Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br 5. Estrutura molecular de polímeros: composição química, constituição, conformação, configuração. Classificação de polímeros. Comportamento dos polímeros no estado sólido e em solução. COMPETÊNCIAS Aprender: - os principais fatores que afetam as propriedades dos polímeros; - a caracterização dos polímeros, bem como classificá-los; - as técnicas de preparo de polímeros compreendendo seu comportamento, tanto quando no estado sólido, quanto em solução. INTRODUÇÃO Neste tema serão apresentados os principais fatores que afetam as propriedades dos polímeros, tais como suas principais características como peso molecular, elasticidade e funcionalidade, bem como a influência das diferentes configurações e grupamentos em tais propriedades. Também será abordado as técnicas para preparo de polímeros compreendendo seu comportamento reacional e as propriedades resultantes deste no estado sólido e em solução, além de apresentar as principais propriedades que se destacam em tais estudos. 5.1. PESO MOLECULAR Uma boa regra a seguir é que, usualmente, é necessário ter aproximadamente 1.000 unidades repetidas para que um polímero tenha propriedades plásticas. Em um extremo, o polietileno deve ter peso molecular aproximado de 1.000.000 para que as propriedades físicas adequadas à fabricação de objetos como frascos e bacias. Por outro lado, o nylon, uma poliamida, apresenta as propriedades físicas compatíveis com a confecção de fibras quando tem um peso molecular na ordem de 50.000. Obviamente, as atrações de van der Waals e as pontes de hidrogênio (ligações de segunda ordem) determinam a Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br natureza da resistência do polímero e sua utilidade. Pode-se imaginar as cadeias “empacotadas” de um polímero não polar (polietileno, cloreto de polivinila, etc.) deslizando umas sobre as outras com relativa facilidade, dando a aparência de flexibilidade. Estas propriedades constituem uma circunstância afortunada, uma vez que os polímeros por condensação (poliamidas, poliésteres, etc.) de peso molecular elevado são de difícil obtenção, pois as reações se desenvolvem através do deslocamento de equilíbrio (ALLINGER et al. 1976). Outro ponto de interesse, é a cinética da reação, pois a policondensação envolve o ataque de um monômero sobre o grupo funcional mais próximo, seja um outro monômero ou uma cadeia em crescimento. Assim uma reação interrompida, bem antes do término, apresentará milhares de oligômeros (molécula com número finito de monômeros) de baixo peso molecular encontrados e, praticamente, nenhum monômero. Este polímero por exemplo, provavelmente apresentaria propriedade de uma cera. A obtenção de um polímero com peso molecular mínimo, para originar uma boa fibra, necessita que suas cadeias relativamente curtas sejam condensadas para gerar cadeias mais longas, sendo o processo repetido até o ponto em que se atinge o equilíbrio entre a polimerização e a despolimerização via reação reversa (ALLINGER et al. 1976). Já um processo via radical livre, usualmente conduzido pela Poliadição, proporciona o aparecimento de cadeias poliméricas, que crescem atingindo pesos moleculares de 1 milhão, enquanto durante o processo de polimerização, o material não reagido, irá permanecer como um monômero. Assim o iniciador, como por exemplo o peróxido, ao sofrer decomposição térmica, inicia uma cadeia que irá crescer até que todo o monômero seja consumido. Sob o ponto de vista da cinética, a velocidade da reação poderá ser acelerada pelo caráter exotérmico da polimerização, envolvendo a perda da ligação dupla, ou pelo ganho de viscosidade do meio reacional, promover a redução da velocidade da reação, pois irá tornar cada vez mais difícil o encontro do monômero com a cadeia em crescimento (ALLINGER et al. 1976). Na figura 1 é apresentado uma representações para o polietileno linear, com um peso molecular de 30.000, também o modelo atômico de Stuart e a fórmula molecular de um trecho da macromolécula (MANO, 1988). Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br Figura 1 – representações de um polietileno linear. Note que, com o uso da computação, no artigo “Polietileno: Principais Tipos, Propriedades e Aplicações” (COUTINHO et. al., 2003) a figura 2 apresenta uma representação moderna da estrutura de um PEBD, onde pode ser observada a presença de ramificações ligadas à cadeia principal e, imaginar, como seria a mobilidade desta macromolécula. Já no infográfico a diversidade de polietilenos, em grande parte, fruto da utilização de diferentes sistemas catalíticos, os quais resultam em diferentes formas de crescimento da cadeia, consequente diferente ganho de massa e diversidade nas propriedades físicas. Figura 2 – representação esquemática moderna do PEBD. INFOGRÁFICO INSERIR AQUI Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br Na tabela 1 um resumo das propriedades físicas dos polímeros (ALLINGER et al. 1976), sendo exemplificado e apresentando as principais características. Tabela 1 - apresentação das propriedades dos polímeros (adaptado de ALLINGER et al. 1976). 5.2. ELASTICIDADE As propriedades especiais da borracha resultam da estrutura do polímero, onde suas grandes moléculas flexíveis tendem a se enrolar de uma maneira caótica e que quando esticadas, se desenrolam. Esse arranjo de moléculas desenroladas tem uma geometria mais específica do que o enrolamento caótico e, por isso, apresenta uma energia (entropia) menor, assim quando o material esticado é solto, a entropia aumenta e borracha se contrai. Avaliando individualmente as cadeias, estas podem deslizar umas sobre as outras, o que levaria a uma deformação permanente, se o mesmo permanecer sob tensão. Objetivando manter a capacidade de estiramento e recuperação, as borrachas devem sofrer a reação de vulcanização, a qual propicia a ligação entre as cadeias, impedindo que ocorra o deslizamento pleno e Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br permanente (ALLINGER et al. 1976). A figura 3 apresenta a representação de diferentes cadeias, normais e ramificadas, e uma representação de reticulação cruzada, semelhante ao que acontece na vulcanização (MANO, 1988). Figura 3 – (a) macromolécula normal (sem ramificação); (b) macromolécula ramificada; (c) cadeia reticulada, ou com ligações cruzadas, ou ainda tridimensional (adaptado de MANO, 1988). 5.3. FATORES QUE AFETAM AS PROPRIEDADES DOS POLÍMEROS Basicamente são três os fatores: natureza química dos monômeros e suas implicações na estrutura molecular formada, tanto no que se refere à constituição quanto à configuração, ao peso molecular e à conformação; do processo de preparação empregado, devido ao mecanismo envolvido e portanto, suas repercussões na estrutura macromolecular, já explorado no tema 2; e da técnica escolhida para essa preparação, com a consequente adequação maior ou menor do polímero formado para um determinado processo (MANO, 1988). Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br 5.3.1 NATUREZA QUÍMICA Micromoléculas apresentam propriedades que serão dependentes (MANO, 1988): - composição química: natureza e número de átomos que as compõem; - constituição: maneira como os átomos se ligam e se distribuem; - configuração: a estrutura espacial do composto formado; - conformação: forma assumida pelos átomos interligados. Quando a micromolécula é um monômero (com funcionalidade igual ou maior que 2), para que forme um polímero, necessitará de condiçõesreacionais adequadas. Durante esta reação de polimerização, devido à peculiaridade apresentada pelos polímeros, haverá a maior ou menor predominância de um tipo de constituição ou de configuração e/ou a maior ou menor grau de polimerização, o que por fim poderá acarretar na variação substancial nas propriedades do material polimérico formado, das quais depende a sua aplicação prática. Coutinho e colaboradores (2003), apresentam as consequências que o meio reacional promovem na reação de polimerização para obtenção do polietileno. Em especial é apresentado que a linearidade das cadeias e, consequentemente, a maior densidade do PEAD fazem com que a orientação, o alinhamento e o empacotamento das cadeias sejam mais eficientes; as forças intermoleculares (van der Waals) possam agir mais intensamente, que culmina com uma cristalinidade maior que no caso do PEBD. Sendo maior a cristalinidade, a fusão poderá ocorrer em temperatura mais alta. Também ainda neste mesmo artigo afirmam que, devido à cristalinidade e à diferença de índice de refração entre as fases amorfa e cristalina, filmes de PEAD (obtido via catalisadores Ziegler- Natta ou Phillips) finos são translúcidos, menos transparentes do que o PEBD (obtido via radicais livres), que é menos