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1. Plexo neonatal 2. Torcicolo congênito 3. Escoliose 4. Displasia do Desenvolvimento do Quadril 5. Epifisiólise femoral proximal 6. Legg Calvé Perthes 7. Pé torto congênito Epidemiologia • A Lesão Neonatal do Plexo Braquial (LNPB) é uma lesão nervosa periférica devida uma tração/compressão do plexo braquial durante o processo de nascimento. Manifesta-se por uma diminuição dos movimentos ativos do membro superior afetado e o diagnóstico é feito no período neonatal imediato. • “Paralisia dos membros superiores relacionadas ao nascimento” – 1° vez texto de obstetrícia em 1794 por Smellie • Erb localizou a lesão no plexo braquial. Uma das definições de plexopatia neonatal é a paralisia de Erb – Duchenne – plexo superior (C5 + C6) • Klumpke – descreveu o envolvimento do plexo inferior (C8 + T1) • De acordo com o mecanismo de trauma podemos lesionar raízes diferentes • Incidência nos EUA – 1,5: 1000 nascidos vivos (no Brasil falta estudos) • Maioria dos casos envolve o plexo superior C5-C6 – Erb-Duchenne (algumas envolvem C7) • Fratura de Plexo causa paralisia Etiologia • Tocotraumatismo – são lesões causadas em decorrência do trabalho de parto - na posição cefálica ou pélvica • Mecanismo de lesão: estiramento do plexo • Quando a criança está na posição cefálica, ocorre regalmente o estiramento do plexo, de raiz superior • Quando a criança está na posição pélvica, puxa pelos pés – geralmente o estiramento é de raiz inferior – a mão fica + em garra • Fatores de risco: GIG ─ alto peso ao nascimento (criança grande 4-4,5 kg) ─ Apresentação pélvica ─ Criança anterior com plexopatia neonatal (o 1° filho teve, pode ser que a mãe tenha a pelve pequena) ─ Distocia de ombro ─ Trabalho de parto prolongado ─ Taquissistolia manterna ─ Uso de ocitocina, faz com que estimule o nascimento antes Classificação • Classificação de Seddon – é de acordo com o tipo de lesão nervosa ─ Neuropraxia – é a paralisia do nervo na ausência de degeneração periférica, e a recuperação será completa (não tem ruptura de fibras, é como se fosse um esmagamento). É uma forma leve ─ Axonotmese – dano nas fibras nervosas com degeneração periférica completa, pode ou não haver regeneração, vai depender da quantidade de fibras, da espessura do nervo ─ Neurotmese – todas as estruturas essenciais foram interrompidas (arrebentou, não tem recuperação a não ser ligar) + grave • Classificação de Narakas – de acordo com o déficit ─ 4 grupos ─ G1: disfunção do musc. deltoide e bíceps (raiz sup). C5 (inerva o deldoide), C6 – a criança não vai ter força – paralisia flácida ─ G2: a função da mão e flexores vai estar presente, acomete o C7 ─ G3: paralisia de todo plexo, ainda tem mínima função do flexor ─ G4: acomete todo plexo + acometimento do núcleo estrelado (pode ocasionar síndrome de Claude-Bernard-Horner ou Horner) é grave pois pode ter comprometimento simpático ─ A grande maioria dos traumas compreende C5 e C6 Diagnóstico – Clínico • Recém-nascido com diminuição dos movimentos do membro superior, assimetria de reflexos (Moro, tônico cervical, reflexo de agarrar – plexo inferior) • Pode ter Síndrome Horner ipsilateral – miose, ptose, enoftalmia – alteração simpática por comprometer o T1 • Tipo Erb-Duchenne – fraqueza dos abdutores (musc deltoide), rotadores externos e flexores do cotovelo – membro interno em abdução e rotação externa com extensão do cotovelo e punho fletido (fig 1) Sinal de Moro, a criança abre os braços para abraçar, se ela abrir só 1 deve-se prestar atenção. • Tipo Klumpke: criança vai ter comprometimento da mão – mão em garra (fig 2) • Fig 3 mostra uma fase tardia, com sequela, por não ter sido bem tratada ou por não se conseguir tratar tudo. Teste: pede para a criança por a mão na boca, e ela acaba erguendo o cotovelo (sinal do corneteiro). Para colocar a mão na boca faz rotação externa, se a criança perde essa rotação ela usa a musculatura acessória – latíssimo do dorso Diagnóstico Diferencial – fraturas que podem acontecer • Fratura de clavícula (pode ser fraturada quando o nenê não passa, gera dor, mas não paralisia) • Fratura de úmero • Descolamento fisário do úmero proximal • Artrite séptica é uma infecção articular que causa repouso, criança do nada para de mexer o braço • Osteomileite Aguda, infecção aguda óssea, causa repouso • Malformação congênita: nasce sem clavícula, úmero curto e outros, que podem prejudicar o movimento • Plexoapatia pós-infecciosa de Parsonage – Turner – paralisia flácida dos músculos que são inervados pelos nervos afetados. Raro Tratamento • Manejo inicial: membro superior protegido junto ao corpo nas primeiras semanas • Após 1° semana e a tolerância inicial movimentação – fisioterapia– estimular rotação externa e elevação • Desequilíbrio muscular desenvolve-se rapidamente, contratura de tecidos moles contribui para deformidade e incongruência articular • Recuperação após 6 