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Controle farmacológico da dor Conceitos Dor: experiencia social e emocional desagradável. Associada a dano tecidual potencial ou de fato. Percepção dos estímulos nocivos. ↪Tem como componentes o emocional/afetivo e atenção/aprendizagem ↪Dor: algo físico ↪Sofrimento: algo emocional ↪Envolve diferentes sistemas biológicos e substancias endógenas que atuam de forma integrada na sinalização do problema e na tentativa do restabelecimento da homeostasia. Analgesia: ausência de dor em resposta à estimulação que normalmente seria dolorosa. Promovida por um analgésico. ↪A compreensão dos mecanismos de nocicepção permitem prevenir ou tratar a dor. ↪Modalidades terapêuticas: analgesia preemptiva e analgesia multimodal • Analgesia preemptiva: administração de medicamentos para a dor, antes da sua ocorrência (ex: antes da cirurgia), reduz a necessidade dos analgésicos e a duração da administração desses no pós-operatório → ex: opioides, alfa-2- adrenergicos, anestésicos locais, cetamina, AINEs, corticoides • Analgesia multimodal: uso de diferentes classes farmacológicas para maximizar os efeitos analgésicos e com intuito de reduzir os efeitos colaterais produzidos por cada um dos fármacos → ex: AINEs, corticoides, opioides, ADT, gapentina, pregabalina Analgésico: agente que produz alivio da dor sem a perda da consciência Anestesia: ausência de todas as modalidades sensoriais. Perda da capacidade de sentir dor. Produzido por um anestésico. Anestésico: agente que produz anestesia regional ou anestesia geral, normalmente acompanhada de perda de consciência. Porque e como utilizar anestésicos e analgésicos Para reduzir a percepção de estímulos externos Para evitar dor durante cirurgia (analgesia) Para imobilizar o animal (suprimir atividade reflexa) Para abolir tônus muscular (relaxamento) Para facilitar a recuperação Para tratar dores agudas e crônicas de causas diversas (analgésicos) Para cumprir a legislação Fisiologia da dor A percepção desagradável de uma sensação dolorosa, resultada na ativação de receptores periféricos conhecidos como nociceptores, os quais fazem parte de um sistema complexo e especializado em reconhecer as alterações provocadas pelos estímulos nocivos. Da mesma forma que a visão e audição, a dor tem um sistema neuronal próprio, denominado sistema nociceptivo. Nocicepção: processo neural que codifica os estímulos nocivos. Nocicepção: 1. Transdução: transformação de estímulos nocivos em sinais elétricos (potenciais de ação) 2. Transmissão: impulsos sensoriais conduzidos para a medula espinal 3. Modulação: amplificação ou supressão do impulso dentro da medula espinal (gânglio da raiz dorsal) 4. Projeção: transmissão de impulso para p cérebro. 5. Percepção: integração, processamento e identificação da informação nociceptiva (córtex) 6. Envia a resposta pelas vias eferentes passando pelas mesmas estruturas Tipos de dor. Dor declarada/dor inflamatória aguda: é uma resposta que informa rapidamente que um estimulo externo (mecânico, químico ou térmico) é uma ameaça à integridade física do organismo. ↪O estimulo por si só pode desencadear esta resposta ou pode ser induzido por mediadores inflamatórios que ativam os nociceptores, por exemplo a bradicinina e histamina. Hipernocicepção (processo inflamatório): a resposta é aumentada à percepção dolorosa (sensibilização) – o estimulo é doloroso e é aumentado devido a sensibilização. ↪Sensibilização: a sensibilização dos nociceptores ocorre por ação de mediadores inflamatórios (prostaglandinas, TNF, interleucinas, leucotrienas, quimiocinas, fatores de crescimento), alteram o limiar de ativação dos nociceptores, ou seja, diminuindo o limiar permitindo que dispare o potencial elétrico mais facilmente e mais frequente. • Ocorre quando há um estimulo muito intenso ou prolongado, ocorre lesão tecidual que, persistindo por horas ou até dias, pode causar alterações na dinâmica e na função dos neurônios e das vias envolvidas na dor, desde a transmissão até o processamento. • Essas modificações resultam em um aumento da sensibilidade neuronal e são conhecidas como sensibilização de nociceptores, podendo ocorrer tanto na dor aguda quanto na dor crônica. • Observa-se um mecanismo de dor persistente devido a uma estimulação continua dos nociceptores; amplificação progressiva da resposta; aumento de potenciais de ação; redução do limiar excitatório. Como consequência, a sensação de dor pode continuar mesmo quando não há mais estímulos