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APG 12 - CEFALEIAS

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Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Objetivos 
Ø Diferenciar os tipos de cefaleia 
Ø Identificar a etiologia e os fatores de risco das cefaleias 
Ø Analisar a fisiopatologia, as manifestações e as 
complicações das cefaleias 
Ø Discorrer o diagnostico e as condutas terapêuticas das 
cefaleias 
 
Tipos de cefaleia 
• Primaria: sem nenhum tipo de lesão estrutural e com 
etiologia demonstrável por exames clínicos ou 
laboratoriais 
• Secundaria: com lesão estrutural provocada por outras 
doenças. 
 
Cefaleias primárias 
As cefaleias primárias são mais comuns até a quinta década. 
A partir da quinta e sexta década de vida, a incidência de dor 
de cabeça reduz de uma forma geral, e começa a ocorrer 
predomínio das cefaleias secundárias, associadas a lesões 
patológicas, assim como das neuralgias e dores 
neuropáticas do segmento cefálico. Das cefaleias primárias, 
destacamos as seguintes: (1) cefaleia tensional; (2) 
enxaqueca; (3) cefaleia em salvas; (4) outras. 
 
Migrânea 
Cefaléia primária comum e incapacitante. É também 
chamada de cefaléia vascular, por se acreditar que uma 
breve redução do fluxo sanguíneo seguida de hiperemia 
possa causar a depressão alastrante, mas não há evidências 
de que isso realmente aconteça. Acomete cerca de 10 a 15% 
da população, sendo mais comum no sexo feminino e em 
pessoas entre 30 e 50 anos de idade. Cerca de 70% dos 
pacientes com migrânea possuem um familiar de primeiro 
grau com a doença, o que mostra a existência de um fator 
genético, a maioria das migrâneas são de transmissão 
poligênica, com exceção da migrânea hemiplégica familiar, 
que é autossômica dominante. Pessoas com algumas 
comorbidades, como epilepsia, AVC, fenômeno de Raynaud, 
síndrome do intestino irritável e fibromialgia, estão mais 
propensas à doença. O uso de anticoncepcional oral, 
obesidade e o tabagismo são fatores de risco adicionais 
(alterações neurovasculares). 
 
Clínica 
a dor da migrânea é uma cefaléia recorrente que se 
manifesta em crises que duram entre 4 e 72 horas. É 
tipicamente unilateral (podendo ser bilateral), pulsátil, de 
intensidade moderada a grave, que piora com atividades 
diárias. Costuma estar associada com náuseas, vômitos, 
 
 
fotofobia e fonofobia. Outros sintomas mais incomuns são dor 
no pescoço, tontura, osmofobia e dificuldade de 
concentração. Quando acompanhada de aura, é geralmente 
visual, podendo ser também sensitiva, motora ou afasia. 
 
Fases da dor 
1. Fase premonitória (pródromo): composta pelos 
sintomas que antecedem a fase dolorosa da doença. 
Inclui bocejos, fadiga, depressão, desejo por certos 
alimentos, tensão cervical e hipoatividade, que podem 
surgir até 48 horas antes do início da crise. 
2. Aura: conjunto de sintomas neurológicos reversíveis que 
precedem, acompanham, ou surgem 
independentemente da crise dolorosa. Esses sintomas 
se instalam gradativamente em 5 minutos e duram até 
60 minutos. Os sintomas mais comuns são as alterações 
visuais, que se manifestam como escotomas cintilantes 
e escotomas escuros. Outros sintomas menos comuns 
são os sensitivos e a afasia. 
 
Mecanismos da aura: a fisiopatologia da aura envolve 
um fenômeno chamado de “depressão alastrante (DA)” 
e consiste na despolarização com excitação neuronal 
hipotalâmica, causando ondas que se alastram em 
todas as direções, ou em direções específicas. A 
passagem dessas ondas pelo córtex visual pode causar 
as anormalidades visuais; pelo córtex sensitivo, em 
alterações sensitivas, e assim por diante. 
 