a 8 semanas – melhor prognóstico • Sem recuperação após 3 a 6 meses – candidatos a microcirurgia ou cx reconstrutiva Prognóstico • Taxa completa de recuperação varia de 7% a 95% (neuropraxia: bloqueio fisiológico de condução nervosa num [dentro de um] axônio, sem nenhuma interrupção anatômica, é considerada lesão de primeiro grau e é decorrente de um bloqueio da transmissão do impulso nervoso no local lesado) • Em 1984 Gilbert et al – crianças que não recuperavam flexão do cotovelo até 3 meses tinham má chance de recuperação completa • Pior resultado envolvimento total do plexo e Sd Horner • Lesão plexo inferior – pior prognóstico • Controverso tempo de intervenção cirúrgica e qual procedimento, resultado esperado Epidemiologia • Deformidade cervical secundária a contratura do músculo esternocleidomastóideo (envolvido com o movimento da cervical) • Pode estar presente ao nascimento ou logo após o nascimento (3 primeiras semanas) • É uma deformidade cervical comum – não doloroso, se doer tem que investigar outras causas • Associação com DDQ (displasia de desenvolvimento do quadril) e deformidade pés (pé metatarso adulto) – muitas vezes devido a posição da criança dentro do útero 2. TORCICOLO CONGÊNITO Patologias Ortopédicas comuns na infância 1. PLEXO NEONATAL Marceli Bernardon TXIX FAG Etiologia • Idiopática – Isquemia local? Sd. Compartimental (compressão pode levar a fibrose do músculo)? – maior prevalência em primíparas • Fibrose secundário a compressão ao n.acessório (inerva ECM) • A etiologia é desconhecida, mas parece ter relação com as condições do parto, como apresentações cefálicas à posição intrauterina, que causariam deficiência de circulação no músculo. Diagnóstico – Clínico • O diagnóstico é clínico e se dá pela observação da posição da cabeça virada e do nódulo que pode estar presente no pescoço. • “Cock Robin” – deformidade típica, fica com a cabeça inclinada. Maioria fica com inclinação a Direita (75%), Inclinação cervical para o lado da contratura (lado da fibrose) e rotação para o lado contralateral • Massa(nodulação)de fibrose ou contratura palpável – é notados nos primeiros dias de vida, pode aumentar e depois pode regredir completamente. • Plagiocefalia ipsi/contralateral: Devido ao encurtamento muscular unilateral, a criança prefere dormir na posição virada. Essa posição constante da cabeça pode levar a um remodelamento nos ossos da face, alterando a forma da cabeça. A cabeça fica achatada, o crânio ainda está com as fontanelas abertas e os ossos ainda são mais moles, a criança precisa ser virada de tempo em tempo. • Exames de imagem Ultrassonografia Radiografia – para ver as partes moles – analisa a espessura da musculatura para ver se tem fibrose ou contratura • Raio x quando não há resposta ao tratamento clínico (fisioterapia, alongamento) para ver se tem mal formação • Diagnóstico Diferencial─ Torcicolo oftalmológico – inclina para focar ─ Síndrome de Sandifer – associação de esofagite, anemia e postura típica da cabeça em resposta ao refluxo Tratamento • O tratamento inicial é Clinico - Conservador – Sucesso em 90% com massagem e alongamento por meio da fisioterapia • Plagiocefalia = Alongamento do torcicolo + capacete de moldagem (casos moderados a graves) • Cirúrgico – raramente indicado, pode ser necessária em crianças que continuam a ter limitação dos movimentos do pescoço, plagiocefalia significativa ou assimetria facial persistente após início da marcha e déficit de rotação >30º. • Geralmente cirurgia – perto dos 6 anos Definição • É o desvio da coluna no plano frontal (coronal) com curvatura > 10° e rotação vertebral. É uma curvatura anormal para um dos lados do tronco (ao contrário da cifose e lordose que são fisiológicas). Essa condição não decorre de maus hábitos posturais, é uma curva da coluna da própria escoliose. • Formato de S • Pode haver a associação da escoliose com cifose, hiperlordose. • Curvaturas fisiologias (normais): coluna retilínea, cifose torácica entre 20°- 40°, lordose lombar <60°. • Tipos de Escoliose ─ Congênita ─ Neuromuscular ─ Idiopática ─ Sindrômica Exame Físico • Avaliar altura ombros (são simétricos?), escápula, cintura (assimetria trígono talhe, entre o braço e o corpo, olhar a figura a cima). Ver se o tronco está inclinado para o lado, resultante do encurvamento da coluna lateralmente. Clavícula pode estar proeminete. • Teste Adams: pede para o paciente fazer a flexão do tronco (inclinar para frente) e olha as costas do paciente, olhando se há simetrias ou não. • Sempre fazer Avaliação Neurológica de força, reflexos • Na história é importante ver se tem outras doenças, para ver qual tipo de escoliose é. Avaliação radiográfica • Na suspeita faz Radiografia coluna total para avaliação escoliose AP + P em pé – não se faz Raio X de tórax para diagnóstico de escoliose, pode ser que ao fazer um raio x de Tórax seja visível a escoliose, mas não é esse tipo de raio x que