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O CONCEITO DA QUESTÃO AGRÁRIA NO BRASIL E SUA RELAÇÃO COM A REALIDADE SOCIOECONÔMICA Antônio Ivanildo Cavalcante Júnior 1. INTRODUÇÃO Este trabalho trata sobre a importância preventiva e normativa, inclusão social das comunidades, critérios e procedimentos na elaboração da reforma agrária e da questão da má distribuição de terras no Brasil. Para tanto, será realizada uma abordagem aprofundada do tema, analisando não apenas o contexto histórico para a realidade atual, mas também os impactos sociais e ambientais que envolvem a questão agrária (DA SILVA, 2019). Outrossim, é de caráter urgente tratar acerca dos aspectos históricos e conceituais da questão agrária, bem como a respeito da importância do advento da Lei que criou as unidades de distribuição de terra e também a reforma agrária propriamente dita (durante o processo de redemocratização), indicando expressamente os riscos sociais que ocorrem quando não há regularização da distribuição de terra, considerando que esse é um avanço para aumentar os problemas sociais, uma vez que a agricultura de subsistência possui uma grande relevância para a economia brasileira, principalmente para pessoas de baixa renda (DE CARLI, 2021). Logo, ressalta-se que um dos focos deste trabalho é tratar a respeito da reforma agrária a da má distribuição de terras, considerando que esse é um tema relevante para a comunidade científica, em decorrência da sua alta complexidade, além de aspectos sociais, históricos, econômicos e até mesmo legislativos que estão envolvidos nessa questão agrária brasileira. O objetivo deste trabalho não é apontar culpados, mas tão somente contextualizar a importância do estudo da questão agrária no Brasil, diante de uma análise aprofundada sobre o tema, partindo de uma literatura atual, o que demonstra a relevância acadêmica dessa pesquisa, inclusive, para o desenvolvimento de estudos semelhantes. A construção metodológica do presente artigo se deu através de pesquisas bibliográficas, de diversos autores, artigos científicos, e jurisprudências, no único intuito de avultar ainda mais o debate a respeito da questão agrária no Brasil, que perece pela falta de cuidado e interesse dos órgãos competentes e dos gestores de governo. Sendo assim, não há que se olvidar da importância da reforma agrária para diminuir a concentração de terras para grandes latifundiários, principalmente em regiões improdutivas, que não estão cumprindo um aspecto formal da propriedade, que é a presença de um papel social. O Brasil, sempre foi um país dominado por elites, desde a sua exploração, a concentração de terras nas mãos de poucos não é algo novo, pelo contrário, o sistema de exploração imposto por Portugal já possuía um caráter altamente segregacionista, como será melhor a posteriori, no desenvolvimento teórico dessa pesquisa (GRAZIANO SILVA, 2001). Questiona-se, até quando será aceito o descaso com as terras improdutivas no Brasil, assim como quais as condições sociais e ambientais corroboradas pela má distribuição de terras e expansão da fronteira agrícola do país? Sabe-se que a reforma agrária é um direito constitucional, o que não justifica os ainda diversos problemas associados à concentração fundiária. 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Breve histórico e contextualização do tema Primeiramente, é preciso destacar que a questão de terras e a concentração fundiária brasileira está diretamente ligada à desigualdade social. Logo no início de sua colonização, o Brasil já começa a ter uma concentração fundiária, isso aconteceu porque em 1934 Portugal estabelece no território as capitanias hereditárias, que consistem em doações de terras para os capitães donatários (pessoas ricas dos países ibéricos) recebem essas localidades como posse. Esses indivíduos, após essa concessão, já possuíam uma grande parcela de terras por meio dessas sesmarias (LIMA, 2019). Dentro dessas capitanias existia um documento chamado de foral, que consistem em direitos e deveres dos donatários. Nesse período, esses proprietários tinham alguns direitos, concedidos pela coroa portuguesa, contanto, que seguissem os deveres impostos pela corte. Dentro dessas atividades dos proprietários estava a ideia de pegar essas capitanias e dividi-las em fazendas, que foram doadas a outras pessoas com maior poder aquisitivo (chamadas de sesmarias), que eram latifúndios (grandes proporções de terras) (DA SILVA, 2019). Nesse contexto, essa é a base da economia brasileira e o alicerce da divisão de terras no Brasil, é válido lembrar que o sistema de sesmarias durou até mesmo após as capitanias hereditárias. Esse sistema de sesmarias (doação de terras pelo estado) durou até 1822, quando o Brasil se tornou um país independente, essa forma de doação acabou. Outro ponto importante é que o país não possuía nenhuma lei referente a terras, considerando que as sesmarias eram uma formalidade de Portugal que estava sendo aplicada na região pela sua condição de colônia. Em 1850, durante o Governo de D. Pedro II foi estabelecida a primeira lei de terras no Brasil, essa promulgação é muito importante para entender a desigualdade social no país (LIMA, 2019). No contexto social, a nação estava vivendo um período de transformações econômicas e sociais, pois, nesse momento, a escravidão lentamente está diminuindo. Além disso, o Brasil começa a trazer imigrantes, principalmente da Itália e Alemanha e também inicia a produzir muito café para exportação, esse era o grande produto voltado ao mercado externo da economia brasileira (DA SILVA, 2019). 