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Lesão e Morte Celular

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LESÃO CELULAR: 
Ocorre quando as células são estressadas tão 
excessivamente que não são mais capazes de se adaptar 
ou quando são expostas a agentes lesivos ou são 
prejudicadas por anomalias intrínsecas. 
LESÃO CELULAR REVERSÍVEL: embora existam 
anomalias estruturais e funcionais significativas, a lesão 
ainda não progrediu para um dano severo à membrana e 
dissolução nuclear. 
MORTE CELULAR: com a persistência do dano, a lesão 
torna-se irreversível e, com o tempo a célula não pode 
se recuperar e morre. Existem dois tipos de morte 
celular: 
 Necrose 
 Apoptose 
Enquanto a necrose constitui sempre um processo 
patológico, a apoptose auxilia muitas funções normais e 
não está necessariamente associada à lesão celular 
patológica. 
CAUSAS DA LESÃO CELULAR 
 Privação de oxigênio 
 Agentes químicos e drogas 
 Agentes infecciosos 
 Reações imunológicas 
 Defeitos genéticos 
 Desequilíbrios nutricionais 
 Agentes físicos 
 Envelhecimento 
MORFOLOGIA DA LESÃO CELULAR E 
TECIDUAL 
 Todos os estresses e influências nocivas exercem 
seus efeitos, primeiro, em nível molecular ou 
bioquímico 
 A função celular pode ser pedida antes que ocorra a 
morte celular, e as alterações morfológicas na lesão 
(ou morte) celular surgem mais tarde 
 A lesão persistente ou excessiva faz com que as 
células passem do “ponto de não retorno” para lesão 
irreversível e morte celular 
 Dois fenômenos caracterizam consistentemente a 
irreversibilidade: 
 Incapacidade de reverter a disfunção mitocondrial 
(perda de fosforilação oxidativa e geração de ATP) 
mesmo depois da resolução da lesão original 
 Profundos distúrbios na função da membrana 
MORFOLOGIA DA LESÃO REVERSÍVEL 
TUMEFAÇÃO CELULAR: resultado da falência das 
bombas de íons dependentes de energia na membrana 
plasmática, levando a incapacidade de manter a 
homeostasia iônica e líquida. Primeira manifestação de 
quase todas as formas de lesão celular. 
Obs.: quando afeta muitas células em um órgão, causa 
alguma palidez (resultante da compressão dos capilares), 
aumento do turgor e aumento do peso do órgão. 
DEGENERAÇÃO GORDUROSA: surgimento de vacúolos 
lipídicos, grandes ou pequenos, no citoplasma. Comum na 
lesão hipóxica e em várias formas de lesão metabólica ou 
tóxica. 
EOSINOFILIA: as células lesadas podem exibir coloração 
eosinofílica que se torna muito mais pronunciada com a 
progressão para a necrose. 
OUTRAS ALTERAÇÕES ASSOCIADAS À LESÃO 
REVERSÍVEL: 
 Alterações na membrana plasmática, como bolhas, 
apagamento ou distorção das microvilosidades e perda 
das adesões intercelulares 
 Alterações mitocondriais, como tumefação e 
presença de densidades amorfas ricas em 
fosfolipídios 
 Dilatação do RE com destacamento dos ribossomos e 
dissociação dos polissomos 
 Alterações nucleares, com condensação da cromatina 
 Figuras de mielina, massas fosfolipídicas derivadas das 
membranas celulares lesadas 
NECROSE 
 Morte celular associada à perda da integridade da 
membrana e extravasamento dos conteúdos 
celulares, culminando na dissolução das células 
(enzimas lisossomais) 
 Os conteúdos celulares que escapam iniciam uma 
reação inflamatória no local, no intuito de eliminar as 
células mortas e iniciar o processo de reparo 
 Sempre representa um processo patológico 
MORFOLOGIA DA NECROSE: 
Alterações citoplasmáticas: 
 Aumento da eosinofilia (coloração rósea) – 
desnaturação das proteínas e perda de RNA 
citoplasmático 
 Aparência homogênea – perda de partículas de 
glicogênio 
 Figuras de mielina 
 Aspecto vacuolado “roído pro traças” – digestão 
enzimática 
 Descontinuidade das membranas das organelas e das 
membranas plasmática 
 Dilatação acentuada das mitocôndrias 
 Rompimento dos lisossomos 
Alterações nucleares: degradação da cromatina e do 
DNA 
 Picnose: quando o núcleo apresenta um volume 
reduzido e torna-se hipercorado, tendo sua cromatina 
condensada. 
