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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
RESUMO DA UNIDADE 
 
Esta unidade tratará dos cuidados de enfermagem ao paciente renal transplantado 
em todo o período perioperatório, ou seja, os cuidados que devem ser prestados 
pela equipe de enfermagem no pré-operatório mediato e imediato, no 
transoperatório e intraoperatório, e no pós-operatório imediato e mediato. Dessa 
maneira, considerando as especificidades do centro cirúrgico, o primeiro capítulo 
traz em seu desenvolvimento, o reconhecimento desse setor dentro da unidade 
hospitalar, assim como, os aspectos de estrutura física e funcional inerentes ao seu 
funcionamento, deliberando acerca da assistência de enfermagem no perioperatório 
e, em especial, no pré-operatório mediato e imediato. Em seu segundo capítulo é 
possível encontrar os cuidados de enfermagem no transoperatório, considerando a 
segurança do paciente e o protocolo de cirurgia segura, assim como, as atividades 
desempenhadas pelo enfermeiro no intra-operatório. Finalmente, no terceiro 
capítulo, trataremos da assistência de enfermagem ao paciente no pós-operatório, 
momento crucial para o sucesso de sua recuperação frente ao transplante renal. 
 
Palavras-chave: Enfermagem em Nefrologia. Cuidados de Enfermagem. 
Enfermagem Perioperatória. 
 
 
 
 
CUIDADOS AO PACIENTE RENAL 
TRANSPLANTADO 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
SUMÁRIO 
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1 
SUMÁRIO .................................................................................................................................2 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................3 
CAPÍTULO 1 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO................5 
1.1 O CENTRO CIRÚRGICO E SUAS ESPECIFICIDADES....................................5 
1.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
PERIOPERATÓRIA .............................................................................................................. 10 
1.3 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO E 
IMEDIATO .............................................................................................................................. 13 
1.4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PRÉ-OPERATÓRIO DE 
TRANSPLANTE RENAL ...................................................................................................... 16 
CAPÍTULO 2 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO TRANSOPERATÓRIO ........ 21 
2.1 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM NO CC E A SEGURANÇA DO 
PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO ............................................................................. 21 
2.1.1 O protocolo de cirurgia segura ............................................................................. 25 
2.2 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO TRANSOPERATÓRIO E 
INTRAOPERATÓRIO........................................................................................................... 29 
2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO 
DE TRANSPLANTE RENAL ............................................................................................... 34 
CAPÍTULO 3 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO ............ 36 
3.1 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO E 
MEDIATO ............................................................................................................................... 36 
3.2 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PÓS-OPERATÓRIO DE 
TRANSPLANTE RENAL ...................................................................................................... 48 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
O conhecimento da assistência de enfermagem em todo o perioperatório é de 
extrema relevância para a realização do planejamento dos cuidados direcionados ao 
paciente cirúrgico. Esses cuidados requerem ainda mais atenção quando se trata de 
pacientes de transplantes renais. 
 O perioperatório corresponde ao período que compreende desde o momento 
em que o paciente recebe a notícia de que precisará realizar uma cirurgia ou o 
momento em que o cirurgião decide juntamente com o cliente a realização da 
cirurgia, percorre por todo o procedimento cirúrgico e chegando até o momento em 
que o paciente se recupera do ato operatório. 
 Logo, é possível observar a necessidade de organização dos cuidados a 
serem prestados em cada uma dessas fazes. A enfermagem, nesse período, deve 
aplicar a Sistematização da Assistência Perioperatória – SAEP. Sem dúvida, esse 
instrumento de cuidados é muito importante para todo o processo perioperatório e 
repercute no desenvolvimento cirúrgico do paciente, assim como influencia na sua 
recuperação. 
 Dessa forma, aplica-se a SAEP nos períodos do perioperatório: pré-operatório 
mediato e imediato, transoperatório, intraoperatório e pós-operatório. Para isso, é 
essencial considerar as particularidades de cada período, as quais são tratadas 
detalhadamente nos capítulos deste módulo, divididos por cada um dos três 
períodos. 
 Os cuidados no pré-operatório requerem o preparo do enfermeiro para 
atenção às necessidades do paciente e da família, ao direcionamento correto do 
enfermeiro para com os procedimentos de saúde a serem executados pela sua 
equipe, focando sempre no preparo do cliente para a cirurgia. 
 O enfermeiro do transoperatório, por sua vez, necessita estar atento aos 
protocolos de segurança do paciente, recebendo-o no Centro Cirúrgico com atenção 
e cuidado humanizado, realizando sua admissão com foco no procedimento 
cirúrgico e nas suas necessidades e de sua família. Presta ainda cuidados técnicos, 
organizacionais e administrativos, de maneira a tornar a assistência cirúrgica segura. 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 O pós-operatório é o período mais crítico para o paciente, na maioria dos 
casos, principalmente as primeiras 24 horas, e o tempo em que permanece na Sala 
de Recuperação Pós-Anestésica. Nesse período, é onde ocorrem as principais 
complicações do ato operatório e requer atenção especial da enfermagem. Assim, o 
enfermeiro deve lançar mão de protocolos diversos para assegurar a assistência 
adequada e direcionada à prevenção de complicações. 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
CAPÍTULO 1 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PRÉ-OPERATÓRIO 
 
1.1 O CENTRO CIRÚRGICO E SUAS ESPECIFICIDADES 
 
O surgimento dos primeiros Centros Cirúrgicos se deu ainda na Antiguidade 
com a intenção de facilitar o trabalho desenvolvido pela equipe médica. Contudo, 
apenas na era moderna é que foi possível observar a evolução desse ambiente nas 
salas de cirurgias, juntamente com as áreas de suporte como lavabos e vestiários 
(MARTINS; DALL’AGNOL, 2016). 
O ambiente cirúrgico pode ser conceituado como um conjunto de elementos 
designados à assistência cirúrgica e à recuperação anestésica dos indivíduos. Esse 
serviço é formado por três unidades, a saber: Centro Cirúrgico (CC), Sala de 
Recuperação Anestésica (SRA) e Centro de Material e Esterilização (CME) 
(CARVALHO; MORAIS, 2016). 
A unidade do centro cirúrgico é um local do hospital que apresenta bastante 
particularidades. Tem como objetivo principal prestar assistência cirúrgica aos 
pacientes por meio da realização de procedimentos anestésico-cirúrgicos, desde os 
mais simples como a realização de um curativo, até os mais complexos como a 
realização de cirurgias de transplante renal: 
 
O Centro Cirúrgico (CC) é uma unidade hospitalar onde são executados 
procedimentos anestésico-cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos, tanto em 
caráter eletivo quanto emergencial. Esse ambiente, marcadamente de 
intervenções invasivas e de recursos materiais com alta precisão e eficácia, 
requer profissionais habilitados para atender diferentes necessidades do 
usuário diante da elevada densidade tecnológica e à variedade de situações 
que lhe conferem uma dinâmica peculiar de assistência em saúde. O CC é 
considerado como cenário de alto risco, onde os processos de trabalho 
constituem-se em práticas complexas, interdisciplinares, com forte 
dependência da atuação individual e da equipe em condições ambientais 
dominadas por pressão e estresse (MARTINS; DALL’AGNOL, 2016, p.2). 
 
Apresentando um conceito ampliado, o CC pode ser concebido como um 
sistema sociotécnico-estruturado, do qual fazem parte cinco subsistemas, conforme 
expressa a figura 1: 1 – metas e valores, 2 – tecnológico, 3 – estrutural, 4 – 
psicossocial, 5 – administrativo. 
 
 
6 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 1. O Centro Cirúrgico como sistema sóciotécnico-estruturado 
 
Fonte: Carvalho; Morais, 2016 apud Avelar e Jouclas, 1981. 
 
Considerado um dos mais relevantes sistemas dentro da unidade hospitalar, o 
CC compreende uma infraestrutura própria e requer recursos materiais 
diferenciados, além de recursos humanos capacitados. Para o seu funcionamento é 
essencial haver integração entre todas as demais unidades do hospital, 
favorecendo, assim, a implementação de normas e rotinas que visem a qualidade e 
a individualização do cuidado, garantindo a eficiência e eficácia dos tratamentos 
realizados (CARVALHO; MORAIS, 2016). 
 
