivo baixo – hemorróidas 
internas. 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Fisiologia do Sistema Digestório 
Princípios Gerais da Função Gastrointestinal 
 Movimento do alimento. 
 Secreção de sucos digestivos e digestão. 
 Absorção. 
 Circulação e transporte de substâncias absorvidas. 
Características da Parede Gastrintestinal 
 A parede do trato GI (gastrintestinal) apresenta 
cinco camadas distintas. Da mais interna para a 
externa temos as camadas serosa, muscular lisa 
longitudinal, muscular lisa circular, submucosa e 
mucosa. As funções motoras intestinais são 
realizadas por ambas as camadas musculares lisas. 
 
 Cada uma das camadas musculares lisa do trato GI 
atua como um sincício, ou seja, um potencial de 
ação desencadeado em qualquer parte da massa 
muscular se propaga para todas as direções da 
musculatura. 
 Isso acontece porque fibras musculares lisas, 
dentro de cada feixe (longitudinal e ao redor do 
intestino), conectam-se eletricamente através de 
muitas junções comunicantes/abertas permitindo 
um movimento (com baixa resistência) de íons de 
uma célula para outra. Isso faz com que os sinais 
elétricos (iniciadores de contrações) se propaguem 
rapidamente de uma fibra para outra. Além disso, 
as camadas musculares fundem-se em vários 
pontos formando uma rede de modo que a 
excitação de uma camada pode excitar a outra. 
 
 O m. Liso do trato GI é excitado por atividade 
elétrica intrínseca lenta e quase contínua ao longo 
das fibras musculares, e essa atividade se 
apresenta em dois tipos, as ondas lentas e os 
potenciais em ponta. 
 
 São alterações ondulantes lentas no potencial de 
repouso da membrana (amplitude de 5-15mv) de 
causa desconhecida que determinam o ritmo das 
contrações GI. Não causam contração musculares 
na maior parte do trato GI (exceto estômago), e 
sim controlam aparecimento de potenciais em 
ponta intermitentes, os quais excitam a maior 
parte da contração muscular. 
Ondas lentas → rimo das contrações do GI e controle 
do aparecimento dos pot. Em ponta intermitentes 
 São verdadeiros pot. De ação, ocorrem 
automaticamente quando o pot. De repouso da 
membrana fica mais positivo (de -60 a -40mv). 
Sempre que os picos das ondas lentas se elevam 
acima de -40mv há o surgimento dos pot. Em pico 
em cima destes, quanto maior a elevação mais 
frequente surgem os pot. Em pico (1-10 pontas/s). 
 Os canais de cálcio-sódio presentes nas fibras 
musculares lisas do trato GI, durante os pot. Em 
ponta, permitem que uma grande quantidade de 
Ca++ e uma pequena de Na+ entre nas fibras, 
causando contração. Estes canais apresentam 
abertura lenta e por isso há uma longa duração nos 
pot. De ação. 
Onda lenta eleva ≥ -40mv → pot. Em pico → abertura 
lenta dos canais de Ca++/Na+ → entrada grande de 
Ca++ e pequena de Na+ → contração das f. M. Lisas 
 Existem fatores que causam a despolarização (pot. 
De repouso da membrana menos negativo) e a 
hiperpolarização (pot. De repouso da membrana 
menos negativo) da membrana das fibras 
musculares a tornando mais excitável ou menos 
excitável, respectivamente. 
➢ Fatores Despolarizantes: estiramento 
muscular; estimulação por acetilcolina, nervos 
parassimpáticos e hormônios gastrointestinais 
específicos; 
➢ Fatores Hiperpolarizantes: efeito da 
norepinefrina/epinefrina sobre a membrana 
das fibras; estimulação de nervos simpáticos. 
Despolariza (-neg.) → fibras mais excitáveis 
Hiperpolariza (+neg.) → fibras menos excitáveis 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Controle Natural da Função Gastrintestinal 
 O trato GI tem um sistema nervoso próprio, o 
sistema nervoso entérico (SNE), localizado 
inteiramente na parede do intestino (do esôfago 
ao ânus) e faz o controle, principalmente, dos 
movimentos e secreções GI. 
 O SNE é composto por dois plexos nervosos: 
➢ Plexo Mioentérico (de Auerbach): situado na 
camada muscular que faz controle dos 
movimentos GI. Ao ser estimulado aumenta a 
contração tônica da parede intestinal, a 
intensidade das contrações rítmicas, 
ligeiramente a frequência do ritmo de 
contração e movimento das ondas 
peristálticas. 
➢ Plexo Submucoso (de Meissner): situado na 
camada submucosa que controla secreção GI, 
absorção, contração e fluxo sanguíneo local. 
 Fibras simpáticas e parassimpáticas fazem 
conexões entre ambos e, mesmo o SNE podendo 
funcionar sozinho, podem ativar/inibir as funções 
GI. Também há a presença de terminações 
nervosas sensitivas, originadas do epitélio GI, que 
emitem fibras aferentes em seu trajeto até o 
tronco cerebral para ambos os plexos, gânglios 
para vertebrais do SNAS, medula espinhal e nervos 
vagos (NC 10). 
 Os neurônios do SNE fazem a secreção de alguns 
neurotransmissores: acetilcolina (quase sempre 
excitatório), norepinefrina e epinefrina (quase 
sempre inibitórios), ATP, serotonina, dopamina, 
colecistocinina, substância P, peptídeo intestinal 
vasoativo, somatostatina, leu-encefalina, met-
encefalina, bombestina. 
 
 É responsável pelo aumento da atividade do SNE 
e se divide em cranial e sacral 
 As fibras parassimpáticas craniais são levadas pelo 
nervo vago (NC 10), inervando esôfago, estômago, 
pâncreas e ligeiramente em menor grau o intestino 
(até metade do intestino grosso). As fibras 
parassimpáticas sacrais são levadas pelos nervos 
pélvicos, inervando a metade distal do intestino 
grosso até o ânus. 
 A presença de neurônios pós-ganglionares do 
SNAP nos plexos mioentérico e submucoso 
provoca o aumento geral da atividade de todo o 
SNE e intensificação das funções GI quando 
estimulados. 
 É responsável pela inibição da atividade do trato 
GI. As fibras simpáticas são originadas na medula 
espinhal entre os seguimentos T4 e L2 os quais 
saem da medula e, a maior parte, entre nas cadeias 
simpáticas indo até os gânglios mais distantes 
(celíaco e diversos mesentéricos). 
 As terminações simpáticas fazem secreção de 
norepinefrina que faz inibição da atividade do trato 
GI, produzindo efeitos oposto ao do SNAP. Uma 
forte estimulação simpática pode bloquear a 
movimentação do alimento pelo trato GI. 
 
 Existem 3 tipos de reflexos GI essenciais para 
controle GI devido à disposição anatômica do SNE 
e suas conexões com SNAP e SNAS. 
1. Reflexos completamente integrados na parede 
intestinal do SNE (controle de secreção GI, 
peristaltismo, efeitos inibitórios locais); 
2. Reflexos do intestino para gânglios simpáticos pré-
vertebrais que retornam ao trato GI (reflexo 
gastrocólico, enterogástricos, colonoileal); 
3. Reflexos do intestino para a medula espinhal, ou 
tronco cerebral, que retornam ao trato GI (controle 
de atividade gástrica, motora e secreto, reflexos de 
dor e reflexos de defecação). 
 
 Os hormônios GI, liberados na circulação porta, 
exercem ações fisiológicas em células-alvo. 
 Colecistocinina(CCK): secretada por células I da 
mucosa duodenal e jejunal em resposta a presença 
de alimentos no duodeno, aumenta a 
contratilidade da vesícula biliar para expelir bile 
para o intestino e retarda o esvaziamento do 
alimento do estomago. 
 Secretina: secretada por células S da mucosa 
duodenal em resposta a presença de alimentos 
altamente ácidos no intestino delgado, inibe a 
motilidade da maior parte do trato GI. 
 Peptídeo Inibidor Gástrico (GIP): secretado pela 
mucosa superior do intestino delgado em resposta 
a presença de ácidos graxos, aminoácidos e 
carboidratos (em menor grau), diminui levemente 
a atividade motora do estômago. 
 Gastrina: secretada por células G do antro do 
estômago em resposta a estímulos associados à 
ingestão alimentar, estimula a secreção gástrica de 
ácido e o crescimento da mucosa gástrica. 
 Motilina: secretada pelo estômago e duodeno 
superior durante o jejum, aumenta a motilidade GI. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
Movimentos no Trato Gastrintestinal 
 É o movimento propulsivo básico do trato GI. 
 A distensão do intestino (estiramento da parede 
intestinal) pela presença de alimento estimula o 
SNE a contrair a parede intestinal, 2-3cm acima 
desse ponto, causando o aparecimento de um anel 
contrátil no m. Circular do intestino que se propaga 
ao longo do tubo desencadeando o mov. 
Peristáltico. 
 O peristaltismo efetivo exige a presença do plexo 
mioentérico (o peristaltismo ocorre fracamente, 
ou nem ocorre, em casos de ausência congênita 
desse plexo). 
 Pode ocorrer em ambas as direções (oral e anal) a 
partir do ponto estimulado, em condições normais 
desaparece rapidamente na direção oral. 
 O movimento de peristaltismo normal obedece a 
lei do intestino, na qual o anel contrátil, 
provocador do peristaltismo, surge no lado oral do 
segmento e empurra o conteúdo intestinal 5-10cm 
em direção anal antes de desaparecer. Ao mesmo 
tempo que isso acontece, o intestino faz 
relaxamento receptivo, onde ele relaxa vários 
centímetros distalmente para facilitar a propulsão 
do alimento. 
Presença de alimento → estiramento da parede 
intestinal → estimula SNE → estimula plexo 
mioentérico → anel contrátil 2-3cm acima do alimento 
+ relaxamento receptivo → propulsão 5-10cm → anel 
contrátil desaparece 
 São diferentes conforme a parte do tubo 
alimentar. Em partes onde o conteúdo intestinal é 
bloqueado por esfíncter, o peristaltismo faz a 
maior parte da mistura em vez de propelir 
distalmente o alimento. 
 Em alguns locais ocorrem contrações constritivas 
intermitentes locais de 5-30s de duração a cada 
poucos centímetros que atuam cortando e 
triturando o conteúdo intestinal. 
Fluxo Sanguíneo Gastrintestinal 
 Os vasos sanguíneos do sistema GI fazem parte da 
circulação esplâncnica, um sistema mais extenso 
que inclui fluxo sanguíneo do intestino, baço, 
pâncreas e fígado. 
 O sangue fui pelo intestino, baço e pâncreas e 
passa, através da veia porta, imediatamente para 
fígado onde o sangue atravessa milhões de 
sinusoides hepáticos e sai do fígado através veias 
hepáticas que drenam para a veia cava inferior, 
voltando para a circulação geral. 
Sangue flui pelo intestino, baço e pâncreas → v. 
Porta → fígado → s. Hepáticos → v. Hepáticas → VCI 
→ circulação geral 
 Esse fluxo secundário pelo fígado permite que as 
células reticulo-endoteliais dos sinusóides 
hepáticos removam bactérias e partículas 
potencialmente nocivas que possam ter penetrado 
na corrente sanguínea a partir do trato GI. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Em condições normais o FS em cada área e camada 
do trato GI está diretamente relacionado ao nível 
de atividade local. 
Atv. Secretora, motora e absortiva↑ → FS↑ 
 