 Cariorrexe: a cromatina adquire uma distribuição 
irregular, podendo se acumular em grupos na 
membrana nuclear. Há perda dos limites nucleares. 
 Cariólise: há dissolução da cromatina e perda da 
coloração do núcleo, o qual desaparece 
completamente. 
DESTINO DAS CÉLULAS NECRÓTICAS: 
 Podem persistir por algum tempo ou ser digeridas por 
enzimas e desaparecer 
 São substituídas por figuras de mielina, que são 
fagocitadas por outras células ou, mais tarde, 
degradadas em ácidos graxos (que se ligam a sais de 
cálcio – calcificação) 
PADRÕES DE NECROSE TECIDUAL: 
NECROSE DE COAGULAÇÃO: 
Necrose de coagulação isquêmica: 
 Causada por isquemia local 
 Há perda de nitidez dos elementos nucleares 
 Manutenção do contorno celular devido à 
permanência da membrana celular 
 Células anucleadas e eosinofílicas 
 Característica de infartos isquêmicos em todos os 
órgãos sólidos, exceto o cérebro 
Necrose de coagulação hemorrágica: 
 Quando há presença de hemorragia no tecido 
necrosado 
 Essa hemorragia às vezes pode complicar a eliminação 
do tecido necrótico pelo organismo 
 Aspecto vermelho-amarronzado 
 Característica de infartos hemorrágicos 
NECROSE LIQUEFATIVA: 
 Comum em infecções bacterianas ou, ocasionalmente, 
nas infecções fúngicas 
 Transformação do tecido em uma massa viscosa 
líquida 
 Os micróbios estimulam o acúmulo de células 
inflamatórias e as enzimas dos leucócitos a digerirem 
o tecido 
 Pode ser observada nos abscessos e nos casos de 
AVC 
 As células necróticas são removidas rapidamente por 
fagocitose em toda a área necrótica 
NECROSE CASEOSA: 
 Encontrada mais frequentemente em focos de 
infecção tuberculosa 
 Tecido esbranquiçado, granuloso, amolecido, com 
aspecto de “queijo friável” 
 Microscopicamente, o tecido exibe uma massa 
amorfa composta predominantemente por proteínas 
 A arquitetura do tecido é completamente obliterada e 
os contornos celulares não podem ser distinguidos 
 A área de necrose caseosa é frequentemente 
encerrada dentro de uma borda inflamatória nítida – 
granuloma 
NECROSE FIBRINOIDE: 
 Geralmente observada nas reações imunes, nas quais 
complexos de antígenos e anticorpos são depositados 
nas paredes das artérias 
 Tecido necrótico adquire um aspecto hialino, acidofílico, 
semelhante a fibrina 
 Pode aparecer na aterosclerose, na úlcera péptica e 
nas vasculopatias autoimunes 
NECROSE ENZIMÁTICA: 
 Ocorre quando há liberação de enzimas nos tecidos 
 A forma mais observada é a do tipo gordurosa, 
principalmente no pâncreas, resultante da liberação 
de lipases pancreáticas, que desintegram a gordura 
neutra dos adipócitos desse órgão 
 Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, 
produzindo áreas brancas gredosas 
macroscopicamente visíveis (saponificação da 
gordura) – “Pingo de Vela” 
 Os focos de necrose exibem contornos sombreados 
de adipócitos necróticos com depósitos basofílicos de 
cálcio circundados por reação inflamatória 
NECROSE GANGRENOSA: É uma forma especial de 
necrose isquêmica em que o tecido necrótico sofre 
modificações por agentes externos como ar ou bactérias 
anaeróbicas, as quais promovem uma acentuada 
distribuição proteica e putrefação. 