cristalino. Coutinho e colaboradores (2003) seguem apresentando as alterações nas características mecânicas e elétricas do polietileno de alta densidade, ver Tabela 2, que embora ambos sendo PEAD, as propriedades elétricas são pouco afetadas pela densidade e pelo peso molecular do polímero, já as propriedades mecânicas sofrem uma forte influência do peso molecular, do teor de ramificações, da estrutura Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br morfológica e da orientação. O peso molecular tem influência sobre as propriedades do PEAD, principalmente devido ao seu efeito na cinética de cristalização, cristalinidade final e ao caráter morfológico da amostra. O efeito do peso molecular depende de sua extensão. O PEAD de baixo peso molecular é frágil e quebra sob baixas deformações, sem desenvolver “pescoço” (neck) no ensaio de tração. Na faixa de peso molecular entre 80.000 e 1.200.000, típica para PEAD comercial, sempre ocorre formação de “pescoço”. Por fim, nesse artigo, apresentam que o peso molecular também exerce influência sobre a resistência ao impacto, onde amostras com baixo peso molecular são frágeis, porém com o aumento do peso molecular, a resistência ao impacto aumenta e é bastante alta para o PEAD com peso molecular na faixa de 500.000 a 5.000.000. Tabela 2 – Propriedades térmicas, físicas, elétricas e mecânicas do PEAD (adaptado de COUTINHO et al. 2003). Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br Ainda neste artigo, são debatidos e apresentados resultados que comprovam o quanto as propriedades podem ser afetadas pela configuração de um polímero, no caso do PEAD altamente linear e com baixo grau de ramificação, além dos fatores que afetam as propriedades dos outros polietilenos. O efeito da configuração e da conformação, isto é, da estrutura macromolecular, bem como sua variação, influem decisivamente nas propriedades do material. As ramificações atuam como “atrapalhadores” da aproximação dos segmentos de cadeia, o que diminui as interações desses segmentos, reduzindo a energia total envolvida nessas interações e a energia necessária para destruí-las. Porém as ramificações, amaciam e flexibilizam o produto formado, funcionando como plastificantes internos do polímero regular, sendo um caráter intrínseco, permanente do material, em contraposição a igual efeito obtido através da adição de plastificantes externos que são removíveis por meios físicos e, progressivamente, modificam a qualidade do produto final (MANO, 1988). Quanto ao peso molecular, como visto no título 5.1, este depende das condições e tipo de reação de polimerização, onde as propriedades do polímero irão variar progressivamente com o peso molecular, tornando- se menos expressiva quando atingido ou excedendo a ordem de grandeza de 100.000. Com o aumento do peso molecular, também haverá o aumento da viscosidade de sua solução, a capacidade de formar filmes, o ponto de amolecimento, a resistência a tração, a resistência ao impacto, bem como a diminuição da solubilidade (MANO, 1988). Como os polímeros não são substâncias “puras”, no sentido usual do tempo em química orgânica, uma vez porque é constituído por uma mistura de moléculas de diferentes pesos moleculares e diferentes estruturas, embora a mesma composição centesimal, é importante conhecer a curva de distribuição desses pesos moleculares, como apresentado na figura 4 (MANO, 1988). Cabe ressaltar que, quando trata-se de um micromolécula, como benzeno, não é necessário nenhuma explicação quanto ao peso molecular, uma vez que o valor será único e pontual, sem uma distribuição como visto na figura 4. Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br Figura 4 – comparação da curva de distribuição do peso molecular e modelo de distribuição para PE (adaptado de COUTINHO et.al. 2003). Polímeros podem existir em estado amorfo, caracterizado por um arranjo desordenado das moléculas ou em estado cristalino, em que há uma ordenação tridimensional, como já apresentado no tema 2, sendo esta característica definida pelo grau de cristalinidade, que é conceituada como um arranjo ordenado e em repetição regular de estruturas atômicas ou moleculares, no espaço. O grau de cristalinidade pode ser revelado pela difração de raios X ou de elétrons, onde baseia- se no fato de os comprimentos de onda desses raios serem compatíveis às distâncias interatômicas dos