IMPORTANTE! 
A importância do Centro Cirúrgico está atrelada a diversos fatores, entre eles a 
tecnologia existente, considerado o local mais dispendioso do hospital, a sua 
estrutura física e funcional devidamente projetada para um maior controle das 
infecções, a equipe multiprofissional efetiva e resolutiva, além da didática e 
terapêutica utilizada nos inúmeros procedimentos cirúrgicos realizados (SOBRAL et 
al., 2019). 
 
7 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Por isso, o CC está localizado em um espaço estratégico, próximo de unidades 
de suporte como Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Central de Materiais e 
Esterilização (CME), Urgência e Emergência, banco de sangue, laboratórios, 
lavanderia, farmácia entre outros. O ambiente cirúrgico apresenta diversos objetivos, 
entre os quais estão (CARVALHO; MORAIS, 2016): 
 Prestação de assistência integral ao cliente cirúrgico durante todo o 
perioperatório; 
 Realização de procedimentos anestésico-cirúrgicos ao paciente 
considerando as melhores condições possíveis a serem ofertadas; 
 Oferecimento de recursos materiais e humanos compatíveis e 
necessários à realização do procedimento cirúrgico em condições 
técnicas e assépticas ideais; 
 Desenvolvimento de programas e projetos de pesquisa destinados ao 
progresso científico e ao avanço tecnológico assistencial; 
 Favorecimento do ensino como campo de estágio para o aprimoramento 
e formação dos profissionais e recursos humanos qualificados. 
Destaca-se que essa unidade é composta de uma estrutura física que deve 
estar adequada às necessidades do paciente, considerando, sobretudo, a sua 
segurança e a da equipe durante a assistência. Fazem parte do Centro Cirúrgico 
(CC): posto de enfermagem, vestuário masculino e feminino, sala operatória, 
corredores internos e externos, expurgo, arsenal etc. A estrutura física e funcional 
dessa unidade deve levar em consideração as normas estabelecidas pela RDC Nº 
50 (Resolução de Diretoria Colegiada), podendo ser exemplificada pela Figura 2. 
 
Figura 2 – Estrutura Física e Funcional do Centro Cirúrgico. 
 
 
Sala operatória 
 
 
Sala operatória 
 
 
Lavabos 
 
 
Lavabos 
 
 
Sala operatória 
 
 
Sala operatória 
 
Corredor interno 
8 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Entrada 
pacientes 
 
Posto de 
enfermagem 
 
Arsenal Centro 
Cirúrgico 
 
Recuperação 
Anestésica 
 
Sala de guarda 
equipamentos 
 
Entrada 
roupa e 
material 
limpo 
 
Repouso 
 
Corredor interno 
Vestuário 
masculino 
 
Sala de estar 
 
Copa 
 
Secretaria e 
chefia do Centro 
Cirúrgico 
 
 
Farmácia 
 
 
Expurgo 
 
Material 
Limpeza 
 
Saída de 
pacientes 
Vestuário 
feminino 
Corredor externo 
Fonte: Autor, 2020. 
 
 Ainda, acerca da estrutura física e funcional do CC, destaca-se que a RDC 
Nº50 traz informações importantes quanto a estas características que auxiliam na 
assistência de qualidade. Nesse quesito, cita-se que as salas de cirurgias devem ser 
de cores claras, piso e paredes laváveis, com sistema de aterramento, as tomadas 
colocadas à 1,5 metro do chão, o sistema de iluminação deve ser artificial e deve 
contar com, no mínimo, dois focos principais, o sistema de ar deve ser central e ter o 
controle em cada uma das salas, as portas devem permitir a passagem das macas e 
a visualização do procedimento por meio de uma janela. Esses detalhes podem ser 
vistos na Figura 3. 
 
 
9 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 3 – Sala de Cirurgia 
 
Fonte: ENCORE, 2020.É importante frisar que nos centros cirúrgicos são realizadas cerca de 230 
milhões de procedimentos cirúrgicos. Entre essas cirurgias, uma média de cinco 
milhões de pacientes chegam a óbito e sete milhões estão susceptíveis a incidentes, 
dos quais metade poderia ter sido evitados, se prevenidos corretamente. Entre as 
diversas causas que estão associadas a esses exorbitantes números, estão: 
problemas no fornecimento de materiais necessários e essenciais para a realização 
do procedimento, falhas no pré-operatório, inexistência de um cuidado humanizado, 
quedas dos pacientes e problemas na estrutura da sala cirúrgica (SOBRAL et al., 
2019). 
 Contudo, embora haja esse número assombroso de mortes e erros no centro 
cirúrgico, existem conceitos que podem auxiliar na redução e/ou controle. Logo, para 
organização do serviço oferecido pelo CC, controle das infecções cirúrgicas e dos 
eventos indesejáveis e, consequentemente, segurança do paciente, o ambiente 
cirúrgico é dividido em três áreas, a saber: área crítica (sala operatória, corredor 
interno, lavabos), área semicrítica (posto de enfermagem, arsenal, farmácia, 
10 
 
 
 
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expurgo) e área não crítica (vestuários, banheiros, copa, sala de estar) (SOBECC, 
2017; BIANCHI, TURRINI, JARDIN, 2016). 
 
1.2 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 
PERIOPERATÓRIA 
 
Os cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico são essenciais e 
importantes para o sucesso da cirurgia e a sua recuperação. Além disso, o 
enfermeiro é o profissional habilitado para realizar o gerenciamento desse serviço. 
 
Em conformidade com a Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro 
Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização 
(SOBECC) o enfermeiro enquadra-se na categoria de profissional que 
possui habilitação para realizar o gerenciamento das necessidades que 
circundam o ato anestésico-cirúrgico em todas suas etapas (SOBRAL et al., 
2019, p. 2). 
 
Além do gerenciamento, o enfermeiro desenvolve as atividades assistenciais 
tais como: admissão de pacientes no CC, preparo do paciente para a cirurgia, 
incluindo procedimentos privativos do enfermeiro como a sondagem vesical de 
demora, entre outros. 
Os cuidados de enfermagem acima citados acontecem em todo o período 
perioperatório, ou seja, em todo o período que compreende o pré-operatório, o 
transoperatório e o pós-operatório. Durante esses períodos o enfermeiro também 
deve desenvolver a Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória – 
SAEP. Especificamente acerca do período perioperatório, esse pode ser dividido 
conforme apresenta a figura 4. 
 
11 
 
 
 
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Figura 4 – Divisão do período perioperatório. 
 
Fonte: SOBECC (2017). 
 
O período pré-operatório pode ser dividido em dois momentos: 
Pré-operatório mediato: é o período que compreende desde o momento em 
que a cirurgia é marcada até as 24 horas antecedentes ao procedimento; 
Pré-operatório imediato: trata-se do período das 24 horas antecedentes ao 
procedimento anestésico-cirúrgico. 
O período transoperatório é considerado desde o momento em que o paciente 
é admitido no Centro Cirúrgico (CC) até o momento em que ele sai da sala de 
operação. Dentro desse mesmo período teremos ainda o intraoperatório. Para a 
SOBECC (2017), o intraoperatório compreende o período em que se inicia o 
procedimento anestésico-cirúrgico, ou seja, ao início da anestesia, o paciente entra 
no intraoperatório e somente sai desse período com o final da indução anestésica. 
Após a saída do paciente da sala de operações, dar-se-á início ao período de 
pós-operatório. Este pode ser dividido da seguinte maneira: 
pós-operatório imediato: período que corresponde as primeiras 24 horas após a 
cirurgia; 
Período 
perioperatório 
Pré-operatório 
Mediato Imediato 
Transoperatório 
Intraoperatório 
Pós-operatório 
Imediato Mediato 
12 
 
 
 
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pós-operatório mediato: período que se inicia após as 24 horas da cirurgia e 
pode durar até a recuperação total do paciente. 
Pode-se dizer que a SAEP é considerada um processo sistêmico e contínuo, 
sendo uma atividade privativa do enfermeiro, que tem como principal objetivo a 
promoção do cuidado individualizado ao paciente cirúrgico, de maneira humanizada 
e com foco na recuperação e prevenção de complicações no pós-operatório 
(SOBRAL et al., 2019). 
Sendo o modelo mais difundido no Brasil, a SAEP apresenta como base o 
atendimento das necessidades humanas básicas e o Processo de Enfermagem 
(PE). Ainda, esse processo reforça a importância da figura do enfermeiro nas fases 
operatórias para conhecer as necessidades do paciente e também da sua família. 
Está dividida em cinco etapas dispostas na Figura 5 (CARVALHO; MORAIS, 2016): 
 
Figura 5 – Etapas da SAEP 
 
Fonte: Carvalho; Morais (2016). 
 