NECROSE GOMOSA: necrose que acontece por 
coagulação, porém o tecido necrosado adquire o aspecto 
compacto e elástico (goma) ou fluido viscoso. Observada 
na sífilis tardia ou terciária. 
NECROSE LÍTICA: é a denominação que se dá à necrose 
de hepatócitos em hepatites virais, os quais sofrem lise 
ou esfacelo. 
O extravasamento de proteínas intracelulares através da 
membrana celular rompida e, por fim, para a circulação 
fornece maiores de detectar a necrose tecido-
específica, usando-se amostras de sangue ou de soro. 
MECANISMOS DE LESÃO CELULAR 
 A resposta celular ao estímulo nocivo depende do tipo 
de lesão, sua duração e sua gravidade 
 As consequências de um estímulo nocivo dependem do 
tipo, status, adaptabilidade e fenótipo genético da 
célula lesada 
 A lesão celular resulta de alterações bioquímicas e 
funcionais emum ou mais dos vários componentes 
celulares essenciais. Os alvos mais importantes dos 
estímulos nocivos são: 
 Mitocôndrias e sua habilidade em gerar ATP e ERO em 
condições patológicas 
 Desequilíbrio na homeostasia do cálcio 
 Danos às membranas celulares (plasmática e 
lisossômica) 
 Danos ao DNA e ao dobramento das proteínas 
 As múltiplas alterações bioquímicas podem ser 
disparadas por qualquer lesão nociva 
DEPLEÇÃO DE ATP: 
 As principais causas de depleção de ATP são a 
redução do suprimento de oxigênio e nutrientes, o 
dano mitocondrial e as ações de algumas toxinas 
 O ATP é necessário para todos os processos de 
síntese e degradação dentro da célula, incluindo o 
transporte de membrana, a síntese de proteínas, a 
lipogênese e as reações de diacilação-reacilação, 
necessárias para a renovação dos fosfolipídios. 
 Efeitos da depleção significativa de ATP: 
 Redução da atividade da bomba de sódio dependente 
de ATP na membrana plasmática → acúmulo 
intracelular de sódio e efluxo de potássio (ganho de 
soluto → ganho iso-osmótico de água – tumefação 
celular e dilatação do RE) 
 Aumento compensatório na glicólise anaeróbica → 
reservas de glicogênio são usadas e o ácido lático se 
acumula (desnaturação de enzimas) 
 Influxo de cálcio, devido à falência na bomba de cálcio 
 Rompimento estrutural do aparelho de síntese 
proteica – desprendimento dos ribossomos do REG e 
dissociação dos polissomos em monossomos (redução 
da síntese de proteínas). Dano irreversível às 
membranas mitocondriais e lisossômicas – necrose. 