1. Substâncias vasodilatadoras liberadas pela mucosa 
GI durante o processo digestivo (CCK, GIP, gastrina 
e secretina); 
2. Glândulas GI liberam na parede intestinal cininas 
vasodilatadoras (calidina e bradicinina); 
3. Redução da concentração de O2 na parede 
intestinal. 
 
 O fluxo arterial (entra) e o venoso (sai) dos vilos 
correm em direções opostas fazendo com que 
grande parte do O2 das arteríolas se difunda para 
as vênulas adjacentes sem ter sido transportados 
para as pontas das vilosidades. 
 Em condições normais, não é prejudicial para as 
vilosidades. Em condições patológicas quando o FS 
sanguíneo fica acentuadamente diminuído 
(choque hipovolêmico), o déficit de O2 nas pontas 
fica pronunciado podendo levar a morte isquêmica 
e desintegração das vilosidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Fisiologia do Sistema Digestório 
Propulsão e Mistura dos Alimentos 
 O alimento deve permanecer durante certo tempo 
em cada parte do trato digestivo para que seu 
processamento ocorra de maneira mais otimizada. 
 
Ingestão do Alimento 
 É onde o processo de ingestão do alimento 
começa. Durante a mastigação os alimentos são 
mastigados e reduzidos a pedaços bem pequenos 
pela ação dos dentes e da língua. 
 Os dentes apresentam uma forte ação de corte e 
trituração dos alimentos; com a ação dos músculos 
da mandíbula trabalhando simultaneamente, os 
dentes conseguem ter força de cerca de 25kg nos 
incisivos e 90kg nos molares. 
 32 dentes 
➢ 8 incisivos: corte 
➢ 4 caninos: rasgar 
➢ 8 pré-molares: triturar 
➢ 12 molares: triturar e mastigar 
 
 O contato do alimento triturado com a saliva 
produzida pelas glândulas salivares facilita sua 
passagem pelo tubo digestivo. 
 Os alimentos são mastigados e reduzidos a 
pedaços bem pequenos, com o auxílio dos dentes 
e da língua. 
 Os músculos da mastigação são inervados por 
ramos do nervo trigêmeo (NC 5) e, assim como o 
processo da mastigação, são controlados por 
núcleos do tronco cerebral. 
Músculos: Temporal, Masseter, Pterigoideo medial 
e Pterigoideo lateral. 
 
 Grande parte do processo de mastigação é 
produzido pelo reflexo mastigatório. 
 O reflexo mastigatório atua da seguinte forma: 
presença de alimento na boca causa inibição 
reflexo dos m. Da mastigação, isso faz com que a 
mandíbula caia (abra), causando um reflexo de 
estiramento nos m. Da mandíbula resultando em 
um efeito rebote que eleva a mandíbula, fechando 
a boca e comprimento o bolo alimentar o que vai 
fazer com que o reflexo aconteça novamente. 
Alimento na boca → inib. dos m. da mastigação → 
mandíbula cai → estiramento dos m. da mandíbula 
→ efeito rebote → mandíbula eleva → comprime 
alimento → reflexo repete-se 
 A mastigação é importante pois transforma o 
alimento em pequenas partículas que evitam 
escoriação do trato gastrointestinal e colaboram 
para o aumento da superfície de contato do 
alimento com enzimas digestivas. Facilita o trajeto 
do alimento do estomago para o intestino. Após a 
mastigação e a salivação forma-se o bolo alimentar 
ser formado ele é deglutido. 
1. Inibição do músculo da mastigação 
2. Presença do bolo alimentar na boca 
3. Reflexo mastigatório 
4. Mandíbula cai 
5. Estiramento dos músculos da mandíbula e uma 
contração de rebote 
6. Mandíbula se eleva e fecha os dentes 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 É um mecanismo complicado pois, na maior parte 
do tempo, a faringe atua na respiração; ela se 
transforma por alguns segundos em um trato para 
a propulsão do alimento. 
 
– inicia o processo de deglutição; o 
alimento está pronto para ser deglutido e é 
empurrado/comprimido posteriormente da boca para 
a faringe. 
 
Fase Faríngea 
 Passagem do alimento da faringe até o esôfago. 
 Ao penetrar na parte posterior da boca e da faringe 
o bolo alimentar estimula as áreas receptoras 
epiteliais da deglutição que origina impulsos que 
vão ao tronco cerebral e desencadeiam contrações 
musculares automáticas. 
Bolo alimentar na faringe → estímulo das a. 
Receptoras epiteliais da deglutição → impulsos para 
o tronco cerebral → contrações musculares 
 O palato mole é empurrado para cima fechando a 
parte posterior nas narinas, impedindo refluxo 
alimentar paradentro da cavidade nasal. As pregas 
palatofaríngeas são empurradas medialmente 
impedindo a passagem de grandes objetos (tem 
duração de cerca de 1 segundo). 
 As cordas vocais da laringe se aproximam, e a 
laringe é puxada supero-anteriormente pelos m. 
Do pescoço. Os ligamentos da epiglote fazem com 
que ela se dobre posteriormente sobre a abertura 
da faringe, impedindo que o alimento entre na 
traqueia. 
 Quando a laringe sobe a abertura superior do 
esôfago/esfíncter esofágico superior (esfíncter 
faringoesofágico) relaxa permitindo que o 
alimento se mova com facilidade da faringe para a 
parte superior do esôfago. 
 O relaxamento do esfíncter faringoesofágico faz 
com que um onda peristáltica de contração se 
propague da parte superior da faringe para baixo, 
propelindo o alimento para o esôfago. 
Contração muscular → palato mole empurrado para cima 
→ pregas palatofaríngeas aproximam → cordas vocais da 
laringe aproximam, laringe puxada supero-anteriormente 
→ epiglote se dobra sobre abertura da laringe → esfíncter 
esofágico superior relaxa → onda peristáltica rápida na 
faringe → alimento propelido para o esôfago. 
Traqueia fecha → esôfago abre → onda peristáltica rápida 
na faringe → alimento propelido para o esôfago 
 Toda a fase faríngea da deglutição ocorre em 
menos de 2 segundos nos quais as funções 
respiratórias são interrompidas. O centro da 
deglutição, quando ativado, inibe o centro 
respiratório no bulbo durante esse período de 
duração. 
 
Fase Esofágica 
 Passagem do alimento para o estômago. 
 O esôfago tem a função de conduzir rapidamente 
o alimento da faringe para o estômago e apresenta 
dois tipos de peristaltismo. 
 O peristaltismo primário é a continuação da onda 
peristáltica da faringe que tem duração de 8- 10 
segundos. Em uma pessoa ereta, o alimento é 
transferido para a porção inferior do esôfago mais 
rápido que a duração da onda (de 5-8s). 
 Quando a onda peristáltica primaria não 
movimenta todo o alimento do esôfago para o 
estômago, surge o peristaltismo secundário o qual 
provoca ondas peristálticas secundárias as quais 
ondas distendem o esôfago eliminando o que está 
nele retido, e continuam até todo alimento chegar 
ao estômago. 
 Conforme a onda peristáltica esofágica se propaga 
para o estômago, os neurônios inibidores 
mioentéricos transmitem uma onda de 
relaxamento que precede o peristaltismo, 
causando relaxamento estomacal e duodenal em 
menor grau, preparando-os para receber o 
alimento. 
 Conforme a onda peristáltica da deglutição se 
propaga pelo esôfago, há o relaxamento do 
esfíncter esofágico inferior (esfíncter 
gastroesofágico), permitindo a propulsão do 
alimento para o estômago. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 A porção curta do esôfago, imediatamente abaixo 
do diafragma, tem um mecanismo do tipo valvular 
que impede que a elevada pressão intra-abdominal 
cause refluxo gastroesofágico. 
 
 
Funções Motoras do Estômago 
 Do ponto de vista fisiológico, o estômago pode ser 
divido em porção oral, compreendendo os 2/3 do 
corpo, e porção caudal incluindo o restando do 
corpo e antro; e tem 3 funções motoras: 
➢ Armazenamento de grande quantidade de 
alimento. 
➢ Misturar com secreções gástricas, formar o 
“quimo”. 
➢ Esvaziar lentamente, compatível com digestão. 
 