se pede. • Tem que ser em pé para ter noção real da curva, pois quando deita o corpo pode compensar. • Avaliar na asa do osso ilíaco o Índice de Risser é utilizado na avaliação do potencial de crescimento ósseo, estando diretamente relacionado com a maturidade esquelética. Avalia-se a ossificação do ilíaco observando sua crista, que se desenvolve de lateral para medial. Quando o individuo atingiu a maturidade ele tem índice de nível 5, no caso de pessoas com escoliose um índice 4 ou 5 pode indicar que a probabilidade de progressão da escoliose é reduzida, devido ter sido atingida a maturidade óssea. Quanto menor o índice maior a probabilidade de a escoliose progredir requerendo intervenção cirúrgica. A menarca (menstruação) é um marcador de maturidade óssea. • O grau de escoliose (ângulo de Cobb) é medido traçando-se uma linha entre a vértebra escoliótica mais baixa e a mais alta da curva e medindo a angulação entre elas. Tem uma curva principal e uma acessória. Esse ângulo da curva principal pode indicar qual tratamento será escolhido e qual será a progressão da escoliose. Um ângulo de 30°, mesmo quando a pessoa para de crescer, ela tem chance de aumentar, até um grau no ano. Se tem 10° tem menos chance de progredir. Escoliose Congênita • Desenvolvimento congênito anônimo, que surge durante a formação da coluna durante a gravidez. Parte de uma ou mais vértebras não se formam completamente, ou as vértebras não se separam totalmente. • 1:1000 nascidos vivos • Muitos não terão deformações clinicas • Etiologia: falha na segmentação normal dos somitos durante a 3° a 8° semanas de gestação. • Origem de um mesmo folheto embrionário – mesoderma – atenção para mal formações associadas como cardíacas e renais • Costumam apresentar curvas precoces. 3. ESCOLIOSE Escoliose Idiopática • É a forma + comum de escoliose • A causa desse tipo (etiologia) não é conhecida, e é multifatorial • Cada uma apresenta características e níveis de evolução diferentes • Classificação da escoliose conforme a idade ─ Escoliose idiopática Infantil: 0-3 anos ─ E. I. Juvenil: 4-10 anos ─ E. I. Adolescente: 11-17 anos ─ E. I. Adulto: > 18 anos • Escoliose Idiopática do Adolescente: é a + comum das idiopáticas e é + frequente em meninas 4:1 menino. Curva mais intensa do lado direita. O que define o tratamento é o potencial de crescimento restante e magnitude da curva ao diagnóstico. Angulação acima de 40° tem indicação cirurgia. Escoliose não dói (se dói tem que investigar) e pode fazer atividade física. Tem que fazer acompanhamento regular. • Se a curva for para a lado esquerdo tem que investigar Escoliose Neuromuscular • Perda funcional de alguma estrutura do sistema fisiológico devido doenças neurológica (cérebro e medula) e sistema muscular – os nervos e músculos são incapazes de manter equilíbrio/alinhamento adequado da coluna e tronco. Produzem deformidade vertebral pela perda do sistema de equilíbrio nos planos • Características: Curvas grandes, rígidas, progressivas, mesmo a doença não sendo progressiva a curva vai piorando. As curvas são grandes. • Patologias mais comuns: paralisia cerebral, mielomeningocele, trauma raquimedular (ficam cadeirantes), mesmo após de adultas pessoas que apresentam essas condições podem ter escoliose pelo desbalanço de força da musculatura. • Curvas acima de 100° podem comprometer a respiração Escoliose Sindrômica • Associado a síndromes como Neurofibromatose (normalmente faz escoliose e cifose junto, faz a corcunda). Marfan (acomete o colágeno e pode haver frouxidão ligamentar) e Ehlers Danlos (também relacionada ao colágeno podendo levar a frouxidão de pele e outras estruturas). • É diferente da escoliose neuromuscular pois ela é relacionada ao desbalanço da musculatura/sustentação e a Sindrômica pode haver comprometimento dos ligamentos amarelos da coluna. • É a antiga luxação congênita de quadril, trocou de nome devido amplo espectro de apresentação clínica, vai se apresentar como luxação, sub luxação ou displasia (déficit do sistema medular) • O termo displasia em ortopedia significa desenvolvimento anormal de um osso que durante o processo de maturação se torna deformado. • Um problema comum na pediatria é a displasia do acetábulo (cavidade óssea do osso pélvico que articula com a cabeça do fêmur, pode não ter se formado direito), desenvolvendo-se durante os primeiros meses de vida, associada ao deslocamento (luxação ou subluxação) da articulação do quadril, será o grande causador da osteoartrose do quadril quando adulto. Desenvolve-se geralmente nos primeiros meses de vida. • A displasia do acetábulo no futuro pode levar ao impacto fêmur-acetábulo que pode levar a uma artrose precoce do quadril. O diagnóstico e tratamento precoce ajuda muito • Muitas crianças ao nascer apresentam uma instabilidade da articulação do quadril, por frouxidão ligamentar, predispondo a luxação ou subluxação subsequente. Definição/Epidemiologia • Incidência de 1 criança para 1000 nascidos vivos, maior nos nativos americanos e menos incidência em chineses e descendentes africados • Muitas crianças ao nascer apresentam uma instabilidade da articulação do quadril, por frouxidão ligamentar, predispondo a luxação ou subluxação subsequente. • História familiar positiva em 12 a 33% dos casos (mãe ou irmão já teve), indica que a criança poderá ter também • Maior incidência: se a posição da criança for pélvica e tiver oligodrâmnio (diminuição da mobilidade intraútero). Dependendo da postura em que a criança permanecerá, a luxação ou subluxação sobrevém em algum momento nos primeiros meses • 1° gestação tem tendência maior devido mais compressão das estruturas pélvicas da mãe contra a criança e menor mobilidade da criança peloespaço ser menor. • Fatores de risco: posição pélvica, ser mulher (4:1 em relação aos meninos), história familiar positiva, etnias (em negros é + raro), ter outras deformidades no membro inferior, torcicolo, metatarso adulto, oligodrâmnio, assimetria dos quadris principalmente em abdução e outras doenças musculoesqueléticas. Muitas patologias de síndromes têm associação com luxações mas não vão ser tratadas da mesma forma que trata DDQ. Ex artogripose é uma síndrome de contraturas articulares como luxação de quadril e outras deformidades e o tratamento será diferente. • Causa da DDQ: multifatorial desencadeada por fatores hormonais (um tipo de hormônio que a mãe passa para a criança, que aumenta a mobilidade, frouxidão do quadril pré dispondo luxação) e genéticos 1. Frouxidão ligamentar 2. Posicionamento pré-natal 3. Posicionamento pós natal: mães ou avós que deixam as pernas da crianças esticadas e em adução e enfaixam, tem incidência maior de luxar se a criança apresenta acetábulo raso e frouxidão ligamentar. • Nem todas crianças que tem frouxidão vão ter QQD. • Dos casos de instabilidade do quadril, 60% evoluem com estabilização na primeira semana e 90%, nos primeiros dois meses de vida. Os 10% restantes desenvolvem subluxação, displasia ou mesmo luxação. Algumas crianças já nascem com o quadril luxado. Outras crianças apresentam displasia acetabular sem luxação ou subluxação prévia. Diagnóstico – Clínico • O diagnóstico deve ser o mais precoce possível • Tanta a luxação, a sublaxação como a simples instabilidade articular (frouxidão) devem ser prontamente reconhecidas pelo exame rotineiro de todo recém-nascido e de crianças até 3 meses de vida; • 2 manobras que realizamos no exame físico para avaliar a congruência articular: Teste de Barlow, Teste Ortolani - No quadril em qual vai fazer a manobra o polegar fica apoiado no trocanter menor e o dedo indicador fica no trocanter menor. Nessa manobra se estabiliza um quadril por vez • Teste de Barlow:. Esse exame verifica se o quadril é luxável. Com a criança em decúbito dorsal, o examinador faz uma adução da coxa enquanto força- a para baixo/trás. Se houver instabilidade, isto provocará uma luxação, sentida pela palpação pelo “clique”, desencaixa o quadril que estava encaixado. Após esse exame 80% estabiliza sozinho, mas pode fazer a manobra ao contrário. • Teste Ortolani: Esse exame verifica se o quadril já está luxado, faz uma abdução do quadril (abrir a perna) ao mesmo tempo que tracionamos a coxa para cima/frente. Se o examinador observar pela palpação uma espécie de “clique” (da cabeça femoral voltando para seu lugar no acetábulo), o teste é positivo, confirmando o diagnóstico de luxação congênita do quadril. No exame físico do quadril luxado podemos ainda observar assimetria das pregas cutâneas dos membros inferiores, um excesso de rotação externa e uma dificuldade em abduzir o membro inferior afetado • Diagnóstico Tardio: as vezes aparece crianças com mais de 3 meses,1 ano, 2 anos, 5 anos e que não fizeram ainda tratamento. Essas crianças vão apresentar ─ Limitação da abdução, na hora de avaliar vai ter dificuldade de abduzir o quadril, além de um encurtamento do membro inferior ─ Sinal/teste Galeazzi (ou de Allis) o quadril luxado vai ter assimetria da altura do joelho, devido ao deslocamento posterior da cabeça femoral, discrepância aparente dos MMII ─ Assimetria de pregas inguinais e glútea ─ Diferença de comprimento de membros, a criança vai mancar ─ Marcha anserina ─ Hiperlordose 4. DISPLSIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL - DDQ Diagnóstico por Imagem • Ultrassonografia – de 4 a 6 meses, porque o ultrassom não tem radiação, porém é operador dependente • Visualiza o ilíaco, o arco acetabular que é a parte cartilaginosa, o músculo glúteo e o molde da cabeça do fêmur • Faz medidas de ângulos, o teto ósseo é o ângulo alfa normal é maior que 60°, o teto cartilaginoso é o ângulo beta menor que 55° • A classificação ajuda no tratamento, e essa classificação é conforme o ângulo e outros fatores Diagnóstico tardio • No diagnóstico tardio não adianta pedir Ultrassom pois já houve