DANOS E DISFUNÇÕES MITOCONDRIAIS: 
 As mitocôndrias são sensíveis a vários tipos de 
estímulos nocivos, incluindo hipóxia, toxinas químicas e 
radiação 
 Os danos mitocondriais resultam em: 
 Falha na fosforilação oxidativa – depleção progressiva 
de ATP 
 Fosforilação oxidativa anormal – formação de 
espécies reativas de oxigênio 
 Formação de um canal de alta condutância na 
membrana mitocondrial (poro de transição de 
permeabilidade mitocondrial) – perda do potencial de 
membrana e alteração do pH 
 Liberação de proteínas que informam à célula que há 
uma lesão interna e ativam a via de apoptose 
INFLUXO DE CÁLCIO: 
 Em condições normais: a concentração de cálcio é 
menor no citosol do que no meio extracelular e nas 
mitocôndrias e RE 
 As isquemias e certas toxinas causam aumento da 
concentração de cálcio citosólico – liberação do cálcio 
armazenado intracelularmente e do influxo aumentado 
através da membrana plasmática 
 O aumento de cálcio citosólico ativa várias enzimas: 
 Fosfolipases: causam danos à membrana 
 Proteases: clivam as proteínas de membrana e do 
citoesqueleto 
 Endonucleases: fragmentam a cromatina e o DNA 
 Trifosfatases de adenosina (ATPases): acelera a 
depleção de ATP 
 Além disso, o aumento do cálcio intracelular resulta na 
indução da apoptose, através da ativação direta das 
caspases e pelo aumento da permeabilidade 
mitocondrial 
ACÚMULO DE RADICAIS LIVRES DO OXIGÊNIO: 
 Radicais livres: espécies químicas que possuem um 
único elétron não pareado em órbita externa 
(instáveis e reagem prontamente com químicos 
orgânicos e inorgânicos) 
 Existem diferentes tipos de ERO produzidos por duas 
vias principais: 
 Reações de oxidação e redução durante a respiração 
e geração de energia mitocondrial 
 Produção pelos leucócitos (neutrófilos e macrófagos) 
como uma arma de destruição de micróbios e outras 
substâncias durante a inflamação e defesa do 
hospedeiro 
 Óxido nítrico (radical livre) é produzido pelos leucócitos 
e outras células 
 O excesso dos radicais livres leva ao estresse 
oxidativo – condições que aumentam a produção de 
ERO: 
 Absorção de energia radiante (luz UV e raio X) 
 Metabolismo enzimático de substâncias químicas 
exógenas 
 Inflamação 
 As espécies reativas do oxigênio causam lesão celular 
através de três principais reações: 
 Peroxidação lipídica das membranas 
 Promovem ligação cruzada mediada por sulfidrila, 
fragmentação de polipeptídeos e outras alterações 
das proteínas 
 Lesões do DNA 
DEFEITOS NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA: 
 A membrana plasmática pode ser danificada por 
isquemia, várias toxinas microbianas, componentes 
líticos do complemento e por uma variedade de 
agentes químicos e físicos 
 Vários mecanismos bioquímicos podem contribuir para 
os danos à membrana: 
 Diminuição da síntese de fosfolipídios (depleção do ATP 
e redução das atividades enzimáticas dependentes de 
energia) 
 Aumento da degradação dos fosfolipídios (ativação de 
fosfolipases pelo aumento do cálcio no citosol) 
 Espécies reativas de oxigênio (peroxidação lipídica) 
 Alterações do citoesqueleto (ativação de proteases 
pelo aumento do cálcio no citosol) 
 Produtos de degradação de lipídios (possuem efeito 
detergente sobre as membranas e podem se inserir 
ou trocar de lugar com os fosfolipídios, alterando a 
permeabilidade e a eletrofisiologia da membrana) 
 Os sítios mais importantes da membrana, durante a 
lesão celular, são as membranas mitocondriais, a 
membrana plasmática e as membranas lisossômicas: 
 Danos à membrana mitocondrial: resultam em 
depleção do ATP 
 Danos à membrana plasmática: perda do equilíbrio 
osmótico e influxo de fluidos e íons, bem como perda 
de conteúdo celular 
 Danos às membranas lisossômicas: extravasamento 
de enzimas que levam à digestão enzimática dos 
componentes celulares 
DANOS AO DNA E ÀS PROTEÍNAS: 
 Danos graves ao DNA e proteínas impropriamente 
dobradas fazem com que a célula inicie o processo de 
apoptose 
APOPTOSE: 
 Via de morte celular, induzida por um programa de 
suicídio estritamente regulado no qual as células 
