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Inclusão em Educação

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Inclusão em Educação
   Daiana Stéfanny dos Reis Silva Nogueira
Duque de Caxias
2021
A charge apresentada pela professora Saraa Cesar Mol, de forma alguma demonstra uma avaliação justa, pois não leva em consideração as diferentes habilidades dos animais que estão sendo representados. É impossível avaliar a capacidade de subir em uma árvore tendo em vista uma turma com os seguintes alunos: pássaro, macaco, pinguim, elefante, peixe, foca e cachorro, já que a árvore sequer faz parte do habitat natural de pelo menos três dos animais listados. 
Para que pudssemos ter uma avaliação justa deveria ser selecionad uma atividade na qual todos pudessem realizar e como não é o caso, o correto seria selecionar avaliações diferentes tendo como quesito principal a possibilidade de cada um fazer o trabalho proposto no qual o produto final seja o de todos relacionado ao tema o educador quer ter a certeza de que todos compreenderam sem que os alunos precisem fazer algo impossível para demonstrar que detiveram tal conhecimento. Existem diferentes formas de se mostrar que aprendeu algo, assim como existem diferentes maneiras de ensinar.
	As charges tm como intuito nos fazer refletir sobre temas do nosso dia a dia por um outro olhar, de uma outra perspectiva, e carregam uma análise crítica. Nesta podemos ver claramente a crítica sobre o sistema educacional que não o aluno e suas necessidades. Que acredita no sucesso ou fracasso a partir de números somados em avaliações que assim como na charge, são impossíveis para alguns alunos. E por mais que estes não tenham culpa, são taxados, inclusive por eles mesmos, como impotentes ou insuficientes. 
Esse sentimento de culpa com aquela voz no fundo da mente que diz “você não se esforçou o suficiente” é o resultado da intensa cobrança por resultados e essa sensação está presente na vida não só dos “fracassados”. 
As barreiras apresentadas na charge, em uma avaliação hipotética, podem ser “traduzidas” para o mundo real e estas não apareceram nos dias atuais, estão presentes na vida de muitos alunos sendo acompanhadas, na maioria dos casos, pela pobreza. A pobreza não é um problema atual, ela vem acompanhada de um sistema econômico que tem em sua base a venda do trabalho, onde quem não dos meios de produção precisa vender sua mão de obra para que tenham onde morar, o que comer, o que vestirnquanto uma pequena parcela da população vive com os lucros gerados por essa classe trabalhadora. Para além da pobreza, existem outras traduções como por exemplo, ser portador(a) de necessidades específicas e o racismo. Porém, ter limitações como surdez, cegueira não é uma barreira para quem pode pagar por uma educação de qualidade já que existem escolas que atendem a estas necessidades. 
No Brasil, fazem apenas 133 anos desde a abolição da escravidão em 1888, sem qualquer política de inserção na sociedade, sem qualquer apoio a moradia, sem qualquer tipo de indenização ao povo preto por anos de escravidão. Ao invés da Lei ser tida como um marco de liberdade, pelo menos é como deveria ser, mas na realidade é um marco de novas correntes que refletem atos do passado. A população negra ainda é vista por muitos com inferior, como margina ua cultura não é celebrada e sua religião é tida como criação do diabo. Não existia e não existe igualdade entre pessoas brancas e negras, por mais que hoje em dia possam estudar nas mesmas escolas, usar o mesmo banheiro, as oportunidades não são as mesmas e por uma questão histórica, a maioria das pessoas que precisam deixar a escola porquê precisam trabalhar para ter o que comer em casa são negras. 
Conseguimos ver nitidamente alguns destes obstáculos que os jovens brasileiros enfrentam ainda no nsino édio em um filme chamado “Nunca me sonharam” ele o aluno tem voz e por meio de relatos aborda questões como racismo, machismo, exclusão socioeconômica, gravidez precoce, o poder do tráfico e por essas e outras questões não enxergam a escola como um lugar acolhedor e não se vêem um futuro na educação. 
Assim como é necessário uma alteração na forma avaliativa da charge, necessitamos de uma reforma no sistema educacional para tornar a escola um lugar acolhedor e que essa transformação faça com que todos não só entendam como sintam que a educação pode sim transformar o mundo, mas para isso precisamos em um sistema que pense em equidade e não igualdade. Como dito por Cury “Focalizar grupos específicos permitiria, então, dar mais a quem mais precisa, compensando ou reparando perversas sequelas do passado. Isso se baseia o princípio de equidade.” (C, 2005, p.15)

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