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ORTOPEDIA/TRAUMATO - 2°B AULA 2 - DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL DEFINIÇÃO: Anormalidades do quadril que podem ser congênitas ou desenvolvem-se após o nascimento. Obs: Se tiver só uma instabilidade, com o tempo isso pode luxar e então a pessoa desenvolve. A maior chance de ocorrer é em mulheres (por causa da elastina, deixa a cápsula mais frouxa), posição intrautero e frouxidão ligamentar. A displasia implica em deformidade progressiva do quadril, no qual o fêmur proximal, o acetábulo e a cápsula articular são defeituosos. A luxação da cabeça do fêmur poderá ocorrer no útero, ao nascimento ou após o nascimento. Classificação: · Teratológica: Associada a outras desordens. Deformidades graves - acetábulo, cápsula e fêmur proximal. Mielomeningocele, artrogripose, agenesia lombossacral e anomalias cromossômicas. · Típica: Criança normal → Sem outras deformidades. Incidência: · Sexo feminino maior incidencia (4:1) → associação com a relaxina. · 1-1,5 : 1000 n.v. → depende da região. Epidemiologia: · 1º mais comum → LADO ESQUERDO. · 2º → Bilateral. · + raro e de pior prognóstico é o isolado à D. · Associado: · Torcicolo congênito ( mais importante - 5 a 20%). · PTC - NÃO. · Primeiro filho. **Dar mais foco no lado esquerdo, porque é o lado mais comum, sendo o lado direito mais raro. Etiologia: Doença multifatorial. → Associada à: · Laxidão. · Posição intra-útero. · Posição pós-natal. · Displasia acetabular primária → improvável (Tachdjian repudia esta hipótese). · Anteversão femoral excessiva. Laxidão Ligamentar: · Relaxina é presente na gravida, hormônio responsável pela elasticidade da pelve → passa a placenta e afetar o feto. (o que explica a maior incidencia no sexo feminino). · DDQ o excesso de frouxidão tem maior proporção entre colágeno tipo III X colágeno tipo I . · O excesso de frouxidão da cápsula é o principal fator na falha de manter a cabeça congruente e por conseguinte desenvolver a DDQ. · A cápsula tem papel mais importante que a estrutura óssea em si. É necessário a cápsula para manter a cabeça do fêmur dentro do acetábulo, em contato com a cartilagem trirradiada. Posição intrauterina: · 16% dos pacientes com ddq nasceram de parto pélvico. · Pélvico, pior se ambos flexão e rotação externa (36% terão DDQ). · Cesárea diminui a incidência se pré-termo (8.1% → 3,7%) · No tempo normal NÃO ALTERA!!! · A apresentação PE favorece o quadril esquerdo a ter DDQ porque fica contra o sacro. Desenvolvimento do Quadril: · Começa na sétima semana de gestação. · A forma do acetábulo se desenvolve a partir do contato com a cabeça femoral. · Ao nascimento o acetábulo é completamente formado por cartilagem e tem o labrum de fibrocartilagem → acetábulo tem continuidade com com a cartilagem trirradiada. · O acetábulo do neonato é como uma placa fisária. · O labrum atua na formação acetabular também e deve ser manipulado cuidadosamente no tratamento. · O acetábulo assume sua forma definitiva por volta dos 8 anos. · O fêmur proximal se desenvolve em um padrão complexo e não tão esclarecido. · Surge um centro de ossificação na cabeça do fêmur por volta dos 4 a 7 meses. · Esse centro vai crescendo e a cartilagem cedendo espaço a ele até o fim da adolescência. Cartilagem trirradiada: · Ílio, ísquio e púbis. · Centrada perfeitamente no fundo do acetábulo. · Morfologia em estrelas de 3 pontas → condição essencial para o crescimento concêntrico. Dividida