ossificação da epífise femoral, pois antes de 3 meses ela era cartilaginosa e dava para fazer ultrassom. • Para diagnosticarmos a luxação/subluxação, devemos traçar algumas linhas... A linha de Hilgenreiner é uma reta horizontal traçada entre as cartilagens do acetábulo (trirradiadas), utilizada para comparar a altura das epífises femorais. A linha de Perkins é uma reta traçada perpendicularmente à primeira, tangenciando o rebordo ósseo lateral do acetábulo. Estas duas linhas formam os quatro quadrantes de Ombredane. No quadril normal, a porção medial da metáfise (ou o núcleo de ossificação epifisário) deverá estar no quadrante inferior interno. • O índice acetabular é um ângulo agudo formado pela linha de Hilgenreiner e uma segunda linha traçada no teto acetabular. Caso este ângulo esteja maior que 30° isto sugere displasia acetabular. • Arco de MENARD-SHENTON: arco formado pela pubis e colo femoral. Quando quadril está luxado, esta linha está quebrada. Tratamento • O tratamento é baseado em diagnóstico precoce, mantendo a congruência entre a cabeça femoral e o acetábulo displásico, o que estimula a reconstituição destas estruturas, prevenindo a displasia irreversível. A estratégia varia de acordo com a idade e se há apenas instabilidade, subluxação ou luxação. • Recém nato até 6 meses tem que tratar com Suspensório de Pavlik, que previne adução e extensão do quadril. Pode ser utilizado até os 6 meses. Posição: flexão 100-110° / abdução menor que a abdução máxima. Há variáveis de regime de tratamento, esse suspensório tem que centralizar o quadril nas 3 primeiras semanas se ele não fizer isso terá que trocar de tratamento, pois se não conseguiu reduzir e ficar forçando vai gerar outra doença. Complicações: lesão no nervo femoral por ficar muito tempo fletido e necrose da cabeça femoral • Crianças de 6 a 18 meses: se o Pavlik não resolveu leva a criança para a o centro cirúrgico, anestesia e faz a cirurgia aberta (redução cruenta). Após a redução, a criança é mantida na imobilização gessada em abdução por vários meses (3 meses). Gesso nos dois lados, da barriga até o tornozelo. Pode migrar o tendão para ganhar zona de segurança para deixar mais estável, se não reduziu mesmo incruento. Se mesmo assim não conseguir tem que abrir a articulação, acesso anterior ao quadril e tirar os fatores que podem estar dificultando a abdução. Após isso pode ser utilizado uma órtese de abdução. • Crianças com mais de 1 ano e meio: pode ser feita cirurgias ósseas, pois o fêmur vai ascendendo e por mais que tenta encaixar ele não encaixa ou encaixa e acaba necrosando sua cabeça por pressão. Fazer osteotomia encurtadora do fêmur, em alguns casos onde osteotomia pélvica em casos onde a displasia é muito grande, faz cortes na pelve para aumentar a parte acetabular. A à redução da diáfise femoral (ostectomia). O objetivo das osteotomias é modificar a angulação dos ossos para melhor acoplamento femuroacetabular. Após a cirurgia, a criança deve usar um aparelho gessado por 6-8 semanas, retomando paulatinamente as atividades Definição/Epidemiologia • Ocorre um deslocamento/deslizamento da epífise femoral (cabeça do fêmur) em relação ao colo femoral e a diáfise, pelo enfraquecimento da placa epifisária (cartilagem de crescimento) • Quando o escorregamento é grande, o membro inferior pode rodar para fora, fazendo com que a posição dos pés durante a marcha se torne assimétrica. • A lesão original, portanto, é na fise (mais especificamente na camada hipertrófica. A criança tem um crescimento acelerado e essas células da fise estão esparsas, fatores associados como GH hormonal (acelera cresc.) e trauma, faz com que ocorra uma fraqueza nessa camada e a cartilagem escorrega •Pelo efeito do peso corporal, a cabeça do fêmur (epífise) se desloca para baixo, para trás e faz uma rotação interna, enquanto o colo do fêmur (e, portanto, toda a diáfise) desliza para cima, para frente e faz uma rotação externa 5. EPIFISIÓLISE FEMORAL PROXIMAL • Incidência anual 2 cada 100.000, + comum em meninos 2:1 do que meninas • Maior prevalência: - Negros - Sobrepeso/obesidade - faixa etária: 12 anos (meninas) ; 13,5 anos (meninos) - Nesta faixa etária, a epifisiólise é a causa mais comum de dor no quadril - 80% unilateral (principalmente esquerda) - 20-40% bilateral (começa unilateral e em até 18 meses acomete o outro lado) • 2 tipos físicos são encontrados com frequência nos pacientes acometidos: (1) biotipo adiposo genital, ou de Frölich, com obesidade de distribuição ginecoide da gordura e subdesenvolvimento da genitália, alterações hormonais; e (2) biotipo alto e magro, Mikulicz, com estirão puberal acelerado. Esta preferência por biotipos e pela fase puberal indica um forte componente endócrino na etiopatogenia da epifisiólise do quadril. No primeiro biotipo, predomina a insuficiência dos esteroides sexuais, e no segundo, um excesso do GH (Hormônio de Crescimento). Etiologia • Desconhecida • Multifatorial, hormonal, mecânico, traumático e doenças sistêmicas • Condições que enfraquecem a fise: ─ Doenças sistêmicas ─ Radioterapia ─ Anormalidades endócrinas – criança que usa GH, hipotireoidismo ─ Fatores mecânicos: crianças que caminham em rotação externa, causando estresse mecânico na fise maior causando epifisiólise. Geralmente isso acontece também em quem tem o pé muito plano Diagnóstico - clínico • Dor (inguinal, coxa e joelho) – cuidar quando a criança sente dor no joelho, face interna da coxa e que não melhora e que apresenta raio x de joelho normal! • A dor irradia devido o nervo obturatório – dor referida • No tipo agudo (menor que 3 semanas), o paciente se apresenta com forte dor referida no quadril, impedindo a deambulação e dificultando o exame físico • No tipo crônico (maior que 3 semanas), o primeiro sintoma geralmente é a claudicação, na qual a criança manca com rotação externa da coxa e pode sentir dor crônica na região lateral do quadril, irradiando para a nádega e para o joelho • Ao exame, observa-se que o paciente mantém o membro inferior afetado em postura de rotação externa. • Diminuição arco de movimento (ADM) quadril • Alterações de marcha: Trendelemburg; antálgica; com membro em rotação externa. • O paciente apresenta limitação da rotação interna, da flexão e da abdução do quadril • Preservação ou aumento rotação externa – um pé reto e o outro virado para outro lado • Manobra: pede para a criança fletir a perna e observa que a perna sobe em rotação externa - Sinal de Drehman A: Normal B: Sinal de Drehman Diagnóstico – exame de imagem • Radiografia bacia AP e Lowenstein (posição de Rã) são os exames inicias – não se pede radiografia em perfil • Antes mesmo do deslocamento propriamente dito pode-se observar sinais prévios (fase do pré-descolamento), como o aumento da espessura da placa epifisária, que se torna lisa e perde o seu aspecto serrilhado – Ex quando tem história clínica de epifisiólise mas não tem exame clínico • Diminuição altura da epífise • Metáfise mais lateralizada que a lágrima acetabular • Branqueamento metafisário (Sinal de Steel) – metáfise é uma zona de crescimento do osso que fica entre a epífise e a diáfise • Linha de Klein (Sinal de Trethowan): Uma linha traçada na porção superior do colo femoral no RX em AP, e ela deve atravessar o núcleo epifisário (linha de Klein); se a linha não atravessar a epífise é porque já ocorreu o deslizamento Tratamento • Urgência ortopédica • O tratamento é fundamental, pois a epifisiólise não tratada tende a evoluir, com possibilidade de várias complicações: (1) necrose avascular da cabeça femoral, pela rotura das pequenas artérias retinaculares e epifisárias; (2) condrólise (necrose cartilagem articular); e (3) incongruência articular, provocando osteoartrose precoce (adolescentes) • Após diagnosticar tira a carga e encaminha para a emergência para operar • Objetivo: Estabilizar a epífise para evitar progressão do deslizamento e complicações. • O tratamento é cirúrgico • Tratamento de escolha: Fixação in situ ─ Escolha para casos estáveis (ainda consegue pisar) e instáveis (paciente não consegue nem pisar) ─ idealmente 1 parafuso no centro da cabeça femoral, perpendicular a fise, longe da superfície articular (para não causar morte da cartilagem) - para impedir a progressão do escorregamento da cabeça do fêmur e fazer com que a placa de crescimento cicatrize no restante de osso. ─ Fechamento da fise ocorre 6 a 12 meses após fixação ─ Tratamento minimamente invasivo, coloca parafuso percutâneo ─ Ao colocar o parafuso, está fazendo uma lesão na fise, fixando, mas não influencia tanto no crescimento pois essa parte do fêmur proximal é responsável por 30% do crescimento do membro inferior então não causa tanta diferença no comprimento após esse procedimento. Definição/Etiologia • Definição: “Condição na qual o suprimento sanguíneo da epífise femoral proximal é rompido, resultando em osteonecrose da epífise femoral, com alteração do crescimento deste núcleo de ossificação” • A doença de Legg-Calvé-Perthes é a necrose avascular idiopática da epífise femoral em crescimento, sendo caracteristicamente autolimitada. É a forma infantil da necrose asséptica da cabeça do fêmur • Incidência variável na literatura 1:12.500 até 1:1.200. • Afeta crianças < 15 anos, mais comum entre 4 e 8 anos • Dependendo da idade tem diferença no acometimento, quanto mais tarde acontece menor é a remodelação óssea e maior é a sequela 6. LEGG CALVÉ PERTHES • Meninos 4:1 menina • Patologia de gravidade variável, com diferentes taxas de necrose • Bilateral 10 a 20% dos pacientes Um osso longo é composto por uma diáfise (corpo do osso) e duas epífises (extremidades do osso recobertas pela cartilagem articular). A metáfise é a região de transição entre a diáfise e a epífise, apresentando-se mais alargada. Nas crianças, entre a metáfise e a epífise existe a placa