 
 
 
Visita pré-operatória de 
enfermagem 
Planejamento de 
assistência 
perioperatóriaƒ 
Implementação da 
assistência 
Avaliação da 
assistência 
visita pós-operatória de 
enfermagem 
13 
 
 
 
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1.3 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PRÉ-OPERATÓRIO MEDIATO E 
IMEDIATO 
 
Vimos que o enfermeiro deve prestar cuidados ao paciente cirúrgico em três 
períodos: pré-operatório, transoperatório e pós-operatório. Tratando-se 
especificamente do pré-operatório, tem-se que as atividades, desenvolvidas nesse 
momento de maior vulnerabilidade para o paciente, devem ser consideradas em 
todas as suas particularidades. É nesse instante que o enfermeiro cirúrgico deve 
garantir uma assistência qualificada para o tratamento anestésico-cirúrgico, 
conciliando, para isso, a utilização de recursos humanos e materiais que minimizem 
os riscos inerentes à cirurgia e ao uso dos equipamentos (SOBRAL et al., 2019). 
 
ATENÇÃO! 
Os cuidados de enfermagem no pré-operatório são de extrema importância para o 
paciente cirúrgico. É nesse momento que o enfermeiro realiza o Processo de 
Enfermagem com vistas à recuperação do paciente/cliente. Além disso, sabe-se que 
a adequada preparação do paciente para o procedimento anestésico-cirúrgico é 
fundamental para o sucesso da cirurgia. 
 
 Logo, o enfermeiro, no pré-operatório, desenvolve ações que são 
responsáveis pelo preparo do paciente de acordo com o tipo de cirurgia. Entre os 
cuidados, a figura 6 destaca como principais: 
 
Figura 6 – Principais cuidados no pré-operatório. 
 
Fonte: Sena, Nascimento, Maia (2013). 
Orientação quanto a 
cirurgia 
Preparo físico Preparo emocional 
Avaliação do estado 
nutricional 
Avaliação depossíveis 
riscos 
Atenção humanizada 
14 
 
 
 
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Como visto anteriormente, o pré-operatório pode ser subdividido em mediato e 
imediato. Quando a cirurgia é tida como eletiva, ou seja, quando a cirurgia pode ser 
programada pelo paciente e pelo cirurgião, considera-se que é possível que o 
paciente se prepare para esse momento. O pré-operatório mediato se inicia quando 
o cirurgião e o paciente decidem prosseguir com a decisão pela cirurgia (SENA; 
NASCIMENTO, MAIA, 2013). Fato esse, que acontece na maioria dos casos de 
pacientes em indicação para transplante renal. 
O principal objetivo dos profissionais envolvidos no cuidado do paciente pré-
cirúrgico é a manutenção do bem-estar do cliente. É no período pré-operatório 
imediato que os pacientes podem apresentar um nível alto de estresse, como 
também, desenvolver sentimentos negativos, interferindo no seu estado emocional, 
gerando uma vulnerabilidade que antes não existia. É válido mencionar que o tipo de 
cirurgia, bem como a complexidade cirúrgica, por vezes, não são os fatores que 
promovem o estresse no cliente, mas sim, a desinformação em relação ao 
procedimento anestésico-cirúrgico e aos cuidados no pós-operatório 
(CHIRSTÓFORO; CARVALHO, 2009). 
Logo, para prosseguir com a assistência de enfermagem no pré-operatório 
mediato e imediato, é importante realizar ações de forma planejada e baseada nas 
evidências científicas, além de prestar os cuidados de forma individualizada visando 
o tipo de cirurgia e implementando as rotinas da instituição hospitalar (SENA; 
NASCIMENTO, MAIA, 2013). 
Nesse momento a avaliação da enfermagem é fundamental para o paciente e 
deve estar voltada para uma assistência humanizada, na qual os anseios, medos e 
dúvidas do paciente devem ser sanados. Ainda, o enfermeiro deve realizar uma 
anamnese completa compreendo histórico de enfermagem e exame físico do 
paciente com o intuito de encontrar achados significativos para o desenvolvimento 
cirúrgico seguro (SOBRAL et al., 2019; CHIRSTÓFORO; CARVALHO, 2009). 
Para que haja a orientação quanto aos cuidados mínimos a serem ofertados ao 
paciente em pré-operatório mediato, na admissão hospitalar e/ou na clínica cirúrgica, 
é necessário o seguimento de um Protocolo Operacional Padrão (POP), conforme 
mostra a Figura 7. 
 
 
15 
 
 
 
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 7 - Protocolo Operacional Padrão 
 
Fonte: Centro Universitário do Maranhão (UNICEUMA), Enfermagem. 
 
SAIBA MAIS: 
Centro Universitário do Maranhão (UNICEUMA). Protocolo de Admissão Hospitalar, 
Notas de Estudo de Enfermagem. Docsity. 2010. Disponível em: 
<https://www.docsity.com/pt/protocolo-admissao-hospitalar/4795750/> Acesso em 
02/10/2020. 
https://www.docsity.com/pt/protocolo-admissao-hospitalar/4795750/
16 
 
 
 
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno conheça o que é um POP 
e saiba como elaborar. 
 
1.4 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE PRÉ-OPERATÓRIO DE 
TRANSPLANTE RENAL 
 
O preparo do paciente para a cirurgia, realizado na fase pré-operatória se inicia 
ainda na sua admissão, isso ocorre principalmente porque na maioria dos 
procedimentos eletivos, como é o caso do transplante renal, a internação acontece 
no pré-operatório imediato. Por se tratar de um período curto, no máximo 24 horas 
antecedentes à cirurgia, é necessário e primordial rever a efetividade dos cuidados 
prestados, avaliando a forma como serão executados (CHRISTÓFORO; 
CARVALHO, 2009). 
Tratando-se dos transplantes de órgãos sólidos, são considerados como a 
opção de tratamento de melhor escolha para promover qualidade de vida às 
pessoas que sofrem de doenças crônicas irreversíveis ou que se encontram em 
estágio final (MENDES et al., 2012). 
 
FIQUE ATENTO! 
O número de transplantes realizados mundialmente continua crescente. No Brasil, 
desde 1964, quando foi efetuado o primeiro transplante de rim, já ocorreram mais de 
75.600 transplantes de órgãos sólidos. Trata-se de um sistema de lista única de 
espera, que garante a equidade no acesso a esta modalidade de tratamento. De 
acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, cerca de 30.547 pessoas 
aguardam por transplante de órgãos em 2012, sendo que no primeiro semestre 
foram realizados somente 3.703 transplantes. Importante destacar que o Sistema 
Nacional de Transplantes tem direcionado esforços para aumentar os índices de 
cirurgias realizadas na população brasileira que necessita dos transplantes 
(MENDES et al., 2012). 
 
 
 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 No que se refere ao transplante renal, esse constitui como o mais adequado 
tratamento para a doença de insuficiência renal crônica. No entanto, é essencial 
selecionar entre os pacientes com essa patologia, aqueles que apresentam os 
critérios para a realização do transplante. Também devem ser levados em conta os 
aspectos técnico-cirúrgicos, chances de sobrevida do paciente e recidiva da 
insuficiência renal crônica (ROZA et al., 2008). 
Entre as contraindicações para o transplante renal a figura 8 destaca: 
 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 8 – Contraindicações transplante renal. 
 
Fonte: Luvisotto; Carvalho; Galdeano (2007). 
 