em 3 centros de epifisário: · Os acetabulum - o maior dos 3, aos 8 anos → parede anterior e parte do púbis. · Epífise acetabular - aos 8 anos → acetábulo superior e parte do ílio. · Posterior/Isquiática - aos 9 anos → fusão aos 19 anos. Elementos envolvidos no crescimento normal: · Cartilagem subcapital: crescimento do colo do fêmur. · Cartilagem do trocanter maior: · Dela depende o ângulo de varização. · É solicitada pelas forças de tração (glúteo médio). · Cartilagem trirradiada (“Y”): · Crescimento e morfologia do acetábulo. · 50% do desenvolvimento da pelve. Terminologia: · Displásico: Alteração que não deixa com que a cabeça fique congruente. Achado radiográfico, com obliquidade aumentada e perda da concavidade acetabular, com arco de Shenton intacto. · Subluxação: Cabeça sem contato total com o acetábulo e quebra do arco de Shenton. · Luxado: Cabeça do fêmur sem contato com o acetábulo. Desenvolvimento do DDQ: Flexão do quadril nos últimos meses de gestação + apresentação pélvica = displasia residual ou luxação. Quanto mais flexão no quadril, mais a cápsula fica frouxa e isso vai favorecer a displasia de quadril. Instabilidade: · Quadril está contido e reduzido, mas isso é instável. · Luxável, em decorrência da frouxidão cápsula ligamentar. · Pode haver ou não displasia concomitante. Evolução: IMPORTANTE · 60% se estabilizam na primeira semana de vida. · 88% se estabilizam até 2 meses de vida (sem TTO). · 10% tendem a evoluir para subluxação/luxação → não fizeram diagnóstico ao nascimento. Deformação de estruturas que se desenvolveram normalmente embriologicamente. Se não tenho a cabeça do fêmur dentro do acetabulum, o músculo glúteo fica atrofiado e os músculos adutores ficam encurtados → paciente vai ter limitação da adução. Ao nascimento subluxa e reduz fácil → rima posterosuperior do acetabular achatada Conforme essa instabilidade continua, a parte posterior do acetabular/labrum se inverte e hipertrofia → Neolimbus. Quando você reduz faz um CLUNK → cabeça passando pela lombada do neolimbus. Se continua o pulvinar cresce e não deixa mais voltar. O ligamento redondo alonga e engrossa e também impede. A cápsula contrai abaixo da cabeça, mais estreita que seu diâmetro. Se reduz e mantém reduzida a tendência que o acetábulo e a cabeça se tornem congruentes novamente → äpoitamento do fêmur". O ângulo acetabular vai horizontalizando após a redução. Já se não reduzir (até 4-8 anos → não tem consenso). Vai ficando cada vez mais vertical, pode passar de côncavo a convexo. DDQ no adulto: · Quadril bem mais alto, cercado de cápsula espessa - "high riding dislocation" · Cabeça oval e achatada medial. · Ligamento redondo espesso, sem cartilagem no acetábulo. · Tração muscular encurta o membro. · A cabeça pode ficar sem artrose até o fim da vida. *Se não for uma luxação completa → Artrose. Clínica ------ PROVA!!!! Nascimento aos 6 meses de idade: · Instabilidade = BARLOW. · Luxação = ORTOLANI. O normal é não fazer o "”clack". Os testes são apenas para fazer diagnóstico e não para correção. 