2.2 A questão agrária no Brasil Por essa perspectiva, é possível citar uma transformação – ainda tímida – econômica e social, lembrando que nesse período, o poder ainda está concentrado na mão de elites agrárias e na aristocracia rural. Nesse contexto, a primeira lei de terras, promulgada em 1850, define que a terra no Brasil só pode ser adquirida por venda ou compra. Antes desse momento, as terras devolutas (que não tinham uma função social) necessariamente, muitas pessoas buscavam e habitavam essas regiões e começavam a viver, esses ocupantes eram conhecidos como grileiros e posseiros (LEITE; CASTRO; SAUER, 2018). Tal fenômeno, segundo Pinheiro e Reydon (2019), foi observado como algo desinteressante para o Estado, uma vez que os entes federados parariam de lucrar com essas terras. Portanto, formalmente, foi definido que só poderiam ser distribuídas por intermédio da compra. É nesse momento que entra a questão da desigualdade social, pois, a medida tomada pelo Governo, seria uma forma de inibir os avanços socioeconômicos, principalmente de antigos escravos, que agora não poderiam produzir em terras não ocupadas, considerando que essa não seria a vontade das elites locais. Por essa análise, é possível observar um caráter segregacionista do governo brasileiro, uma vez que foi inibido com que o negro recém liberto consiga ter acesso à terra e suba de vida. Fica evidente a complexidade da questão agrária brasileira, observando que nesse período, não apenas a administração direta quanto as elites locais queriam manter a sociedade brasileira como uma concepção do preconceito, divisão social e também racial. Essa questão também afetou os imigrantes que chegam ao Brasil para trabalhar, uma vez que países como Itália e Alemanha estão passando por processos de guerras, devido ao processo de unificação dessas nações. Por esse viés, é evidente que a lei de 1850 é um processo segregacionista, portanto, impede com que classes sociais baixas consigam ter acesso à terra. Com isso, essa promulgação valoriza muito mais a aristocracia rural e agrária (NORONHA; FALCÓN, 2018). Esse processo acabou por ser minimamente transformado após a formação da república brasileira. A modificação da lei de terras, aconteceu apenas em 1946 no Governo Dutra, em um documento de caráter liberal, definindo que toda terraprecisa ter uma função social. Por norma, um proprietário de um latifúndio deve exercer medidas em prol da sociedade em suas terras, e não somente produzir em larga escala (DA SILVA, 2019). Isto posto, nesses locais seria necessário, de acordo com a nova Carta Magna manter um local para reflorestamento e arborização, além de manter as matas ciliares (caso existam cursos de água passando por essas terras). Essas medidas tinham como finalidade a preservação de biomas degradados, como a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica. Essa Constituição também determinava a necessidade de pagamento de impostos pelos latifundiários pela posse dessas terras (GRAZIANO SILVA, 2001). Durante a ditatura militar, em 1964, foi criado o famoso Estatuto da Terra, que é uma lei sobre as terras brasileiras que tinha por objetivo definir o que é propriedade, minifúndio (pequenas proporções), latifúndio (grandes proporções). Esse documento também tinha por objetivo cuidar do processo de reforma agrária no Brasil (GRAZIANO SILVA, 2001). É preciso lembrar que não necessariamente o governo estava se voltando para uma redistribuição de terras para a população, uma vez que esse processo também pode ser elitista, considerando que o seu a etiologia da palavra está entrelaçada à redistribuição de terras. Na verdade, essa era uma ideia proposta pelo governo anterior, o que aconteceu de verdade, é que o regime militar abandonou a reforma agrária, principalmente para entender os interesses da elite brasileira daquele período, como a igreja católica e burguesia do país, portanto, pessoas que não tinham interesse em reformar a agricultura (NORONHA; FALCÓN, 2018). Então, o governo militar por intermédio do estatuto da terra disse que iria cuidar da reforma agrária, todavia, deixou de lado as classes sociais mais baixas durante a sua gestão. Finalmente, a nova Constituição Federal, promulgada em 1988 modificou a