Acerca do transplante é relevante enfatizar que a falta de notificação de morte 
encefálica, assim como as falhas cometidas para a manutenção dos órgãos para 
captação, constituem fatores que prejudicam o processo e a efetivação da doação e 
do transplante. Frente a esses aspectos, ressalta-se a necessidade de capacitação 
dos profissionais envolvidos nos procedimentos para doação de órgãos, com o 
intuito de reduzir a perda do potencial doador, e objetivando a elevação do número 
de doações para dirimir o sofrimento daquelas pessoas que estão na fila de espera 
(MENDES et al., 2012): 
 
O número de indivíduos na fila de espera por um transplante de rim tem 
aumentado significativamente nos últimos anos, e, embora o número de 
transplantes realizados em cada ano também tenha aumentado apenas 
uma pequena porcentagem dessas pessoas chega efetivamente a ser 
transplantado. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, até julho de 
2006 havia 8.080 pacientes na lista de espera para transplante renal (ROZAet al., 2008, p.1). 
 
 Logo, no que diz respeito ao doador, esse pode ser vivo ou cadáver. Quando 
acontece de ser um doador vido, as legislações existentes aceitam doação de 
cônjuges ou parentes até o quarto grau. Quando acontece de ser doador cadáver, é 
essencial o diagnóstico por morte encefálica realizado por um profissional médico 
que não seja da equipe envolvida no transplante. Existem diferenças ainda no que 
malignidade infecções crônicas doença extra-renal grave 
não complacência doenças psiquiátricas 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
diz respeito ao transplante quando doador vivo ou cadáver. Em geral, quando o 
transplante é realizado de doador vivo acontecem melhores resultados a curto e 
longo prazo e se relacionam ao funcionamento mais rápido do enxerto, regime de 
imunossupressão menos agressivo, por exemplo (LUVISOTTO; CARVALHO; 
GALDEANO, 2007). 
 
SAIBA MAIS. 
O enfermeiro do CC que realiza transplante renal necessita estar em constate 
atualização com as bases legais do procedimento. Para mais informações acesse os 
links: 
Aspectos Legais sobre a lei de transplante e doação de órgãos. R7, 2019. 
Disponível em: <https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-
transplantes-e-doacoes-de-orgaos/> Acesso em 02/10/2020. 
MAIA, Lídia. Brasil. Ministério da Saúde. Doe órgãos. A vida precisar continuar. 
Governo Federal. 2020. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-
br/assuntos/noticias/doe-orgaos-a-vida-precisa-continuar> Acesso em 02/10/2020. 
 
Assim, tendo em vista a complexidade da modalidade terapêutica exigida pelo 
transplante renal sob a equipe de enfermagem, é importante que o enfermeiro preste 
uma assistência específica, com qualidade e domínio técnico-científico. Por isso, 
esse profissional deve sistematizar suas ações e planejar os cuidados prestados aos 
pacientes que realizarão o transplante renal, reavaliando constantemente o cliente, 
promovendo cuidados de enfermagem e uma assistência humanizada e segura em 
todo o perioperatório (ROZA et al., 2008). 
Ainda, a contribuição do enfermeiro para o sucesso do transplante é inegável. 
Tem-se notado que a complexidade dos cuidados ofertados pela enfermagem ao 
paciente renal transplantado tem se tornado cada dia maior e, em contrapartida, o 
tempo de hospitalização pós-transplante tem se reduzido, mostrando a efetividade 
da assistência prestada. Por isso, os enfermeiros devem prestar assistência de alto 
nível tanto aos paciente quanto aos candidatos doadores e seus familiares, 
permitindo a continuidade do tratamento extra ambiente hospitalar (MENDES et al., 
2012). 
https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transplantes-e-doacoes-de-orgaos/
https://www.jornalcontabil.com.br/aspectos-legais-sobre-a-lei-de-transplantes-e-doacoes-de-orgaos/
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gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
A assistência de enfermagem no pré-operatório de transplante renal deve visar 
principalmente o preparo bio-psico-sócio-espiritual e emocional do paciente e 
familiares/cuidadores e ações como (ROZA et al., 2008): 
 Preparo pré-operatório: jejum, tricotomia, preparo da pele, remoção de 
adornos; 
 Prevenção de infecção por meio da educação em saúde para paciente e 
cuidadores; 
 Assistência na inserção de dispositivos como drenos, sondas e cateteres 
pré-procedimento; 
 Controle de diurese, pressão arterial, temperatura; 
 Checagem do acesso dialítico (frêmito de fístula arterio-venoso, 
permeabilidade do cateter de hemodiálise ou diálise peritoneal); 
 Realização de administração dos medicamentos, coleta de exames 
padronizados na instituição ou prescritos pelo médico; 
 Preparo do paciente para encaminhamento ao Centro Cirúrgico; 
 Registro dos procedimentos realizados no prontuário do paciente; 
Logo, o enfermeiro apresenta uma importante função no preparo do paciente 
para o transplante renal. Esse profissional necessita ter um olhar diferenciado do 
paciente/cliente e de seus familiares, assim como de todos os envolvidos no 
processo. Por vezes, o transplante renal é a única forma de sobreviver que um 
indivíduo possui e a assistência de enfermagem pode interferir nesse processo, caso 
não seja executada adequadamente. 
Para tanto, o enfermeiro precisa garantir a interação multiprofissional de toda a 
equipe para o recebimento do paciente no pré-operatório, vislumbrando as suas 
necessidades como dúvidas, anseios e medos, valorizando o que o paciente tem a 
dizer e esclarecendo tudo o que for possível para o sucesso do transplante. Dessa 
maneira, é possível promover uma assistência humanizada, baseada em evidências 
científicas e técnicas por meio da aplicação dos PE e da SAEP. 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
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CAPÍTULO 2 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO TRANSOPERATÓRIO 
 
2.1 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM NO CC E A SEGURANÇA DO 
PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO 
 
Conforme visto no primeiro capítulo, o transoperatório é considerado o período 
em que o paciente/cliente é admitido no Centro Cirúrgico até o momento em que ele 
sai da sala de cirurgia e é direcionado para a recuperação anestésica. Dessa 
maneira, a assistência de enfermagem é de extrema importância nesse momento, 
uma vez que o paciente requer atenção e dedicação de toda a equipe de saúde. 
 Por sua vez, a unidade de cirurgia é o local hospitalar no qual são realizadas 
as intervenções anestésico-cirúrgicas. Ainda, podem ser feitos procedimentos para o 
diagnóstico como exames que necessitam de indução anestésica e terapias para o 
tratamento de diversas doenças. Nesse setor são realizados procedimentos por 
diversos motivos e classificações, como é o caso das cirurgias eletivas e de urgência 
ou emergência (GUTIERRES et al., 2018). Acerca desse ambiente pode-se dizer 
que: 
Esse cenário apresenta uma dinâmica peculiar de assistência em saúde, 
em função do atendimento a uma variedade de situações e realização de 
intervenções invasivas que requerem o uso de tecnologias de alta precisão. 
Além disso, o trabalho no centro cirúrgico é marcado pelo desenvolvimento 
de práticas complexas e interdisciplinares, com forte dependência da 
atuação individual de alguns profissionais, mas também a necessidade do 
trabalho em equipe em condições, muitas vezes, marcadas por pressão e 
estresse (GUTIERRES et al., 2018, p.2). 
 
