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O ESTUDO DAS PRIMEIRAS IGREJAS - Thiago Toledo Soares

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LICENCIATURA HISTÓRIA – 4º SEMESTRE
THIAGO TOLEDO SOARES
Produção textual Interdiciplinar
O ESTUDO DAS PRIMEIRAS IGREJAS
VERA
2020
THIAGO TOLEDO SOARES
Produção textual Interdiciplinar
O ESTUDO DAS PRIMEIRAS IGREJAS
Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em História da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas: Historiografia, História Antiga, Fundamentos Filosóficos, História Medieval, PPCH Espaço Geográfico.
Professores: Igor Guedes Ramos, Fabiane Tais Muzardo, José Adir Lins Machado, Julho Zamariam, Heloisa Gomes Bezerra.
Tutor a distancia: Simone do Amaral Theodoro
VERA
2020
Sumário
Sumário	3
INTRODUÇÃO	4
DESENVOLVIMENTO	5
A importância da Arqueologia para a Historiografia.	5
O Império Romano, da antiguidade para a Idade Média.	7
Cristianismo, de culto proibido à religião imperial.	9
A influência da cultura bizantina na arquitetura das primeiras igrejas.	11
CONSIDERAÇÕES FINAIS	13
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	14
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo desenvolver as competências interdisciplinares relativas à historiografia e o estudo da história antiga e medieval. O trabalho é construído sobre a situação problema proposto a seguir: Paulo Petrarca está concluindo uma graduação em Historia e precisa apresentar um artigo como projeto final da disciplina de historiografia, ele escolheu fazer um estudo sobre as igrejas do período bizantino. Esse trabalho estuda o surgimento dessas primeiras igrejas e seu contexto histórico, social e cultural. Para isso analisa-se como pano de fundo a história da igreja dentro do seu contexto histórico, do Império Romano durante a antiguidade tardia e o início da Idade média, também se debruça sobre a religião cristã primitiva e sua transição de religião perseguida e de culto proibido – voltado principalmente para os marginalizados da sociedade do império romano, escravos, gladiadores, prostitutas – para religião oficial do maior império do seu tempo. Para isso procurou-se estabelecer a relação da história com outras disciplinas como a arqueologia e as artes e qual a contribuição desse diálogo interdisciplinar para a produção historiográfica. Por ultimo é apresentado também a relação entre o surgimento das primeiras igrejas cristã durante o período bizantino com a cultura e a sociedade da época e como isso influenciou a manifestação artística e arquitetônica do período. 
 DESENVOLVIMENTO
A importância da Arqueologia para a Historiografia.
Desde o surgimento como ciência no século XIX com a Escola Metódica até os dias atuais, muita coisa mudou na forma como se entende o fazer a história. A historiografia que no seu início se ocupava de estudar apenas os “grandes feitos” dos “grandes homens” da história, e que tinha uma visão exclusivista dos documentos escritos como fonte histórica, sofreu uma reviravolta durante a segunda geração do Annales e passou a se debruçar na história dos marginalizados, e também a pensar em outras fontes historiográficas, como na material por exemplo.
Segundo Rezende (2006), “a escola dos Annales procurou incorporar a contribuição dos dados e conceitos provenientes de várias áreas do conhecimento”. Nesse contexto surge o dialogo da historiografia com outras ciências tais como a sociologia, antropologia e a arqueologia.
O estudo das fontes materiais possibilitado pela arqueologia nos permite fazer o cruzamento das informações obtidas pela fonte escrita com a produção artística de sua sociedade contemporânea. Assim um documento escrito com uma determinada intenção pode ser criticado quando analisado dentro do contexto social em que ele foi produzido.
Para o estudo do surgimento da primeiras igrejas, também chamada de igreja primitiva, protoigreja e/ ou paleo-igreja é muito preciso entender que sua localização geográfica no que é chamado de oriente próximo, mais precisamente na região do atual estado moderno de Israel, chamada de Palestina nos tempos do Império Romano dificulta um tanto o trabalho da arqueologia, já que essa região foi palco de diversas guerras e conquistas durante toda a história antiga e medieval, o que ocasionou a destruição e reconstrução de diversas cidades com suas edificações.
E é com essa fonte material escassa que a arqueologia vai trabalhar a história das primeiras igrejas, valendo-se de edificações descobertas que se compõe de fundações de paredes, pisos parciais que restaram das destruições, principalmente a partir da invasão muçulmana da Palestina. Essa fonte é parte do campo de estudo chamado “Arqueologia da Arquitetura” (REZENDE, 206).
Como área de estudo da arqueologia a arquitetura precisa ser entendida, segundo Rezende (2006) de duas formas, uma pratica e outra teórica. Como toda alteração feita pelo homem na natureza a arquitetura é uma expressão cultural importantíssima para compreendermos os lugares e as épocas. Se a parte prática da arquitetura pode se entendida de maneira bastante objetiva, ou seja, como um abrigo construído com finalidade bem clara, a parte teórica é carregada de ideologia e revela muito sobre os sentidos e as intenções da sociedade que a produziu.