 O alimento forma círculos concêntricos na porção 
estomacal oral, à medida que penetra seu interior, 
de modo que o alimento mais recente se encontra 
mais próximo da abertura esofágica e o mais tardio 
mais próximo da parede gástrica. 
 Quando o alimento penetra no estômago há um 
“reflexo vagovagal” (do estômago para o tronco 
cerebral e de volta para o estômago) que reduz o 
tônus muscular do corpo estomacal, distendendo 
sua parede para fora progressivamente para 
acomodar mais alimentos até atingir seu limite (1 - 
1,5 litros). Armazena de 0,8 a 1,5L. 
Alimento no estômago → reflexo vagovagal → tônus 
muscular↓ → parede estomacal distende → limite 1-,15L 
 
 É feita uma mistura e propulsão do alimento com 
secreções gástricas até formar o quimo (mistura 
semilíquida). 
 Os sucos digestivos (secretados por glândulas 
gástricas) entrem imediatamente em contato com 
a porção de alimento que está em contato com a 
mucosa estomacal; e, enquanto existir alimento no 
estômago, surgem ondas constritoras peristálticas 
fracas (ondas de mistura) na porção média da 
parede gástrica direcionadas ao antro numa 
frequência 1 onda a cada 15-20s. 
 As ondas de mistura tornam-se mais intensas à 
medida que progridem pelo corpo estomacal e, as 
extremamente fortes, formam anéis constritores 
peristálticos os quais propelem, com pressão cada 
vez mais elevada, o conteúdo antral em direção ao 
piloro. 
 Os anéis constritivos também fazem mistura do 
alimento. A cada onda peristáltica apenas alguns 
mililitros de quimo são propelidos para o duodeno 
pelo fato de a abertura pilórica ser pequena e do 
m. Pilórico se contrair; grande parte do conteúdo 
antral pressionado pelo anel constritivo sofre 
retropropulsão voltando para o estômago 
causando uma forma de mistura. 
Suco digestivo + alimento → onda constritora fracas 
1 a cada 15-20s → intensificam → anéis constritores 
peristálticos → propulsão do conteúdo antral para 
piloro → piloro contraído → retropropulsão para o 
estomago → mistura 
 Também existe as contrações peristálticas de fome 
que ocorrem quando o estômago fica vazio por 
várias horas. 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Ocorre lentamente, onde o quimo passa do 
estômago para o intestino delgado (ID) numa 
vazão compatível com a digestão e absorção 
adequada do ID. 
 É promovido por intensas contrações peristálticas 
antrais (bomba pilórica) e, ao mesmo tempo, 
controlado por graus variados de constrição do 
esfíncter pilórico o qual evita passagem de 
particulares alimentares que não foram misturadas 
ao quimo em consistência semilíquida. A atividade 
da bomba pilórica é acentuada por reflexos 
mioentéricos causados pela distensão da parede 
gástrica e pela presença de gastrina. 
 O duodeno tem uma série de sinais de feedback 
inibitórios (reflexos nervosos enterogástricos e 
feedback hormonal da colecistocinina – CCK) que 
controlam o esvaziamento gástrico 
 Os reflexos nervosos enterogástricos da parede 
duodenal são transmitidos ao estômago para 
diminuir/interromper o esvaziamento gástrico 
quando: 
1. Volume do quimo no duodeno está elevado; 
2. Quimo excessivamente ácido; 
3. Quimo hipo ou hipertônico; 
4. Quimo contendo proteínas e/ou gorduras não 
processadas. O feedback hormonal da CCK 
atua bloqueando o aumento da motilidade 
gástrica provocada pela gastrina 
 Esfíncter pilórico. 
 Retropulsão: contração do piloro. 
 Quimo: mistura semilíquida a pastosa. 
 Musculatura 50% a 100% maior. 
Fatores gástricos que promovem o esvaziamento 
gástrico: 
 Volume alimentar. 
 Hormônio gastrina. 
 
Fatores duodenais na inibição do esvaziamento 
gástrico: 
 Grau de distensão do duodeno. 
 Irritação da mucosa duodenal. 
 Grau de acidez do quimo. 
 Grau de osmolalidade do quimo. 
 Proteínas e gorduras. 
 Colecistocinina. 
 
Hormônios Gastrointestinais: 
 Cinco principais hormônios: 
➢ Secretina 
➢ Gastrina 
➢ Colecistocinina 
➢ Peptídeo gástrico inibitório 
➢ Motilina 
 Liberados na circulação Porta. 
 Ação fisiológica em células Alvo glandulares do 
intestino e estomago. 
Distensão da p. Gástrica → reflexo mioentérico e 
gastrina → atividade da bomba pilórica↑ → 
esvaziamento lento 
Vol. Acidez, hipo/hiper tonicidade, presença de prot. E 
gord. No quimo duodenal → reflexos nervosos 
enterogástricos → diminuição/interrupção do 
esvaziamento gástrico 
CCK → bloqueia motilidade gástrica 
 
Gastrite Crônica formando atrofia da mucosa gástrica 
com acloridria; diminuição do fator intrínseco e com 
isso diminuição da absorção da vitamina B12, causando 
anemia macrocítica no paciente e sendo uma patologia 
chamadaAnemia Perniciosa. 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Cura da diabete, através desta cirurgia: 
 
➢ Paciente começa a ter glicemia normal, pois a 
enzima GLP 1 vai aumentar a secreção de insulina, 
a síntese de insulina, a proliferação de células beta 
e vai diminuir a apoptose de células beta e a 
produção de glucagon. A estimulação do GLP 1 se 
dá quando se “joga” alimento direto no jejuno. 
 
Movimentos do Intestino Delgado 
 Todos os movimentos do ID (intestino delgado) 
produzem algum grau de mistura e propulsão. 
 As musculaturas lisas longitudinal e circular são 
conectadas por junções tipo GAP, as quais 
produzem ondas lentas e potenciais de pico para 
fazer o peristaltismo. 
 Fatores que despolarizam (causam a contração 
dessa musculatura): 
➢ Distensão do músculo 
➢ Estímulo pela acetilcolina 
➢ Estímulo parassimpático 
➢ Estímulo por hormônios gastrointestinais 
 Fatores que polarizam (relaxam a musculatura): 
➢ Efeito Norepinefrina 
➢ Estímulo dos nervos simpáticos 
 
 Se dá pelo sistema nervoso próprio, o “sistema 
nervoso entérico”, onde se tem 2 plexos: 
➢ Plexo mioentérico “Auerbach” – perto da camada 
muscular: 
▪ Aumenta o tônus da parede do intestino. 
▪ Aumenta intensidade da contração rítmica. 
▪ Aumento da taxa de contração. 
▪ Aumento da taxa de condução. 
▪ Inibir o esfíncter Pilórico, Válvula ileocecal e 
Esfíncter esofágico inferior. 
➢ Plexo submucoso “Meissner” – perto da mucosa: 
▪ Controla a secreção gastrointestinal. 
▪ Controla absorção local. 
▪ Contração local do musculo submucoso. 
 
 Sistema Parassimpático Craniano: Nervo Vago 
➢ Inerva: esôfago, estomago, intestino delgado, 
pâncreas e a primeira porção do intestino 
grosso. 
➢ Aumenta a atividade das funções 
gastrointestinais. 
 
 Sistema Simpático: 
➢ Através do gânglio celíaco, inerva todo o trato 
gastrointestinal. 
➢ Mediador: norepinefrina. 
➢ Inibe a atividade das funções gastrointestinais. 
 
Reflexos Gatrointestinais 
 Reflexos que ocorrem inteiramente no sistema 
nervoso entérico. 
 Reflexo do intestino para os gânglios simpáticos e 
que voltam para o intestino: reflexo gastrocólico, 
reflexo enterogástrico e reflexo colonoileal. 
 Reflexo do intestino para medula espinhal ou 
para tronco cerebral: reflexos provenientes do 
estomago e duodeno para o tronco cerebral 
através do Vago controlando atividade motora e 
secretora gástrica; reflexo de dor inibição geral; 
reflexo de defecção chegam a medula causam 
contrações do cólon. 
 Contrações de mistura – reflexos pouco espaçados, 
que não causam propulsão do alimento. 
 Contrações de propulsão – contração acranial, 
dilatação a caudal, fazendo com que o alimento vá 
para frente. 
 1cm/min. 
 Leva de 3 a 5 horas do piloro até a válvula ileocecal. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 Intensificam a motilidade: 
➢ Gastrina 
➢ Colecistocinina 
➢ Insulina 
➢ Motilina 
 Inibem a motilidade: 
➢ Secretina 
➢ Glucagon 
 Quando chega ao final do íleo: 
Esfíncter = válvula ileocecal 
 Feedback do Esfíncter Ileocecal: 
➢ Distensão do Ceco –> contração do esfíncter 
–> inibe o peristaltismo ileal. 
➢ Irritação do Ceco –> retarda esvaziamento do 
quimo. 
➢ Plexo mioentérico –> nervos autônomos 
extrínsecos –> gânglios simpáticos –> inibem 
a motilidade. 
 O estriamento de uma porção da parede intestinal 
pelo quimo excita o plexo nervoso mioentérico que 
desencadeia contrações concêntricas localizadas e 
espaçadas ao longo do intestino as quais causam a 
segmentação dele e, por consequência, a 
fragmentação do quimo 2-3 vezes por minuto e o 
misturando com secreções do ID. 
Estiramento par. Intestinal → excitação do pl. 
Mioentérico → contr. Concêntricas localizadas e 
espaçadas → segmentação do ID → fragmentação e 
mistura do quimo com secreções do ID 
 
 O quimo no ID demora de 3-5h para ir do piloro a 
válvula ileocecal, sendo impulsionado por ondas 
peristálticas (ocorrem em qualquer parte do ID e 
deslocam-se em direção anal) as quais também o 
distribuem ao longo da mucosa intestinal. 
 A atividade peristáltica é muito intensa pós 
refeição por causa da chegada do quimo ao 
duodeno e pelo reflexo gastroentérico 
desencadeado pela distensão do estômago. Alguns 
hormônios intensificam a motilidade do ID 
(gastrina, CCK, insula, motilina serotonina) 
enquanto outros inibem (secretina e glucagon). 
 O quimo pode ser bloqueado por várias horas ao 
atingir a válvula ileocecal até a pessoa fazer outra 
refeição, causando reflexo gastroileal onde o 
peristaltismo no íleo é intensificado e o quimo 
forçado pela válvula em direção ao ceco do 
intestino grosso (IG). 
 Quando a mucosa intestinal é intensamente 
irritada (casos graves de diarreia infecciosa) 
surgem descargas peristálticas onde o 
peristaltismo é forte e rápido, empurrando 
conteúdo intestinal para o cólon e aliviando o ID do 
quimo irritativo e da distensão excessiva. 
 
