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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO “PROF. MARIANO DA SILVA NETO” DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO (DEFE) – SALA 420 ÁREA: FUNDAMENTOS POLÍTICO-ADMINISTRATIVOS DA EDUCAÇÃO CAMPUS UNIVERSITÁRIO “MINISTRO PETRÔNIO PORTELLA” – ININGA GRUPO: Dayane S. Cunha Francisco Williams Jaqueline Laurindo Roteiro de estudo TEXTO: Diretor de escola e a gestão democrática: a influência dos meios de acesso ao cargo de dirigente escolar o autor Nilson Robson Guedes da Silva ● Explique com suas palavras, qual a ideia central do texto. O texto procura apresentar a importância do papel do diretor, caracteriza-o, embora a ênfase recaia sobre a forma de investidura ou de provisão ao caro de diretor escolar. Assim, pode-se asseverar que a ideia central do texto consiste numa apresentação das diferentes formas de provisão ao cargo de diretor, referindo-se a processos que consistem em fazer a indicação ao ocupante do cargo, à realização de concurso público de provas e de títulos, ao acesso por carreira e eleição. Vale considerar que, em algumas situações, o processo de escolha do diretor combina diferentes elementos que dizem respeito tanto ao processo de escolha quanto aos pré-requisitos necessários à sua ascensão ao cargo. Considera-se que o central no texto é a ideia de que nenhum processo de escolha “por si” é suficiente para resultar em uma gestão democrática da escola. Evidentemente, que o processo de construção da gestão é o que dará o seu teor democrático ou não. Evidentemente, um processo eleitoral que antecede uma nova gestão pode servir como ponto de partida para o amadurecimento da vivência democrática em dada escola, Contudo, o resultado de uma eleição pode gerar novas animosidades. Assim, de acordo com as circunstâncias em que se estabelece o processo de escolha do diretor de escola, pode-se pensar em formas mistas de escolhas, que representem a unidade entre aspectos que ressaltam a competência técnica e o compromisso político com a gestão democrática e a consequente autonomia da escola. ● Sobre as formas de provimento ao cargo/função de diretor de escola, quais as proposições do autor sobre: ✔ Indicação política No texto, a indicação política é a primeira forma de provisão do cargo de diretor apresentada pelo autor, segundo ele, é a mais tradicional no Brasil. Ainda que, em algumas unidades da Federação exijam alguns pré-requisitos, a Indicação acaba por manter-se como requisito para hegemonia de grupos políticos que se colocam em situação de poder. Em outras unidades federativas, o critério da aliança política é o que vigora. Em outra direção, coloca-se o poder nas mãos dos secretários de educação, entendendo a direção de escolas como função de confiança. Em linhas gerais, a provisão do cargo/função de diretor escolar prende-se a certo viés clientelista, o que gera uma relação de dependência e de subserviência entre o Indicado e quem o indicou, já que a permanência no cargo depende da relação mando-obediência. Assim, o diretor é o representante de quem ali o colocou perante a comunidade escolar, sendo responsável pelas medidas de repressão e repressão, dependendo das necessidades do poder estabelecido e dos obstáculos que se encontrem ao seu exercício. Por conseguinte, em relação à gestão democrática e à autonomia da escola, o diretor escolar por indicação representa, em geral, um impedimento à sua concretização. ✔ Concurso público de provas e títulos. Não constitui novidade que o concurso público tem sido um dos mecanismos que melhor podem expressar, em uma sociedade desigual, a possibilidade de minimizar os impactos dessas desigualdades na medida em que se estabelecem regras impessoais e racionais, que tendem gerar condições similares de oportunidades aos concursantes. No caso do diretor escolar, no entanto, algumas ressalvas são estabelecidas que podem ser assim sintetizadas: a) a seleção atém-se somente à avaliação da competência técnica dos candidatos; b) a ocupação do cargo traz o princípio da estabilidade do cargo ou mesmo de sua vitaliciedade, sendo este suplantado somente em casos de graves infrações ou crimes praticados pelo diretor; c) o concurso não gera relação de aproximação com os sujeitos da escola. Seu compromisso vincula-se ao sistema de poder que o instituiu ou o nomeou; d) dificuldade e morosidade na exoneração do diretor; e) através do concurso, é o diretor que escolha a escola, Esta não o escolhe; e d) enfatiza-se a meritocracia ou o aspecto considerado neutro da gestão escolar. No que concerne à gestão da escola, o diretor escolar concursado não estabelece, necessariamente, vínculos “orgânicos” com a comunidade escolar, estando sempre mais próximo do poder centralizado. ✔ Acesso por carreira Este é mais um modelo de provisão de cargo que, ao ser aplicado ao caso do Diretor escolar, ressaltam-se os seus aspectos formais e burocráticos. Assentado no modelo racional legal proposto por Max Weber como modelo característico da sociedade moderna capitalista, que toma a burocracia como tipo ideal, o acesso ao cargo de Diretor através da carreira respeita a nomeação “numa rigorosa hierarquia dos cargos”, limita-se às obrigações do cargo, com competências previamente estabelecidas e fixas e obedecem ao sistema de disciplina e controle institucionais. Esse modelo rechaça o acesso ao cargo por indicação política ao tempo em que formaliza a atuação do diretor na função que ocupa. Assim, a sua direção se orientará por um conjunto normativo que enrijece todas as possibilidades de dinamização da gestão, em virtude de que o exercício da gestão está subordinado a um poder centralizado. Em relação à gestão democrática da escola e à sua autonomia, esse tipo de acesso ao cargo, em geral constitui um impedimento, pois a gestão está formalmente vinculada ao poder instituído e centralizado e, como se prende ao que está normalizado, quaisquer tentativas de mudança podem ser consideradas infrações às normas e às leis. ✔ Eleições. Neste ponto, o autor se fundamenta em uma bibliografia especializada, portanto, ressaltando argumentações de conceituados pesquisadores nacionais sobre eleição de diretor de escolas. Assim, estabelece comparações com as outras formas de provisão ao cargo, sempre chamando a atenção de que o foco se dirige para o exercício efetivo da gestão democrática da escola e de sua autonomia. Afirma o autor que a eleição como forma de provisão ao cargo de diretor apresenta alguns pontos positivos naquela comparação: a) a definição de um tempo de exercício no cargo, o que define maior rotatividade de pessoas na gestão da escola; b) o fato de que, em uma eleição, os candidatos apresentam planos de trabalho, com os quais, em tese, comprometem-se; c) favorece a discussão aberta e democrática; d) a eleição pode gerar mudança e servir como pressão sobre governantes, gerando mudanças. O autor defende a eleição como um processo adequado e o quemais se aproxima da possibilidade de concretização de uma gestão democrática, afirmando que os problemas ou obstáculos constatados nessa forma de provisão ao cargo podem ser revistos e o processo eleitoral aperfeiçoado. referências: SILVA; Nilson Robson Guedes da. Diretor de escola e a gestão democrática: a influência dos meios de acesso ao cargo de dirigente escolar. Revista de educação. 2a Edição. 2007
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