O enfermeiro de transoperatório é considerado o profissional responsável pela 
coordenação do CC. É ele quem determina a liberação da sala de cirurgia para 
realização do procedimento anestésico-cirúrgico. Por isso, a sua responsabilidade é 
grande. As competências a serem desenvolvidas pela equipe de enfermagem nesse 
momento também determinam o grau de resolutividade do procedimento cirúrgico a 
ser realizado. Isso porque o enfermeiro possui uma grande responsabilidade para 
com a segurança do paciente e da equipe cirúrgica. 
 Assim, as atividades do enfermeiro vão desde a assistênciade enfermagem 
por meio dos procedimentos técnicos executados, até as questões gerenciais do 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
CC. Cabe destacar que, para se conseguir a segurança do paciente, é essencial que 
o enfermeiro tenha aliado esses dois componentes ao seu trabalho diário: gestão e 
sistematização da assistência de enfermagem. 
 No que tange às atividades gerenciais do enfermeiro, sabe-se que são 
desenvolvidas com o intuito de assegurar a qualidade da assistência de 
enfermagem, assim como o correto funcionamento do serviço de saúde oferecido 
pelo CC. Entre as inúmeras ações realizadas em sua prática gerencial, Martins e 
Dall’agnol (2016) destacam: exercício da liderança no ambiente de trabalho, 
planejamento da assistência de enfermagem, capacitação da equipe de 
enfermagem, gerenciamento dos recursos materiais, coordenação do processo de 
realização do cuidado, realização de cuidado e/ou procedimentos mais complexos, 
avaliação do resultado das ações de enfermagem. 
É importante acrescentar que em consideração à atividade gerencial do 
enfermeiro no bloco cirúrgico, esse necessita lidar com questões burocráticas e 
organizacionais, além do gerenciamento da assistência de enfermagem pelos outros 
membros da equipe, de maneira a proporcionar ao paciente e à sua família um 
cuidado indireto. Em linhas gerais, faz-se necessário que o enfermeiro gerente do 
CC proporcione uma assistência de enfermagem com qualidade, devendo primar, 
principalmente por (SOBRAL et al., 2019): 
 gerenciamento dos recursos materiais, 
 gerenciamento dos recursos humanos; 
 liderança no ambiente de trabalho, 
 capacitação da equipe e a educação continuada; 
 avaliação e coordenação da execução do cuidado; 
 planejamento da assistência. 
Para tanto, os CC são considerados serviços com uma particularidade 
intrínseca. Gutierres et al. (2018), acrescenta: 
 
Por essas características, os centros cirúrgicos são considerados cenários 
de alto risco, extremamente suscetíveis a erros. As complicações cirúrgicas 
respondem por grande proporção das mortes e danos (temporários ou 
permanentes) provocados pelo processo assistencial, consideradas 
evitáveis. Por esse motivo, em 2004, a Organização Mundial da Saúde 
(OMS) lançou uma campanha intitulada "Cirurgias Seguras Salvam Vidas", 
como parte da Aliança Mundial para a Segurança do Paciente, visando 
despertar a consciência profissional e o comprometimento político para a 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
melhoria da segurança na assistência à saúde, apoiar o desenvolvimento de 
políticas públicas e a indução de boas práticas assistenciais (GUTIERRES 
et al., 2018, p.2). 
 
 
SAIBA MAIS! 
A gerência do cuidado de enfermagem mobiliza ações nas relações, interações e 
associações entre as pessoas como seres humanos complexos, constituídas por 
equipes de enfermagem e saúde com competências/aptidões/potências gerenciais 
próprias ou inerentes às atividades profissionais dos enfermeiros (SOARES et al., 
2016, p. 677). Para mais informações acesse: 
SOARES, Mirelli Inácio et al. Saberes gerenciais do enfermeiro no contexto 
hospitalar. Rev Bras Enferm. Vol. 69, n. 4. 2016. Disponível em: < 
https://www.scielo.br/pdf/reben/v69n4/0034-7167-reben-69-04-0676.pdf> Acesso em 
05/10/2020. 
 
Ainda, é no posto de enfermagem onde se desenvolvem as principais ações 
gerencias do enfermeiro de Centro Cirúrgico. Logo, é necessário manter esse 
ambiente sempre organizado e limpo. As figuras 9 e 10 nos mostram como devem 
ser e estar dispostos os objetos no posto de enfermagem. 
 
Figura 9 – Posto de enfermagem no Centro Cirúrgico 
 
Fonte: Itaigara Memorial, 2020. 
https://www.scielo.br/pdf/reben/v69n4/0034-7167-reben-69-04-0676.pdf
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 10 – Organização do Posto de Enfermagem no Centro Cirúrgico 
 
Fonte: Hospital Santa Lúcia, 2020. 
 
 De acordo com a Association of periOperative Registered Nurses (AORN), 
existem algumas características definidas em seus documentos que trazem os 
padrões administrativos da assistência de enfermagem cirúrgica, essenciais para 
que o enfermeiro gestor assuma as atividades de coordenação no serviço de CC, 
conforme expressa o Quadro 1. 
 
Quadro 1 – Padrões administrativos do enfermeiro gestor de CC 
Estar qualificado com formação específica 
Ter educação avançada e experiência administrativa 
Responsabilizar-se pelo planejamento da assistência nos serviços de enfermagem 
perioperatória 
Responder pela prestação dos serviços da equipe de enfermagem 
Ser responsável pela identificação e utilização de princípios éticos para garantir 
resultados positivos ao paciente 
Fonte: Porfírio et al., 2016. 
 
 Vale destacar que os profissionais do ambiente cirúrgico precisam discutir, 
programar e avaliar as suas práticas, o que não é diferente da enfermagem 
perioperatória, essencial em vista as demandas de qualificação para a segurança da 
assistência ao paciente, sem consentir que os avanços tecnológicos estejam à frente 
do cuidado (MARTINS; DALL’AGNOL, 2016). 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
FIQUE ATENTO! 
PADRONIZAR PARA TORNAR A CIRURGIA SEGURA 
As Diretrizes da AORN para a Prática Perioperatória fornecem recomendações 
baseadas em evidências para fornecer cuidado seguro ao paciente no período 
perioperatório e alcançar a segurança no local de trabalho. 
Para mais informações, acesse: 
AORN. Association of periOperative Registered Nurses. Padronizar para tornar a 
cirurgia segura. 2020. Disponível em: 
< https://www.aorn.org/guidelines/about-aorn-guidelines> Acesso dia 05/10/2020. 
 
Para tanto, é responsabilidade do enfermeiro gerente do CC a promoção das 
condições ideais para a assistência ao paciente cirúrgico, as quais vão desde a 
estrutura física e recursos materiais, até a readequação dos recursos humanos, 
financeiros e de informação, primordiais ao processo de trabalho do ambiente 
cirúrgico, que envolve o gerenciar, ensinar, cuidar e pesquisar (PORFÍRIO et al., 
2016). 
 
2.1.1 O protocolo de cirurgia segura 
 Considerando a busca pela segurança no contexto do ambiente cirúrgico e 
pela qualidade da assistência no período de transoperatório, considera-se que a 
atividade gerencial do enfermeiro é bastante importante e isso foi visto no início 
deste capítulo. Ainda, sabe-se que a enfermagem está presente em todas as etapas 
da assistência no perioperatório e, por isso, é vista como a principal equipe com 
potencial para mudança e transformações no sistema de saúde, com o objetivo de 
tornar a assistência mais segura (GUTIERRESet al., 2018). 
 
ATENÇÃO! 
A segurança do paciente é entendida como a redução, a um nível mínimo aceitável, 
do risco de dano desnecessário associado à atenção à saúde e é um dos critérios 
básicos para se garantir a qualidade da assistência. No contexto da segurança do 
paciente destacam-se os Eventos Adversos (EA) ocasionados em decorrência do 
erro cometido por profissionais de saúde (FERREIRA et al., 2019, 
https://www.aorn.org/guidelines/about-aorn-guidelines
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Tratando-se do protocolo de cirurgia segura, esse surgiu tendo em vista os 
diversos eventos evitáveis e erros que aconteciam nas cirurgias em todo o mundo. 
Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2013), o volume anual de procedimentos 
anestésicos cirúrgicos classificados como grande porte havia sido estimado em 281 
milhões, dados esses correspondentes a 56 países, o que chega a representar o 
quantitativo anual de uma cirurgia para cada 25 pessoas. 
Sabe-se que, nos últimos anos, diversas evoluções aconteceram nas técnicas 
cirúrgicas e, por isso, aumentaram as oportunidades de tratamento e sobrevida dos 
pacientes. Por outro lado, também houve o aumento expressivo de erros, os quais, 
por vezes, levam o paciente a um dano irreversível e até mesmo à morte: 
 
A finalidade deste protocolo é determinar as medidas a serem implantadas 
para reduzir a ocorrência de incidentes e eventos adversos e a mortalidade 
cirúrgica, possibilitando o aumento da segurança na realização de 
procedimentos cirúrgicos, no local correto e no paciente correto, por meio 
do uso da Lista de Verificação de Cirurgia Segura desenvolvida pela 
Organização Mundial da Saúde – OMS (BRASIL, 2013, p. 1). 
 