 Sua principal função é impedir refluxo de 
conteúdo fecal do cólon para o ID. 
 A parede do íleo, vários centímetros antes da 
válvula, apresenta o esfíncter ileocecal 
(musculatura espessa) que em condições normais 
permanece contraído diminuindo a velocidade de 
esvaziamento ileal para o ceco, exceto após 
refeições quando o reflexo gastroileal intensifica o 
peristaltismo propelindo o conteúdo do íleo ao 
ceco. 
 O grau de contração do esfíncter e a intensidade 
do peristaltismo do íleo terminal são controlados 
por feedback do esfíncter ileocecal, onde reflexos 
originados no ceco, distensão/irritação, causam 
contração intensificada do esfíncter e inibição do 
peristaltismo ileal. 
Ceco distendido/irritado → contração do esfíncter 
intensifica e peristaltismo ileal inibe 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Movimentos do Cólon 
 O cólon faz absorção de água e eletrólitos 
formando fezes sólidas (metade proximal) e 
armazenando matéria fecal até essa ser expelida 
(metade distal). 
 Os movimentos do cólon são normalmente muito 
lentos (movimentos intensos não são necessários 
para essas funções) porém semelhantes aos do ID. 
 Função do cólon: 
➢ Absorção e propulsão do alimento digerido. 
➢ Digestão de carboidratos e resíduos proteicos. 
➢ Secreção de muco. 
 Fluído ileal, onde vai ter retenção e mistura. 
 Ondas antiperistálticas que se movem do 
transverso para o ceco – para ajudar no processo 
de digestão. 
 Permite o metabolismo aeróbico e anaeróbico de 
resíduos (resíduos de carboidratos e proteínas) 
para a posterior absorção no cólon mais distal. 
 Regulação do volume de fluido intraluminal por 
meio da absorção de água e sódio. 
 Função principal: conduto entre cólon proximal e 
distal, papel importante na absorção de sódio e 
água. 
 Responsável pela modulação final do conteúdo 
intraluminal antes do processo de evacuação. 
 Reservatório de fezes. 
 Participa como um mecanismo da continência 
anal. 
 
 São movimentos de mistura semelhantes a 
segmentação do ID. 
 As contrações combinadas de faixas circulares e 
longitudinais (tênias cólicas) de músculo inflam em 
haustrulações (sacos) as porções não estimuladas 
do IG, fazendo com que o material do IG seja 
lentamente revolvido e, de forma gradual, 
exposto à mucosa para que seus líquidos e 
substâncias dissolvidas sejam absorvidas. 
 
 O quimo demora 8-15h para deslocar-se da 
válvula ileocecal ao cólon transverso, neste 
período ele adquire qualidade fecal tornando-se 
semissólida, e grande parte da propulsão no ceco e 
cólon ascendente é resultado das contrações 
haustrais lentas e persistentes. 
 Os mov. De massa acontecem 3 vezes ao dia e 
assumem função propulsiva do cólon transverso ao 
sigmoide. Essa função propulsiva é um tipo de 
peristaltismo modificado onde: 1. Surge um anel 
constritivo em resposta à distensão/irritação do 
cólon transverso (geralmente); 2. As haustrações 
desaparecem 20cm distalmente ao anel e o cólon 
contrai-se como um todo; 3. Há o 
impulsionamento do material fecal (em massa)em 
direção ao reto. 
Distensão/irritação cólica → anel constritivo → 
haustrações distais ao anel desaparecem → 
contração do cólon como um todo → 
impulsionamento fecal em direção ao reto 
 
 
Quanto mais tempo as fezes ficarem retidas no reto, 
vai ter mais absorção de água, tornando as fezes mais 
endurecidas. 
Quando se tem um aumento da motilidade, 
desencadeada, por exemplo, um processo infeccioso, 
vai gerar diarreia, pois não se terá um período de 
armazenamento na região retal. 
 
 A existência do fraco esfíncter funcional 20cm do 
reto (junção entre cólon sigmoide e reto) faz com 
que na maior parte do tempo o reto não tenha 
fezes. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O mov. de massa força as fazes para o reto 
causando um reflexo intrínseco, onde a distensão 
da parede retal desencadeia sinais aferentes pelo 
plexo mioentérico causando ondas peristálticas 
nos cólons descendente, sigmoide e reto as quais 
forçam as fezes para o ânus. À medida que a onda 
peristáltica se aproxima do ânus, o esfíncter anal 
interno (m. liso e involuntário) relaxa e se o 
esfíncter anal externo (m. estriado esquelético 
controlado por fibras nervosas do n. pudendo, 
voluntário) estiver voluntariamente e 
conscientemente relaxado, ocorre a defecação. 
 A constrição tônica dos esfíncteres anais interno e 
externo impedem a passagem de material fecal 
pelo ânus. 
Mov. De massa → fezes no reto → distensão da par. 
Retal → plexo mioentérico → ondas peristálticas nos 
c. Descendente, sigmoide e reto → fezes no ânus → 
relaxamentos dos esfíncteres anais → defecação 
 
 
 Componente muscular do mecanismo de 
continência pode ser estratificado em 3 grupos 
funcionais – estruturas e musculaturas que ajudam 
na não perda de fezes: 
➢ Compressão lateral do pubococcígeno. 
➢ Fechamento circunferencial pelo esfíncter anal 
interno e pelo externo. 
➢ Angulação pelos puborretais. 
 O mecanismo de continência automática é 
formado pelo tônus de repouso, mantido pelo 
esfíncter anal interno, e acentuado pelas 
atividades contráteis reflexas voluntárias e de 
repouso de esfíncter anal externo. 
 Em resposta às condições de continência 
ameaçada, como pressão abdominal aumentada e 
distensão retal, os músculos esfíncter anal externo 
e puborretais contraem-se de forma reflexa e 
voluntária para evitar a saída das fezes. 
 A continência fecal é mantida pela integridade 
estrutural e funcional da unidade neuromuscular 
anorretal e do assoalho pélvico. 
Outros reflexos autonômicos que afetam a 
atividade intestinal 
▪ Reflexo peritoneo intestinal – quadros associados 
de peritonite do íleo paralítico. 
▪ Reflexo renointestinais e vesicointestinais – 
infecção urinária. 
▪ Reflexo somaintestinal – estímulo cutâneo da pele 
do abdome. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Fisiologia do Sistema Digestório 
Função Secretora do Trato Alimentar 
 As glândulas secretoras do trato gastrintestinal 
(TGI) fazem, em 1º lugar, secreção de enzimas 
digestivas da boca até porção distal do íleo e, em 
2º lugar, secreção de muco (gl. Mucosas) protetor 
e lubrificante em todas as partes do trato 
alimentar (da boca ao ânus). A secreção digestiva 
só é formada (maior parte) em resposta a presença 
de alimento no tubo digestivo e em quantidade 
certa para boa digestão. 
 
Secreção Salivar e Esofágica 
 A secreção diária de saliva é de 800-1.500ml, sendo 
feita, principalmente pelas glândulas parótidas 
(sec. Serosa), submandibulares e sublinguais (sec. 
Serosas e mucosa), além de inúmeras gl. Bucais 
pequenas. 
 Na saliva há dois tipos principais de secreção 
proteica: enzima ptialina (α-amilase, sec. Serosa) 
para digestão de amido e mucina (sec. Mucosa) 
para lubrificação e proteção das superfícies. 
 A secreção esofágica é de caráter totalmente 
mucoso proporcionando lubrificação para o 
processo de deglutição, proteção contra 
escoriações da mucosa pelos alimentos (porção 
sup. Do esôfago) e proteção contra digestão pelos 
sucos gástricos (porção inf. Do esôfago). 
 
Secreção Gástrica 
 A mucosa gástrica apresenta dois tipos de gl. 
Tubulares importantes as oxínticas (gástricas) e 
pilóricas. 
 As gl. Oxínticas (formadoras de ácido), localizadas 
no corpo e fundo do estômago, são compostas por 
cél. da mucosa do cólon, peptídicas (principais) e 
parietais (oxínticas), secretam ácido clorídrico 
(hcl), pepsinogênio, fator intrínseco e muco. 
 