3. Fase dolorosa (cefaleia): como o tecido cerebral é 
indolor, acredita-se que a sensação de dor ocorre por 
ativação do nervo trigêmeo e de suas conexões com os 
vasos e as meninges, principalmente a dura-máter. Os 
mecanismos de ativação desse sistema 
trigeminovascular pode ocorrer por ação da DA no 
núcleo espinhal do trigêmeo, ou por estímulos 
nociceptivos em fibras da dura-máter. Após a ativação 
trigeminal, ocorre a sensibilização de outros neurônios 
através da via trigeminotalamocortical, o que ativa a 
substância cinzenta periaquedutal, a região dorsal da 
ponte, o hipotálamo, o lócus ceruleus, que estão 
relacionados com o processamento da dor. São 
gerados também impulsos que levam à liberação de 
neurotransmissores em regiões de inervação trigeminal 
(grandes vasos, meninges e seios venosos), o que gera 
uma inflamação neurogênica, também causando dor. 
Sintomas associados: náuseas, fotofobia, fonofobia... 
4. Resolução 
 
Diagnostico 
Cefaleias 
disfunções 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
é baseado na história clínica. O diagnóstico diferencial é a dor 
de cabeça tensional, mas a maioria das cefaleias de 
intensidade moderada-grave são enxaquecas. Em casos de 
suspeita de cefaleia secundária, deve-se pedir exame de 
imagem. 
 
Observações: Quando o paciente dorme com dor e acorda 
sem dor, considera-se a duração da dor até o momento do 
despertar. 
 
Em crianças e adolescentes, as crises podem durar o mínimo 
de 2 horas. São mais comumente bilaterais, se tornando 
unilateral na vida adulta, e frontotemporais, podendo ser 
faciais. Cefaleias occipitais devem ser melhor avaliadas, pois 
sugerem causa secundária. 
 
As crises podem estar associadas a alodinia. Uma pequena 
parte das mulheres acometidas (menos de 10%) tem crises 
associadas com o ciclo menstrual, geralmente sem aura. As 
crises tendem a ser mais prolongadas e acompanhadas por 
náuseas intensas. A migrânea sem aura é a mais propensa a 
se cronificar com o uso frequente de medicamentos. 
 
Complicações 
Estado migranoso: crise de migrânea com ou sem aura, com 
sintomas debilitantes que duram mais de 72 horas - pode 
estar associado a abuso de analgésicos. 
Aura persistente sem infarto: crise de migrânea com aura 
que dura mais de 1 semana e não apresenta alterações 
isquêmicas em exame de imagem. 
Infarto migranoso: um ou mais sintomas de aura de 
migrânea que duram mais de 60 minutos, acompanhados de 
AVCi em uma área cerebral compatível (ex: sintomas 
prolongados de aura visual - alterações isquêmicas no lobo 
occipital). 
Crise epiléptica desencadeada por migrânea/Migralepsia: 
crise convulsiva que acontece na crise de migrânea, ou até 1 
hora após ela. É muito raro e só ocorre na migrânea com aura. 
 
Cefaleia do tipo tensional 
É uma dor de cabeça holocraniana leve ou moderada, sem 
náuseas ou vômitos, mas que podem ser acompanhadas de 
fotofobia ou fonofobia (apenas uma dessas, nunca juntas). A 
dor não piora com a atividade. Podem ser desencadeadas 
por estresse, fadiga e falta de sono. 
 
Epidemiologia 
É a cefaleia primária mais prevalente e mais frequente, é 
comum tanto em homens, como em mulheres e em pessoas 
entre 30 e 39 anos. Costuma ser desencadeada por estresse 
e alterações do sono. 
 
Fisiopatologia 
Não é totalmente conhecida, mas acredita-se que há 
mecanismos periféricos e centrais multifatoriais. Uma das 
hipóteses é que ocorre uma alteração da sensibilidade da 
musculatura pericraniana, que seria causada por excesso de 
contração muscular, isquemia e inflamação. O envolvimento 
central é mais evidente em pacientes com a forma crônica 
da doença, os mecanismos fisiopatológicos seriam o 
envolvimento de centros superiores de integração sensitiva e 
a disfunção na antinocicepção (reflexo que, quando normal, 
aumenta o limiar da dor como forma de proteção). Acredita-
se que também pode haver disfunções em circuitos centrais 
glutamatérgicos, betaendorfínicos, serotoninérgicos também 
estariam envolvidos. As disfunções periféricas parecem 
ocorrer inicialmente causando crises episódicas que, em 
pessoas geneticamente predispostas, vão aumentando 
gradativamente até se tornarem crônicas, havendo a 
sensibilização por disfunções centrais. 
 
