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Monalisa Cirqueira – MEDUFOB Monalisa Cirqueira – MEDUFOB INSUFICIÊNCIA ARTERIAL PERIFÉRICA ETIOLOGIA As principais causas são aterosclerose (cerca de 90%) e arterites. · Pensar na idade para o diagnóstico etiológico: a aterosclerose é mais comum em idosos, enquanto que a arterite acontece mais em jovens; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS I – CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE É um sinal característico e patognomônico. O que é? É a dor muscular que inicia após o paciente andar uma certa distância, aumentando de intensidade, até obrigar o paciente a parar. Classicamente, a dor é na panturrilha. Como reconhecer? · O paciente não sente dor quando parado e nem no início da marcha apenas após andar certa distância; · O sintoma é constante e sempre presente nas mesmas circunstâncias, mesmo que haja variação na distância percorrida, ela oscila em determinada faixa influencias externas como terreno e inclinações interferem; · Instalada a dor, o paciente pode diminuir o ritmo e continuar, mas se manter o ritmo a dor irá aumentar, obrigando-o a parar e, após alguns minutos, a dor desaparece, mesmo com o paciente em pé caso retorne a andar, depois de certa distância, a dor retornará. II – DOR ISQUÊMICA DE REPOUSO Presente na insuficiência arterial mais avançada isquemia crítica. O que é? Presença de dor, de forte intensidade, nos MMII quando o paciente está em repouso, e piora quando deitado, devido à diminuição da circulação local maioria dos casos ocorre à noite e pode atrapalhar o sono; · A dor é em queimação e mais intensa nos dedos e dorso do pé pode ser acompanhada de formigamento e adormecimento dos dedos; · A dor não melhora com o uso de analgésicos comuns e deve ser tratada com revascularização cirúrgica; · O ato de dar alguns passos pode aliviar a dor devido ao aumento da circulação, porém, ao iniciar uma caminhada, ocorre a claudicação intermitente. III – LESÃO TRÓFICA O que é? Quadro mais grave: inclui úlceras isquêmicas ou necrose de extremidade; · Costuma ser nas extremidades, nas pontas dos dedos, ou no maléolo lateral. É seca e dolorosa. · Tem alteração do pulso na região. · Tem rápida progressão, culminando na perda do membro em poucos dias se não for tratada. Diagnóstico diferencial: úlcera de estase, infecções por fungos, abcesso em diabéticos e traumatismos de repetição. EXAME FÍSICO I – PULSOS Achado: ausência de pulsos na palpação utilizar a palpação dos pulsos femorais, poplíteos e podálicos. Como fazer? · De forma comparativa entre os membros; · Pulsos difíceis de sentir, que deixem dúvidas ou que demorem para serem sentidos devem ser considerados como ausentes melhor pecar pelo excesso do que não diagnosticar; · O paciente com claudicação intermitente pode ter os pulsos presentes, mas no momento da dor os pulsos estarão ausentes; · O pulso pedioso pode não ser palpável em alguns pacientes normais (20%), mas é uma condição bilateral, se houver ausência unilateral é sinal de doença arterial. Os tibiais posteriores devem sempre estar presentes. II – SOPROS Indicam estenoses arteriais. Não usar uma pressão excessiva no estetoscópio, pois pode simular um sopro por compressão da artéria normal. Como fazer a ausculta? · Realizar a ausculta no abdome, face interna da coxa e no cavo poplíteo. III – COLORAÇÃO E TEMPERATURA O membro isquêmico geralmente é pálido e frio; Pode ocorrer uma hiperemia reativa, por vasodilatação, para compensar a isquemia, o que faz com que o membro fique com rubor. Como confirmar? · Através da Manobra de Buerger, a qual consiste em elevar os MMII em 45°, com o paciente em decúbito dorsal horizontal, permanecendo alguns minutos. Pode ser potencializada solicitando a flexão repetida dos tornozelos aparecerá a palidez no membro acometido. Em seguida, sentar o paciente com os pés pendentes, e em alguns minutos aparecerá a hiperemia reativa. · É um teste importante para isquemia unilateral, pois a bilateridade torna mais difícil de identificar, sendo o teste menos sensível ter em mente que a cor rubra não afasta o diagnóstico de isquemia de membro inferior. EXAMES COMPLEMENTARES Não é necessário para o diagnóstico, o exame clínico e a anamnese são suficientes. A USG não acrescenta nada a uma boa prática clínica; A arteriografia deve ser usada apenas para planejamento cirúrgico e preferencialmente solicitada pelo cirurgião vascular. RASTREAMENTO DA ATEROSCLEROSE A insuficiência arterial nos membros, em idosos, é um marcador de aterosclerose. Deve-se investigar outras áreas, como carótidas e coronárias; Buscar fatores de risco e controla-los: dislipidemia, DM, hipertensão e tabagismo.
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