questão do estatuto da terra, definindo que podem haver terras no Brasil (é possível trabalhar com a ideia de desapropriação da terra para fins de reforma agrária). Nessa época, foi inclusive quando nasceu o movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MTST), importante para que terras que não estejam cumprindo o seu fim social, como é o exemplo de grandes latifundiários que plantam cana-de-açúcar, porém, metade da sua fazenda não possui nada sendo produzido (MARQUES, 2018). Os entes federados, por intermédio da Constituição de 1988, definem que essa parcela de propriedade rural pode ser desapropriada para fins de reforma agrária, considerando que de acordo com a magna carta, é essencial que uma propriedade cumpra uma função social e fomente amparo à sociedade. A reforma agrária, nesse âmbito, seria uma distribuição desse território ou fazenda que não está produzindo, que poderá ser dividido por famílias para que elas façam a sua agricultura de subsistência (DE CARLI, 2021). Isso demonstra a existência de uma concentração fundiária muito grande no Brasil, na qual está presente nas mãos de poucas pessoas (grandes empresários ou elites rurais), não obstante, ainda assim existem terras que são consideradas improdutivas. Durante a redemocratização, essas áreas foram colocadas para estudo, o que não significa que elas vão ser colocadas para reforma agrária, mas sim, cada caso será analisado para realizar essa divisão de terras, que possui um importante papel social (MARQUES, 2018). Nesse momento, o órgão responsável por cuidar desse processo é o INCA (Instituto de Colonização e Reforma Agrária), que até hoje cuida dessas questões. Em 2002, durante o governo Lula, existe a reafirmação desse processo de regularização dessas terras, além de poder estudar cada caso. Em 2009, foi promulgado que terras da Floresta Amazônica serão concedidas para empreendimentos que possam pagar esses lotes no prazo de 60 anos com o objetivo de explorar essas regiões, principalmente na questão da extração e corte da madeira. Essas empresas, podem ser nacionais ou estrangeiras. É evidente que essa determinação contribui ainda mais para a questão da concentração fundiária no Brasil (TRASPADINI, 2018). Essa breve análise histórica, demonstra como a questão da concentração fundiária é complexa no Brasil, pois, a má distribuição de renda e terras, é algo presente desde a sua colonização. Nesse contexto, fica evidente a importância de trazer esse debate em pauta, considerando que a desigualdade social é um dos principais problemas presentes na sociedade brasileira e mundial. 2.3 A reforma agrária no Brasil e suas reivindicações Uma reforma agrária, se refere à reorganização das terras no campo, por norma, é uma política pública que visa mudar a estrutura fundiária de um país. Especificamente, essa modificação tem o objetivo de redistribuir terras, partindo da ideia de que existe uma concentração de terras nas mãos de poucas pessoas em um país (TRASPADINI, 2018). Assim, esse mecanismo seria uma política com o intuito de diminuir essa concentração, que é um dos principais problemas da questão agrária brasileira. No país, 45% das terras rurais estão nas mãos de 1% dos proprietários. Ou seja, 1% dos estabelecimentos rurais e fazendas, concentram quase metade da superfície agrícola do país. Essa política pública, então, entraria com o propósito de distribuir essas terras, em mais propriedades, nas mãos de mais pessoas, principalmente indivíduos de menor poder aquisitivo. Por isso, a reforma agrária também é defendida como um processo de democratização do acesso às terras (DE CARLI, 2021). Muitas pessoas ainda acreditam que a reforma agrária é um debate recente e que está estritamente vinculado à atuação de movimentos de esquerda, como o MTST. Contudo, a história mundial, há séculos, é marcada pela distribuição e redistribuição de terras, sendo essa prática muito importante para a economia desses países (TRASPADINI, 2018). Uma das finalidades da revolução francesa, de 1789, foi a questão agrária, esse movimento trouxe a ideia de que a terra deveria ter um valor social, ou seja, diferentemente de outros bens, a utilização de forma eficiente e produtiva da terra, seria de interesse de toda a população, por isso, a manutenção de latifúndios ociosos ou de poucas culturas iria contra os interesses da maioria. Foi nesse espírito, que as terras do território francês foram rearranjadas para não ficarem mais concentradas nas mãos da nobreza. Existem outros exemplos de reforma agrária ao longo da história, como nos Estados Unidos, em 1952, na Espanha, logo após a segunda grande guerra e também no México, no início do século XX. O Brasil, no que lhe concerne, nunca passou por uma reforma agrária estrutural, como aconteceu nos países citados, isso significa, a inexistência de uma política de redistribuição massiva de terras de um grupo para outro grupo majoritário, ou mesmo