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Icterícia Neonatal INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO: A icterícia é uma coloração amarelada da pele mucosas como consequência do aumento sérico das bilirrubinas. 60% dos RN a termo ficam ictéricos na vida, e geralmente é um processo fisiológico METABOLISMO DA BILIRRUBINA METABOLISMO DA BILIRRUBINA: A hemoglobina (heme) é degradada e forma indireta (BI), a qual é hidrossolúvel eliminada, e para isso precisa ser transformada em lipossolúvel. A BI liga-se a albumina, é captada pelo hepatócito nele sofre conjugação com 1 ou 2 moléculas de ácido glicurônico, formando um mono ou diglicurinídeo (BD), através da enzima glicuroniltransferase A BD conjugada é lipossolúvel pode ser excretada na bile e ser retirada do organismo pelo intestino. Na vida fetal: A bilirrubina é excretada pela placenta sua forma indireta (BI). Logo, a captação e conjugação bilirrubinas do RN é diminuída ao nascimento. No recém-nascido: Produção exagerada de BI: Hematócrito mais alto – hipóxia uterina; Meia vida menor das hemácias Fígado “imaturo”: Captação e conjugação deficientes Aumento da circulação êntero-hepática: Muita bilirrubina é reabsorvida; Ação da enzima glicuronidase; Trânsito intestinal mais lento e pouca flora intestinal. PROVÁVEL ICTERÍCIA NÃO FISIOLÓGICA PROVÁVEL ICTERÍCIA NÃO FISIOLÓGICA: Início < 24h/36h de vida: A bilirrubina aumenta 3mg/dL/dia; Para detectar icterícia o nível sérico deve ser > Aumento > 5mg/dL/dia. Nível elevado de bilirrubina: > 12-13mg/dL à termo (alcança zona 3) > 14-15mg/dL prematuro. Todos estes mecanismos aumentam a BI, o qual leva à icterícia fisiológica! Porém nem toda icterícia é fisiológica! Icterícia Neonatal A icterícia é uma coloração amarelada da pele e das aumento sérico das 60% dos RN a termo ficam ictéricos na 1ª semana de processo fisiológico. RUBINA é degradada e forma bilirrubina hidrossolúvel e deve ser eliminada, e para isso precisa ser transformada em captada pelo hepatócito e com 1 ou 2 moléculas de ácido glicurônico, formando um mono ou diglicurinídeo (BD), glicuroniltransferase. pode ser excretada na bile e ser retirada do organismo pelo intestino. a é excretada pela placenta - apenas na ogo, a captação e conjugação hepática de do RN é diminuída ao nascimento. hipóxia uterina; das hemácias (90 x 120 dias). Captação e conjugação deficientes. hepática: Muita bilirrubina é reabsorvida; lento e pouca flora ÃO FISIOLÓGICA PROVÁVEL ICTERÍCIA NÃO FISIOLÓGICA: detectar icterícia o nível sérico deve ser > 5! (alcança zona 3); Outra alteração clínica: Icterícia persistente Por mais de 7 – Mais de 10 – 14 dias em prematuros. Colestase: BD, colúria, acolia... Zonas de Kramer: Progressão crânio Zona I: Face (6mg/dL) Zona II: Tronco até o umbigo (9mg/dL) Zona III: Umbigo até joelhos (> 12mg/dL) passou do umbigo, sinal de perigo! Zona IV: Joelhos até tornozelos e cotovelos até punhos (15mg/dL); Zona V: Mãos e pés (16mg/dL) ICTERÍCIA PRECOCE ANEMIA HEMOLÍTICA ANEMIA HEMOLÍTICA: Principal causa: Incompatibilidade materno Incompatibilidade RH: É a forma mais grave; A mãe é Rh- e o RN Rh+ A mãe produz anticorpos a placenta e destroem as hemácias fetais; Ocorre nas mulheres sensibilizadas (multíparas) Solicitar coombs indireto que será positivo (detecta anticorpo O coombs direto (indica anticorpos nas hemácias) será positivo. Incompatibilidade ABO: Menos comum; Mãe O e RN A ou B; Coombs direto: Detecta anticorpos pode ser positivo ou negativo ser uma doença mais branda direto negativo não afasta o diagnóstico. estes mecanismos aumentam a BI, o qual leva à icterícia fisiológica! Porém nem toda icterícia é fisiológica! Icterícia persistente: – 10 dias à termo; 14 dias em prematuros. BD, colúria, acolia... rogressão