6 aos 12 meses de idade: Não consegue fazer mais o teste de ortolani. Então deve-se prestar atenção em outras coisas: vão ter pregas na região da coxa, tanto glúteas quanto poplíteas (PROVA!!) Deslocamento progressivo: · Raramente Barlow e Ortolani. · Assimetria de pregas glúteas e poplíteas. · Assimetria das pregas inguinais. · Sinal de Galeazzi - Coloca o bebe em decúbito dorsal, faz flexão do quadril, o quadril luxado está mais abaixo do quadril normal. · Limitação da abdução → Mais confiável!!!! PROVA Após a marcha: · Unilateral DIFERENTE bilateral · Ponta dos pés no lado afetado (+ curto). · O GM puxa o fêmur. Teste de Trendelenburg O sinal de Trendelenburg é encontrado em pessoas com fraqueza da musculatura abdutora do quadril, em especial o glúteo médio. O sinal de Trendelenburg é positivo se, quando o quadril de um paciente que está de pé sustentado por somente uma perna, cai para o lado da perna levantada. A fraqueza é presente no lado da perna em contato com o chão. O corpo não é capaz de manter a perna estável, causando uma inclinação ou queda da pelve em comparação com o lado contralateral. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM USG: melhor método até os 6 meses de idade. 2 métodos: · Estático de Graf **** → é o mais usado · · Dinâmico de Harcke: · Reprodução das manobras de Barlow e Ortalani · Posição supina · Plano transverso Método de Graf: PROVA Imagem coronal do quadril, com 45 graus de felxao e 15 graus …. Quando a cabeça do femur vem para lateral, ela tende a forçar no teto cartilaginoso · 2 ângulospor medida: · Alfa · Beta: Alfa: Representa o teto ósseo · Medida da inclinação do aspecto superior do acetábulo. · Normal = > 60º Beta: Representa o teto cartilaginoso · Avalia o comportamento cartilaginoso do acetábulo. · Normal < 50 graus Normal de 55 a 60 Conforme subluxa, o alfa diminui e o beta aumenta → se for para o centro diminui, se for para lateral aumenta ARTROGRAFIA Raro a utilização → invasivo · Definição dos limites da cápsula · Estruturas · Neolimbo invertido · Ligamento redondo RADIOGRAFIA: PROVA!!! · Úteis por volta dos 2 a 3 meses (pensar em 6 meses) · Pelve AP · Linha de Hilgenreiner → linha que passa sobre a cartilagem trirradiada. · Linha de Perkins → linha que passa pela borda lateral do acetábulo, perpendicular à linha de Hilgenreiner. Delimita os quadrantes de Ombrédanne. · Quadrantes de Ombrédame → vai dizer onde está a cabeça do fêmur OBS: O normal é a cabeça do fêmur estar ínfero-medial. · Linha de Shenton → É uma linha harmônica para formar como se fosse um sistema oval, que pega o colo do fêmur e o ílio (não precisa saber para a prova). Quando o quadril está luxado, esta linha está quebrada. Segue a curvatura superior do forame obturado e continua em curva junto ao colo do fêmur. É interrompida nas luxações · Índice acetabular: Entre a linha de Hilgenreiner e a superfície do acetábulo → quanto maior o ângulo, menos acetábulo eu tenho. · Neonatos 🡪 27.5º · 6 meses 🡪 23.5º · 2 anos 🡪 20º · 30º é o limite máximo do normal Não precisa saber os valores, apenas o que é o ângulo (índice acetabular). · Linha de Calvé · Estende-se pela margem lateral do ílio a partir da convexidade do acetábulo até o colo do fêmur. · Deve tocar a margem lateral do colo do fêmur. · Mais importantes → linha Hilgenreiner, quadrante de Ombrédanne e índice acetabular. TRATAMENTO - suspensório de pavlik (nas primeiras semanas de vida) · Funções: · Manter o quadril em flexão e abdução. · Evitar a extensão e adução · Manter a cabeça femoral centrada no acetábulo (promove o desenvolvimento do acetábulo). · Promover a redução espontânea da luxação. · Contra-indicações: · Desequilíbrio muscular (mielomeningocele, paralisia cerebral) · Frouxidão ligamentar (Ehlers-Danlos) · Rigidez muscular (artrogripose). SUSPENSÓRIO DE PAVLIK: · Tiras: · Anterior → limitam a extensão · Posterior → limitam a adução · Posição: Flexão = 100-120º Abdução = Nunca forçada, tração leve pelas tiras, de modo que abduza mais pela gravidade. · Uso continuado → não retirar para o banho · Não deve ser utilizado após 6 meses de idade. · COMPLICAÇÕES: IMPORTANTE (PROVA) · Abdução exagerada = necrose da cabeça. · Flexão exagerada = lesão do nervo femoral · falha na redução (15%) · Desenvolvimento acetabular tardio · Doença de Pavlik → deforma o acetábulo se permanecer muito tempo luxado → achatamento na região postero lateral. TRATAMENTO - NEONATO: · Se Ortolani ou Barlow + 🡪 Reduzir e estabilizar 🡪 Até 95% bons res. · Recomendam-se botar Pavlik tanto nos luxados quanto nos instáveis, embora boa parte dos instáveis estabilize sozinho. · Pavlik , na 3º semana é realizado US, e se ok, prossegue o tratamento · + 3 semanas e o PAVLIK é retirado · Acompanhamento é feito com rx com 4 meses. · Se na 3ª semana estiver luxado, usar órtese em abdução. 1-6 meses · Inicia com Pavlik (usar com flexão >90º) · Se em 3-4 semanas não reduzir, buscar outro tratamento · Se reduziu, manter por mais 6 semanas com acompanhamento assíduo · Após a retirada , pode manter em um aparelho de abdução por mais 3-4 mesesbdução por mais 3-4 meses. 6-12 meses: · Tração 🡪 3 a 8 semanas · Redução incruenta possível: · Gesso por 6 semanas + 6 + 6 (segundo Tachdjian) · Redução incruenta impossível: · Contratura dos adutores = tenotomia (aumenta área de segurança) · Interposição de partes moles = redução cruenta · Gesso por 6 semanas + órtese · Evita-se osteotomias nesta idade TRATAMENTO - APÓS A MARCHA · Redução cruenta + gesso · Retirar o pulvinar e o lig. transverso · 18 meses – 3 anos (após 24 meses) · Salter · 3 anos – 6 anos: · Salter + encurtamento femoral · > 6 anos: · Chiari Legg – Calvé - Perthes ETIOLOGIA · Desconhecida · Teorias: · Traumática · Congênita · Vascular · Mecânica · Hormonal Episódios isquêmico idiopático: · Anormalidade de coagulação (deficiência de PTN C ou S/ Fator 5 Leiden) · Alteração do fluxo sanguíneo arterial (obstrução na art.circunflexa medial) · Obstrução da drenagem venosa da epífise e colo femoral · Trauma · Influência genética · Fatores nutricionais · Sinovite transitória · Teoria Unificada: Criança suscetível sofre um trauma leve provocando a formação de pequenos trombos na área metafisária, distúrbios da coagulação impediriam a reabsorção dos trombos. Ramos da A. circunflexa femoral medial: principal artéria para fornecer sangue para cabeça do fêmur (deve saber). · Vasos epifisários laterais e anteriores · Vasos cervicais ascendentes laterais · Avascularidade - somente uma artéria póstero-superior que penetra na cápsula. ANATOMIA: · Apenas o núcleo secundário de ossificação está envolvido. · O episódio de isquemia parece fugaz e único, não se repetindo ulteriormente · A necrose instala-se sempre nos cantos anterior e lateral da epífise e estende-se para as regiões posterior e medial da cabeça femoral. PATOGENIA: 4 fases (Waldestrong): · Necrose (inicial - sinovite): dura 6 meses · Altera cor da cabeça (mais densa), diminuição do núcleo. · Alargamento do espaço medial (pela sinovite, hipertrofia da cartilagem) · Fragmentação: dura 8 meses · Início da reparação (reabsorção e deposição óssea). · Fase inflamatória · Amolecimento tecidual (vulnerabilidade mecânica). · Lateral para medial e anterior para posterior. · Reossifocação: dura de 2 - 4 anos. · Simultânea à fragmentação · Aumenta radiodensidade · Residual: até o final. Estágio inicial há necrose