nocivos ou a lesão tecidual ou a inflamação já foi resolvida. • Classificação: ➢ Sensibilização periférica: ocorre no SN periférico ➢ Sensibilização central: ocorre no SNC ↪Tipos de hipernocicepção: • Alodinia: resposta dolorosa a um estimulo que antes não era doloroso. • Hiperalgesia: resposta dolorosa aumentada a um estimulo previamente doloroso. Dor crônica: ocorre devido a persistência da dor devido a sensibilização. ↪Origem da dor crônica: inflamações, neuropatias, manipulação cirúrgica. ↪A sensação de dor crônica também se deve a hiperexcitabilidade dos gânglios da raiz dorsal mediada por diferentes neurotransmissores que resulta em atividade elétrica espontânea contínua. Propagação química do estimulo doloroso Onde agem os fármacos na dor? AL: anestésicos locais AH: anti-histamínicos ADT: antidepressivo tricíclico BDZ: benzodiazepínicos Degrau de dor Fármacos usados no controle da dor Importantes analgésicos usados no controle da dor aguda: uso isolado ou associado ↪Analgésicos opioides ↪Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) ↪Corticosteroides ↪As duas classes mais importantes de analgésicos no controle da dor aguda são os analgésicos opioides e os não-opioides (AINEs). A escolha é baseada no nível da dor. • AINEs: indicados para o tratamento da dor moderada ou fraca, especialmente em dores do tipo inflamatório. • Opioides: utilizados em quadros de dores moderadas ou intensas. Analgésicos opioides: os analgésicos opioides são tradicionalmente utilizados em analgesia perioperatória e no controle da dor oncológica (câncer). ↪Exemplo: morfina ↪Efeitos adversos: vomito, delírios, dependência química, síndrome de abstinência. ↪Uso crônico: gera a dessenbilização de receptores, uma vez que os opioides atuam em receptores continuamente gera essa dessensibilização que leva a tolerância ao fármaco acarretando na dependência física. ↪Dependência física: é um estado adaptativo frente à tolerância produzido pelo reajuste dos mecanismos homeostáticos em resposta ao uso repetido de um fármaco. É evidenciado pela síndrome de abstinência (ao retirar o fármaco de forma abrupta gera reações emocionais e fisiológica) especifica em resposta à classe de receptor/fármaco. Efeito reversível após a suspensão da medicação. Analgésicos não opioides (AINEs): ↪Tecnicamente todos os anti-inflamatórios licenciados para uso em pessoas, podem ser administrados em animais. ↪AINEs: • Vantagens: baixo custo e de boa aceitação, sendo também usado como antipirético; bastante efetivo no tratamento da dor pós-operatória de cirurgias de pequeno e médio porte (se for grande porte associar com opioide); eficácia aumentada, se combinado a outros analgésicos (AINHs e opioides), sem aumentar efeitos colaterais das drogas. • Reações adversas: uso prolongado ➢ Sangramento ➢ Gastrite e ulceras ➢ Diminuição da função renal ↪Coxibes: • Eficácia semelhante à dos AINEs clássicos • Reduz o risco de distúrbios gástricos • Aumenta o risco de problemas cardíacos • Alto custo Importante para os anti-inflamatórios! ↪Os anti-inflamatórios constituem a classe de medicamentos mais vendidos,onde ~soa adquiridos sem prescrição medica ou veterinária, o que facilita a automedicação. ↪Apesar da sua eficácia comprovada no tratamento da inflamação, deve-se ter cautela quanto à sua utilização ↪Uso inapropriado destes agentes frequentemente causam complicações à saúde do paciente e custo desnecessários Corticosteroides: indicados para o uso no alivio da dor inflamatória e alguns casos de dor oncológica (associado a outros fármacos). ↪Exemplos: dexametasona e prednisolona ↪Normalmente administrado em dose única ↪Efeitos adversos: cicatrização e efeitos imunomoduladores; efeitos negativos sobre o metabolismo, pressão arterial, digestório. ↪Sugestão de uso associado a outros analgésicos para promover a analgesia multimodal Anestésicos locais ↪Lidocaína por via venosa tem propriedades analgésicas e anti-inflamatória Agonistas alfa-2-adrenérgicos: ↪Efeitos terapêuticos: sedação e hipnose, relaxamento muscular, analgesia (xilazina – ótima analgesia visceral) Relaxantes musculares: os relaxantes musculares são drogas que podem ser utilizados para aliviar dores musculares Antiespasmódicos: os antiespasmódicos, como a escopolamina (aumenta o limiar da dor), podem ser utilizados para dores caracterizadas como cólicas. Nesse tipo de dor, há evidencias de melhora com uso concomitante de AINHs (anti-inflamatórios não esteroidais).
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