crânio-caudal. Face (6mg/dL); Tronco até o umbigo (9mg/dL); mbigo até joelhos (> 12mg/dL) Se do umbigo, sinal de perigo! Joelhos até tornozelos e cotovelos até Mãos e pés (16mg/dL). ICTERÍCIA PRECOCE ANEMIA HEMOLÍTICA Incompatibilidade materno-fetal. forma mais grave; e o RN Rh+; A mãe produz anticorpos Anti-Rh que atravessam e destroem as hemácias fetais; Ocorre nas mulheres sensibilizadas (multíparas); coombs indireto (indica sensibilização), á positivo (detecta anticorpo Anti-Rh); (indica anticorpos nas hemácias) : ; Detecta anticorpos nas hemácias – pode ser positivo ou negativo no RN, porque pode ser uma doença mais branda. Assim, um Coombs direto negativo não afasta o diagnóstico. Outras doenças hemolíticas que podem se manifestar no período neonatal: Esferocitose hereditária: Defeito de membrana mais comum; CD sempre negativo. Deficiência de G6PD: Deficiência enzimática mais comum; CD sempre negativo. Avaliação complementar da icterícia precoce: BT e frações; Hemograma (Ht) e reticulócitos; TS, fator Rh e CD no RN; Hematoscopia: Policromasia (reticulocitose); Esferócitos (indica esferocitose ou inc. ABO); Corpúsculos de Heinz. Se hemolítica: Bilirrubina aumentada; Hematócrito diminuído; Reticulócitos aumentados ICTERÍCIA PERSISTENTE OU TARDIA ICTERÍCIA PERSISTENTE OU TARDIA: Sempre dosar bilirrubina total e frações! ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO: Situação: RN em aleitamento materno exclusivo que permanece ictérico. Cronologia: Inicia em torno do 4º dia e permanece até a 2ª semana de vida. Fisiopatologia: Substância presente no leite interferindo no metabolismo da bilirrubina. Achado laboratorial: Aumento de bilirrubina indireta. Manejo: Resolve-se espontaneamente em dias/semanas; Em alguns casos: Suspender leite materno temporariamente porque as bilirrubinas estão MUITO altas. Aguardar bilirrubinas caírem (48h). Ao retornar amamentação as bilirrubinas sobem novamente, nunca ao mesmo valor anterior. ICTERÍCIA DO ALEITAMENTO ICTERÍCIA DO ALEITAMENTO: Cronologia: Início precoce (2º ou 3º dia de vida). Fisiopatologia: Baixa ingestão láctea por dificuldade na amamentação, que leva a um trânsito intestinal diminuído e consequente aumento da circulação êntero-hepática da bilirrubina. Achado laboratorial: Aumento de bilirrubina indireta. Manejo: Corrigir amamentação. COLESTASE COLESTASE: Principal causa: Atresia de vias biliares. Achado laboratorial: Aumento de bilirrubina direta. Fisiopatologia: O RN nasce sem alterações da árvore biliar, que nasce pérvia e capaz de escoar a bile. Contudo, com o passar dos primeiros dias de vida, ocorre obliteração progressiva da árvore biliar (fibrose) e interrupção da drenagem biliar. Clínica: Icterícia + sinais de colestase (colúria, acolia). Diagnóstico: Sinais de colestase são tardias, então sempre dosar bilirrubinas (BD). Urgência diagnóstica! Tratamento: Cirurgia de Kasai (portoenterostomia) nas primeiras 8 semanas de vida para restabelecer a drenagem biliar (junta intestino com íleo hepático, anastomosa ductos diretamente ao intestino). Se dx tardio, pode ser necessário transplante hepático. TRATAMENTO TRATAMENTO: O aumento de BI também precisa de tratamento porque a BI é neurotóxica (atravessa a barreira hemato-encefálica), podendo levar à encefalopatia bilirrubínica, potencial causa de óbito ou caso crônico (Kernicterus). Fototerapia: Promove fotoisomerização da BI, tornando-se hidrossolúvel e sendo excretada via renal. Indicações (para a prova): Icterícia nas primeiras 24h; Bilirrubina > 17. Exsanguineotransfusão: Retira-se o sangue cheio de bilirrubina e troca por sangue sem bilirrubina. Pouco realizada, porque a fototerapia tem bons resultados.
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