Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MARIA JOSÉ DE SOUZA DIREITO DIGITAL CONTRATOS ELETRÔNICOS DE CONSUMO Santo André 2019 MARIA JOSÉ DE SOUZA DIREITO DIGITAL CONTRATOS ELETRÔNICOS DE CONSUMO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro UniversitárioAnhanguera Santo André, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Direito. Orientadora: Karen Maeda Santo André 2019 MARIA JOSÉ DE SOUZA DIREITO DIGITAL CONTRATOS ELETRÔNICOS DE CONSUMO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera Santo André, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Bacharel em Direito. BANCA EXAMINADORA Prof.(a). Prof.(a). Prof.(a). Santo André, 15 de maio de 2019 Dedico este trabalho Aos meus filhos, Vitória, Mariana, Isaac, Maycon, Sophya e toda a minha família, que sempre me incentivaram.... AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, pela sua proteção, por dia que busquei forças para não desistir. Agradeço aos meus professores e colegas por me ajudarem a desenvolver este trabalho. Em especial aos meus filhos, Vitória, Mariana, Isaac, Maycon e Sophya, pela paciência que tiveram com a minha ausência como mãe. Agradeço por apoio que me deram, pois sem esse apoio não chegaria onde cheguei. SOUZA, Maria José, Direito Digital, Contratos Eletrônicos de Consumo. 2019. 20 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso Graduação em Bacharel em Direito do Centro Universitário Anhanguera, Santo André, 2019 RESUMO Com a avanço tecnológico, a sociedade vem se adaptando a uma nova modalidade de contratos, saindo da forma tradicional, isso porque na era digital, todos têm a possibilidade de estarem conectados, seja em um computador, notebook, tablet ou no smartphone, podendo contratar a hora que quiser. A partir do momento da contratação, são realizados negócios jurídicos, onde assim como nos contratos de forma tradicional, nos eletrônicos podem haver risco de responsabilidades, e havendo risco de responsabilidade quem será o responsável. Existem características nos contratos eletrônicos que podem em alguns aspectos, diferencia da modalidade tradicional. Por ser o consumidor hipossuficiente e vulnerável tem garantias na Lei, o fornecedor vem cada vez mais aprimorando seus serviços, mas mesmo assim, ainda existe muito para se fazer. Nos contratos eletrônicos de consumo, também tem o plano de existência, validade e eficácia. Dentre esses aspectos que fazem parte do dia a dia dos contratantes analisou-se o que prevalecerá, nos contratos virtuais. Palavras-chave: Direito Digital; Sociedade Digital; Responsabilidade jurídica; aplicação de CDC nos Contratos Eletrônicos de Consumo; Oferta Eletrônica. SOUZA, Maria Jose, Digital Law, ElectronicConsumerContracts. 2019. xxsheets. Graduation in Law Degreefrom Anhanguera University Center, Santo Andre, ABSTRACT With the technological advance, society has been adapting to a new modality of contracts, leaving the traditional way, this because in the digital age, everyone has the possibility to be connected, be it in a computer, notebook, tablet or in the smartphone, being able to contract When you want. From the moment of the hiring, legal transactions are carried out, where as in contracts in a traditional way, in electronics there may be a risk of liability, and there is a risk of liability who will be responsible. There are features in electronic contracts that can in some ways, differ from traditional mode. Because the consumer is hypo- and vulnerable has guarantees in the law, the supplier is increasingly improving its services, but even so, there is still much to do. In electronic consumer contracts, it also has the plan of existence, validity and effectiveness. Among those aspects that are part of the day- to-day of the contractors, we analyzed what will prevail in the virtual contracts. Keywords: Digital Rights; Digital Society; Legal responsibility; applicationof CDC in ElectronicConsumerAgreements; ElectronicOffer. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................................