cristais, podendo assim haver interações e os consequentes efeitos de interferência. Quando a estrutura é ordenada, possui regularidade, as interferências são acentuadas, permitindo distinguir essas estruturas das desordenadas ou amorfas (MANO, 1988). O grau de cristalinidade do polímero depende da estrutura da cadeia polimérica, do peso molecular e , até certo ponto, do tratamento físico ao qual o polímero é submetido, como por exemplo o efeito da resfriamento. Magalhães (2017) em seu trabalho compara a técnica de difração de raio X com o DSC (calorimetria exploratória diferencial) onde comprova Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br a variação do grau de cristalinidade sob o efeito de diferentes temperaturas de resfriamento. A figura 5 apresenta uma representação esquemática entre um polímero amorfo e semicristalino. Figura 5 – representação esquemática de polímero amorfo e semicristalino (adaptado de MAGALHÃES, 2017). A compreensão da microestrutura de um polímero ajuda na compreensão da propriedade já apresentada Tm, no tema 3. Como visto na figura 5 os semicristalinos apresentam cristalitos, regiões ou volumes de matéria em que as unidades estruturais são arranjados em um sistema regular geométrico, dispersos em fase amorfa. Durante o resfriamento, partindo do estado fundido, a primeira microestrutura que se forma são redes alinhadas de polímeros que dão origem a estrutura lamelar, com mínima quantidade de movimento das cadeias e extensivo dobramento e enrolamento (amorfa), sendo esta estrutura formada chamada esferulito, representada na Figura 6, formação esférica que consiste em um agrupamento de cristais e suas regiões amorfas correspondentes, entre elas ligadas. Por fim, os fatores que afetam a cristalização e a Tm (temperatura de fusão dos cristalitos) serão: - simetria das moléculas: no qual estruturas simétricas formam estruturas cristalinas melhores, no entanto cadeias irregulares, como com dupla ligação (cis), dificultam a estruturação ordenada, por outrolado, a dupla ligação (trans) facilita a formação de estrutura ordenada. Grupos laterais aumentam a rigidez, bom para cristalizar aumentando a Tm, mas dificulta a formação da estrutura ordenada (USP, 2020). Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br - forças intermoleculares: ajudam a manter a estrutura cristalina e aumentam a Tm; - massa molar ou peso molecular: quanto menor as cadeias, maior o número de terminações, assim há uma redução na Tm com a redução da massa molar (menor energia para movimento de cadeias). - ramificações: diminuem a eficiência para cristalizar, diminuindo a cristalinidade e a Tm. Figura 6 – estrutura de um esferulito (adaptado de USP, 2020). 5.3.2. TÉCNICA DE PREPARAÇÃO As técnicas empregadas industrialmente são as homogêneas, em massa e em solução, e heterogêneas, em emulsão, em suspensão, interfacial e em fase gasosa (MANO, 1988). A polimerização em massa (bulk polimerization) emprega como solvente o próprio monômero, sem qualquer diluente. Além do monômero, é adicionado somente o iniciador da polimerização. Esta é uma reação fortemente exotérmica e a viscosidade cresce rapidamente, tornando difícil a transferência de calor e havendo locais com superaquecimento na massa reacional. Seu controle é difícil, havendo pouca uniformidade das condições reacionais, por isso o peso Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br molecular varia apresentando larga curva de distribuição. Outra dificuldade é a remoção do iniciador. A técnica é aplicada para obtenção de peças moldadas diretamente a partir do monômero, sem pressão, com excelente qualidade óptica, com amplo emprego na fabricação de poli(metacrilato de metila) PMMA, conhecido com acrílico ou vidro acrílico (MANO, 1988) e também na produção de poliuretana (PU). Na polimerização em solução, além do iniciador, usa-se um solvente junto ao monômero, podendo ou não ser solvente para o polímero formado. As principais vantagens são facilidade de transferência de calor, assim havendo homogeneidade da temperatura, o polímero desejado em solução, está pronto para utilização, como em revestimentos. As desvantagens é reação retardada pelo solvente e dificuldade da remoção do polímero. É um técnica comum aplicada na policondensação e poliadições. Quando o polímero formado nesta reação é insolúvel esta técnica também é chamada em lama ou com