 As gl. Pilóricas (formadoras de muco), localizadas 
no antro estomacal, secretam muco, pepsinogênio 
(pouco) e gastrina. O muco faz proteção da mucosa 
pilórica contra ácido gástrico; gastrina é o 
hormônio regulador da secreção gástrica. 
 A sec. Gástrica é regulada diretamente por 
neurotransmissores e hormônios básicos. 
➢ Acetilcolina (estimulação parassimpática): 
estimula a secreção de todos os tipos celulares 
das gl. Gástricas, ou seja, aumenta: secreção 
de Pepsinogênio (cél. Péptica), acido clorídrico 
(cél. Parietal), muco (cél da mucosa). 
➢ Gastrina e Histamina (estimulação forte): 
estimulam/ aumentam acentuadamente a 
secreção de ácido pelas cél. Parietais, 
exercendo pouco efeito nas outras. 
Secreção do fator intrínseco pelas células parietais: 
fator intrínseco vai se ligar a vitamina B12 e serão 
absorvidas no íleo. 
Células Mucosas Superficiais: produzem pouco 
pepsinogênio, bastante muco e hormônio gastrina. 
 O HCL é secretado somente pelas cél. Parietais e 
sua intensidade de formação e secreção é 
diretamente regulada pela quantidade de 
histamina. 
 A presença de alimento contendo proteínas na 
região antral do estômago estimula as gl. Pilóricas 
a secretarem gastrina no suco digestório 
estomacal. A mistura de suco gástrico e gastrina 
entra em contato com as cél. Secretoras de 
histamina (cél. Enterocromafim) causando a 
liberação desta, que estimula rapidamente a 
secreção gástrica de hcl. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Glândulas pilóricas – secreção de muco e gastrina: 
 Grande concentração de células mucosas do cólon. 
 Menor concentração de células pépticas (ou 
principais) 
 Menor ainda concentração de células parietais 
(oxínticas). 
 Produzem pouco pepsinogênio, bastante muco e 
hormônio gastrina 
 
Alimento proteico no antro → gl. Pilóricas estimuladas → 
gastrina secretada → gastrina + suco gástrico → histamina 
secretada → estimula secreção/formação gástrica de hcl 
 
 Ativação do Pepsinogênio: pepsinogênio + ácido 
clorídrico, gera a pepsina ativa (enzima 
proteolítica). 
 O pepsinogênio, precursor da enzima pepsina 
(hidrolisa proteínas), tem secreção em reposta a 
estimulação das cél. Peptídicas por acetilcolina e 
pela presença de ácido no estômago; inicialmente, 
ele não exerce atividade digestiva até entrar em 
contato com hcl que proporciona ph ótimo (1,8-
3,5) para sua atuação. 
 O mecanismo feedback por excesso de acidez do 
suco gástrico atua protegendo o estômago contra 
excesso de acidez e concentração de pepsina 
(contra ulceração péptica) e na manutenção do ph 
ótimo (±3,0) para atuação das enzimas pépticas. 
Esse mecanismo faz o bloqueio do mecanismo da 
gastrina quando o ph dos sucos gástricos está 
muito ácido (<3,0), causando diminuição da acidez 
e inibição da sec. Gástrica. 
 
 
 Ocorre quando o alimento está sendo ingerido 
(antes de chegar ao estômago) e é resultante de 
sinais neurogênicos originários do córtex cerebral, 
centros de apetite da amigdala e/ou hipotálamo os 
quais vão ao estômago pelo nervo vago (NC 10) 
estimulando 20% da secreção gástrica. 
Sinal neurogênico → NC 10 → estômago → 20% da sec. Gástrica. 
 O alimento ao chegar no estômago excita reflexos 
vagovagais longos, entéricos locais e o mecanismo 
da gastrina, estimulando cerca de 70% da secreção 
de suco gástrico por várias horas. 
Alimento no estômago → reflexos → 70% da sec. Gástrica 
 O alimento presente na porção superior do 
intestino delgado (duodeno) estimula secreção de 
pequenas quantidadesde suco gástrico pelo 
estômago. 
 O quimo intestinal estimula a secreção gástrica na 
fase intestinal, porém inibe na fase gástrica com 
intuito de retardar a liberação do quimo para o 
intestino quando este já está cheio ou hiperativo. 
 A inibição é feita por: 
1. Presença de alimento no ID desencadeando 
reflexo enterogástricos inverso; 
2. Presença de ácido, gordura, proteínas 
degradadas, líquidos hiper/hiposmóticos e 
irritação da mucosa duodenal causando 
liberação de hormônios intestinais (secretina, 
GIP, somatostatina, polipeptídio intestinal 
vasoativo) inibidores da sec. Gástrica. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Secreção Pancreática 
 É uma glândula mista (exócrina e endócrina). 
 Exócrino: células acinares – suco pancreático. 
 Endócrino: ilhotas de Langerhans – insulina e 
glucagon. 
 
Pâncreas Exócrino 
 Células acinares secretam o suco pancreático – 
enzimas digestivas e íons bicarbonato; 
➢ Digerem proteínas: tripsina (enzima + abundante), 
quimotripsina e carboxipolipeptidase 
➢ Digerem carboidratos: amilase 
➢ Digerem gorduras ou lipídios: lipase 
➢ Íons bicarbonato: neutralizam o ácido clorídrico 
liberado no duodeno pelo estômago. 
 Suco pancreático vai pelos ductos pancreáticos 
principal e acessório para o duodeno; 
 Nos ácinos pancreáticos as enzimas encontram-se 
na forma inativa; 
 São ativadas após serem secretadas no lúmen 
intestinal (duodeno); 
 Enzimas inativas e inibidor da tripsina (no 
pâncreas) impedem autodigestão do pâncreas; 
Pâncreas Endócrino 
 Ilhotas de Langerhans – secretam hormônios no 
sangue – insulina e glucagon; 
 Ilhotas ficam em torno de vasos capilares 
 Constituídas por 3 células: 
➢ Beta (60%): insulina 
➢ Alfa (25%): glucagon 
➢ Delta (10%): somatostatina 
➢ PP: polipeptídeo pancreático – função incerta 
 
 Insulina: 
➢ Secretada quando chegam alimentos energéticos 
da dieta no intestino; 
➢ Capta glicose para células de quase todos os 
tecidos do corpo e utiliza para produzir energia; 
➢ Armazena o excesso de energia sob a forma de 
glicogênio no fígado e nos músculos; 
➢ Excesso de carboidratos que não vira glicogênio é 
convertido em gordura no tecido adiposo; 
➢ Promove captação de aminoácidos e converte em 
proteínas; 
➢ No cérebro a glicose é a principal fonte de energia, 
mas não é captada pela insulina. 
 Glucagon: 
➢ Hormônio secretado quando cai o nível da 
glicemia; 
➢ Degrada o glicogênio hepático (glicogenólise), 
aumentando o nível da glicemia; 
➢ Capta aminoácidos e converte em glicose 
(gliconeogênese); 
➢ Provoca lipólise e disponibiliza ácidos graxos para 
serem usados como energia; 
➢ O aumento da glicose no sangue inibe a secreção 
de glucagon; 
 
 Consiste na secreção de enzimas digestivas e íons 
bicarbonato (HCO3-) pelos ácinos pancreáticos 
(função exócrina), as quais combinadas formam o 
suco pancreático que fluem ao longo do ducto de 
Wirsung até desembocarem na papila de Vater no 
duodeno. 
 A secreção em grande quantidade de suco 
pancreático é em resposta à presença do quimo 
nas porções superiores do intestino delgado 
(duodeno). As características do suco pancreático 
são determinadas, em certo grau, pelo tipo de 
alimento contido o quimo. 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 A secreção pancreática contém enzimas para 
digerir os três tipos principais de alimentos: 
proteínas, carboidratos e gordura. 
 As enzimas proteolíticas mais importantes são a 
tripsina (mais abundante), quimiotripsina e 
carboxipolipeptidase; as duas primeiras quebram 
proteínas integrais em peptídeos de vários 
tamanhos e a última quebra peptídeos em 
aminoácidos isolados. Os carboidratos são 
digeridos pela amilase pancreática que hidrolisa 
amido, glicogênio e maior parte dos carboidratos 
(exceção da celulose). A digestão de gorduras é 
feita pela lipase pancreática (hidrolisa gorduras 
neutras), colesterol-esterase (hidrolisa ésteres de 
colesterol) e fosfolipase (quebra ácidos graxos). 
 Todas as enzimas pancreáticas são encontradas na 
forma inativa e só se ativam ao atingirem o lúmen 
intestinal (duodeno). A importância de não serem 
ativas antes é porque as enzimas proteolíticas 
possuem capacidade de fazer autodigestão do 
pâncreas. 
 Por isso, junto da secreção delas, o pâncreas 
secreta inibidor da tripsina que atua impedindo a 
ativação da tripsina no interior das células 
secretoras. Por consequência, as outras enzimas 
proteolíticas também não são ativadas pois sua 
ativação depende da tripsina. 
Ácinos pancreáticos → enz. Digestivas de proteínas, 
gorduras e carboidratos → enz. Proteolíticas inativas pelo 
inibidor da tripsina até chegarem ao duodeno → ativam-se 
no duodeno 
 A secreção de HCO3- e água (compõe o suco 
pancreático junto das enzimas) é feita pelas células 
epiteliais dos ductos e dúctulos originários dos 
ácinos. 
 A secreção de HCO3- deixa o suco pancreático 
alcalino, neutralizando o ácido clorídrico (hcl) 
liberado no duodeno pelo estômago. 
CO2 + H2O ↔ H2CO3 ↔ H+ + HCO3- 
 A secreção exócrina do pâncreas é estimulada pela 
chegada de alimento (quimo) e HCl no duodeno, 
desencadeando a liberação de 3 estímulos básicos. 
 