Clínica 
São de intensidade leve a moderada e podem ser episódicas 
(menos de 15 dias/mês) ou crônicas (mais de 15 dias por 
mês). Podem durar de 30 minutos até 7 dias e não pioram 
com a atividade física, nem estão associadas a náuseas. 
Pode haver fotofobia, fonofobiae osmofobia. 
Ø Infrequente: menos de uma crise por mês. 
Ø Frequente: 1 a 14 crises por mês, por ao menos 3 meses. 
Ø Crônica: mais de 14 crises por mês, por ao menos 3 
meses. 
A CTT também pode ser com ou sem dor pericraniana. 
 
Diagnóstico 
história clínica. 
 
Tratamento 
Costuma-se utilizar acetaminofeno ou AINEs, podendo-se 
combinar o acetaminofeno com cafeína. Essas medicações 
não devem ser usadas mais de três vezes por semana. A 
infiltração dos pontos gatilhos (trigger points) também pode 
ser realizada (injeção de anestésico + anti inflamatório na 
musculatura acometida). 
 
Não farmacológico: acupuntura, técnicas de relaxamento, 
fisioterapia e estimulação elétrica do nervo supraorbitário. 
 
Prevenção 
Tratamento profilático com amitriptilina, nortriptilina, 
doxepina, maprotilina ou fluoxetina, relaxantes musculares, 
fisioterapia, injeção com toxina botulínica e acupuntura. 
 
Cefaleia em salvas 
São dores de cabeça unilaterais associadas a sinais 
autonômicos ipsilaterais. CS crônica: a dor deve ocorrer por 
pelo menos 1 ano, sem remissão menor que 1 mês. 
 
Epidemiologia 
É mais frequente em homens e em pessoas entre os 20 e os 
30 anos de idade. 
 
Fisiopatologia 
A causa é desconhecida, mas suspeita-se que tenha a ver 
com uma ativação neuronal aumentada no hipotálamo e no 
tronco cerebral. 
 
Manifestações clínicas 
As crises são quase sempre unilaterais e são acompanhadas 
dos sintomas autonômicos, como lacrimejamento, hiperemia 
conjuntival, congestão nasal, rinorreia, semiptose, miose, 
rubor e edema palpebral. A dor costuma ser localizada atrás 
ou em cima do olho, ou na têmpora, podendo incluir 
bochecha, dentes e maxila. Atinge seu máximo de 
intensidade em 9 minutos e tende a terminar abruptamente. 
Os ataques acontecem cerca de 8 vezes por dia e são 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
descritos como dor em punhaladas que duram cerca de 15 
minutos a 3 horas. Pode ocorrer junto a dor fotofobia 
unilateral, fonofobia e, muito raramente, aura. Pacientes com 
esse tipo de cefaléia são incapazes de repousar, 
permanecendo andando. Esse tipo de dor pode estar 
relacionada com o uso de álcool, medicamentos 
vasodilatadores, histamina, sono, aumento da atividade 
física/mental/emocional e apneia do sono. Possui uma 
periodicidade diária ou sazonal, ocorrendo anualmente ou a 
cada dois anos. 
 
Diagnóstico 
História clínica. Exames de imagem devem ser pedidos em 
todos os pacientes no início das cefaleias em salvas, pois elas 
podem ser secundárias a outras doenças - infecções e tumor 
de hipófise. 
 
Tratamento 
Como é uma dor breve, não é indicado usar medicamentos 
orais (maior tempo de ação). Pode-se realizar inalação de O2 
a 100%por 30 minutos, sumatriptana ou zolmitriptana nasal 
spray ou sumatriptana subcutânea e di-hidroergotamina 
nasal, IM ou IV. Em casos refratários, pode-se realizar a 
estimulação do nervo grande occipital (implante de 
eletrodos nos nervos occipitais, na região da nuca, com 
emissão de impulsos elétricos, alterando o funcionamento do 
nervo e modulando a dor de cabeça). 
 
Prevenção 
Podem ser tomadas medicações preventivas no início de 
uma salva - Verapamil, lítio, corticosteróides (ação rápida) e 
ácido valpróico, topiramato e gabapentina. 
 