……..7 2. DA SOCIEDADE DIGITAL......................................................................................9 2.1. DA RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO DIGITAL.............................…...11 3. DA VALIDADE JURÍDICA DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS.........................13 4. DA APLICAÇÃO DO CDC AOS CONTRATOS ELETRÔNICOS.........................19 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................…...22 REFERÊNCIAS............................................................................................………...23 9 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por objetivo geral enfatizar a nova modalidade de contratação, na era digital, as pessoas são levadas a uma forma de as fazer mais prática, o motivo é a comodidade de comprar sem sair de casa, mas, tudo tem suas vantagens e desvantagem, verá como o Código de Defesa do Consumidor vem trabalhando a vulnerabilidade do consumidor, o desequilíbrio concreto entre as partes, os requisitos da validade dessa nova modalidade e quais garantias que tem o consumidor com toda essa mudança tecnológica. Os contratos eletrônicos de consumo, a modalidade de contratação são realizados por meio de internet, onde o consumidor no conforto do seu lar, apenas com dois cliques, está assinado o contrato, com isso facilita pois não terá que se deslocar até o comércio, economizando tempo e dinheiro, mesmo porque quando se busca essa modalidade geralmente são pessoas que gostam de preço, e comodidade. Mas, em caso de algum problema, como ficará a responsabilidade civil? Quais provas e em quem se deve buscar o respaldo? Nessa seara existe um centro de controle, onde o consumidor deva buscar o responsável? Neste trabalho, pretende-se entender o que está além da tecnologia, do mundo digital e da informação, pretende-se entender o papel do profissional do direito na sociedade digital, pois, com a economia digitalizada, também surgem excelentes oportunidades para maior integração econômica, principalmente na América Latina, com a dinamização dos fluxos de comércio, finanças, pessoas e comunicação, que permite menores custos, maior renda e ganhos de desenvolvimento com o comércio eletrônico. Qual a validade e segurança jurídica dos contratos eletrônicos de consumo? O consumidor está seguro ao se deparar com todas as ofertas, do todos os tipos de produtos e serviços que a internet disponibiliza? E quem está por trás de tudo isso, são pessoas ou são apenas as máquinas? Existem desequilíbrio concreto entre os contratantes, a vulnerabilidade fática, econômica, jurídica e técnica do consumidor nos contratos eletrônicos de consumo, quais são os requisitos de validade desses, sabendo-se que o consumidor tem direitos e garantias assegurados no Código de Defesa do Consumidor, é assim também nas relações de consumo virtual? 10 Porém, com a nova era digital serão os contratos eletrônicos de consumo excelentes oportunidades para integração econômica, visto que as mudanças tecnológicas viabilizaram o estilo de vida dos indivíduos. 11 2. DA SOCIEDADE DIGITAL O impacto das Tecnologias da Informação e Comunicação foi tão importante na economia,que estamos vivenciando as grandes mudanças que acontecem nos modelos de produção, nos modelos de contratação, pois esse avanço sempre teve como objetivo criar uma Aldeia Global, o grande objetivo com essa evolução, foi uma unificação nas formas de compra e vendas entre as pessoas, onde semelhante a uma aldeia, todos os integrantes do mundo estejam ligados através dessa tecnologia. Desde a criação do primeiro computador, no século XX, vários com outros foram desenvolvidos, passando por várias gerações da primeira à quarta geração, sendo que, com o passar do tempo, componentes eletrônicos foram sendo criados cada um com evoluçãomaiorque o anterior. A Segunda Guerra Mundial foi um grande incentivo no desenvolvimento dessa máquina, visto que elas estavam se tornando mais úteis nas tarefas Entre os projetos desenvolvidos nesse período, o que mais se destacou foi o Mark I, no ano de 1944, criado pela Universidade de Harvard (EUA), e o Colossus, em 1946, criado