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COLÉGIO TABLEAU LÍVIA COPPI DA SILVA 1-21 TRABALHO DE TOXICOLOGIA TOXICOCINÉTICA E TOXICODINÂMICA GUARATINGUETÁ-SP 2022 SUMÁRIO INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………3 FASES DE EXPOSIÇÃO…………………………………………………………………..4 TOXICOCINÉTICA………………………………………………………………………….6 TOXICODINÂMICA…………………………………………………………………………8 CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….9 INTRODUÇÃO Quando falamos em intoxicação, estamos frente a diversas ações e reações do organismo, que vão desde a exposição ao agente tóxico até a sua excreção. De forma breve, o presente trabalho possui o objetivo de definir a toxicocinética e a toxicodinâmica, mostrando como ocorre a ação toxicológica. FASE DE EXPOSIÇÃO É a medida de contato entre o agente tóxico e a superfície do organismo. A intensidade desse contato depende de alguns fatores, tais como: via ou local de exposição, duração e frequência de exposição Existe quatro grupos específicos para definir a duração e frequência em que a exposição ocorre: Fase aguda: Pode ser uma exposição única ou múltipla que ocorre em um período de no máximo 24h. Fase subaguda: Ocorre durante algumas semanas (4 ou mais). Fase subcrônica: Ocorre por alguns meses, geralmente em torno de 3 meses. Fase crônica: Ocorre durante toda a vida do animal. Em relação às vias e o período de exposição, cada uma dessas vias terá características específicas que irão permitir ou não que determinado agente tóxico consiga alcançar a corrente sanguínea. Em algumas vias o alcance é mais rápido e em outras mais demorado, mas é importante que o agente tóxico chegue a corrente sanguínea para então poder disseminar-se pelo organismo. É importante lembrar da biodisponibilidade do A.T., ele pode absorver uma fração pequena ou grande, o que depende da dose ou concentração do agente tóxico que foi transferida do local de administração ou exposição para a circulação sanguínea. Principais vias de exposição: Oral (ou gastrointestinal) - Precisa ocorrer a ingestão do A.T. pelo animal. Atinge o estômago e intestino. Pode ocorrer desde a boca até o reto, entretanto o A.T fica muito pouco tempo na boca do animal, basicamente a difusão irá ocorrer de forma passiva pelo trato gastrointestinal. Nesse sistema possui dois grupos de agentes tóxicos: Ácidos fracos - geralmente é absorvido na própria mucosa gástrica Bases fracas - não se ionizam no pH intestinal, sendo assim a absorção será no local. Fatores que influenciam na absorção pelo trato gastrointestinal: Administração de EDTA - altera a permeabilidade da membrana. Conteúdo estomacal - se o estômago estiver vazio o contato do AT com a mucosa gástrica é maior. Secreções gastrointestinais - a acidez iônica do estômago pode provocar mudanças na atividade na estrutura química do agente, o que altera a velocidade de absorção. Mobilidade gastrointestinal - se há aumento de mobilidade, diminui o tempo de contato e consequentemente também diminui a absorção. Efeito da passagem pelo fígado - é onde ocorre a transformação, podendo causar uma diferenciação do processo. Inalatória (ou pulmonar) - O pulmão é o principal órgão dessa via, nesse caso precisa ocorrer a inalação para que tenha a entrada do A.T. no órgão e disseminação do mesmo pelo organismo. Essa aspiração pode ser feita por inalação de gases, vapores, e aerodispersóides que podem estar presentes no ambiente. Sendo assim, a via de penetração pode ser diferenciada pois a substância sofre absorção tanto nas vias aéreas superiores (mucosa do próprio nariz) ou nos alvéolos (mucosa pulmonar). Dérmica (ou cutânea) - É necessário um contato mais íntimo do animal com o A.T. A pele íntegra é uma barreira muito efetiva contra a penetração de substâncias, mas é necessário confirmar se a pele realmente está íntegra, pois pode existir microlesões. Os fatores que influenciam na absorção cutânea estão relacionados ao organismo como superfície corpórea, volume total da água corpórea, processo de abrasão da pele, fluxo sanguíneo, quantidade de pelos e queimaduras químicas/térmicas no organismo. Se a pele possui contato com agente químico, pode ocorrer um efeito nocivo local, sem ocorrer absorção cutânea; ou um efeito nocivo local e sistêmico. TOXICOCINÉTICA Descreve a ação do organismo sobre o agente tóxico, ou seja, como o organismo responde a um primeiro contato com o A.T. Dessa fase de atuação que resulta a quantidade de A.T. disponível que irá reagir ao receptor biológico ➔ ação tóxica A toxicocinética é a movimentação do agente tóxico no organismo, o qual passa pelos seguintes processos: . Absorção: Passagem do agente tóxico do meio externo para o meio interno, atravessando barreiras biológicas dentro do organismo mas fora da corrente sanguínea, podendo ser por via cutânea, digestiva, respiratória ou parenteral e termina com a chegada do agente tóxico à corrente circulatória. A absorção pode variar de acordo