Cefaleias secundárias 
Cefaléia relacionada aos seios da face: Os próprios seios 
são insensíveis a dor, mas estruturas como ductos, cornetos, 
vasos e óstios são dolorosas e podem desencadear dor em 
um processo inflamatório/infeccioso (rinossinusite). As dores 
nesse caso são frontais, faciais, auriculares e na região dos 
dentes. O início da dor é simultâneo à rinossinusite e 
desaparece dentro de 7 dias após o tratamento. O 
diagnóstico é feito pela história clínica e os exames de 
imagem. 
 
Arterite temporal (arterite de células gigantes): É um 
processo inflamatório que ocorre quase que exclusivamente 
em idosos. Resulta em cefaléia contínua e generalizada, 
geralmente latejante. Junto a isso, é comum haver dor 
mandibular ao mastigar e cegueira transitória/permanente e 
diplopia. 
 
Diagnóstico: elevação da VHS e da PCR, e biópsia da artéria 
temporal com presença de células gigantes. O tratamento é 
realizado com corticoesteróides. 
 
Hipertensão intracraniana e pseudotumor Cerebri: A HC 
pode ser primária idiopática ou secundária a trombose 
venosa cerebral, a massa no cérebro, hidrocefalia ou outros 
causadores de aumento da pressão IC. A HC de causa 
primária é mais comum em mulheres obesas em idade fértil. 
 
A cefaleia da HC idiopática costuma ser pulsátil e sentida 
atrás dos olhos, podendo vir acompanhada de dor no 
pescoço e nas costas e zumbido, obscurecimento visual e 
diplopia. 
Pseudotumor Cerebri: termo para se referir ao aumento da 
IC sem lesões do tipo massas óbvias, que se deve a um 
agente agressor, como medicações (tetraciclina, minociclina, 
lítio, medicações relacionadas com vitamina A, hormônio do 
crescimento, distúrbios hormonais e apneia do sono). 
 
Diagnóstico: sintomas e sinais, como o papiledema. Deve ser 
feito uma RM para avaliar causas secundárias. A punção 
liquórica deve ser sempre realizada e medida a pressão de 
LCR, a não ser em casos de contraindicação (lesão expansiva 
IC). Pressão de LCR maior que 250mm H²O com ausência de 
anormalidades no líquido determinam uma HC. 
 
Tratamento: acetazolamida + perda de peso (idiopática) e 
tratamento das causas secundárias. Se a perda da visão 
progride, pode-se realizar cirurgias, como a fenestração da 
bainha do nervo óptico. 
 
Hipotensão intracraniana: Ocorre por hipovolemia do LCR, 
causada por perda liquórica por laceração da dura máter, 
geralmente na região lombar por cistos chamados cistos de 
Tarlov, ou por fístulas (ocorrem mais comumente na coluna 
torácica) que podem ser predispostas por distúrbios 
genéticos, como a síndrome de Marfan e a síndrome de Ehlers 
Danlos. A dor de cabeça melhora quando o paciente está 
deitado e piora em posição ereta (cefaleia posicional). Pode 
haver também dor no pescoço posterior. Em casos de 
herniação, pode haver alterações na audição, na visão e no 
equilíbrio, e perda de consciência. 
 
Diagnóstico: é feito por meio da RMN, podendo ser observado 
meninges, ingurgitamento venoso, espessamento dural, 
aumento da fossa hipofisária e herniação do rombencéfalo. 
A pressão liquórica pode ser baixa ou normal. 
 
Tratamento: repouso na cama e curativo epidural de sangue. 
Em casos de fístula, o tratamento consiste em repouso, 
cafeína, cinta abdominal e alta ingestão hídrica. 
 
Neuralgia do trigêmeo: É uma dor extremamente dolorosa, 
que ocorre por estímulos sensoriais na distribuição do nervo 
trigêmeo. A neuralgia do trigêmeo pode ser idiopática, ou 
causada por compressão vascular na zona da raiz do nervo. 
Pode estar associada à esclerose múltipla em pessoas jovens, 
e à dobra vascular vertebrobasilar em idosos - compressão 
do nervo. Ocorre mais comumente em mulheres e em 
pessoas entre 50 e 70 anos. 
 
Clínica: é uma dor aguda, lancinante e parecida com um 
choque ao redor do olho, na testa, na bochecha, no queixo ou 
nos dentes inferiores. Esses choques são curtos, podendo 
durar até 2 minutos. A dor costuma ser desencadeada por 
mastigação, tocar a face, escovar os dentes, ou ar sobre o 
rosto. 
 