➢ Acetilcolina: neurotransmissor liberado pelas 
terminações vagais (NC 10) parassimpáticas 
que estimula 20-30% da secreção das enzimas 
pancreáticas; 
➢ Colecistocinina (CCK): hormônio secretado 
pela mucosa duodenal e porção superior do 
jejuno quando há presença de alimento no 
duodeno. Estimula 70-80% da secreção das 
enzimas pancreáticas. Também atua na 
vesícula biliar; 
➢ Secretina: hormônio secretado pela mucosa 
duodenal e jejunal quando há presença de HCl 
e alimentos altamente ácidos no intestino 
delgado. Estimula a secreção pancreática de 
HCO3- para neutralizar o ácido. 
 A secreção pancreática é resultado do efeito 
combinado de múltiplos estímulos básicos e não de 
um deles somente. A secreção é feita em 3 fases: 
 
 Sinais nervosos que determinam a secreção no 
estomago também induzem liberação de 
acetilcolina pelas terminações vagais no pâncreas, 
fazendo com que ocorra secreção moderada de 
enzimas digestivas (20%). A estimulação nervosa 
continua resultando em secreção de mais 10% das 
enzimas pancreáticas. 
Sinal nervoso → liberação de acetilcolina por NC 10 
→ secreção de 20% de enzimas → continuação da 
est. Nervosa → secreção de 10% de enzimas 
 
 Ocorre após a entrada do quimo no intestino 
resultando em um aumento da secreção 
pancreática de enzimas, devido ao estímulo da 
secretina. A secreção é aumentada ainda mais pelo 
estímulo de colecistocinina. 
 
 O quimo ácido (ph < 4,5-5,0) penetra o duodeno 
induzindo a ativação e liberação de secretina que é 
absorvida pelo sangue. A secretina estimula o 
pâncreas a secretar grande quantidade de líquido 
com alta concentração de HCO3- neutralizando a 
acidez do conteúdo gástrico no duodeno e 
promovendo ph apropriado (7,0-8,0) para atuação 
enzimática digestiva. 
Quimo ácido → ativação e liberação de secretina → 
absorvida pelo sangue → estimula pâncreas → líquido 
com [HCO3-]↑ → neutralização e ph ótimo para 
atuação enzimática 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 A presença de alimento na porção superior do 
intestino delgado induz liberação de 
colecistocinina (CCK) que é absorvida para o 
sangue e atua no pâncreas estimulando secreção 
de grande quantidade de enzimas digestivas. 
Alimento no intestino delgado → CCK liberada → 
absorvida pelo sangue → estimula o pâncreas → 
secreção de grande quantidade de enzimas digestivas 
 EM RESUMO: o ácido do estomago libera secretina 
da parede do duodeno, gorduras e aminoácidos 
provocam liberação de CCK. Ambas são absorvidas 
pela corrente sanguínea. Secretina provoca grande 
quantidade de secreção de suco pancreático e 
HCO3- e a CCK provoca secreção de enzimas 
digestivas. 
 
Secreção da Bile pelo Fígado 
 Uma das funções do fígado é secretar, 
normalmente, 600-1.000ml/dia de bile que: 
1. Faz digestão e absorçãode gordura pelos 
ácidos biliares nela contidos os quais: 
emulsificam partículas alimentares gordurosas 
grandes em menores para atuação da lipase 
pancreática; ajudam na absorção de produtos 
terminais de gorduras digeridas; 
2. Serve como meio de excreção de diversos 
produtos sanguíneos como, por exemplo, 
bilirrubina e excesso de colesterol. 
 
 A bile é secretada pelo fígado em 2 etapas: 
1. Os hepatócitos secretam, nos canalículos 
biliares, a porção inicial contendo grandes 
quantidades de ácidos biliares, colesterol e 
constituintes orgânicos; 
2. A bile flui para os septos interlobulares, 
desagua nos ductos biliares terminais e, em 
seguida, no ducto hepático e colédoco; destes, 
vai diretamente para o duodeno ou é desviada 
para a vesícula biliar pelos ductos císticos. 
Neste caminho pelos ductos, a porção inicial da 
bile recebe secreção adicional, estimulada pela 
secretina, de solução aquosa com Na+ e HCO3-
, podendo aumentar em até 100% de volume. 
Hepatócitos → canalículos biliares → septos 
interlobulares → d. Biliares terminais → d. Hepático 
e d. Colédoco → duodeno ou ves. Biliar (d. Cístico) 
Bile inicial com ác. Biliares, colesterol e const. 
Orgânicos → secretina → sol. Aquosa de Na+ e 
HCO3- → vol. ↑ ± 100% 
 
 A maior parte da bile é armazenada na vesícula 
biliar (30-60ml) até que seja necessária no 
duodeno. A vesícula pode armazenar até 12h de 
secreção biliar (450ml) visto que água, Na+, Cl- e 
eletrólitos são continuamente absorvidos pela 
sua mucosa, e seus demais constituintes (sais 
biliares, colesterol, bilirrubina e lectina) são 
concentrados cerca de 5 vezes (podendo chegar 
até 20x). 
 
 A entrada de alimentos gordurosos no duodeno 
estimula a liberação de colecistocinina (CCK) no 
sangue, a qual estimula contrações rítmicas da 
parede da vesícula e relaxamento simultâneo do 
esfíncter de Oddi (entre d. Colédoco e duodeno) 
causando esvaziamento completo, em até 1h, da 
vesícula biliar. 
 Alimentos não gordurosos causam esvaziamento 
lento da vesícula biliar. 
Alimento gorduroso no duodeno → liberação de CCK → 
contração rítmica da par. Da ves. Biliar + relaxamento do 
esf. De Oddi → esvaziamento completo em 1h 
 
 Os sais biliares, formados a partir do colesterol, 
tem: 1. Ação detergente sobre partículas de 
gordura dos alimentos para que o intestino as 
quebre em particulares menores; 2. Ajudam na 
absorção de ácidos graxos, monoglicerídeos, 
colesterol e outros lipídios do TGI pela mucosa 
intestinal na forma micelas semisolúveis no quimo. 
 Cerca de 94% dos sais biliares contidos na bile são 
reabsorvidos no intestino delgado, retornando ao 
fígado para serem novamente secretados. A 
quantidade de bile secretada pelo fígado 
diariamente é dependente da disponibilidade de 
sais biliares, quanto maior a disponibilidade, maior 
a intensidade da secreção. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
Secreção do Intestino Delgado 
 As secreções intestinais não contêm quase 
nenhum tipo de enzima digestiva. Porém, os 
enterócitos da mucosa contêm enzimas digestivas 
especificas como peptidases (hidrolise de 
pequenos peptídeos e aminoácidos), sucrase 
maltase, isomaltase, lactase (hidrolise de mono e 
dissacarídeos) e pequenas quantidades de lipase 
intestinal. 
 As gl. de Brunner, localizadas nos primeiros 
centímetros (primeira e segunda porção) do 
duodeno (entre papila de Vater e piloro), secretam 
grandes quantidades de muco alcalino que faz a 
proteção da mucosa intestinal e combina-se com 
secreção pancreática para neutralizar HCL vindo 
do estômago. 
 Muco alcalino: 
➢ Táteis ou irritativos na mucosa duodenal. 
➢ Estimulação vagal. 
➢ Hormônios gastrointestinais (secretina). 
➢ Proteção contra o ácido gástrico. 
 As glândulas de Brunner são inibidas pelo estímulo 
simpático. 
 A secreção ocorre em resposta: 
1. A irritações e estímulo tátil da mucosa 
sobrejacente; 
2. Estimulação vagal (NC 10); 
3. Hormônios GI (secretina). 
 
 Os enterócitos das criptas de Lieberkühn 
(depressão localizadas em todas as superfícies do 
ID entre vilosidades intestinais) secretam cerca de 
1.800ml/dia de líquido extracelular quase puro (ph 
7,5-8,0 – levemente alcalino) que é rapidamente 
reabsorvido pelas vilosidades intestinais 
promovendo um meio aquoso para absorção de 
substâncias do quimo. 
 Caliciformes –> muco. 
 Enterócitos –> água e eletrólitos. 
 Células de Paneth – secretoras de lisozimas e 
outras proteínas que são endócrinas e fazem a 
regulação da flora bacteriana intestinal. 
 
Vilosidades dos enterócitos 
 Peptidases – hidrólise de peptídeos e aminoácidos. 
 Sucrase, maltase, isomaltase, lactase – hidrólise de 
dissacarídeos e monossacarídeos. 
 Lipase intestinal – gorduras neutras em ácidos 
graxos e glicerol. 
 
 É feita por reflexos nervosos entéricos locais na 
presença do quimo no intestino e pelos hormônios 
secretina e colecistocinina que estimulam a 
secreção intestinal. 
 
Secreção do Intestino Grosso 
 Feita pelas criptas de Lieberkühn, é 
predominantemente mucosa contendo 
quantidade moderadas de HCO3- que protege a 
parede intestinal contra escoriações, atividade 
bacteriana e ácida e proporciona meio aderente 
para material fecal ficar unido. 
Absorção e Secreção 
 Interação minuciosa de sistemas endócrino, neural 
e parácrino adicionados a irrigação vascular e 
velocidade, volume e composição do fluído ileal. 
Tendo influência na absorção e secreção de: sódio, 
cloreto, água, potássio/muco e ureia. 
 Cólon absortivo: metade proximal do cólon, ou 
seja, parte direita. 
 Cólon de armazenamento: cólon distal, ou seja, 
parte esquerda. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Fisiologia do Sistema Digestório 
Digestão e Absorção Gastrintestinal 
Digestão 
 Carboidratos, proteínas e gorduras são submetidos 
a digestão preliminar por hidrolise (quebra por 
inserção de H+ e OH-) pois não são absorvidos pela 
mucosa gastrintestinal em sua forma natural. A 
diferença entre os processos encontra-se nas 
enzimas necessárias para cada tipo alimentar. 
 