por Allan Turing. A computação moderna pode ser definida pelo uso de computadores digitais, que não utilizam componentes analógicos com base de seu funcionamento. Ela pode ser dividida em várias gerações. Desde à criação do primeiro computador, que passou por várias gerações. A quarta geração é conhecida pelo advento dos microprocessadores e computadores pessoais, com a redução do tamanho e preço das máquinas. As CPUs atingiram o incrível patamar de bilhões de operações por segundo, permitindo que muitas tarefas fossem implementadas. Segundo o site Tecmundo (online) os circuitos acabaram se tornando ainda mais integrados e menores, o que permitiu o desenvolvimento dos microprocessadores. Quanto mais o tempo foi passando, mais fácil foi comprar um computador pessoal. Nesta era, os softwares e sistemas se tornaram tão importantes quanto o hardware. Porém o projeto no futuro bem próximo, também conhecido como a atualidade, será dos computadores de bolso. Com a evolução tecnológica a economia digital apresenta um novo ciclo de produção, distribuição e consumo. Na era digital não é somente a mercadoria que é negociada, mas também serviços e produtos que operam em novos mercados 12 digitais, com o passar do tempo foram-se criando muitas formas de comprar, vender, e oferecer serviços a sociedade. Esse contexto tecnológico teve um impacto considerável o consumidor e o fornecedor, além de reduzir gastos e também pela praticidade na hora de comprar. O consumidor optou em realiza suas compras com desconto, e não só pelo desconto, mas algumas pessoas gosta de ficar sozinhas na hora de escolher o seu produto, gostam de refletir, e como na maioria das lojas as pessoas ficam à disposição do cliente, e nem todo mundo tem o mesmo gosto, alguns preferem ficar mais a vontade, por isso preferem realizar suas compras pela internet. Por um lado, o fornecedor não precisa criar unidades onde gera mais custos com mercadorias e funcionários, nessa modalidade eles podem trabalhar com o estoque zero, criando também economia, por parte do fornecedor. Por ser um mercado dinâmico, onde tudo muda o tempo todo, os consumidores precisam estarem atentos, são muitos os sites que oferecem produtos, serviços, formas de pagamentos e etc. Precisa ter atenção principalmente com os dados pessoas como números de documentos e dados de cartões. Verificar reclamações anteriores, existem muitos sites de reclamações onde o consumidor é livre para checar antes de realizar suas contratações. Os consumidores da era digital tem a possibilidade de estarem conectados de forma móvel o tempo todo, isso possibilita que estejam disponíveis para comprar de forma contínua, isto é, qualquer lugar e a qualquer hora. Para efetuarem suas compras eles procuram informações dos produtos ou serviços, os preços mais adequados a sua condição financeira, além de poder e dever de verificarem as avaliações dos outros clientes tem a rapidez no atendimento, facilitando o fechamento do contrato eletrônico, mas não é só produtos que está facilitando a vida dos consumidores, tem App de viagens, como exemplo os aplicativos onde se pode contratar uma viagem de carro, como é o caso do Uber e o 99, além dos táxi que já existem a mais tempo, hoje as pessoas contratam o Uber ou 99 por exemplo e pesquisas apontam um crescimento ano contra ano da empresa Uber por exemplo são pessoas que se locomovem nas cidades através desses aplicativos, ou seja, do avanço tecnológico mudando a forma de contratação para realizarem suas viagens. Outra forma de contratos eletrônicos é de tipos de comidas como os fast food e etc. O que se deve ser observado que na era digital as pessoas são mais versátil compra e vende a toda hora pelos meios eletrônicos. 