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Tomografia Computadorizada na Neuroemergência

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A Neurologia que Todo Clínico Deve Saber: Neuroemergência 
Tema: TC na Emergência 
Data: 21/07/2021 
 
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@labaneurologia 
TOMOGRAFIA NA EMERGÊNCIA 
Introdução 
O paciente que chega na emergência pode apresentar 
queixas neurológicas. Nesse caso, pode ser necessária 
a utilização de exames de imagem que auxiliem o 
profissional a tomar decisões sólidas acerca dos 
próximos passos para o tratamento do indivíduo. Para 
isso, o domínio da Tomografia Computadorizada, a qual 
é especialmente útil para visualização de alterações 
cranioencefálicas, é importante. 
Principais doenças na Neuroemergência 
x AVC isquêmico 
x AVC hemorrágico 
x Trauma cranioencefálico 
x Crises agudas de cefaleia 
Anatomia 
 
Analisando a TC 
Para a avaliação completa e detalhada do exame de 
imagem é importante a observação de alguns pontos 
importantes: 
x Atenuação: nesse momento é importante 
buscar diferenças de atenuação entre os 
tecidos, que possam sugerir algum problema, 
como edema ou evento isquêmico 
 Imagem 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A imagem 1 revela uma hiperdensidade na ACM, que é um dos 
sinais precoces de isquemia no território irrigado por essa artéria 
x Hemorragias: entre os achados mais 
importantes na neurologia estão as 
hemorragias, entre elas podemos citar a 
intraparenquimatosa, subaracnoide, subdural, 
extradural. A localização do sangramento na TC 
confirma diagnóstico em grande parte dos 
casos. 
 Imagem 2 
x Ventrículos e cisternas: é importante observar 
a existência de dilatações nos ventrículos, o que 
sugere hidrocefalia. Deve-se avaliar também a 
presença ou ausência das cisternas, sendo a 
ausência dessas, fruto de edemas ou 
herniações encefálicas. 
 
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 Imagem 3 
 
x Fraturas: são mais comuns em paciente com 
história de trauma. São geralmente visíveis na 
TC sem contraste. 
x Efeito de massa: é caracterizado pelo desvio 
de estruturas da linha média para o hemisfério 
contralateral, apagamento de sulcos e 
cisternas, compressão ventricular. É decorrente 
de problemas como hemorragias ou isquemia 
com edema citotóxico. 
Sinais importantes em neurorradiologia 
x Sinal do cordão na trombose venosa 
cerebral: caracterizado como um aumento da 
densidade das veias corticais ou profundas em 
decorrência de uma trombose no interior do 
vaso acometido. 
 
 
x Sinal do delta vazio na trombose de seios 
venosos: é uma região com hiperdensidade 
localizada no seio sagital superior ou na 
confluência dos seios que também indica 
trombose venosa central. 
 
x Sinal da seta no aneurisma da artéria 
cerebral média roto: é um dos sinais 
precoces de isquemia no território de irrigação 
desta artéria. 
 
x Sinal do ponto "dot sign": esse é um dos 
sinais precoces de infarto agudo da artéria 
cerebral média.
 
 
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Tema: TC na Emergência 
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REFERÊNCIAS 
x Gonçalves, Fabrício Guimarães et al. Sinais em 
neurorradiologia: parte 1. Radiologia Brasileira 
[online]. 2011, v. 44, n. 2 [Acessado 15 Julho 
2021] , pp. 123-128. Disponível em: 
<https://doi.org/10.1590/S0100-
39842011000200013>. Epub 23 Maio 2011. 
ISSN 1678-7099. 
https://doi.org/10.1590/S0100-
39842011000200013. 
x Haaga JR. Tomografia computadorizada e 
ressonância magnética do corpo humano. 3ª ed. 
Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan; 1996. 
x Leite CC, Amaro Jr E, Lucato LT. 
Neuroradiologia - diagnóstico por imagem das 
alterações encefálicas. Rio de Janeiro, RJ: 
Guanabara Koogan; 2008. 
x Koch HA. Radiologia e diagnóstico por imagem 
na formação do médico geral. 2ª ed. Rio de 
Janeiro, RJ: Revinter; 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Neurologia que Todo Clínico Deve Saber: Neuroemergência 
Tema: Cefaleias 
Data: 21/07/2021 
 