uma distribuição em massa de terras do Estado, para alguns grupos. Não obstante, isso não significa que o país não tenha uma política reformista, tampouco que esse não seja um tema discutido com bastante recorrência (GRAZIANO SILVA, 2001). Desde a época do império, existem discursos sobre a necessidade de democratização do solo, Joaquim Nabuco, por exemplo, é considerado o primeiro homem público a defender a reforma agrária no Brasil. Contudo, apenas em 1850 que a reforma agrária ganhou força no país, com a ascensão das ligas camponesas. Esses movimentos, foram efetuados por agricultores a partir do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Desse momento até o contexto atual, o debate sobre a reforma agrária ganhou novos conteúdos conforme a dinâmica econômica e política do país se modificava. Durante o regime militar, essa pauta foi considerada como subversiva, portanto, só voltou à agenda política nacional com o processo de redemocratização, como já mencionado na perspectiva histórica, não apenas voltado à perspectivapolítica nacional, como se tornando uma lei. A política de reforma agrária presente no Brasil moderno, é basicamente essa, ou seja, de distribuição de terras que não cumprem a sua função social, diferente dos exemplos presentes em outros países. É válido lembrar que as pautas favoráveis à reforma agrária no país, em regra, parte de uma mesma premissa, que está relacionada a questão agrária no Brasil, marcada pela concentração de terras nas mãos do grande capital agropecuário, ou seja, o agronegócio. Nesse cenário, as justificativas para defender uma reforma agrária são várias. A primeira delas, é o potencial dessa reforma de equilibrar a questão populacional no país, nesse argumento, essa política pública é vista mais como uma necessidade social do que econômica (LEITE; CASTRO; SAUER, 2018). Portanto, a reforma é retratada como uma forma de conter o fluxo migratório do campo para a cidade, logo, uma política que ao menos possibilite moradia, alimentação e trabalho no campo, evitando, que as condições de vida nesse local sejam miseráveis e também atenuando o inchaço e a pobreza nas regiões metropolitanas. Esse processo, nesse caso, seria pontual e não estrutural. Outra visão encontrada para a realização da reforma agrária, é sobre o seu caráter de fomentar justiça social, além de equidade. Nesse propósito, essa política pública apresenta a função de distribuição de terras, mas também de proporcionar renda. Nessa perspectiva, entende-se que falar de reforma agrária é demonstrar o acesso desigual às terras, assim como a expansão do agronegócio, da concentração de riquezas nacionais nas mãos de poucos, além do poder político que isso proporciona aos grandes proprietários de terras (BUFFETTI, 2018). É por isso, que nessa justificativa, não se pode falar de desenvolvimento autônomo nacional, sem abordar a reforma agrária. Isto posto, a justa distribuição de terras é de suma importância para erradicar a fome e garantir o desenvolvimento sustentável de um país. Isso é muito claro no caso do Brasil, uma vez que a agricultura familiar é responsável por abastecer grande parte do mercado interno alimentício. Por esse viés, isso fica muito claro no caso do país, pois, a agricultura familiar é a grande responsável pelos alimentos e sua produção (TRASPADINI, 2018). Uma justificativa importante em prol da reforma agrária é sobre o potencial ecológico desse processo, isso acontece porque os defensores desse processo, se apoiam em diversos estudos que apontam que poucas e grandes propriedades fazem grande parte dos desmatamentos na agricultura brasileira. Entende-se aqui, a necessidade de uma redistribuição de terras para alterar a lógica do modelo de produção agropecuário vigente, que é dito como o principal responsável pela exploração predatória dos recursos naturais (BUFFETTI, 2018). Em relação aos argumentos contrários, a primeira perspectiva é a econômica, tendo em vista que o agronegócio é um dos principais componentes do PIB brasileiro, assim, realizar uma reforma agrária seria enfraquecer essa estrutura, principalmente, porque as pequenas propriedades geradas por essa política, não conseguiriam ser tão produtivas. Um argumento insuficiente, considerando que a agricultura familiar é essencial para o abastecimento do país, como mencionado anteriormente (DE CARLI, 2021). Os latifúndios, por conta do seu alto desempenho e modernização, tornam a produção mais eficiente e geram mais empregos. Outra justificativa é que o tempo para uma reforma agrária no Brasil, já teria passado, logo, os pressupostos para o processo, também já teriam deixado de existir. Isso parte do princípio que a pobreza rural poderia ser solucionada por intermédio da intervenção estatal, por meio de políticas sociais, como programas de transferência de renda, ou seja, não necessita mais que uma reforma agrária seja efetuada para a solução desses entraves, uma argumentação também controversa, de acordo com a literatura proposta nessa pesquisa (DE CARLI, 2021). 