13 Desde o início da humanidade, os homens se relacionam através de pacto, um dos relacionamentos maiores entre a sociedade são os contratos, esses contratos para a economia digital apresenta um novo ciclo de produção, distribuição e consumo que tem as seguintes características: a) A produção, a essa nova modalidade as empresas estão produzindo respeitando os gostos e interesse do consumidor, para isso elas usam marketing e os meios de comunicação em tempo real, mais para que aconteça em tempo real, precisam ser muito dinâmicos porque no mundo virtual tudo muda o tempo todo; b) Os serviços, são oferecidos pelo fornecedor que a cada dia tende a melhorar cada vez mais, seja no tempo de entrega, quer seja com o tipo de oferta, porque com o passar do tempo, para poder capturar o consumidor, e com o aprimoramento da era digital, o consumidor está cada vez mais informado. c) O local, da mesma forma que como de padrão tem-se as lojas físicas, na sociedade digital, temos as lojas online, onde o fornecedor pode repor suas mercadorias de forma que a própria máquina, seja programada para repor sem interferência humana, ao identificar que o estoque está acabando Na economia digital, os fornecedores são obrigados a seguir um padrão de negócio a se adaptar às novas tendências de consumo, procurar fidelizar os consumidores de uma forma mais efetiva, um exemplo de fornecedor digital temos a empresa Amazon que, atualmente é o maior negócio em rede, nascido há mais de vinte anos como uma livraria virtual. Agora, é um enorme centro comercial online, onde é praticamente possível encontrar qualquer produto. Muitas vezes as pessoas não sabem, mas existem contratos que são assinados até nas redes sociais um exemplo de um deles são os “Termos de Autoatendimento de Publicidade” ou “Termos de Anúncios de Autoatendimento”, que são os termos que se aplica ao uso dos produtos dos Facebook, além de muitos outros. Mas nesse mundo de dinâmica onde as pessoas compras e vende a todo tempo através de máquinas, nem sempre foi assim, antes a sociedade era mais rígidas e os contratos não tinha as mesmas características que tem hoje, mais na era digital, já que hoje a forma de contratar é mais flexível, como fica caso seja violado o direito do indivíduo, como fica em caso de um dano? 14 2.1 RESPONSABILIDADE CIVIL E DANO NO DIREITO DIGITAL Nessa dinâmica, onde as pessoas compram e vendem, fazem negócios e desfazem, em caso de uma responsabilidade civil, como ficaria o consumidor que é a parte vulnerável, considerando que a internet é um veículo de comunicação onde pode existir maior probabilidade de danos direto ou indireto por parte de outrem, mesmo que sem culpa. O direito tem como pressuposto principal a responsabilidade civil, porque mais importante que o dano sofrido pelo indivíduo, é o ressarcimento. No direito comum são adotadas duas teorias, a da culpa e a teoria do risco, mas, no Direito Digital a teoria do risco tem mais aplicabilidade, considerando que a internet é um meio de comunicação onde as pessoas podem causar mais danos indiretos do que diretos, nesse caso a possibilidadede prejuízos é bem maior, mesmo que sem culpa, esse é um dos motivos da teoria do risco ser mais aplicadas nas questões do mundo digital. O Artigo 97 do Código Civil " Se ambas as partes procederem com dolo, nenhuma pode alegar para anular o ato, ou reclamar indenização", no Direito Digital também é assim só que o foco, o ponto mais importante da responsabilidade civil, é o conteúdo esse é o que atrai as pessoas, que as levam a comprar os produtos ou serviços ofertados. Por essa razão é que os provedores devem estar submetidos aos valores morais da sociedade e atender aos critérios do que seja o correto, devem este ciente que, possuem limites de responsabilidades. No Código de Defesa do Consumidor, Artigo 49: "O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviços, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio." O consumidor ao contratar não teve acesso ao produto, só teve após o mesmo chegar em sua residência, então, respaldado pela Lei, ele tem 7 dias para refletir se o produto o satisfez ou não a sua necessidade. Essa vantagem só existe nas contratações digitais. Porém, isso não quer dizer que não existe preocupação, que não vai existir problemas na contratação, só que os donos de web sites, das produtoras de conteúdo, dos usuários de e-mail e de todos que tenham de alguma forma 15 participação, seja em sua produção, seja sua publicação, fique ciente que tem limites de responsabilidades e que essas responsabilidades variam de acordo com o sujeito que tem a obrigação pelo seu fornecimento por ser o consumidor a parte vulnerável na contratação. 