epifisária. A placa epifisária é uma barreira natural que impede que o sangue metafisário alcance a epífise (por dentro) que então precisa receber irrigação de pequenas artérias que penetram na cápsula articular. Esses vasos perfuram a cápsula e correm marginando o colo femural até penetrar na cabeça do fêmur • Provavelmente multifatorial, causa exata desconhecida, mas existem algumas hipóteses • Múltiplas causas que se manifestam com padrão comum de necrose avascular como: ─ Anormalidades de coagulação – hemoglobinopatias , talassemia, leucemia, deficiência proteína C e S, mutação fator V Leiden ─ Anormalidades sistêmicas do crescimento (crianças com baixa estatura) e do desenvolvimento – atraso idade óssea, baixa estatura, as vezes observa-se crianças com déficit de atenção e hiperatividade ─ Déficit atenção e hiperatividade ─ Trauma, que pode fazer uma necrose (legg clavé perthes) acontece e remodela ─ Fatores hereditários ─ Colagenopatia tipo II que podem proporcionar maior nível de necrose ─ Influências ambientais (tabagismo) ─ Sinovite, é infecção do quadril, foi visto que crianças que fazem mais infecção por repetição podem ter Legg Calvé Perthes (diagnóstico diferencial) Diagnóstico - clínica • Claudicação (ato de mancar) • Dor inguinal, região anterior da coxa e região trocânter maior – isso lembra muito Epifisiólise, porém para diferenciar tem que olhar a faixa etária, • Dor referida no joelho (face anteromedial) • Espasmo e contratura da região adutor • Limitação da abdução e rotação interna do quadril afetado • Trendelenburg positivo • Atrofia da musculatura do glúteo, quadríceps e isquiotibiaisTeste de Trendelenburg: Tem que avaliar o membro que está em apoio, se tiver que avaliar por exemplo o glúteo médio da esquerda, deixa apoiada a perna esquerda e levando a direita e analiso a altura, se tiver fraqueza no glúteo esquerdo a pelve vai cair porque não tem força suficiente para sustentar a pelve. • Limitação da abdução, avaliar em decúbito dorsal fazendo abdução da linha média com os membros pendentes ou abdução do quadril na forma ´´borboleta´´ Diagnóstico – exames de imagem • Radiografia (bacia AP e Lowenstein) • Ressonância: Diagnóstico precoce, criança começou com claudicação, teve sinovite, não melhorou bem e no exame laboratorial não tem nada, tem que investigar mais que pode ser Legg-Calvé-Perthes • Cintilografia: Fases iniciais • Artrografia: Configuração da cabeça femoral em relação ao acetábulo • Tomografia computadorizada: avaliação cabeça femoral e acetábulo (pensando no tratamento cirúrgico) • Paciente que faz uso crônico de corticoide e faz tratamento de leucemia é comum ter necrose óssea • Legg-Calvé-Perthes tem várias classificações, a necrose que acontece na cabeça femoral faz perder a altura da epífise, fica com áreas escleróticas, o colo femoral alarga o trocanter maior acende, fica diferente o formato do quadril, a congruência acetabular acetabular arredondada e fica lateralizada. Vai ter diferentes apresentações de acordo com as fases da doença > é uma doença autolimitada. • Ocorre necrose > o núcleo de ossificação vai fragmentar > depois vai re- ossificar > depois vai ter a deformidade residual Prognóstico • Vai ter diferentes manifestações da doença dependendo da idade • As sequelas vão depender da idade e o quando foi atingido de necrose • A doença de Legg-Calvé- -Perthes tem evolução autolimitada, nas suas quatro fases e, quando se fala em prognóstico, nos referimos ao grau de deformidade epifisária e incongruência articular que permanecerá no final do processo, predispondo ou não a osteoartrose precoce do quadril • O principal fator prognóstico é a idade do aparecimento da doença: crianças com menos seis anos evoluem melhor, por dois motivos: (1) há mais tempo de adaptação da epífise durante a maturação epifisária; e (2) o acetábulo pode se adaptar à deformidade da epífise femoral. Crianças com mais idade podem ter osteoartrose de quadril Tratamento • Objetivo: (1) Manter a cabeça esférica (bom arco de movimento) - (2) Manter a cabeça centrada no fundo acetabular e diminuir a deformidade • Quanto mais esférica e congruente a epífise femoral em relação ao acetábulo, melhor o resultado final. Para tal utiliza-se o princípio de contenção a cabeça do fêmur deve permanecer contida dentro do acetábulo para que este funcione como um molde • Conservador: Em crianças com menos de seis anos, a conduta costuma ser apenas a observação, já que a chance de deformidade é baixíssima • A abdução força a cabeça femoral para se acoplar ao acetábulo • Cirúrgico: Tenotomia adutores é a liberação dos adutores que podem estar fazendo muita adução. Indica-se uma osteotomia pélvica ou femoral, visando acoplar melhor a cabeça femoral ao acetábulo Não se usa mais, opta por gesso hoje. Anatomia → O que significa “varo” e “valgo” em ortopedia? São termos para descrever deformidades angulares do osso ou articulação. → O