Diagnóstico: dor com as características citadas, aguda e em 
“punhaladas”. RMN é recomendada para avaliar causas 
secundárias 
Ø Desmielinização, tumores e alças vasculares sobre a 
zona nervosa trigeminal. 
 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
Tratamento: medicação - carbamazepina, fenitoína, 
baclofen, clonazepam, ácido valpróico, gabapentina, 
topiramato, cirurgias 
Ø Descompressão microvascular, outros tratamentos - 
destruição parcial do nervo com calor (radiofrequência) 
ou com glicerol (destruição química). 
 
Neuralgia glossofaríngea: É uma dor unilateral, sentida no 
ouvido, na mandíbula, na garganta e na base da língua. É 
uma neuralgia rara que acontece provavelmente por 
compressão do nervo glossofaríngeo por vasos sanguíneos,tumores e aneurismas, ou por desmielinização e infecção. As 
dores são paroxísticas e duram no máximo 2 minutos, 
podendo apresentar até 40 episódios em um dia, também 
são despertadas por mastigação, deglutição e fala. 
 
Diagnóstico: história clínica + RNM (excluir neoplasia ou 
anormalidade vascular). 
 
Tratamento: carbamazepina. Pode-se realizar também 
terapia cirúrgica e ablação por radiofrequência. 
 
Critérios diagnósticos das cefaleias primárias de acordo 
com o International Headache Society 
Migrânea 
Migrânea sem aura 
A. Pelo menos cinco crises preenchendo os critérios de B a 
D. 
B. Cefaleia durando de 4 a 72 horas (sem tratamento ou 
com tratamento ineficaz). 
C. A cefaleia preenche ao menos duas das seguintes 
características: 
1. localização unilateral; 
2. caráter pulsátil; 
3. intensidade moderada ou forte; 
4. exacerbada por ou levando o indivíduo a evitar 
atividades físicas rotineiras (p. ex., caminhar ou subir 
escada). 
D. Durante a cefaleia, pelo menos um dos seguintes: 1. 
náusea e/ou vômitos; 2. fotofobia e fonofobia. 
E. E. Não atribuída a outro transtorno. 
 
Migrânea com aura 
A. Pelo menos dois episódios preenchem os critérios B e C: 
B. Um ou mais dos seguintes sintomas de aura, totalmente 
reversíveis: 
1. visual; 
2. sensitivo; 
3. fala ou linguagem; 
4. motor; 
5. tronco cerebral; 
6. retiniano. 
C. Pelo menos 2 de 4 características: 
1. pelo menos um sintoma de aura alastra gradualmente 
em 5 ou mais minutos e/ou dois ou mais sintomas 
aparecem sucessivamente; 
2. cada sintoma de aura dura de 5 a 60 minutos; 
3. pelo menos um sintoma de aura é unilateral; 
4. a aura é acompanhada ou seguida, em 60 minutos, 
por cefaleia. 
D. D. Não atribuída a outro transtorno e foi excluído um 
acidente isquêmico transitório. 
 
Cefaleia tensional 
É subdividida de acordo com a frequência e a presença de 
dor pericraniana. 
Cefaleia do tipo tensional episódica infrequente 
(associada ou não a dolorimento pericraniano): 
A. Ao menos 10 crises que ocorrem < 1 dia por mês em 
média (< 12 dias por ano) e que preenchem os critérios 
de B a D. 
B. Duração entre 30 minutos e 7 dias 
C. Ao menos duas das quatro seguintes características: 
1. localização bilateral 
2. caráter de pressão ou aperto (não pulsátil) 
3. intensidade leve a moderada 
4. não agravada por atividade física rotineira 
D. Ambos seguintes: 
1. sem náuseas ou vômitos 
2. apenas um de: fotofobia ou fonofobia 
E. Não apresentar outro diagnóstico da ICHD-3 
 