16 3. VALIDADE JURÍDICA DOS CONTRATOS ELETRÔNICOS A formação, conclusão ou existência dos contratos, seja eles feitos na forma tradicional ou eletrônicos, não altera sua forma de responsabilidade jurídica, já que para sua existência dependem dos comportamentos humanos, no ordenamento jurídico, para que o contrato seja válido, tem os mesmos requisitos dos contratos tradicionais, ou seja, existência, validade e eficácia. O problema nos contratos eletrônicos são a validade, pois, para os contratos eletrônicos encontrarem-se no plano de validade, existe a necessidade de um estudo e também o valor probante deste documento para o judiciário. Na maioria dos países, isso inclui o Brasil, ainda não existe uma legislação regendo o comércio eletrônico, como a era digital é muito dinâmica, tudo muda o tempo todo, caso existisse uma legislação ficaria defasada em um espaço curto de tempo. Levando em conta que não existem uma legislação, os magistrados de baseiam nas leis existentes, nas doutrinas e jurisprudências, para decidem os casos. No direito eletrônico, como quem contrata não são as pessoas embora tenha a participação humana porém, na maioria das vezes são maquinas que contratam, a contratação tem uma problemática relacionada à vontade que é saber se de fato a pessoa que está contratando quer mesmo contratar, ou seja; De um lado tem uma pessoa que necessita ou deseja contratar um serviço, ou adquirir um produto, do outro lado tem uma máquina que foi programada para fechar o negócio, mais como essa máquina fica sabendo que o desejo de quem está do outro lado é mesmo contratar? são simples, geralmente são dados dois cliques, o segundo é então a resposta que o computador entende como aceito o contrato. então supondo que o contrato eletrônico foi aceito como será a validade desse? O Código Civil dispõe que para ser válido o negócio jurídico este deverá seguir a norma prescrita ou não defesa em lei. Marcos Bernardes de Mello(ano da edição, 2010) classifica em solene e não solene, isto é, aqueles que possuem algum tipo de ritual mais complexo do que os que não têm, e ainda subclassifica a solenidade em solenidades formais e solenidades substanciais. O Art. 107 do Código Civil estabelece que a regra é de não precisar ser formal, ressalvados os casos que a lei assim o exigir. O que se deve atentar é o fato 17 de que o comércio eletrônico trabalha de uma forma diferente do tradicionalismo. No comércio eletrônico e na “Internet” a rapidez e agilidade nas informações são as regras. Diante disso, não se deve possuir um apego exacerbado ao formalismo e consequentemente o contrato eletrônico deve ser considerado válido, ressalvado o caso em que a lei dispuser em contrário no que tange a necessidade da solenidade. Jorge José Lawand, defende que o comércio eletrônico é nada mais do que o retorno ao antigo comércio de mascates do qual estes colocavam os produtos diretamente na frente do consumidor final através de catálogos, entretanto hoje está figura do intermediário não existe mais. Afirma este mesmo autor que o “comércio eletrônico nada mais fez do que retomar esta velha tradição, mas agora com novos meios”. As preocupações existentes para a sociedade em geral, não são dos contratos eletrônicos, são as desconfianças, os problemas que acontecem no nosso dia a dia que pode ser por uma contratação física ou eletrônica, a diferença é que, quando se compra um produto na loja física por exemplo, e o produto está na embalagem fechada só se descobre se tem vício, quando chega em casa, Pela internet é a mesma coisa, só se descobre o vício, quando o produto é entregue na residência do consumidor, por isso que o código de defesa do consumidor estabeleceu o prazo dos sete dias para o direito ao arrependimento. Por essa razão os contratos eletrônicos de consumo têm a mesma validade dos contratos tradicionais, o único problema seria apenas na vontade de quem