termo “VARO” indica uma deformidade que faz a extremidade distal do osso se aproximar do centro do corpo. Veja o exemplo do joelho, onde a extremidade distal da tíbia (tornozelo) é a nossa referência: Genu varum = “tornozelo apontando para dentro”; é claro que para isto ocorrer, o joelho só pode estar apontado para fora → O termo “VALGO” indica uma deformidade que faz a extremidade distal do osso se afastar do centro do corpo. Exemplo: Genu valgum = “tornozelo apontando para fora”; é claro que para isto ocorrer, o joelho só pode estar apontado para dentro Definição/Epidemiologia • Malformação congênita complexa no pé, com várias deformidades - compromete as estruturas ósseas e partes moles do pé • Podemos descrever esta deformidade como um pé equino-varo, com adução e supinação do médio e antepé, além do cavo. • Pé Equino = retropé, falha na dorsi-flexão, o pé fica para baixo, mantido em flexão plantar excessiva • Pé Cavo = antepé (flexão plantar do antepé) aumento do arco (concavidade) do pé • Varo = pé calcâneo (subtalar em inversão, dorsiflexão excessiva) e o calcanhar (extremidade distal) está voltado para dentro. Geralmente associado ao pé cavo e equino • ADUTO e SUPINAÇÃO do (antepé em relação mediopé) • Tálus osso mais proeminente lateral. Colo desviado para medial e plantar. O talo não está bem congruente • Incidência 1 : 1000 nascidos vivos • Meninos = 2:1 (4:1) • Bilateralidade = 50% • Unilateral = Direito > Esquerda Etiologia • Ainda desconhecida • O que se sabe é que é uma Displasia congênita dos tecidos musculoesqueléticos e neurovasculares distais ao joelho independente do tratamento, nunca será um membro completamente normal. Vai ser sempre um pé diferente • Teoria mais aceita = Multifatorial • Teoria Genética: Padrão de herança multifatorial. Familiar > esporádica. Pai ou mãe afetados = 4% chance filho PTC. Pai e mãe afetados = 15% chance filho PTC • Teorias não comprovadas: Defeito neuromuscular / Parada do desenvolvimento / Defeito do plasma germinativo (defeito ósseo primário) / Infecção enteroviral intra útero Diagnóstico - clínico • É clínico, sendo observadas as deformidades já ao nascimento. Encontramos uma perna atrofiada e um pé menor que o normal • Quem atua para fazer a flexão do pé é o tendão de aquiles • Pele lisa e esticada na parte lateral • Vincos mediais e pregas plantares mais profundos • Maléolo lateral mais posterior e proeminente • Atrofia de panturrilha e membro mais curto • Rigidez Classificação: pé torto congênito postural (grau leve, com grande flexibilidade, corrigível com manipulação e poucas trocas de gesso); pé torto congênito verdadeiro (onde encontramos deformidade mais acentuada, menos flexível, podendo apresentar pregas cutâneas plantares e/ou dorsais, embora ainda tenham bom prognóstico com tratamento conservador); e pé torto congênito teratológico (grande rigidez, associação com outras síndromes, dificuldade de correção e alta taxa de recidivas). Tratamento – objetivos • Em relação ao estudo radiológico, é importante considerar que nesta fase (lactentes), não é importante, uma vez que as estruturas estão em ossificação • Explicar para a família que não é apenas uma alteração da posição do pé, e sim de uma alteração durante o processo de sua formação • Nesta patologia por mais sucesso que tenha o tratamento, o pé com alteração nunca será totalmente igual a um pé normal. Permitir um Pé móvel, plantígrado, funcional e indolor – não se promete um pé normal, mas um pé em que a criança consiga por sapato, correr e sem dor, compatível com uma vida normal. • Tratamento conservador ou cirúrgico, sempre dando prioridade ao conservador, com manipulações e trocas de gesso • Reduzir a articulação talo-calcânea-cubóide • Manter a redução • Realinhar articulação tibio-társica • Reequilíbrio muscular 7. PÉ TORTO CONGÊNITO • Padrão ouro – Técnica de Ponseti = Tratamento conservado -Manipulações seriadas das deformidades + troca gessada semanas • Cada vez que o gesso é trocado (semanalmente), acrescenta-se um maior grau de correção. Após retirar a última imobilização gessada, a criança usa órtese de Denis Browne por 2-3 meses, 23h/dia e depois o aparelho é colocado apenas durante o sono por mais meses, pois pode ter reincidia. No tratamento conservador visamos a correção das deformidades anteriormente citadas (cavo, varo, adução e equino do pé). • A 1° deformidade que corrige é o Cavo, 1° piora a deformidade alongando a região do ante pé elevando o 1° metatarso paracorrigir o Cavo, após isso consegue ganhar rotação externa 60°/70° passa para corrigir o equino, por manipulação ou tenotomia de aquiles • Nunca forçar a dorsi-flexão no gesso – possibilidade de achatar o talos • A Cirurgia é indicada nos casos refratários, após fazer as trocas gessadas e mesmo assim não conseguir. Faz a liberação do Aquiles tenotomia em casos de equino residual
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