com a solubilidade, com a polaridade, com o peso molecular e com o grau de ionização. Três pontos importantes relacionados à absorção: - Absorção pelo trato gastrointestinal (oral) - Absorção cutânea - Absorção pelo trato pulmonar Fatores importantes que influenciam no transporte do A.T. por membranas: estrutura, espessura e a área da membrana. Fatores importantes que influenciam na substância química: lipossolubilidade, coeficiente de partição óleo/água e grau de ionização ou dissociação. Distribuição: Entrada do agente tóxico na corrente sanguínea, que pode ser por meio de absorção ou por meio de administração direta, ou seja, introdução de uma substância diretamente na circulação sanguínea. Essa distribuição é realizada pelas proteínas presentes no plasma. Durante a distribuição ocorre a ligação do A.T. ao seu sítio alvo, que pode estar relacionado a um órgão ou tecido, sendo esse o momento onde o agente exerce sua ação tóxica. A extensão da distribuição de um agente tóxico do sangue para os tecidos depende das seguintes variantes: hidrossolubilidade (capacidade do A.T. se solubilizar em moléculas de água), lipossolubilidade (capacidade do A.T. se solubilizar em moléculas de gordura), ligação às proteínas plasmáticas e ligação às proteínas teciduais. Eliminação: Normalmente está relacionada à biotransformação e excreção. Na biotransformação ocorre a transformação do A.T. em moléculas ou substâncias que não afetam tanto o organismo. Na maioria das situações acontece no fígado, nos microssomas hepáticos, porém em alguns casos temos a biotransformação plasmática, ambas podem gerar substâncias mais tóxicas do que a original ou menos tóxicas do que a original. Consiste na transformação química das substâncias, sejam elas medicamentos ou agentes tóxicos, dentro do organismo vivo, buscando favorecer a eliminação. Esse processo permite a formação de metabólitos que normalmente são mais polares e menos lipossolúveis do que a molécula original, favorecendo a eliminação do agente do organismo. Reações de fase I - Ocorre a conversão dos agentes tóxicos e metabólitos mais polares, podendo ser por meio da oxidação, redução ou hidrólise. Os metabólitos podem ser mais ativos do que as moléculas originais, menos ativos ou inativos. Se forem mais ativos, significa que o processo de biotransformação não foi muito eficiente pois o A.T. ainda pode causar problemas para o organismo. Se forem menos ativos, serão mais calmos em relação ao organismo. E inativos, o processo de biotransformação consegue transformar uma molécula que não irá causar mal algum para o organismo. Reações de fase II - Podem ser denominadas reações sintéticas ou de conjugação. Envolvem o acoplamento entre os agentes tóxicos ou seus metabólitos a substratos endógenos, e com isso facilita a eliminação do agente tóxico do organismo. Excreção: A excreção pode ocorrer por via renal (eliminação pela urina), pelo sistema biliar ou pelo leite - como por exemplo, fêmeas que estiverem amamentando e tiverem contato com algum agente tóxico, nesse caso os filhotes também terão contatocom o A.T. através da amamentação). TOXICODINÂMICA É a ação do agente tóxico no organismo e como o organismo irá responder perante aos efeitos causados pelo agente, os quais levam a lesão das funções bioquímicas ou fisiológicas. Quando falamos sobre lesões bioquímicas, estas influenciam na desnaturação de proteínas, problemas nas cadeias, diferenciação das ligações. Dependendo da intensidade, as lesões podem ser reparadas pelo próprio processo. Já as fisiológicas, dependendo da lesão não pode ser corrigido pois o sistema afetado pode não ter capacidade de regeneração, nesse caso o organismo carregará as lesões para o resto da vida. Mecanismos inespecíficos da ação tóxica Aqueles capazes de formar lesão em qualquer célula do organismo vivo, como por exemplo, os ácidos e as bases fortes que atuam vagamente sobre qualquer órgão ou tecido, provocando irritação ou corrosão. Ex.: ácidos, bases, fenóis, aldeídos, álcoois, destilados do petróleo e alguns sais e metais pesados. Mecanismos específicos da ação tóxica As enzimas podem ser consideradas como alvo do toxicante atuando da seguinte maneira: - Inibição de proteínas transportadoras celulares. - Ação como agonista ou antagonista de receptores de neurotransmissores - Inibição da produção de adenosina trifosfato (ATP) como mecanismo de ação tóxica. - Produção de compostos intermediários altamente reativos. CONCLUSÃO Os efeitos de um agente tóxico no organismo de um animal são consequência das suas características toxicocinéticas e toxicodinâmicas. A toxicocinética é o estudo do movimento de um agente tóxico em um organismo vivo, desde a hora da absorção, distribuição, biotransformação e excreção. A toxicodinâmica é o mecanismo de ação do tóxico no organismo, e o resultado disso, que pode ser bioquímico ou fisiológico.
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