quer contratar, por isso que a máquina, só fecha o contrato após o consumidor dá os dois aceites. A partir disso, o contrato está fechado, lembrando que o Código de Defesa do Consumidor vai proteger a parte mais frágil em caso de vício ou arrependimento dentro do prazo de sete dias para as compras feitas pela Internet ou pelo telefone. A vulnerabilidade do consumidor é um fato que fica cada dia mais evidenciado, trazendo-se novos desafios à sua tutela e demandando o maior fortalecimento da sua proteção. Porém, tem que ficar atento, tem fatos que mesmo o consumidor achando que tem seu direito garantido, ele não terá, exemplo; Se um incapaz realizar uma compra pela internet, usando por exemplo o cartão de crédito do pai ou da mãe, esse negócio tem validade, e os responsáveis terá que pagar pela compra realizada, simples, no Código Civil artigo 932, inciso I, existe uma regra que os pais são responsáveis pelos atos dos filhos menores que estiverem sobre sua guarda ou companhia. 18 Essa obrigação tem natureza objetiva, eles gostando ou não, aceitando ou não terá que arcar com o compromisso. Por essa razão os sites estão cada vez mais aumentando os sistemas de segurança para evitar fraudes, por exemplos criados um questionário dificultado, com perguntas como CEP da residência, cidade, os primeiros ou últimos dígitos do CPF e etc. para evitar que as compras sejam feitas por crianças ou fraudadores. No ordenamento brasileiro existem uma carência de explicação a respeito da validade dos contratos eletrônicos, ou seja, dos documentos aceitos pelos consumidores. A doutrina tem algumas definições de documentos; são eles: Humberto Theodoro Júnior conceitua documento como, em sentido lato, “[...] documento compreende não apenas escritos, mas toda e qualquer coisa que transmita diretamente um registro físico a respeito de algum fato ...” e em sentido estrito a respeito de prova documental como “[...] especificamente dos documentos escritos, que são aqueles em que o fato vem registrado através da palavra escrita, em papel ououtro material adequado”. O Art. 332 do Código de Processo Civil estatui que “todos os meios legais como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, [...]” O Art. 131 do CPC, assevera que o juiz “apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; [...]”. O juiz poderá apreciar as provas eletrônicas, mas sempre com um certo cuidado pois trata-se de uma prova obtida por um outro meio, o digital, e não físico. (2008, p. 512). Diante de todo o exposto, sabendo-se também que os contratos eletrônicos fazem parte do cotidiano da maioria dos brasileiros, sendo de todas as classes, o exemplo como citado antes, temos hoje os aplicativos de transporte particulares, os aplicativos de comidas, as redes sociais e etc. Mesmo não possuindo uma legislação, as doutrinas e as jurisprudências vêm cada vez mais entendido a existência e a validade dos contratos eletrônicos de consumo. Os contratos eletrônicos na era digital também conhecida como hoje, são uma realidade não podendo passar despercebido ou ser negado a sua validade jurídica em caso de um litígio judicial. O magistrado tem os posicionamentos das doutrinas e jurisprudências para analisar cada caso, exemplo a validade das cláusulas contratuais, se o ambiente é seguro, se a empresa não operou de forma negligente haja vista que possui responsabilidade objetiva, se esta deixou claro a sua forma de contratação, se respeitou o Código de Defesa do Consumidor, e também se o 19 consumidor observou as recomendações do que se estava sendo ofertando. Há uma necessidade de todos os que por este meio passarem conhecer as suas características e forma de uso, tanto o juiz como as partes. A doutrina tem buscado demonstrar isso, mas tem casos em o consumidor sendo a parte mais fraca na relação, e não contendo ou não tendo meios de ter seu problema sanado, vai precisar de uma contrapartida, tanto por parte da sociedade como do legislador. 