destinadas a morrer ativam enzimas que degradam 
seu próprio DNA e as proteínas nucleares e 
citoplasmáticas 
 A célula se fragmenta em corpos apoptóticos, que 
são fagocitados 
 A membrana celular permanece intacta e, por isso, a 
morte celular por essa via não induz uma reação 
inflamatória 
CAUSAS DA APOPTOSE: 
Apoptose em Situações Fisiológicas: 
 Funciona para eliminar células que não são mais 
necessárias (envelhecidas) e células potencialmente 
prejudiciais (mutadas e infectadas) 
 É importante nas seguintes situações fisiológicas: 
 Destruição programada de células durante a 
embriogênese 
 Involução de tecidos hormônios-dependentes sob 
privação de hormônio 
 Perda celular em populações celulares proliferativas 
(para manter nos tecidos um número constante da 
população de células) 
 Morte de células que já tenham cumprido seu papel 
 Eliminação de linfócitos autorreativos potencialmente 
nocivos 
 Morte celular induzida por linfócitos T citotóxicos 
Apoptose em Situações Patológicas: 
 Elimina células geneticamente alteradas ou lesadas de 
modo irreparável 
 A morte por apoptose é responsável pela perda de 
células em vários estados patológicos: 
 Lesão de DNA 
 Acúmulo de proteínas anormalmente dobradas – 
estresse do RE 
 Lesão celular em certas infecções 
 Atrofia patológica no parênquima de órgãos após 
obstrução de ducto 
MORFOLOGIA: 
 Os núcleos das células apoptóticas exibem vários 
estágios de condensação e agregação da cromatina 
(picnose) e, finalmente, cariorrexe (fragmentação do 
DNA) 
 As células retraem, formando brotos citoplasmáticos, 
e se fragmentam em corpos apoptóticos 
MECANISMOS DA APOPTOSE: 
 A apoptose resulta da ativação de enzimas chamadas 
caspases – a ativação dessas proteínas depende do 
equilíbrio entre vias moleculares pró e antiapoptóticas 
 Duas vias distintas convergem para a ativação de 
caspases: 
Via Mitocondrial (Intrínseca) da Apoptose: 
 As mitocôndrias contêm uma série de proteínas 
capazes de induzir apoptose → citocromo c 
 A escolha entre a sobrevivência e a morte celular é 
determinada pela permeabilidade da mitocôndria, que 
é controlada pelas proteínas da família Bcl-2 
 Quando a célula sofre estímulos nocivos, as proteínas 
BH3, que atuam como sensores são ativadas Esses sensores ativam dois membros pró-
apoptóticos, Bax e Bak, que se dimerizam e se 
inserem dentro da membrana mitocondrial, formando 
canais através dos quais o citocromo c e outras 
proteínas mitocondriais extravasam para o citosol 
 Esses sensores também inibem as moléculas 
antiapoptóticas Bcl-2 e Bcl-XL 
 O citocromo c, em conjunto com alguns cofatores, 
ativa a caspase 9 
 Outras proteínas que extravasam das mitocôndrias 
bloqueiam as atividades dos antagonistas das caspases 
Via Receptor de Morte (Extrínseca) da Apoptose: 
 Muitas células expressam moléculas de superfície, 
chamadas “receptores de morte”, que disparam a 
apoptose 
 Os principais receptores de morte são do tipo TNF I 
e Fas (CD95) 
 O ligante de Fas (Fas-L) é uma proteína de membrana 
expressa, principalmente, em linfócitos T ativados 
 Quando essas células T reconhecem os alvos que 
expressam Fas, as moléculas Fas são ligadas em 
reação cruzada pelo Fas-L e proteínas de ligação 
adaptadoras em reação cruzada 
 Essas proteínas recrutam e ativam a caspase 8 
 A via receptor de morte está envolvida na eliminação 
de linfócitos autorreativos e na eliminação de células-
alvo por linfócitos T citotóxicos 
ATIVAÇÃO E FUNÇÃO DAS CASPASES: 
 As vias mitocondrial e receptor de morte ativam as 
caspases 9 e 8, respectivamente 
 As formas ativas dessas enzimas clivam outra série 
de caspases – caspases executoras 
 Essas caspases clivam numerosos alvos, culminando 
na ativação de nucleases (degradam nucleoproteínas 
e DNA) 
 As caspases degradam também os componentes da 
matriz nuclear e do citoesqueleto 
REMOÇÃO DAS CÉLULAS APOPTÓTICAS: 
 Fosfatidilserina move-se para o folheto externo da 
membrana, onde é reconhecido pelos macrófagos, 
levando à fagocitose das células apoptóticas 
 As células que estão morrendo por apoptose 
secretam fatores solúveis que recrutam os fagócitos 