Com base na finalidade do protocolo de cirurgia segura, a Organização Mundial 
de Saúde – OMS criou o programa “Aliança Mundial para a Segurança do Paciente”. 
O objetivo da aliança era de reduzir os danos dispensáveis ou possíveis 
relacionados aos cuidados de saúde e provocar a ampliação de políticas e 
estratégias na atenção ao paciente/cliente. 
Dessa forma, para conquistar as metas relacionadas à segurança nas cirurgias, 
foi lançado em 2008, também pela OMS, o manual de orientação “Cirurgia Segura 
Salva Vidas”, nele há como recomendação o uso de uma lista de verificação 
(checklist) com objetivo de se alcançar a segurança no procedimento anestésico-
cirúrgico. Tal documento foi adaptado no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA) aconselhando padrões que necessitam ser aplicados nos 
centros cirúrgicos e hospitais como uma forma geral, com o intuito de melhorar a 
segurança na assistência e pode ser visualizado na figura 11 (FERREIRA et al., 
2019). 
 
 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 11 – Lista de verificação de segurança cirúrgica 
 
Fonte: Brasil, 2013. 
 
De acordo com a Anvisa, o Protocolo de Cirurgia Segura – PCS precisa ser 
aplicado em todos os locais das instituições de saúde que realizem qualquer 
procedimento anestésico-cirúrgico, sejam esses terapêuticos, para diagnóstico, 
curativos etc. Essa aplicação pode ser feita por qualquer profissional de saúde 
(BRASIL, 2013). Contudo, sabe-se que a enfermagem no CC é a equipe 
responsável pela sua aplicação, conforme expressa a figura 12. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 12 – Aplicação do protocolo de cirurgia segura pela enfermagem 
 
Fonte: Time out - Youtube, 2020. 
 
 Acerca da aplicação do protocolo de cirurgia, mais precisamente o cheklist 
apresentado nas figuras 11 e 12, explicam-se algumas definições importantes, as 
quais estão dispostas no quadro 2. 
 
Quadro 2 – Definições importantes para a aplicação do checklist de cirurgia segura 
Lista de Verificação Lista formal utilizada para identificar, comparar e verificar um 
grupo de itens/procedimentos 
Demarcação de Lateralidade Demarcação de local ou locais a ser operados. Esta 
demarcação é particularmente importante em casos de 
lateralidade (distinção entre direita e esquerda), afim de evitar 
a realização da cirurgia no lado contrário. 
Condutor da Lista de 
Verificação 
profissional de saúde (médico ou profissional da 
enfermagem), que esteja participando da cirurgia e seja o 
responsável por conduzir a aplicação da lista de verificação, 
de acordo com diretrizes da instituição de saúde. 
Segurança Anestésica conjunto de ações realizadas pelo anestesiologista, que visa 
à redução da insegurança anestésica por meio da inspeção 
formal do equipamento anestésico, da checagem dos 
medicamentos e do risco anestésico do paciente antes da 
realização de cada cirurgia. 
Equipe cirúrgica equipe composta por cirurgiões, anestesiologistas, 
profissionais de enfermagem, técnicos e todos os 
profissionais envolvidos na cirurgia 
Fonte: BRASIL, 2013. 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Cabe destacar que várias pesquisas já foram realizadas e estudaram a 
aplicação e os benefícios advindos com a utilização do checklist para cirurgia segura 
e segurança do paciente. Alpendre et al. (2017) traz em seu estudo a compilação de 
resultados oriundos das investigações realizadas por especialistas da própria OMS 
em 8 países: 
 
Foram investigados 7.688 pacientes, sendo 3.733 antes da utilização do 
checklist e 3.955 após o preenchimento do checklist, evidenciando redução 
de 36% nas complicações cirúrgicas, 47% na taxa de mortalidade, 50% nas 
taxas de infecção e 25% na necessidade de nova intervenção cirúrgica. 
Concluiu-se que o uso do checklist praticamente dobrou a chance de os 
pacientes serem submetidos a tratamento cirúrgico com padrões seguros de 
cuidados (ALPENDRE et al., 2017, p.2). 
 
 Logo, a aplicação do checklist de segurança do paciente cirúrgico facilita a 
coordenação da equipe cirúrgica, auxilia na redução das taxas de mortalidade, 
assim como reduz os erros por falha de comunicação da equipe cirúrgica. Além 
disso, para que o checklist seja utilizado de forma correta é preciso que toda a 
equipe do ambiente cirúrgico reconheça a sua importância. 
 Destaca-se que o profissional de enfermagem, como aplicador do 
protocolo, é um ponto facilitador para que a utilização deste instrumento aconteça, 
sendo o principal deles o circulante de sala que, em sua grande maioria, é o técnico 
de enfermagem. Tal destaque se faz mediante a capacidade que o circulante tem de 
se mover na sala cirúrgica durante o procedimento, sem que haja interseção na 
cirurgia. Contudo, é de suma importância que este profissional conheça a aplicação 
do protocolo corretamente e, por isso, precisa ser orientado pelo enfermeirogestor 
do CC (FERREIRA et al., 2019). 
 
2.2 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO TRANSOPERATÓRIO E 
INTRAOPERATÓRIO 
 
A atuação da enfermagem no período transoperatório está relacionada aos 
cuidados prestados ao paciente quando ele entra no CC até o momento em que é 
direcionado para a Sala de Recuperação Anestésica (SRPA). O intraoperatório por 
sua vez, está relacionado à assistência de enfermagem quando inicia o 
procedimento anestésico cirúrgico até o seu término. 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Dessa forma, o enfermeiro presta cuidados indiretos ao paciente por meio da 
coordenação da equipe de enfermagem no preparo do CC e da Sala de Operações 
(SO), considerando a necessidade de previsão e provisão dos recursos materiais 
essenciais para o acontecimento da cirurgia como os instrumentais cirúrgicos, 
gazes, compressas, aparelhos de monitoramento, carrinho de anestesia, entre 
outros: 
A prática assistencial da enfermagem no período transoperatório deve estar 
pautada em conhecimento técnico-científico, para o alcance da qualidade 
da assistência, e deve visar a segurança do paciente, além do cuidado 
individualizado e humanizado (JARDIM et al., 2016, p.147). 
 
 Com base nisso, o enfermeiro no transoperatório e intraoperatório deve seguir 
algumas etapas segundo mostra a figura 13: 
 
Figura 13 – Procedimentos para assistência de enfermagem no transoperatório 
 
Fonte: autor, 2020. 
 
 Mais precisamente na sala de operações, a equipe de enfermagem deve 
direcionar suas atenções para o paciente e prestar uma assistência segura e livre de 
danos e riscos de infecções, relacionadas à assistência à saúde. Por isso, é 
Admitir o paciente no 
centro cirúrgico 
Realizar humanização da 
assistência de 
enfermagem 
Iniciar a aplicação do 
protcolo de cirurgia 
segura 
Preparar o paciente para 
a cirurgia e direcionar 
para a SO 
Posicionar o paciente na 
mesa cirúrgica 
juntamente com o 
cirugião 
Realizar cuidados 
privativos do enfermeiro 
Aplicar o cheklist de 
cirurgia segura 
Estar atento as 
necessidade do paciente 
durante a cirurgia 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
essencial o cuidado dos materiais e instrumentos esterilizados, observando sempre 
a data de validade e utilizando as técnicas assépticas para o manuseio de tudo o 
que será utilizado na cirurgia. Esses cuidados são, em maioria, prestados pelo 
circulante de sala, o qual deve realizar a abertura da sala cirúrgica, da seguinte 
maneira: 
 ajudar no posicionamento cirúrgico do paciente; 
 colocar a placa dispersiva do bisturi elétrico; 
 realizar abertura do lap cirúrgico com campos cirúrgicos e capotes 
estéreis; 
 disponibilizar as compressas e luvas estéreis, 
 auxiliar o cirurgião na vestimenta e paramentação cirúrgica; 
 montar a bandeja de anestesia para o anestesiologista; 
 dispor o instrumental cirúrgico aberto na mesa estéril, 
 auxiliar em todo o processo cirúrgico; 
Esses procedimentos podem ser visualizados nas figuras 14, 15 e 16. 
 
Figura 14 – Sala aberta para realização de cirurgia 
 
Fonte: Enfermagem BIO, 2015. 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 15 – Mesa de instrumental cirúrgico montada 
 
Fonte: Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2019. 
 