20 4. A APLICAÇÃO DO CDC AOS CONTRATOS ELETRÔNICOS Para o consumidor, que é a parte vulnerável nessa seara, o Código de Defesa do Consumidor no seu artigo 49, estabelece o direito de arrependimento, isso porque legalmente ele não teve acesso ao produto antes da compra. Nesse caso a Lei lhe garante um prazo de sete dias para refletir se quer ou não ficar com o produto. Destaca O autor Ronaldo Alves de Andrare (2004, p. 109): O consumidor, ao acessar um estabelecimento empresarial virtual, não tem contato real com o produto ou serviço; em razão disso, por mais fidedigna que seja a imagem do produto, ela será sempre uma representação que poderá não corresponder às suas expectativas, uma vez que a imagem de um produto não demonstra com clareza a sua tridimensionalidade, não permite que seja tateado e tampouco exala odor. Assim, a perfeita descrição do produto é essencial para que a relação de consumo seja realizada de modo a atender aos interesses do fornecedor e do consumidor. O código de Defesa do Consumidor brasileiro não regulou minuciosamente os contratos de venda à distância, não estabelecendo os requisitos necessários à para tal modalidade de contratação/ tampouco ditou os tipos de contrato que poderiam legalmente ser celebrados dessa forma e nem fixou seus respectivos objetos, Em realidade limitou-se a instituir, no art. 49, o direito de recesso, ou seja, o direito de arrependimento, permitindo ao consumidor desistir dentro de sete dias, recebendo, de volva, corrigida monetariamente, a importância despendida com a aquisição. O dispositivo legal mencionado é extremamente abrangente e por certo constitui um tipo aberto, cabendo ao juiz preenchê-lo. Os contratos firmados entre as partes revelam posições diversas.Antes os produtos ou serviços, eram fornecidos em regra, apenas pelo fornecedor imediato, mais com o avanço tecnológico possibilitou os fornecedores uma nova forma de atuar em relação aos consumidores. Sabendo-se que é a partir da autonomia da vontade que nasce o contrato, com as necessidades, os indivíduos estão cada dia mais exigentes, através dos meios de informações eles buscam formas de contratação distintas, desde um transporte, comida, enfim, uma infinidade, de tipos de contratos ou serviços. O acesso à tecnologia facilitou muito a vida em sociedade, mesmo com toda essa tecnologia, mesmo o consumidor reconhecendo que o seu direito foi violado, ele não sabe por onde começar, e se sabe, acha difícil, por não ter o direito a justiça gratuita e seu prejuízo extrapolar o orçamento. É simples, a justiça gratuita tem um limite para se ter acesso, porém quando levar esses valores para realidade, quanto http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10601327/artigo-49-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990 21 o indivíduo ganha, ele extrapola o limite permitido legalmente, vendo quanto se ganha e quando se gasta, na maioria das vezes o consumidor não entra com a ação, pois se entrar, vai sair com prejuízo no final. O Direito do Consumidor no artigo 4º, estabelece a Política Nacional de Consumo, tudo que existe de importante como princípio está nesse artigo. São estabelecidos o princípio da vulnerabilidade, reforçando que todo consumidor é vulnerável, e que as relações de consumo devem ser seguras, mas falando em ambiente virtual a segurança tem que ser ainda maior, por ser esse ambiente potencializado. Na doutrina, existe uma discussão. O site quando permitiu a contratação, quando divulgou os produtos ou serviços, tomou as medidas necessárias? Criou algum sistema de segurança, apto e eficaz para evitar que uma criança ou um incapaz realizassem a compra, ou que ocorressem fraudes? A segurança está em quem manifesta à vontade, mas por enquanto ainda não se tem uma segurança concreta com relação a esse meio de contratação. 