 Carboidratos são polissacarídeos que são 
hidrolisados em monossacarídeos. 
 Na boca a enzima ptialina (α-amilase/amilase 
salivar), contida na saliva, hidrolisa 5% do amido 
ingerido/deglutido em maltose (dissacarídeo) e 
pequenos polímeros de glicose. 
 Após ser deglutido, 30-40% do amido é hidrolisado 
por 1h no corpo e fundo estomacal. O alimento é 
misturado com secreções gástricas que diminuem 
o ph (<4,0) inativando a atividade enzimática da 
amilase salivar. 
 No duodeno, praticamente todos os carboidratos 
contidos no quimo sofrem hidrolise pela amilase 
pancreática do suco pancreático em 15-30 
minutos. 
 O intestino delgado tem microvilosidades 
revestidas por enterócitos contendo enzimas 
(lactase, sacarase, maltase e α-dextrinase) que 
clivam dissacarídeos (lactose, sacarose e maltose) 
e pequenos polímeros de glicose em 
monossacarídeos, os quais são hidrossolúveis e 
absorvidos imediatamente para a circulação 
portal. 
 
 Polis. → Ptialina → 5% hidrolisado na boca → 
deglutido → 30-40% hidrolisado no estômago por 
1h → duodeno quase 100% hidrolisado em 15-
30min → enzimas dos enterócitos → diss. Em 
monos. → circulação portal 
 Proteínas são cadeias peptídicas que são 
hidrolisadas em seus aminoácidos constitucionais. 
 No estômago, as gl. Gástricas secretam ácido 
clorídrico (hcl) que se mistura com conteúdo 
gástrico proporcionando ph ótimo (2,0-3,0) para 
atuação da enzima pepsina, responsável pelo 
início da digestão proteica, que digere de 10-20% 
das proteínas (inclusive colágeno) em proteoses, 
peptonas e alguns polipeptídios. 
 A maior parte da digestão de proteínas ocorre no 
intestino delgado superior (duodeno e jejuno) 
onde o quimo sofre ação de enzimas proteolíticas 
do suco pancreático (tripsina, quimiotripsina, 
carboxipolipeptidase e pró-elastase) as quais 
clivam proteínas, proteosese peptonas em 
polipeptídios e aminoácidos. 
 Os enterócitos (recobrem vilosidades do lúmen 
intestinal) realizam a última etapa de digestão 
proteica através de suas múltiplas peptidases 
(aminopolipeptidase e dipeptidase) as quais 
hidrolisam polipeptídios maiores remanescentes 
em tri e dipeptídios e alguns aminoácidos. 
 Esse produto é absorvido pelos enterócitos para 
então serem transportados para o sangue 
circulante. 
Proteínas → pepsina → proteoses, peptonas e 
polipep. → enz. Proteolíticas do s. Pancreático → 
polipep. E aa → peptidases → aa → sangue circulante 
 
Uma porcentagem de proteínas, carboidratos e fibras 
dietéticas sofre processo de digestão no cólon 
(microrganismos comensais). Depende de simbiose com as 
bactérias intestinais. 
 Gorduras são triglicerídeos que são hidrolisados 
em ácidos graxos e glicerol. 
 No estômago, a lipase lingual (secretada pelas gl. 
Linguais) digere uma pequena quantidade (<10%) 
de triglicerídeos. 
 A digestão da gordura começa pela emulsificação 
onde ocorre sua quebra física em partículas 
pequenas através da agitação do estômago 
(mistura gordura produtos da sec. Gástrica) e pela 
influência dos sais biliares e lectina presentes na 
bile (fragmenta rapidamente a gordura sob 
agitação d’água no intestino delgado). 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 No intestino delgado, a gordura emulsificada sofre 
ação da enzima lipase pancreática (presente no 
suco pancreático) e da lipase entérica 
(presentenos enterócitos) que digerem em 1 
minuto todo o triglicerídeo que entrarem em 
contato tornando-os ácidos graxos livre e 
monoglicerídeos. 
 Os sais biliares (em altas concentrações) unem-se 
a esse produto formando micelas que se dissolvem 
na água dos líquidos digestivos até serem 
absorvidos pelas células epiteliais intestinais. 
Gordura → agitação estomacal + bile → gordura 
emulsificada → lipase pancreática + entérica → AG 
livres e monoglicerídeos + sais biliares → micelas 
absorvidas 
 
Princípios Básicos da Absorção 
Gastrointestinais 
 A absorção pela mucosa GI ocorre por transporte 
ativo, difusão e tração pelo solvente. 
 O estômago é uma área de pouca absorção no TGI, 
somente substâncias muito lipossolúveis em 
pequenas quantidades são absorvidas (álcool e 
alguns fármacos), devido à ausência de membrana 
absortiva típica (com vilosidades). O intestino deve 
absorver cerca de 8-9l de líquido por dia (1,5l 
ingeridos e 7l de secreções GI) do qual somente 
1,5l passa para o intestino grosso. 
 
 É o principal local de absorção devido à presença 
das pregas de Kerckring e das microvilosidades das 
células epiteliais as quais, combinadas, aumentam 
em até 1.000 vezes a área absortiva da mucosa 
intestinal. 
 
 Quando o quimo está diluído a água é absorvida 
por osmose através da membrana intestinal para o 
sangue das vilosidades. Soluções hiperosmóticas 
no duodeno transportam água para tornar o quimo 
isosmótico em relação ao plasma. 
 
 O sódio (Na+) presente nas cél. Epiteliais é 
transportado através da membrana basolateral 
para os espaços peracelulares, diminuindo sua 
concentração intracelular (50meq/l) fazendo com 
que o Na+ presente no quimo seja absorvido por 
transporte ativo (também por cotransporte com 
Cl- e troca com H+ e K+) através da borda em 
escova. Cerca de 25-35g de Na+/dia é absorvido, 
há perda de menos 0,5%/dia nas fezes. A 
aldosterona intensifica muito a absorção de Na+, 
conservando água e sal no corpo em casos de 
desidratação. 
 O cloreto (Cl-) é rapidamente absorvido por 
difusão na porção superior do intestino delgado 
(duodeno e jejuno). 
 Vesícula biliar e pâncreas secretam grande 
quantidade de íon bicarbonato (HCO3-) no 
duodeno, fazendo com que seja necessária grande 
reabsorção ativa deste (combina-se com H+ 
formando H2CO3 que se dissocia em H2O e CO2). 
 Íons cálcio (Ca++), ferro (Fe++), potássio (K+), 
magnésio (Mg++) e fosfato (PO43-) são absorvidos 
ativamente conforme necessidade. 
 
 Quase todos os carboidratos são absorvidos na 
forma de monossacarídeo. Glicose (80% das 
calorias absorvidas na forma de carboidrato) e 
galactose são absorvidas através da membrana 
basolateral das cél. Epiteliais por transporte ativo 
junto do sódio (cotransporte) e frutose por 
difusão facilitada. 
 As proteínas são absorvidas na forma de 
dipeptídios, tripeptídios e alguns aminoácidos 
livres por cotransporte com Na+ (transporte ativo 
secundário de aminoácidos). 
 As micelas biliares, contendo produtos da digestão 
de gorduras (ácidos graxos e monoglicerídeos), são 
solúveis no quimo e funcionam como carreadores 
dos AG e monog. Até a borda em escova das cél. 
Intestinais, onde estes se difundem para o interior, 
são captados pelo reticulo endoplasmático liso e 
usados na formação e novos triglicerídeos que 
retornam ao sangue circulante (circulação portal) 
na forma de quilomícrons. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 A mucosa do intestino grosso tem alta capacidade 
de absorção de Na+ e Cl- e, por consequência, 
água. Cerca de 100ml de água e eletrólitos do 
quimo são excretados nas fezes. Na metade 
proximal do cólon (cólon absortivo) é onde ocorre 
quase toda absorção; metade distal do cólon 
(cólon de armazenamento) funciona para 
armazenamento do material fecal até momento 
propicio para excreção. 
 Normalmente, as fezes são constituídas 3/4 por 
água e 1/4 matéria solida, coloração marrom 
causada por estercobilina e urobilina (derivados da 
bilirrubina) e odor por produtos de ação 
bacteriana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
Fisiologia do Sistema Digestório 
Fígado como Órgão 
 O fígado é o maior órgão do corpo (1,5kg no adulto 
médio) com função de: 
1. Filtrar e armazenar sangue; 
2. Metabolização de carboidratos, proteínas, 
gorduras, hormônios e substâncias químicas 
estranhas; 
3. Produção de bile; 
4. Armazenamento de vitaminas e ferro; 
5. Formação dos fatores de coagulação. 
 
Anatomia Fisiológica 
 A unidade funcional do fígado é o lóbulo hepático, 
composto de placas hepatocelulares construídas 
em torno de uma veia central que desagua nas 
veias hepáticas e estas na veia cava inferior. 
 No meio de duas placas hepatocelulares é formado 
os canalículos biliares que desaguam nos ductos 
biliares do septo fibroso/interlobular. 
 No septo fibroso são encontradas vênulas portas e 
arteríolas hepáticas, que desaguam nos sinusoides 
hepáticos os quais separam placas hepatocelulares 
vizinhas e são revestidos por células endoteliais 
típicas e células de Kupffer (macrófago 
especializado). 
 A veia porta e a artéria hepática terão fluxo de 
sangue em direção a veia supra-hepática/ central. 
O sangue passará pelos sinusóides sendo filtrados. 
Algumas substâncias serão excretadas através do 
sistema linfático e, principalmente, os ductos 
biliares (produção de sais biliares e eliminação de 
toxinas). 
 A célula de Kupffer tem capacidade de fagocitose 
MUITO rápida, que é fundamental para a o sistema 
de defesa. 
 