local da camada mais profunda da cartilagem epífise, com hipertrofia da cartilagem. No segundo estágio, há fragmentação com reabsorção e revitalização tecidual através de aposição .. A necrose pode estender-se à placa de crescimento do fêmur proximal – fechamento da placa = colo curto e ascensão do grande trocânter → Fase é de reossificação, podendo estar deformada ou não Fase residual. A cartilagem articular não é afetada → porque a alteração está na parte óssea. Acetábulo remodela com a deformidade residual. Placa é mais fina que normal, com células irregulares. EPIDEMIOLOGIA · 4-8 anos – pico aos 6 anos (2 anos até 16 anos) · Sexo masculino (4:1) · Incidência varia de 1:1200 até 1:12500 · Mais frequente em Japonês, Asiático, Esquimó · Raro em negros – (persistência art.lig. Redondo) · Hx familiar 1,6 a 20% · Alt. Pôndero estaturais (atraso) · Últimos partos de mães multíparas · Baixas condições sócio econômicas. · Malnutrição (baixo IGF-2) · Bilateralidade em 10% (fases diferentes) · Lado esquerdo mais afetado · Mais em centros urbanos QUADRO CLÍNICO: · Dor inguinal ou face anterior da coxa → Relacionado com atividade. · Dor referida na face ântero-medial do joelho (pode ser o único sintoma) - n. obturatório. → Passa próximo à cápsula articular, a cápsula vai estar estendida por causa da pressão, causando essa dor. · Espasmo e contratura da loja adutora → Limita abdução. · Claudicação (1º sinal clínico). · Limitação da abdução e rotação interna do quadril · Trendelemburg frequentemente positivo. EXAME FÍSICO: · Limitação da rotação interna do quadril → SINAL PRECOCE · Limitação da abdução → é um problema! EXAMES COMPLEMENTARES: · Rx (AP + LAUENSTEIN - perfil do quadril) · Sinais precoces - diminuição da altura do núcleo epifisário, aumento do espaço articular, fratura subcondral (sinal de Caffey). · Permite classificação, acompanhamento das fases evolutivas e detecção dos sinais de cabeça em risco. · RNM: útil para o diagnóstico precoce (antes do Rx) e preciso. · Cintilografia: Detecção precoce do infarto. · Artrografia: Informações sobre a relação cabeça/acetábulo - tamanho e forma da cabeçae relação com lábio cartilagíneo. Avalia a melhor posição de congruência do quadril. · discrepancia RX-artrografia. · classificação pneumoartrografica de laredo. HISTÓRIA NATURAL: · Doença autolimitada · Sequelas dependem de fatores de mau prognóstico: · Idade (> 6 anos) - menor potencial de remodelação → quanto mais jovem, menor a sequela. · Extensão do comprometimento do núcleo epifisário → quanto maior a lesão do núcleo epifisário, mais sequela vou ter. · Tempo entre o aparecimento da necrose e sua resolução espontânea completa. · Obesidade → mais gordo, pior · Apesar do Rx ruim, muitos pacientes vão bem · + importante: mobilidade · Grande parte: evolui para Coxartrose → Deteriora a partir dos 40 anos Subluxação lateral Cistos metafisários CLASSIFICAÇÕES (só para saber que existe) Classificação Catterall CATTERALL - GRUPO I CATTERALL - GRUPO II CATERRALL - GRUPO III CATERRALL - GRUPO IV CLASSIFICAÇÃO - SALTER-THOPMSON Sinal de Caffey - fratura subcondral (fase inicial) · Grupo A: Comprometimento < 50% · Catterral I e II · Coluna lateral intacta · Grupo B: Comprometimento > 50% · Catterral III e IV · Pior prog · Pega + pilar lateral CLASSIFICAÇÃO - HERRING (PILAR LATERAL) Fase de fragmentação - alterações radiográficas. A → 0% B → < 50% C → > 50% Fase intermediária: B/C = 50% CABEÇA EM RISCO (PIOR PROGNÓSTICO) · Subluxação