 Alguns corpos apoptóticos expressam glicoproteínas 
adesivas que são reconhecidas pelos fagócitos 
 Os próprios macrófagos podem produzir proteínas 
que se ligam às células apoptóticas (mas não às células 
vivas) e direcionam a morte celular por engolfamento 
ACÚMULOS INTRACELULARES 
 Uma das manifestações dos transtornos metabólicos 
celulares é o acúmulo intracelular de quantidade 
anormais de várias substâncias, causando processo 
regressivo reversível e dano celular subletal 
 Substâncias armazenadas: 
 Substância natural da célula acumulada em excesso 
(água, lipídios, proteínas e carboidratos) 
 Substância anormal exógena (mineral ou produtos de 
agentes infecciosos) ou endógena (síntese anormal) 
Existem 4 vias principais de acumulações intracelulares: 
 Remoção inadequada de uma substância normal – 
defeitos no mecanismo de empacotamento e 
transporte 
 Acúmulo de uma substância endógena anormal – 
defeitos adquiridos ou genéticos no seu dobramento, 
empacotamento, transporte e secreção 
 Deficiência em degradar um metabólito devido a 
defeito herdado de uma enzima 
 Depósito e acúmulo de uma substância exógena 
anormal quando a célula não possui maquinaria 
enzimática para degradar a substância nem a 
habilidade de transportá-la para outros locais 
DEGENERAÇÃO GORDUROSA (ESTEATOSE): 
 Acúmulo anormal de triglicerídeos dentro das células 
do parênquima 
 Comum no fígado, porque ele é o principal órgão 
envolvido no metabolismo da gordura, mas pode 
ocorrer também no coração, no músculo esquelético, 
no rim e em outros órgãos 
 A esteatose pode ser causada por toxinas, 
desnutrição proteica, diabetes melito, obesidade e 
anóxia 
COLESTEROL E ÉSTERES DE COLESTEROL: 
Aterosclerose: 
 Células musculares lisas e macrófagos da túnica íntima 
da aorta e das grandes artérias estão repletas de 
vacúolos lipídicos (colesterol e ésteres de colesterol) 
 Essas células exibem aparência espumosa (células 
espumosas), e agregados dessas células na íntima 
produzem ateromas amarelos carregados de 
colesterol. 
 Algumas dessas células se rompem, liberando lipídios 
no espaço extracelular. 
 Os ésteres de colesterol extracelulares podem se 
cristalizar em forma de agulhas longas, produzindo 
fendas 
Xantomas: 
 Aglomerados de células espumosas são encontrados 
no tecido conjuntivo subepitelial da pele e tendões, 
produzindo massas tumorais (xantomas) 
Colesterolose: 
 Acúmulos focais de macrófagos cheios de colesterol 
na lâmina própria da vesícula biliar. Também chamado 
de “vesícula em morango” 
Doença de Niemann-Pick tipo C: 
 Esta doença de depósito lisossômico é causada por 
mutações que afetam uma enzima envolvida no 
transporte do colesterol, resultando em acúmulo de 
colesterol em múltiplos órgãos 
PROTEÍNAS: 
 Os acúmulos intracelulares de proteína geralmente 
aparecem como gotículas, vacúolos, ou agregados 
arrendondados e eosinofílicos no citoplasma 
 Menos comuns que os acúmulos de lipídios 
 Os excessos de proteína dentro das células podem 
ter várias causas 
Exemplos 
 Extravasamento de proteínas no filtrado glomerular 
(p. ex. síndrome nefrótica) → grande reabsorção nos 
túbulos contorcidos proximais e acúmulo de gotículas 
intracelulares contendo proteínas 
 Acúmulo de imunoglobulinas no RER de plasmócitos – 
corpúsculos de Russell (redondos e eosinofílicos) 
 Defeitos de dobramento (amiloidose) – transporte e 
secreção defeituosos 
DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA (INCHAÇÃO TURVA OU 
EDEMA CELULAR): 
 Distúrbio hidroeletrolítico presente na inchação turva, 
refere-se ao mau funcionamento da bomba de sódio 
e potássio. Fruto de diminuições energéticas que 
afetam o mecanismo de transporte de água e de íons 
PIGMENTOS: 
 São substâncias coloridas, algumas das quais são 
constituintes normais das células, enquanto outros são 
anormais e acumulam-se nas células somente sob 
circunstâncias especiais 
Pigmentos exógenos: 
Carbono: 
 Quando inalado, é assimilado pelos macrófagos dentro 
dos alvéolos e, então, transportado através dos vasos 
linfáticos para linfonodos regionais na região 
traqueobrônquica. 