Sistemas Hepáticos Vascular e Linfático 
 O fígado apresenta alto fluxo sanguíneo (FS) onde 
os sinusoides hepáticos recebem cerca de 
1.350ml/mim (27% do DC em repouso) através da 
veia porta (1.050ml) e artéria hepática (300ml); e 
baixa resistência vascular (RV) causada pela 
pequena diferença de pressão, 9mmhg, entre veia 
porta (9mmhg) e sinusoides (quase 0mmhg). 
 Casos de cirrose hepática (destruição das cél. Hep. 
Parenquimatosas leva a substituição por tec. 
Fibroso) há diminuição do FS por aumento da RV 
(resistência). 
Normal → RV↓ e FS↑ CH → RV↑ e FS↓ 
 Pelo fato de ser um órgão expansível, o fígado pode 
armazenar em seus vasos sanguíneos 450ml de 
sangue (quase 10% do vol. Total), podendo chegar 
até 500ml. 
 A extrema permeabilidade dos sinusoides 
hepáticos permite grande formação de linfa, cerca 
de metade da linfa formada no organismo. Em 
casos de ascite (acúmulo de líquido na cavidade 
abdominal peloaumento de pressão na veia cava) 
o fluxo de linfa pode aumentar até 20x. 
 As células de Kupffer (macrófagos especializados) 
realizam fagocitose de bactérias provenientes da 
circulação portal em 0,01 segundos. Apenas 1% 
(provavelmente) das bactérias do sangue portal 
passam para a circulação sistêmica. 
 
Função Metabólica 
 O fígado tem um grande reservatório celular com 
elevado metabolismo, o qual compartilha 
substratos e energia com sistemas metabólicos, 
processando e sintetizando múltiplas substâncias 
que serão transportadas para outras áreas do 
organismo. 
 
 O fígado é importante na manutenção da glicemia 
(glicose sanguínea) feita por: 
1. Armazenamento de grandes quantidades de 
glicogênio (retira glicose sanguínea quando em 
níveis altos e devolve quando em níveis baixos – 
tamponamento da glicemia) – manutenção da 
glicemia e tamponamento da glicose. 
Júlia Rosendo Winkelmann 
2. Gliconeogênese. Também converte galactose e 
frutose em glicose (conversão de açúcares) e 
produz compostos químicos a partir de produtos 
intermediários do metabolismo dos carboidratos. 
 
 O fígado faz a oxidação dos ácidos graxos para 
obtenção de energia (β-oxidação); 
A partir do momento que o alimento passa, 
principalmente, pela primeira porção duodenal, 
sais biliares são liberados para que ocorra a 
emulsificação da gordura (exposição das cadeias 
de gordura). As cadeias de gorduras são 
fragmentadas em ácidos graxos (cadeia curta ou 
longa) e glicerol. Os ácidos graxos de cadeia curta 
serão absorvidos da mesma forma que o açúcar 
(via circulação hematogênica em direção ao 
sistema porta), porém os ácidos graxos de cadeia 
longa não conseguem passar a membrana vascular 
e serão fagocitados pelo sistema linfático, o qual 
drenará em direção a cisterna do quilo, seguirá 
pelo ducto torácico e será lançado na circulação 
através da sua comunicação com a veia subclávia 
esquerda, ganhando a circulação hematogênica. 
Dessa forma, seguindo o fluxo circulatório, os 
ácidos graxos de cadeia longa chegarão no fígado, 
para que possam ser degradados, convertidos e 
armazenados no tecido gorduroso ou para 
obtenção de energia. 
 
 Síntese de colesterol (80% convertido em sais 
biliares), fosfolipídios (formação de membranas, 
estruturas intracelulares e substâncias químicas 
para funcionamento celular), maioria das 
lipoproteínas e gordura (a partir de proteínas e 
carboidratos). 
 
 Vai depender de como vai estar meu nível 
glicêmico – determinará qual o sentido que se dará 
a utilização dos lipídeos. 
 
 O fígado realiza a desaminação de aminoácidos 
(para serem utilizados na produção de energia ou 
convertidos em gordura/carboidrato); formação 
de ureia (para remoção da amônia dos líquidos 
corporais), proteínas plasmáticas (de 15-50g/dia, 
90% do total de prot. Plasmáticas); interconversão 
de aminoácidos não essenciais (síntese de aa e 
outros compostos químicos a partir de aa – 
transaminação). 
 Tripsina (a partir do duodeno) realiza a 
fragmentação das proteínas em suas estruturas 
essenciais (aminoácidos). 
 Fígado confere o nível sanguíneo de todos os 
aminoácidos essenciais e não essenciais, de modo 
que possa ter certo controle. 
 Não essenciais são aqueles que o fígado consegue 
produzir através de outros aminoácidos – 
transaminação. 
 Aminotransferases podem degradar o aminoácido 
(desaminação) a nível intracelular (de dentro da 
célula hepática/ hepatócito) produzindo um 
grupamento amino e cetoácidos. Quando tenho a 
necessidade de energia (depois que já foi utilizado 
todo o açúcar) o cetoácido entrará no ciclo de 
Krebs e possibilitará a obtenção de energia para a 
manutenção celular. 
 O grupamento amino é extremamente tóxico se for 
liberado na corrente sanguínea, portanto é 
convertido em amônia, a qual é extremamente 
tóxica ao nosso sistema nervoso central, dessa 
forma o fígado converterá a amônia em uréia 
(excretada por nosso sistema renal). 
 
 Casos de encefalopatia hepática (coma hepático) 
são causados pelo aumento da concentração 
plasmática de amônia pela ausência da formação 
de ureia ou redução acentuada do FS hepático. 
 
 
Júlia Rosendo Winkelmann 
 O fígado armazena vitaminas A (maior quantidade 
e suficiente para 10 meses), D (quantidade 
suficiente para 3-4 meses) e B12 (quantidade 
suficiente para 1 ano, talvez mais). 
 Faz armazenamento de ferro na forma de ferritina 
através tamponamento sanguíneo (sistema 
apoferritina-ferritina) que mantem a concentração 
de ferro nos líquidos corporais em nível normal. 
 Formação de substâncias utilizadas na coagulação 
sanguínea (fibrinogênio, protrombina, globulinas, 
fatores VII, IX e X) pela presença de vitamina K nos 
processos metabólicos do fígado. 
 O fígado faz detoxicação e excreção de fármacos, 
hormônios e outras substâncias através da bile, 
constituindo a principal via de excreção de cálcio 
(Ca++) do organismo. 
 
Determinação da Bilirrubina na Bile 
 A bilirrubina é um pigmento amarelo-esverdeado 
produto da degradação da hemoglobina e serve de 
instrumento de diagnóstico de doenças 
hemolíticas e hepatopatias. 
 Quando os eritrócitos chegam ao final da vida (120 
dias) suas membranas celulares se rompem, a 
hemoglobina é liberada e fagocitada pelos 
macrófagos de todo organismo onde é dobrada em 
globina e heme. Dos 4 núcleos pirrólicos do anel 
heme é formada a biliverdina que é reduzida em 
bilirrubina livre/indireta que gradualmente é 
liberada no plasma pelos macrófagos e se associa 
com a albumina. 
 A bilirrubina livre/indireta é absorvida em poucas 
horas pelas membranas hepáticas, desassocia-se 
da albumina e forma bilirrubina conjugada/direta 
(80% com ácido glicurônico, 10% com sulfato e 10% 
com outras substâncias). 
 Na forma conjugada/direta é excretada nos 
canalículos biliares (sistema biliar) e a seguir para o 
intestino, onde metade é convertida por ação 
bacteriana em urobilinogênio (muito solúvel). 
A pane nesse sistema pode gerar acúmulo dessas 
secreções/ componentes. Se a pane for antes do 
sistema de ação chegar no fígado, terá elevação da 
bilirrubina indireta (patologia hematológica). Quando a 
pane for após o fígado (obstrução nos canais biliares), 
terá elevação da bilirrubina direta (patologia biliar). 
 
 Metade do urobilinogênio é secretado na forma de 
estercobilina nas fezes (coloração das fezes); a 
outra metade é reabsorvida, resultando em 5% 
excretado na forma de urobilina pelos rins (não é a 
forma adequada, de forma ao paciente apresentar 
colúria, a qual é a alteração da cor da urina, e 
acolia, que é a alteração da cor das fezes por falta 
de estercobilina); e o resto voltando ao sangue e 
sendo excretada pelo fígado novamente. 
Eritrócito no final da vida → hemoglobina liberada e 
fagocitada por macrófagos → biliverdina → bilirrubina livre 
→ fígado → bilirrubina conjugada → excretada no intestino 
→ bilirrubina conjugada + ação bacteriana → 
urobilinogênio → urobilina (rins) e estercobilina (fezes) 
 
 É a coloração amarelada da pele e tecidos 
(incluindo tecidos profundos) devido a presença de 
grande quantidade/ acúmulo de bilirrubina nos 
líquidos extracelulares. A concentração normal é 
de 0,5mg/dl de plasma, a partir de 1,4mg/dl a pele 
começa a mostrar-se ictérica. 
 Icterícia Hemolítica – Causada pela rápida 
hemólise dos eritrócitos, resultando numa 
velocidade de formação da bilirrubina mais rápida 
que a velocidade de excreção do fígado. Tem 
predomínio da fração livre/ bilirrubina indireta.
 Icterícia Obstrutiva – É causada pela 
obstrução dos ductos biliares (cálculo biliar, 
câncer) ou lesão dos hepatócitos que impede a 
passagem da bilirrubina do sangue para o 
intestino. Tem predomínio da fração conjugada/ 
bilirrubina direta.
Júlia Rosendo Winkelmann

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