da epífise femoral (+ importante) · Quadril em Dobradiça · Extensão da epífise descoberta · Calcificação lateral da epífise · Alargamento da cabeça femoral antes da fase de fragmentação · Alargamento precoce do colo femoral · Horizontalização da placa fisária · Sinal de Gage (lise epifísio-metafisária lateral) · Cistos metafisários – congestão vacular e redução potencial cresc. * 3 últimos são considerados atualmente de menor relevância - Sizínio FATORES PROGNÓSTICOS · Deformidade Residual (+ importante) · Congruência articular · Idade do aparecimento doença · (mais novo = melhor) · Extensão do envolvimento epifisário · Distúrbio secundário do fechamento da fise · Potencial de remodelamento · Tipo de tratamento (?) · Estágio da doença no início do tratamento PROGNÓSTICO · Cabeça centrada e quadril móvel são os objetivos · Pior prognóstico é em meninas e em crianças mais velhas (após 9-10 anos de idade), pelo baixo potencial de remodelamento e crescimento da cabeça femoral · Envolvimento extenso da epífise e diminuição da altura do pilar lateral também são prognósticos COXA VARA FUNCIONAL Sobrecrescimento relativo do trocanter maior , superior ao centro de rotação da cabeça, levando a coxa vara funcional. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL · Sinovite transitória do quadril · Artrite séptica · Displasia de Meyer- bilateral e fases simétricas – BENIGNA · Ossificação atrasada e irregular do núcleo de ossificação da cabeça femoral · Displasias epifisárias · Mucopolissacaridoses · Hipotireoidismo · Gaucher · TB · ARJ · Osteomielite · Osteoma Osteóide · Osteocondrite Dissecante · Anemia Falciforme · Hemofilia · Condrólise idiopática OBJETIVO · Centralizar definitivamente a cabeça do fêmur dentro do acetábulo · Todos os sistemas de classificação de prognóstico baseiam-se no aspecto morfológico do quadril após o fechamento das placas de crescimento: · Método dos círculos concêntricos de Mose: · Avaliar concentricidade e variância da cabeça (AP ou P) · Bom px <1 mm · Interm: 1-2 mm · Mau px > 2 mm CONSIDERAR TRATAMENTO · Grupo de Pior Prognóstico - Tratamento · Caterral 3 e 4 · Salter-Thompson B · Pilar lateral C · RX em risco ou clinicamente em risco · < 8 anos com deformidade · > 8 anos · Grupo de Bom Prognóstico – Nenhum Tratamento · Caterral 1 e 2 · Salter-Thompson A · Pillar lateral A · Grupo de Prognóstico Intermediário – Pode necessitar Tratamento · Caterral 2 · Pilar lateral B TRATAMENTO · Doença Autolimitada · Via de Regra o Tto é Conservador · Cirurgia proposta p/ tratar seqüelas c/ deformidades Objetivos do Tratamento (Cirúrgico ou Conservador): · Manter a epífise femoral centrada no acetábulo · Preservar a mobilidade do quadril 60% não há alteração do curso natural e evoluirão favoravelmente c/ ou s/ tratamento 15% evoluirão de forma desfavorável apesar do tratamento Catterral tipo I ou pctes na fase de reossificação não necessitam de qualquer tipo de tratamento. · O tratamento é instituido conforme a idade do paciente. · < 6 anos; 6 – 8 anos; 8 – 12 anos; > 12 anos. · Leva-se em consideração a classificação do pilar lateral. · Quando o paciente está na fase inicial ou início da fragmentação: · Utilizar apenas a faixa etária, pois não se pode aplicar a classificação. TRATAMENTO CONSERVADOR - SINÍZIO: método histórico · Restrição da marcha · Repouso no leito sob tração cutânea (abdução progressiva – s/n tenotomia adutores) · Imobilização após resolução do quadro álgico · Artrografia: · Gesso ínguino-maleolar bilateral com flexão do joelho 15°, abdução de 30-45° e rotação interna de 10° (Petrie/Broomstick) (sem carga) 45 dias. · Trocado depois pelo Atlanta · 2 semanas s/ gesso e s/ carga (mobilidade ativa quadris e joelhos) · Rx controle · Repetição do protocolo até ossificação do pilar lateral GESSO DE PETRIE/BROOMSTICK TRATAMENTO CONSERVADOR RECENTE · Autor Lovell: deixa descansar na cama, sem imobilização, com analgésico, e manda mobilizar · Fisioterapia para manter ADM · Órtese abdução noturna... · Várias combinações · Estudo atuais demonstram que resultado é semelhante com ou sem imobilização · E o resultado mais relacionado com a apresentação da doença · Geralmente bom prognóstico TRATAMENTO CIRÚRGICO · Pode ser acetabular, femoral ou os 2 · Indicado para quadril contido no acetábulo · Com relativa congruência e boa ADM · E fase inicial ou fragmentação · Dispensa imobilização · Rápida reabilitação · Osteotomia Varizante: · Idade de aparecimento da doença acima de 6 anos · Prognóstico ruim baseado na presença de sinais de risco · Epifisiodese do grande trocânter simultânea (trendelenburg) pelo risco de varização excessiva e impotencia do gluteo médio · Alivia pressão na cabeça, acelerando processo · Pré-Requisito: Boa ADM, congruência cabeça · Pode fazer artrografia para avaliar · Necessidade de RMS · Objetivo: centralizar a cabeça · Osteotomia de Salter: · Idade de aparecimento da doença acima de 6 anos · Grau de moderado a grave de comprometimento · Início de subluxação · Indicada se não houver irregularidade grosseira ou achatamento da superfície femoral - > impacto · Nesses casos -> Chiari ou Shelf · Mantém CF centrada e aumenta vascularização local · Objetivo: centralização, expandir e reorientar o teto · · Osteotomia de Chiari: · Reservada para casos onde a cabeça femoral reossificada permanece lateralizada · · Osteotomia Valgizante: · Quadril em dobradiça (hinge abduction) · Objetivo: melhorar a distribuição das pressões · Osteotomia de Shelf: · Subluxação com insuficiente cobertura acetabular · Realizado quando o tto conservador falha · Primeiros seis meses de aparecimento dos sintomas · Crianças mais velhas não candidatas a osteotomia femoral · Procedimento de salvação, quando cabeça irregular ou achatamento da cabeça OSTEOCONDROSES Definição: · Osteocondroses ou epifisites – desordens nas epífises em crescimento ativo · Alteração da ossificação endocondral ( tanto osteogênese como condrogênese) · Em locais previamente normais · Condição idiopática; pode ocorrer em quase todos os núcleos de crescimento do corpo (epifises, apofises e fises), única ou simultaneamente · História clínica bem definida e resultados previsíveis ETIOLOGIA · Desconhecida · Provável alteração de vascularização 2ª a trauma, infecção ou malformações congênitas · Falha no processo de condrificação dos canais cartilaginosos no núcleo de crescimento · Por necrose destes canais ou falha no crescimento · Necrose epifisária segmentar do osso subcondral e cartilagem acima -> osteocondrite dissecante · Apofisite por tração -> osteocondrose de cartilagem não-articular · Relacionadaa falha mecânica pela força longitudinal tendínea ou ligamentar CLÍNICA · Depende do local · Dor, inflamação, edema, diminuição de ADM, alterações de marcha, distúrbio de crescimento (se envolvimento fisário – ex. Blount*) RADIOGRAFIA · Inicialmente: centro envolvido com tamanho diminuido, aumento da densidade ou arquitetura irregular · Necrose -> reabsorção -> reossificação · Pode voltar a ter aspecto normal ou ficar permanentemente alterado · Atraso na revascularização completa de um centro necrótico fragmentado -> separação de um fragmento osteocondral livre (osteocondrite dissecante) HISTOPATOLOGIA (FASES) TRATAMENTO · Normalmente auto-limitadas, responsivas ao tratamento conservador · Sintomáticos, gelo, repouso · A seguir, reabilitação · Cirurgia em alguns casos severos · Estimular cicatrização, remover fragmentos, corrigir alinhamento LOCAIS E EPONIMOS Membro superior · Capítulo – Panner · Semilunar – Kienboch · Falanges – Thiemann · Radio Distal – Madelung · Cabeça MTC – Mauclaire · Radio Proximal – Schaefer · Ulna Distal – Burns · Condilo Umeral – Froelich · Escafóide - Preiser Coluna/Pelve · Vértebra – Scheuermann · Crista ilíaca – Buchman · Sínfise púbica – Pierson · Junção isquiopúbica – Van Neck · Tuberosidade Isquiática - Valtancoli Membro inferior · Cabeça Femoral – Legg-Perthes · Tibia Proximal – Blount · TAT – Osgood – Schlatter · Apófise do calcâneo – Sever · Navicular – Koheler · Cabeça MTT – Freiberg · Base 5º MTT – Iselin · Epífise 1º MTT - Wagner · Cuneiforme medial - Buschke · Patela – Sinding-Larsen-Johansen · Corpo do tálus – Mouchet · Tibia distal – Lewin · Trocanter maior – Mandl – Buchman · Trocanter menor – Monde-Félix · Côndilo Femoral – Köenig · Cubóide – Lance · Navicular em adultos – Muller-Weiss · Cúpula do Tálus - Kappis NESTA AULA · Iselin: base 5ºmtt · Sever: calcâneo · Koler: navicular · Freiberg : cabeca MTT · Osgood-Schlatter: TAT · Panner: capítulo ISELIN Epifisite por tração da base do 5º MTT (Doença de Iselin) OSTEOCONDRITE DE SEVER · Apofisite do calcâneo (osteocondrose não articular) · Alargamento da placa epifisária da apófise do calcâneo + zona de necrose avascular DOENÇA DE KOHLER Osteocondrite do navicular (último osso do pé a ossificar) · Rx: · Esclerose, fragmentação · Achatamento do navicular no sentido ântero-posterior · · DOENÇA DE FREIBERG · Osteocondrite da cabeça dos metatarsos · 2º MTT (68%) · 3º MTT (27%) · 4º/5º MTT (5%) DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER · Apofisite por tração do núcleo de crescimento da TAT · Provavelmente representa uma verdadeira avulsão ou fratura por stress · Idade 10-15 anos · Mais comum em meninos · Frequente em atletas (especialmente saltadores) e patela alta · 20% bilateral · Clínica · Fase aguda (4 a 6m): dor local com sinais inflamatórios, tumoração da TAT · Após (até 2 anos): dor/edema usualmente após atividade física, intermitente, porém persistindo a tumoração; menos limitação funcional · Resolução espontânea após esse período, com desaparecimento da dor e das restrições funcionais · Radiografia (especialmente se unilateral, para excluir tumor / infecção) · Fragmentação da TAT · Ossículos livres · Classificação de Woolfrey e Chandler I. Tubérculo tibial proeminente e irregular II. Igual a I + pequenos fragmentos ósseos adjacentes ao aspecto anterior e superior da TAT III. TAT de aspecto normal, porém com presença de fragmentos ósseos livres TRATAMENTO · Cirúrgico – em esqueleticamente maduros, se sintomas persistentes por mais de 2 anos · Ferciot e Thomson -> ressecção de corpos livres e debridamento da proeminênica · Bosworth -> 2 plugs ósseos da tíbia na TAT · Complicações (com ou sem cirurgia) · Patela alta · Subluxacao patelar · Não consolidação dos fragmentos ósseos livres · Fechamento prematuro da TAT e consequente recurvato