22 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Na era digital, onde todos, ou a maioria vivem conectados o tempo todo, possibilitando contratações, não existem definições concretas de uma Lei, que regule essa área, a doutrina discute a respeito do tema relacionado a segurança do consumidor, pois, ficam à mercê dos fornecedores e para poder intervir em defesa do consumidor, usa-se o CDC e CC. Em razão da falta de uma Lei que os regulem, o Código de Defesa do Consumidor, vem cada dia mais, ampliado a defesa em favor do consumidor, através do artigo 4º, onde aprimora sua proteção destacando-se o princípio da vulnerabilidade, da hipossuficiência, da boa-fé objetiva, além do direito ao arrependimento, para as compras feita pela internet ou fora do estabelecimento comercial. Isso porque os contratos eletrônicos de consumo, vem sendo a nova modalidade de contratação, por ser econômico, e trazer mais comodidade aos consumidores. Sabendo-se que, ainda não existe um sistema de proteção em relação a segurança nos contratos eletrônicos, nem um valor probante quanto ao documento, e que o magistrado tem que analisar, as cláusulas e o conteúdo de cada caso, mas se o consumidor ao contratar, e neste contrato existir vícios advindo da relação contratual, o Código de Defesa do Consumidor estabelece políticas Nacionais de consumo com a finalidade de proteger as relações entre os contratantes. Existem princípios, onde se tenta amenizar os impactos para que os fornecedores ao realizar as ofertas dos produtos ou serviços, estas devem ser claras para não induzir os consumidores ao erro e que não sejam suscetíveis de causar danos a terceiros. 23 REFERÊNCIASCÉPEDES, Livia e Rocha, FabianaDias da, Vademecum. Em colaboração obra coletiva, São Paulo: Saraiva, 2018. GUGIK, Gabriel. A história dos Computadores e da computação.Disponível em: <https:www.tecmundo.com.br//tecnologia-da-informação/1697-a-historia-dos- computadores-e-da-computaçao.htm.> acesso em05/06/2019,às 8h e 44min. JUNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Teoria Geral do Direito Civil e Processo Conhecimento. Rio de Janeito, Forense, 2008. MACHADO, Eduardo. Saber Direito. (Tv Justiça).youtube, São Paulo:youtube.(saber direito (Tv Justiça) ).Disponível em: http://www.eduardomachado.org. Acesso em13/05/2019 às 15h e 30mim. MARTINS, Guilherme Magalhães. Contratos Eletrônicos. Contratos Eletrônicos de Consumo. 3°Ed. São Paulo: Atlas Ltda,2016. PECK, Patricia. Direito Digital. São Paulo: Saraiva, 2002 RAGASSI, José Luiz, HONESCO, Raquel Schlommer e HONESCO, Hugo Vitor Nicastro. Código Defesa do Consumidor comentado. São Paulo: Verbatim, 2016 http://www.eduardomachado.org/ 24 PATRICIA, PECK; Direito Digital. Editora Saraiva; 2002; 17,25,74145,149 pCidade: editora, ano de publicação. GUILHERME, MAGALHÃES MARTINS. Contratos Eletrônicos. Contratos Eletrônicos de consumo. 3º. ed. Atlas, v. 2011. 2016. 11,110,140, p. Cidade: editora, ano de publicação. EDUARDO,MACHADO, Eduardo. Saber Direito (TV Justiça). youtube, São Paulo.: youtube.(Saber Direito (TV Justiça). ). Disponível em: <: <http://www.eduardomachado.org>. >. Acesso em: 13 mai. 2019. GUGIK, Gabriel. A história dos computadores e da computação. Disponível em: https://www.tecmundo.com.br/tecnologia-da-informacao/1697-a-historia-dos- computadores-e-da-computacao.htm. Acesso em: RAGAZZI, JOSE LUIZ; HONESKO, SCHLOMMER RAQUEL; HONESKO, NICASTRO HUGO VITOR; Còdigo de Defesa do Consumidor comentado; Doutrina e Jurisprudência; 2º ed.ição revista e atualizada de acordo com o NCPC; Cidade:editora verbatim; 2016; 240,241, p. LAWAND, JORGE JOSÉ. op. cit., p. 26, 28.Título (negrito):subtítulo (se houver – sem realce de negrito). Cidade: editora, ano de publicação. MELLO MARQUES BERNADOS. op. cit, p. 43-4.Título (negrito):subtítulo (se houver – sem realce de negrito). Cidade: editora, ano de publicação. LEAL, SHEILA DO ROCIO CERCAL SANTOS; op. cit., p.145Título (negrito):subtítulo (se houver – sem realce de negrito). Cidade: editora, ano de publicação. Código Civil; LEALArtigo, 932, inciso I, Ronaldo Alves de Andrare (2004, p. 109) THEODORO JÚNIOR, HUMBERTO. Curso de Direito Processual Civil – Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento. 48. ed. 1v. Rio de Janeiro: Forense, 2008, p. 512. http://www.eduardomachado.org/ https://www.tecmundo.com.br/tecnologia-da-informacao/1697-a-historia-dos-computadores-e-da-computacao.htm https://www.tecmundo.com.br/tecnologia-da-informacao/1697-a-historia-dos-computadores-e-da-computacao.htm
Compartilhar