De forma geral, a equipe cirúrgica necessita se organizar para a realização do 
procedimento. Assim, ela pode, por vezes, estar disposta conforme mostra a figura 
17. 
Figura 17 – Posicionamento da equipe cirúrgica 
 
Fonte: Moriya, 2011. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
É máster mencionar acerca da utilização da eletrocirurgia, ou seja, o uso do 
bisturi elétrico nas cirurgias. Esse material tem sido bastante utilizado pelos 
cirurgiões devido suas propriedades, permitindo a realização da eletrodissecção e 
eletrocoagulação, o que reduz o risco de sangramento no procedimento cirúrgico, 
otimizando seu tempo. Este dispositivo pode ser monopolar ou bipolar. Para sua 
utilização se faz necessário colocar uma placa dispersa no paciente, quando 
monopolar, assim, a energia conduzida pelo aparelho, chega até a caneta de bisturi 
e sai pela placa dispersiva (Figura 18). 
 
SAIBA MAIS! 
BISTURI ELÉTRICO, O QUE É, E COMO FUNCIONA. 
Para mais informações acesse o link: 
Bisturi elétrico, o que é, e como funciona. DIMAVE. Equipamentos médicos. 
Disponível em: < https://blog.dimave.com.br/bisturi-eletrico-o-que-e-e-como-
funciona/> Acesso dia 06/10/2020. 
 
Figura 18 – Bisturi elétrico 
 
Fonte: PREVETCH, 2020. 
 
 
https://blog.dimave.com.br/bisturi-eletrico-o-que-e-e-como-funciona/
https://blog.dimave.com.br/bisturi-eletrico-o-que-e-e-como-funciona/
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
2.3 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE NO TRANSOPERATÓRIO 
DE TRANSPLANTE RENAL 
 
A assistência de enfermagem no transoperatório de paciente em transplante 
renal tem por objetivo realizar a assistência humanizada e com base científica no PE 
e na SAEP. Dessa maneira, as atividades a serem desenvolvidas são as mesmas 
que em outras cirurgias. Logo, nesse período, os cuidados de enfermagem devem 
apresentar como objetivo as ações dispostas na figura 19. 
 
Figura 19 – Ações de enfermagem no transoperatório em paciente de transplante renal 
 
Fonte: Roza et al., 2008. 
 
prevenir a ocorrência de lesões ulcerativas por pressão,utilizando-se dispositivos acolchoados, 
protegendo-se as saliências ósseas 
prevenir a ocorrência de hipotermia por meio da administração de soluções parenterais aquecidas 
(as soluções podem ser aquecidas em microondas por até 60 segundos) 
realizar coleta de exames laboratoriais de urgência; 
administrar hemoderivados junto à equipe da anestesia; 
monitorar hemorragias e perdas de líquidos, bem como a entrada de soluções parenterais 
(soroterapia, hemoterapia e medicamentos); 
realizar a sondagem vesical de demora utilizando dispositivo fechado, com técnica asséptica; 
realizar tricotomia em sala de cirurgia, utilizando tricotomizador elétrico; 
assegurar o posicionamento em mesa cirúrgica livre de danos devido ao tempo cirúrgico 
prolongado; 
avaliar, detectar e intervir precocemente nas possíveis complicações intra-operatórias; 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 Na cirurgia de transplante renal (figura 20), o rim doado é colocado na fosse 
ilíaca ao lado contrário/oposto ao que o rim será retirado. A veia ilíaca externa será 
usada para anastomose com a veia renal, assim como a artéria. Ainda, o ureter 
doador é anastomosado à bexiga do receptor. É importante enfatizar que existem 
complicações nos transplantes renais, que incluem: estenose de artéria renal, perda 
urinária, trombose do enxerto, hemorragia, infecção da ferida cirúrgica e obstrução 
uretral. Por isso, o sucesso do procedimento está diretamente ligado à assistência 
multiprofissional, devendo todos os envolvidos estarem altamente preparados e 
treinados (LUVISOTTO; CARVALHO; GALDEANO, 2007). 
 
Figura 20 – Paciente de transplante renal 
 
Fonte: Notícias Enfermagem Blog, 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CAPÍTULO 3 - CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO 
 
3.1 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO E 
MEDIATO 
 
Os cuidados de enfermagem no pós-operatório são primordiais para a 
recuperação do paciente e influenciam diretamente na sua alta. Ainda, foi visto no 
primeiro capítulo que esse período pode ser dividido em imediato e mediato. Logo, a 
assistência de enfermagem e os cuidados a serem prestados irão variar de acordo 
com o momento em que o cliente se encontra. 
O pós-operatório imediato (POI) se inicia logo após a saída do paciente da sala 
de operações e dura até as 24 horas seguintes do procedimento anestésico 
cirúrgico. No entanto, assim que o paciente sai da SO ele é direcionado para a Sala 
de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA): 
 
Conceitualmente, a SRPA é o local onde o paciente submetido ao 
procedimento anestésico-cirúrgico deve permanecer, sob observação e 
cuidados constantes da equipe de enfermagem, até que haja recuperação 
da consciência, estabilidade dos sinais vitais, prevenção das intercorrências 
do período pós--anestésico e/ou pronto atendimento (PENHICHE; JARDIM; 
OLIVEIRA, 2016, p. 231). 
 
É durante a recuperação pós-anestésica que se deve ter a atenção mais 
especial ao paciente, pois é nesse momento que as principais complicações do pós-
operatório podem acontecer. Assim como no CC, a SRPA necessita ter uma 
estrutura física mínima. De acordo com a SOBECC (2017) e com a RDC Nº 50 de 
2002, ela precisa ter o número de leitos correspondentes ao número de salas 
cirúrgicas mais um, ou seja, em um CC com 3 salas de cirurgias, ela deverá ter 4 
leitos; as tomadas devem estar a 1,5m do chão, a temperatura deve variar entre 
22ºC e 24ºC; as paredes e pisos serem de cor clara e de fácil limpeza; deve ainda 
apresentar todo o maquinário para monitorização do paciente, conforme apresentam 
as Figuras 21e 22. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 21 – Leitos da sala de recuperação pós-anestésica 
 
Fonte: Horizonte hospitalar, 2020. 
 
Figura 22 – Estrutura física e funcional da SRPA 
 
Fonte: Hospital da Plástica de Brasília, 2020. 
 
Entre os recursos materiais essenciais para a assistência segura do paciente 
no pós-operatório imediato, devem conter na SRPA (Figura 23): 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 23 – recursos materiais indispensáveis à assistência na SRPA 
 
Fonte: Penhiche; Jardim; Oliveira, 2016 
 
A sala de recuperação deve ainda promover um ambiente seguro e acolhedor, 
para as cirurgias infantis, é essencial trazer o lúdico para a assistência desse 
paciente após a cirurgia. Dessa forma, o ambiente interfere significativamente no 
ƒ Material para sondagem vesical e gástrica 
ƒ Medicamentos de emergência, analgesia e sedação, assim como seus antagonistas 
ƒ Sistema de ar forçado aquecido e cobertores 
 Bomba de infusão 
ƒ Soros para reposição de volume e hidratação 
ƒ Material para inserção de cateter venoso central (CVC) 
ƒ Capnógrafo 
ƒ Ventilador mecânico, máscaras e cateteres de oxigênio 
ƒ Material para intubação e traqueostomia 
ƒ Desfibrilador para ressuscitação cardiopulmonar 
ƒ Medicamentos de rotina utilizados relacionados à reanimação cardiovascular 
ƒ Termômetro digital 
ƒ Dispositivo para aferir a pressão venosa central (PVC) 
ƒ Aparelho para medida da pressão arterial sistêmica (PAS) e da pressão arterial média 
(PAM) não invasiva e invasiva 
ƒ Monitor cardíaco para avaliação do eletrocardiograma (ECG) 
Oxímetro de pulso 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
enfrentamento da criança após o efeito da anestesia e da sedação, segundo pode 
ser visto na figura 24. 
Figura 24 – SRPA infantil 
 
Fonte: Hospital Aliança, 2020. 
 