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@labaneurologia 
CEFALEIAS 
Introdução 
As cefaleias podem ser divididas em primárias e 
secundárias, sendo estas últimas desencadeadas por 
um transtorno adjacente, como trauma, desordem 
vascular, neoplasia, substância, infecção, distúrbios 
homeostáticos ou outros. 
Cefaleias primárias 
1. Migrânea 
Caracterizada por ser unilateral, pulsátil, de intensidade 
moderada a forte, agravada por atividade física. As 
crises se apresentam com pelo menos 2 dos sintomas: 
náuseas, fotofobia e/ou fonofobia. Podem ser 
classificadas como: 
x Sem aura; 
x Com aura; 
OBS.: A aura típica apresenta-se com um ou mais 
sintomas sensoriais, visuais, de fala ou linguagem, 
motores, sintomas de tronco cerebral, sintomas na retina 
e pelo menos seis das seguintes características: um 
sintoma com aumento gradual por 5 minutos, dois ou 
mais sintomas em sucessão, cada sintoma durando de 
5-60 minutos, com pelo menos um sintoma unilateral. A 
aura é acompanhada ou seguida por dor de cabeça nos 
60 próximos minutos. 
x Hemiplégica; 
o Migrânea hemiplégica familiar 
Æ A Migrânea é considerada crônica quando acontece 
por 15 ou mais dias por mês em período maior que três 
meses. 
Æ Estado enxaquecoso é definido como uma crise de 
forte intensidade durando mais que 72 horas; 
Æ Infarto enxaquecoso acontece quando um ou mais 
sintomas de aura durando mais de 60 minutos são 
acompanhados de lesão cerebral isquêmica significativa 
(em exame de imagem). 
2. Cefaleia tensional 
Caracterizada por ser bilateral, não pulsátil, de média a 
moderada intensidade, não agravada por atividade 
física. Sem náuseas ou vômitos e sem foto ou fonofobia. 
Pode ser acompanhada de fotofobia, fonofobia ou 
náusea leve sem vômitos associados. Pode ser 
classificada como: 
x Episódica (frequente) 
Pelo menos 10 episódios durante 1-14 dias 
por mês por pelo menos 3 meses. 
x Crônica 
≥ 15 dias por mês, por pelo menos 3 meses, 
totalizando um período igual ou maior que 
180 dias por ano. 
3. Trigêmino-autonômicas 
x Em salvas 
Caracterizada por dor unilateral 
excruciante, localização (supra) orbital-
temporal, com crise durando de 15 a 180 
minutos. Para diagnostico são necessárias 
pelo menos cinco crises, com um sintoma 
relacionado ao sistema nervoso vegetativo 
(hiperemia conjuntival, congestão nasal, 
edema palpebral, miose ou ptose ipsilateral, 
lacrimejamento, rinorreia e sudorese 
ipsilateral em face ou fronte), além disso, 
23% dos pacientes apresentam aura 
enxaquecosa. 
x Hemicrania paroxística 
Dor unilateral grave, supra-orbital-temporal, 
durando de 2-30 minutos. Pode ser 
acompanhada por hiperemia conjuntival, 
congestão nasal, edema palpebral, miose e 
ptose ipsilateral em face ou fronte. 
x Sunct 
Múltiplas crises diárias com duração de 5 a 
240 segundos com frequência de 3 a 200 
crises por dia. A dor é caracterizada como 
unilateral, (supra) orbital-temporal, em 
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Tema: Cefaleias 
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“fincadas” ou pulsátil, acompanhada por 
injeção conjuntival ipsilateral e 
lacrimejamento intenso. 
 
Cefaleias secundárias 
Para diferenciar é necessário que sejam considerados 
os sinais de alarme (mnemônico SNOOP). 
S (Systemic): sinais sistêmicos; 
N (Neurologic): presença de sinais neurológicos focais, 
epilepsia e/ou edema de papila; 
O (Older): cefaleia que inicia após os 50 anos; 
O (Onset): cefaleia de início súbito; 
P (Pattern): mudança de padrão da dor ou cefaleia 
refratária. 
 
REFERÊNCIAS 
x CHAVES, M. L. F.; FINKELSZTEJN, A.; 
STEFANI, M. A. Rotinas em neurologia e 
neurocirurgia. Porto Alegre: Artmed, 2008. 
x GAGLIARDI, R. J. et al. Tratado de 
neurologia da Academia Brasileira de 
Neurologia. 02. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2019. 
x GREENBERG, D. A. et al. Neurologia 
clínica. 08. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

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