3. METODOLOGIA Construir uma pesquisa embasada em outros autores é o alicerce do método científico e a maioria das atividades em âmbito acadêmico. A partir disso, é possível formar novas linhas de conhecimento através da interpretação do autor sobre o tema em questão. Por isso, a pesquisa bibliográfica é um dos principais métodos, e aparece em quase todo projeto acadêmico (SEVERINO, 2016). Com a facilidade em coletar evidências e dados em uma área específica, o método escolhido foi de regimento exploratório e qualitativo, com o estudo da relevância da questão agrária no Brasil, bem como os aspectos que a envolvem assim como uma análise jurídica do assunto (SEVERINO, 2016). Esse estudo teve foco na questão agrária no Brasil, para tanto, foram analisados tanto aspectos históricos quanto o ordenamento jurídico que representa a necessidade da reforma na concentração de terras na nação. É inexorável os diversos problemas corroborados pela má distribuição de regiões improdutivas, o que acontece devido a necessidade de pessoas produzirem para terem condições mínimas de vida, uma vez que a agricultura familiar possui grande importância para a economia do país. Para conseguir um bom embasamento teórico, foram utilizados livros, teses, monografias, artigos e doutrinas sobre o assunto, com autores renomados e com proeminência de conteúdo. Como versão Marconi e Lakatos (2012), a pesquisa bibliográfica coloca o pesquisador em contato direto com o que foi escrito e planejado no estudo através das fontes pesquisadas. Primeiramente, foi escolhido o tema, devido à importância jurídica, ambiental e social da questão agrária no Brasil. Ademais, foi efetuado um plano de estudo sobre a estrutura do artigo científico, em concomitância a delimitação dos objetivos. Para isso foram utilizados livros, revistas, relatórios, teses e todas as principais leis que incorporam as reservas biológicas brasileiras. Segundo Bardin (2010), para a realização de uma pesquisa a análise do conteúdo é fundamental, para que o estudo esteja em confluência com os objetivos almejados e o referencial teórico. Por isso, a natureza dessa revisão de literatura foi descritiva e explicativa. 4. CONCLUSÃO Em última análise, a pesquisa bibliográfica teve como finalidade demonstrar a importância da questão agrária no Brasil em terras improdutivas. O estudo mostrou que o cuidado com a distribuição de terras é essencial, considerando as diversas questões envolvidas nesse problema, envolvendo aspectos sociais e econômicos. O foco do estudo foi na questão agrária brasileira, demonstrando como ela pode influenciar vários aspectos da sociedade e está relacionada com questões históricas e sociais profundas. Contudo, a literatura demonstrou. Apesar disso, anos após a criação das leis que regem a questão das terras improdutivas, ainda existem diversos problemas associados à sua distribuição o que abarrota em conflitos com a população local e limita a região economicamente. Outrossim, o estudo abordou sobre áreas improdutivas e o potencial para o turismo que essa região possui. Foi constatado que é perfeitamente plausível realizar uma divisão de terras para resolução de aspectos da questão agrária no Brasil, não obstante, é preciso que os entes federados apoiem os pequenos produtores nessas causas, uma vez que latifundiários ainda dominam as regiões produtivas brasileiras. A questão burocrática de órgãos federais acaba sendo um principal entrave para conseguir esse planejamento, mesmo com as diversas vantagens que o mesmo pode trazer tanto para o meio ambiente quanto para a economia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Edições 70, 2010. BUFFETTI, Warren. 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A questão agrária no momento político brasileiro: liberalização e mercantilização da terra no estado mínimo de Temer. OKARA: Geografia em debate, João Pessoa, v. 12, n. 2, p. 247-274, 2018. LIMA, Layanna Giordana Bernardo. A questão agrária e os povos indígenas: um Breve histórico das políticas indigenistas no Brasil. Humanidades & Inovação, v. 6, n. 17, p. 174- 188, 2019. MARQUES, Marta Inez Medeiros. Geografia agrária crítica: um pouco de história. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), v. 22, n. 3, p. 504-514, 2018. NORONHA, Gustavo Souto; FALCÓN, Maria Lúcia de Oliveira. A disputa entre modelos para o campo: apontamentos sobre a questão agrária no Brasil em busca de um novo paradigma. Saúde em Debate, v. 42, p. 183-198, 2018. PINHEIRO, Flávio Abranches; REYDON, Bastian Philip. O preço da terra e a questão agrária: algumas evidências empíricas relevantes. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 19, n. 1, p. 5-15, 2019. SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 24.ed. 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