Ainda, a respeito da SRPA, é importante trazer que deve ter dimensão mínima 
de 6 metros quadrados, com distância de 0,8 entre cada leito e 0,6 m de distância da 
parede, com exceção da cabeceira que deve ficar próxima. Também é preciso que 
essa unidade seja localizada próxima a outros serviços do hospital como banco de 
sangue, UTI, lavanderia, farmácia, laboratórios. O posto de enfermagem precisar 
estar instalado de forma a permitir a visualização completa de todos os leitos da 
unidade (PENHICHE; JARDIM; OLIVEIRA, 2016). 
Para tanto, prestar assistência de enfermagem no pós-operatório requer muita 
atenção e disposição da equipe, a qual deve estar sempre atenta aos sinais do 
paciente. Acerca disso, destacam-se algumas características da assistência de 
enfermagem no POI: 
 
A assistência de enfermagem à pacientes no período pós-anestésico deve 
ter como objetivo garantir uma recuperação segura, prevenindo, detectando 
e atendendo às complicações que possam advir do ato anestésico cirúrgico. 
Embora o alcance desse objetivo esteja relacionado às situações que 
envolvem o paciente no período perioperatório como um todo, cabe ao 
centro de recuperação pós anestésica reunir recursos suficientes que 
assegurem a qualidade da assistência de enfermagem no período pós 
operatório imediato. A determinação da qualidade e da quantidade de 
recursos materiais ou humanos ou de ambos depende do objetivo do 
serviço e do perfil da clientela a ser atendida (ROSSI et al., 2000, p. 154). 
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Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma 
parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópiasou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
 Após a realização da cirurgia, os pacientes necessitem de cuidados 
específicos e de uma atenção contínua, tendo em vista o uso dos agentes 
anestésicos e, por isso, a importância da SRPA e da assistência de enfermagem. Na 
atenção dessa equipe, se faz necessário o registro de informações como as que se 
apresentam na Figura 25: 
 
Figura 25 – Aspectos a serem registrados na SRPA pela enfermagem 
 
Fonte: Moraes; Peniche, 2003. 
 
 Com base no exposto acima, é possível compreender a responsabilidade 
de cuidar do cliente no pós-operatório imediato. A assistência ao paciente submetido 
à cirurgia necessita estar adequada às suas necessidades e depende não só de um 
ambiente físico apropriado, mas também de materiais e equipamentos, assim como 
da identificação precoce dos sinais de complicações e fatores de risco aos quais 
estão submetidos. Portanto, é imprescindível a existência de recursos humanos 
treinados e preparados para atuarem na SRPA (PENHICHE; JARDIM; OLIVEIRA, 
2016). 
Acrescenta-se que “as equipes médica e de enfermagem devem ser treinadas 
e habilitadas a prestar cuidados individualizados e de alta complexidade nesse 
período, o que assegura a prevenção de riscos e complicações decorrentes do ato 
anestésico-cirúrgico” (PENHICHE; JARDIM; OLIVEIRA, 2016, p. 235). O cuidado de 
Nome do procedimento 
cirúrgico 
Tipo de anestesia 
utilizada 
Nível de consciência 
Aspecto do curativo Infusão venosa Perfusão periférica 
Expansibilidade torárica 
Observância quanto a 
presença de dondas, 
drenos e cateteres 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
enfermagem na SRPA deve estar baseado nas necessidades do cliente em acordo 
com cada procedimento cirúrgico. Deve-se também considerar que cada paciente é 
único e suas reações pós-anestésicas podem ser diferenciadas, mesmo quando se 
tratar da mesma cirurgia. 
É máster ressaltar que a enfermagem deve se apropriar da SAEP e do PE 
nesse momento tão importante para a recuperação do paciente, devendo 
implementar tais processos. Acerca da assistência de enfermagem, pode-se 
destacar como competências do enfermeiro e do técnico de enfermagem, as ações, 
conforme distribuídas no quadro 3. 
 
Quadro 3 - Atribuições e competências da equipe de enfermagem na SRPA 
Profissional Competências 
Enfermeiro Conhecimento da farmacodinâmica da anestesia, atuação em 
urgências cardiorrespiratórias e reanimação cardiopulmonar, 
elaboração do plano de cuidados previsto no Sistema de Assistência 
de Enfermagem Perioperatória (SAEP), aplicação dos índices de 
avaliação do paciente usados no setor, avaliação sistemática do 
paciente, desde a admissão até a alta, atualização e cumprimento 
dos procedimentos-padrão da unidade, elaboração de escalas de 
folgas e férias, controle dos entorpecentes, previsão e provisão de 
materiais e equipamentos em boas condições de uso necessários à 
assistência na SRPA, participação em estudos e pesquisas que 
ampliem o conhecimento sobre a assistência no POI. 
Técnico de 
enfermagem 
Prestar assistência aos pacientes designados pelo enfermeiro 
segundo a prescrição médica e de enfermagem, manter a ordem e a 
limpeza da unidade, zelar pela segurança do paciente e da equipe, 
aplicar os índices de avaliação do paciente utilizados em SRPA, 
registrar, no prontuário e em impressos específicos, as ações de 
cuidados executadas junto ao paciente, notificar o enfermeiro sobre 
as condições do paciente e as eventuais intercorrências, cumprindo 
sempre as normas e as rotinas da instituição. 
Fonte: Penhiche; Jardim; Oliveira, 2016 
 
Com relação à assistência de enfermagem no perioperatório mediato, período 
que se inicia posteriormente às 24 horas do procedimento anestésico-cirúrgico, essa 
acontece quando o paciente está instalado na clínica cirúrgica ou enfermaria 
cirúrgica. Para tanto, os cuidados com o paciente já serão um pouco diferenciados, 
considerando que ele já não mais se encontra sob o efeito dos anestésicos e que 
pode contribuir como seu tratamento mediante autocuidado. 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Também é possível que, nesse período, o paciente receba alta e já esteja em 
cuidados domiciliares, porém, a alta hospitalar dependerá do tipo de cirurgia 
realizada. Assim, convém sempre orientar o paciente e seus familiares para a alta 
hospitalar e os cuidados que devem ser tomados por todos para a boa recuperação. 
Tratando-se de cirurgias do tipo transplante renal, o paciente ainda 
permanecerá internado por alguns dias, logo, o seu pós-operatório mediato será 
vivenciado dentro da unidade hospitalar, seja na Unidade de Tratamento intensivo 
inicialmente, e a posteriori na clínica cirúrgica. 
Ao receber o paciente no pós-operatório mediato, o enfermeiro da clínica 
cirúrgica deve: 
 Realizar a admissão do paciente obtendo todas as informações da 
enfermagem da SRPA, necessárias a continuidade dos cuidados 
prestados e recuperação do paciente; 
 Verificar os sinais vitais do paciente; 
 Observar o curativo cirúrgico e realizar a troca deste; 
 Atentar para presença de sinais flogísticos; 
 Observar presença de sondas, cateteres e drenos; 
 Registrar aspectos das secreções quando houver; 
 Registrar e monitorar a diurese; 
 Estimular a deambulação; 
 Auxiliar na higiene corporal e no primeiro banho pós-cirurgia; 
 Administrar medicações prescritas; 
 Comunicar ao médico todas as alterações verificadas. 
Para a realização do curativo cirúrgico é primordial observar a presença dos 
drenos inseridos no procedimento cirúrgico. Existem diversos tipos de drenos como 
se apresenta nas Figuras 26, 27 e 28, logo, a técnica utilizada no curativo deve ser 
adequada a cada um deles. 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 26 – Dreno de Sucção tipo sanfona e mola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: ELMEDX, 2020. 
 
Figura 27 – Dreno de penrose 
 
Fonte: BISTURI, 2020. 
 
 
 
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parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou 
gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 
Figura 28 – Dreno de Tórax 
 
Fonte: Cirúrgica Brasil, 2020. 
 
 No que se refere à alta do paciente em pós-operatório mediato, é essencial 
verificar as orientações de enfermagem para com os cuidados necessários que 
devem ser tomados pelo paciente e seu cuidador. Sabe-se que se o paciente não 
obedecer às orientações, pode retornar para a unidade hospitalar apresentando 
complicações na ferida operatória. Por isso, o enfermeiro deve realizar educação em 
saúde abordando os cuidados necessários para a

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