 O acúmulo desse pigmento confere cor negra ao 
tecido pulmonar (antracose) e aos linfonodos 
envolvidos 
 Os agregados de poeira de carvão podem induzir uma 
reação fibroblástica, ou até mesmo enfisema, 
causando pneumoconiose dos trabalhadores do carvão 
Tatuagem: 
 Os pigmentos inoculados são fagocitados pelos 
macrófagos da derme, nos quais residem pelo resto 
da vida das pessoas adornadas. Geralmente não 
despertam nenhuma resposta inflamatória 
Siderose: 
 Pigmentação por óxido de ferro 
 Coloração ferrugem 
Argiria: 
 Pigmentação por sais de prata 
 Contaminação por medicação 
Bismuto: 
 Comum na terapia para sífilis 
 Cor enegrecida 
Pigmentos endógenos: 
Lipofucsina: 
 Também conhecido como lipocromo ou pigmento de 
desgaste 
 Não é nociva a células ou às suas funções 
 Sinal de lesão por radicais livres e peroxidação lipídica 
 Observado em células que sofrem alterações 
regressivas lentas e é particularmente proeminente 
no fígado e coração de pessoas idosas ou pacientes 
com desnutrição grave e caquexia do câncer 
 Coloração marrom ou castanho-amarelado (corte 
histológico) 
Melanina: 
 Pigmento endógeno com cor que varia do castanho ao 
preto 
 Produzido por melanócitos 
 Único pigmento endógeno marrom-negro 
Hemossiderina: 
 Pigmento amarelo-ouro a marrom, derivado da 
hemoblogina 
 Uma das principais formas de armazenamento do 
ferro 
 Nas células, o ferro é armazenado em associação com 
a proteína apoferritina, para formar micelas de 
ferritina 
 Quando há excesso local ou sistêmico de ferro, a 
ferritina forma grânulos de hemossiderina 
 Hemossiderose: acúmulo de hemossiderina, que pode 
ser local (equimose) ou sistêmico 
 Principais causas de hemossiderose: 
 Aumento da absorção de ferro na dieta (erro inato 
do metabolismo – hemocromatose) 
 Anemias hemolíticas: lise prematura das hemácias e 
liberação de quantidades anormais de ferro 
 Transfusões de sangue repetidasIcterícia: 
 Acúmulo extracelular de bilirrubina 
Pigmento malárico: 
 Também chamado de hemozoína, resultante da 
degradação da hemoglobina ingerida pelos parasitos da 
malária durante seu ciclo de via assexuado nas 
hemácias 
 Com a formação de merozoítas, rompem-se as 
hemácias e os parasitos são liberados, enquanto o 
pigmento, sob a forma de grânulos castanho-escuros, 
acumula-se nos macrófagos do fígado, baço, medula 
óssea, linfonodos e de outros locais, aí permanecendo 
por muitos anos 
Pigmento esquistossomótico: 
 O pigmento esquistossomótico origina-se no tubo 
digestivo do Schistosoma a partir do sangue do 
hospedeiro, o qual é ingerido pelo verme adulto como 
fonte de nutrientes 
 A digestão da hemoglobina libera hematina ou meta-
heme livre, que é o heme separado da globina. O Fe2+ 
oxida-se a Fe3+. O pigmento negro é fagocitado pelas 
células de Kupffer, mas isso não tem repercussão 
clínica

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