Cefaleia do tipo tensional episódica frequente (associada 
ou não a dolorimento pericraniano): 
A. Ao menos dez crises que ocorrem em ≥ 1 dia, porém < 15 
dias por mês durante ao menos 3 meses (≥ 12 dias e < 
180 dias por ano) e que preenchem os critérios de B a D. 
B. Duração entre 30 minutos e 7 dias 
C. Ao menos duas das quatro seguintes características: 
1. localização bilateral 
2. caráter de pressão ou aperto (não pulsátil) 
3. intensidade leve a moderada 
4. não agravada por atividade física rotineira 
D. Ambos seguintes: 
1. sem náuseas ou vômitos 
2. apenas um de: fotofobia ou fonofobia 
E. Não apresentar outro diagnóstico da ICHD-3 
 
Cefaleia do tipo tensional crônica (associada ou não a 
dolorimento pericraniano): 
A. Cefaleia que ocorre em ≥ 15 dias por mês, em média, por 
> 3 meses (≥ 180 dias por ano), preenchendo os critérios 
de B a D 
B. Duração de horas a dias, ou contínua 
C. Ao menos duas das quatro seguintes características: 
1. localização bilateral 
2. caráter de pressão ou aperto (não pulsátil) 
3. intensidade leve a moderada 
4. não agravada por atividade física rotineira 
D. Ambos seguintes: 
1. apenas um de: fotofobia, fonofobia ou náusea leve 
2. nem náusea moderada ou forte, nem vômitos 
E. Não apresentar outro diagnóstico da ICHD-3 
 
Cefaleia em salvas 
A. Ao menos cinco crises preenchendo os critérios B-D 
B. Dor forte ou muito forte unilateral, orbital, supraorbital 
e/ou temporal, durando 15-180 minutos (quando não 
tratada) 
C. Um dos ou ambos os seguintes: 
1. ao menos um dos seguintes sintomas ou sinais, 
ipsilaterais à cefaleia: a. injeção conjuntival e/ou 
lacrimejamento b. congestão nasal e/ou rinorreia c. 
edema palpebral d. sudorese frontal e facial e. miose 
e/ou ptose 
 2. sensação de inquietude ou de agitação 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
D. Ocorrendo com uma frequência entre uma a cada dois 
dias e oito por dia 
E. Não melhor explicada por outro diagnóstico da ICHD-3. 
Red Flags da Cefaleia 
Critérios de baixo risco 
Ø Quadro clínico típico de cefaleias primárias, de acordo 
com os critérios da ICHD/IHS. 
Ø História prévia de cefaleia similar. 
Ø Ausência de alterações ao exame neurológico. 
Ø Ausência de modificação no padrão habitual de 
cefaléia prévia. 
Ø Ausência de comorbidades de risco. 
Ø Ausência de novos dados preocupantes da história ou 
achados no exame físico. 
 
Sintomas e sinais de alarme: 
Cefaleia de início recente: quanto mais recente o início da 
cefaleia, maior a probabilidade de estar relacionada a uma 
causa secundária grave. O primeiro episódio de uma dor de 
cabeça é sempre motivo de alerta. Vale também para 
quando o paciente já com história prévia de cefaleia sente 
um novo tipo de cefaleia, diferente das anteriores. 
 
A pior cefaleia já sentida: uma cefaleia recorrente, mas com 
um episódio de intensidade bem mais forte pode estar 
diante de uma cefaleia secundária. 
 
Sintomas focais que não aura típica de enxaqueca: 
fenômenos visuais monoculares, sintomas que durem mais 
de uma hora, ou menos de 5 minutos, paresia ou qualquer 
queixa motora. 
 
Cefaleia desencadeada por tosse, exercício ou atividade 
sexual: pode ser manifestação pela má formação de Chiari. 
 
Cefaleia de forte intensidade e início recente durante a 
gravidez ou o puerpério: essas pacientes são grupo de risco 
para doenças vasculares que se relacionam com a dor de 
cabeça. 
 
Cefaleia de instalação rápida durante exercícios intensos: 
sendo o primeiro episódio, pode indicar hemorragia 
intracraniana ou dissecção carotídea. 
 
Cefaleia que se inicia após os 50 anos de idade: a 
prevalência das cefaleias primárias diminui com o 
envelhecimento, já o risco para o desenvolvimento de 
cefaleias secundárias é aumentado. 
 
Cefaleia em trovoada: termo usado para cefaleias de forte 
intensidade e de início abrupto, atingindo a intensidade 
máxima em até um minuto. Costuma estar associada a 
etiologias graves - hemorragia subaracnóidea por ruptura 
de aneurisma e hemorragias intraparenquimatosas. 
 