precipitação (MANO, 1988). Polimerização em emulsão os monômeros são emulsionados no meio reacional, um não solvente geralmente água, onde contém o iniciador hidrossolúvel ao qual se adiciona um emulsificante, comumente um tensoativo (sabão). É amplamente utilizado em poliadições, onde o tamanho das partículas emulsionadas varia entre 1nm (nanômetro) a 1um (micrometro). Outros aditivos são comuns neste tipo de reação como: tamponante de pH, coloides protetores, reguladores de tensão superficial, regulador de polimerização (modificadores), ativadores (agentes de redução), etc. Nessa técnica a velocidade da reação é mais alta que da técnica em massa ou em solução, onde os produtos formados tem pesos moleculares relativamente altos. Os radicais livres, se forma na fase aquosa e migram para fase dispersa, onde a reação tem início. Como vantagens é o fácil controle da temperatura, consequente maior homogeneidade do peso molecular, facilidade na condução a polímeros de alto peso molecular, com rápida e alta conversão, além da fácil agitação, que não é afetada pois não há aumento da viscosidade. A principal desvantagem é a remoção do emulsificante (MANO, 1988). Exemplos de aplicação é a obtenção de SBR e NBR. Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br Na polimerização em suspensão, o que de fato ocorre é uma polimerização em massa, dentro de cada gotícula suspensa. O tamanho das partículas dispersas é superior a 1um, geralmente de 1 a 10 um ou mais, o que exige agitação mecânica vigorosa e contínua. Neste tipo de reação o iniciador deve ser solúvel no monômero, sendo necessário o uso de estabilizadores para evitar a coalescência das gotículas viscosas de monômero-polímero em suspensão. Tem como vantagem a precipitação do polímero, como “pérolas”, simplesmente ao ser suspensa a agitação (MANO, 1988). Polimerização interfacial ocorre quando a reação é conduzida na interface de dois solventes, cada um contendo um dos monômeros, comumente aplicada a policondensação. A reação deve ser rápida para o uso desta técnica. A renovação da interface onde ocorre a reação é feita seja por remoção lenta e contínua do polímero precipitado, no meio das camadas, ou agitação conduzindo as gotículas dispersas, onde na superfície estará ocorrendo a polimerização (MANO, 1988). Aplicável na formação de poliuretanos a partir de dissociantes e dióis. Outra ocorrência é a partir da reação de Schotten-Baumann, para a separação de policarbonatos; nesse caso o meio deve conter uma base, para deter o ácido clorídrico eliminado. Polimerização em Fase Gasosa é empregada para a poliadição de monômeros gasosos (etileno e propileno), com iniciadores de coordenação de alta eficiência (acima de 98%, sistemas catalíticos de Ziegler-Natta), mantidos sob a forma de partículas, em leito fluidizado, contínuo. Nos processos em fase gasosa e em pasta, os catalisadores devem ser suportados numa substância adequada, enquanto que podem ser adicionados diretamente na polimerização em solução. O polímero é formado nos locais ativos do catalisador em uma partícula de polímero catalítico gradualmente expansível e é o centro ativo em cada partícula. O monômero gasoso fresco difunde-se através da partícula de polímero para atingir o local ativo. As técnicas de processamento em fase gasosa e em pasta são utilizadas principalmente para a produção de poliolefinas, como HDPE. OBRAS CONSULTADAS Prof. Me Quím. e Eng. Maurício Schmitt mauricio.schmitt@ulbra.br ALLINGER, N.L.; CAVA, M. P.; JONGH, D.C.; LEBEL, N.A.; STEVES, C.L. – Química Orgânica – 2° edição; LTC; Rio de Janeiro, 1976. COUTINHO, F.M.B.; MELLO, I.L.; MARIA, L.C.S. - Polietileno: Principais Tipos, Propriedades e Aplicações – Instituto de química UERJ, Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 13, nº 1, p. 1-13, 2003. MAGALHÃES, B.H.F - Comparação entre as técnicas difração de raios- x e DSC na obtenção do grau de cristalinidade do PP e do PEAD – Curso engenharia de materiais no CFETMG; Belo Horizonte, 2017. MANO, E.B. – Introdução a polímeros – Editora Edgard Blücher Ltda, Rio de Janeiro, 1988. SHREVE, R. Norris; JR BRINK, Joseph A. – Indústria de processos químicos – 4° edição, editora Guanabara, Rio de Janeiro, 1997. USP – aula 2 de polímeros - http://www.pmt.usp.br/pmt5783/Aula%20de%20pol%C3%ADm eros%20-%20Aula%202%20(parte%202).pdf acessado às 13:29 do dia 9/9/2020.
Compartilhar