Manifestações sistêmicas ou neurológicas 
acompanhadas da cefaléia: principalmente febre, rash 
cutâneo, vômitos, alterações de personalidade ou do nível 
de consciência e crises epiléticas. 
 
Cefaleia progressiva: cefaleia aguda ou subaguda com 
aumento gradativo de frequência e intensidade podem 
indicar, neoplasia, arterite de células gigantes, hematoma 
subdural ou uso excessivo de analgésicos. 
 
História de uso de substâncias ilícitas, anticoagulantes, 
antiagregantes plaquetários: drogas como a cocaína e a 
metanfetamina aumentam o risco de sangramentos 
intracranianos. 
 
Cefaleia nova em pacientes com imunodeficiência ou 
câncer: pode indicar novas neoplasias ou infecções 
oportunistas. 
 
 
Achados no exame físico que indicam cefaleia secundária 
grave: rigidez de nuca, meningismo (rigidez nucal, fotofobia e 
cefaleia), papiledema, hemorragia sub-hialoidea 
(fundoscopia), sinais neurológicos focais, alteração da 
consciência, delirium, PA sistólica > 180 ou diastólica > 120, 
sinais de trauma craniano ou facial, dor à palpação da artéria 
temporal superficial, doença dos seios paranasais ou dos 
pulmões. 
 
Tratamentos da enxaqueca 
Tratamento da crise: 
➔ Princípios: 
- Tratar precocemente: melhora a resposta à dor, reduz a 
necessidade de medicação de resgate e o risco de alodinia. 
- Usar dose terapêutica adequada e ajustá-la quando a 
resposta for insuficiente. 
- Modificar a via de administração se houvergastroparesia. 
- Trocar por drogas de ação mais rápida ou meia vida mais 
longa em casos de recorrência de crises 
- Associar medicamentos para obtenção de uma resposta 
mais rápida e menor recorrência (a combinação de 
naproxeno com sumatriptano apresenta resultados mais 
eficientes). 
 
Tratamento das crises de baixa intensidade 
Medidas não farmacológicas: repouso em quarto escuro e 
silencioso, regular o sono, utilizar compressas frias na região 
dolorosa, limitar o consumo de cafeína, praticar atividade 
física aeróbica. 
Medidas farmacológicas: AAS, paracetamol, dipirona, AINEs 
(naproxeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida. 
 
Tratamento das crises de moderada a grave intensidade: 
Analgésicos comuns + AINEs + Drogas específicas para 
migrânea (triptanas). 
 
Tratamento profilático: 
É indicado para os pacientes que apresentam duas ou mais 
crises de migrânea ao mês por mais de 3 meses, ou quando 
Kamilla Galiza / 5º P / APG 
 
o tratamento abortivo é ineficaz ou contraindicado. Os 
principais medicamentos usados são os betabloqueadores 
(evitados em pacientes com asma, hipotensão e 
bradicardia), os antidepressivos, os anticonvulsivantes, os 
bloqueadores dos canais de cálcio e os antagonistas dos 
receptores de serotonina. 
 
Tratamento não farmacológico: 
Estimulação transcutânea do nervo supraorbitário (SON): 
tiara com eletrodo que inibe a transmissão nociceptiva e a 
modulação da dor. Estimulação magnética transcraniana 
(TMS): pulsos magnéticos que modulam a atividade neuronal 
do paciente. Estimulação do nervo vago (VNS): massagem na 
região lateral do pescoço. 
 
Gravidez: acetaminofeno. 
Contraindicações ao uso dos triptanos: HAS descontrolada, 
doença cardíaca isquêmica e angina. 
 
Referencias 
Goldman-Cecil Medicina, volume 1 / editado por Lee Goldman, 
Andrew I. Schafer; revisão científica Abouch Valenty 
Krymchantowski ... [et. al.] - 25. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 
2018. 
 
Tratado de neurologia da Academia Brasileira de Neurologia 
/ [organizadores] Rubens Gagliardi, Osvaldo M. Takayanagui; 
[ilustração Margareth Baldissara]. – 2. ed. – Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2019. 
 
The International Classification of Headache Disorders – 3rd 
ed. (2018) ICHD-3. 
 
WOOTTON, R. Joshua; WIPPOLD II, Franz J.; WHEALY, Mark A. 
Evaluation of headache in adults. UpToDate., 2019.

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