O estudo arqueológico da arquitetura nos permite uma visão mais complexa da história, pois o sentindo no espaço das edificações está relacionamento diretamente com as praticas sociais que se dão nesses locais. Dessa forma, conhecer os locais e as finalidades para as quais eles foram construídos nos permite entender as intenções daquela sociedade que os produziu.
“A arquitetura torna-se um caminho para o estudo do mundo social por ser um elemento constitutivo da paisagem humana” (REZENDE, 2006: 14). Analisando uma determinada obra de arquitetura podemos compreender os aspectos relacionados ao modo de vida e a visão de mundo de um povo, em uma época e lugar. O inverso também pode ser constatado, pois conhecendo uma sociedade, seus valores, crenças, modos de produção podemos interpretar as razões e a funcionalidade das suas edificações.
De acordo com o materialismo histórico e suas analises sobre os modos de produção e as lutas de classes das sociedades ao longo da história, entendermos o surgimento das protoigrejas pode nos mostrar que mudanças houve naquela época que levaram um culto proibido a se tornar a religião oficial do império. Como a sucessão de uma classe dominante por outra pode modificar uma paisagem, já que se observa que construções existentes não costumam ser totalmente reestruturadas, mas algumas vezes apenas resignificadas.
Por isso a arqueologia estuda as formas arquitetônicas como manifestações artísticas, sociais e culturais da sociedade que a produziu, pois é o espaço físico que dá as pistas que determinam o comportamento do indivíduo em uma situação social. Logo quando analisado o contexto do surgimento dessas protoigrejas é preciso levar em conta as trocas culturais ocorridas entre os primeiros cristãos e os súditos do império romano pós Constantino agora de cristianizado, pois a relação entre os indivíduos e os espaços construídos é diacrônica, uma vez que esses moldam aqueles enquanto são ao mesmo tempo moldados, visto que o valor artístico presente na arquitetura carrega uma intenção dos seus criadores.
Isso fica evidente quando se nota a permanência do estilo arquitetônico clássico nas construções das primeiras igrejas na Palestina durante os séculos IV a VI d.C. Os estudiosos chamam essa questão de “quadro de referência” já que eu não posso analisar qualquer manifestação artista, inclusive a arquitetura, fora do contexto da sua época e local. Conforme Rezende “não faria sentido no nosso caso procurar estabelecer conexões entre as igrejas proto-cristãs e templos construídos na China” (REZENDE, 2006. 25).
Seguindo esses pressupostos metodológicos é possível estabelecer uma evidente contribuição para o estudo arqueológico das igrejas construídas na Palestina durante o período bizantino para a compreensão da ascensão do cristianismo enquanto religião oficial do império. O que fica ainda mais claro quandoidentificado que muitas dessas primeiras igrejas foram construídas ou tomaram lugar em espaços anteriormente ocupados por templos pagãos, substituindo-os assim sem que a cidade precisasse ser alterada.
A partir dessas contribuições da arqueologia, do estudo arquitetônica e artístico poderemos entender o florescimento do cristianismo no império romano na transição da antiguidade tardia para a igreja média. 
O Império Romano, da antiguidade para a Idade Média.
Desde o surgimento da republica até a sua ascensão como império Roma alargou muitos suas fronteiras as margens do mediterrâneo. Seus limites em sua máxima extensão compreendiam desde ao norte na Grã-Bretanha, ao leste a península Ibérica, a sul Cartago e a oeste a região do oriente próximo e a mesopotâmia. É esse o pano de fundo em que se dá o surgimento das primeiras igrejas durante os séculos IV e VI na transição entre a Antiguidade Tardia e a Idade Média.
Roma emerge como império pelas costas do império Greco macedônico aproveitando-se de seus conflitos internos que ocorreram após a divisão do império de Alexandre o grande. Razão pela qual muito da cultura, da religião e da sociedade helena é absorvida por Roma. Sua religião politeísta é basicamente a religião grega, em grande parte do seu território o grego era utilizada como língua franca, e ainda muitas das mais importantes cidades do império Greco-macedônio mantém seu destaque no império romano. Dentro de seus limites encontra se a Palestina, região onde fica o moderno estado de Isarel, Jordânia, partes do Líbano e Síria, e onde surgiram as primeiras pelo-igrejas.
Segundo Biazotto e Campos (2017), A sociedade romana era organizada em torno de modo de produção escravista que divide opiniões dos acadêmicos se seria alicerçada no acúmulo de capital, luta de classes e revoluções ou se baseada apenas na produção agrária e com pouca ou nenhuma importância da atividade mercante. O escravo era tratado como uma propriedade de seu senhor e mesmo após alforriado não gozava nenhum direito político entre os cidadãos romanos. Seja qual for a hipótese o certo é que o fortalecimento uma classe burguesa romana foi o que inclusive levou ao declínio do império no século III d.C. período precedente ao momento estudado. A escravidão em Roma era hereditária mesmo após o advento do cristianismo e só foi superada pelo surgimento do modo de produção feudal, onde um homem se sujeitava ao outro cedendo os direitos de suas terras em troca de proteção. Essa mudança no modo de produção escravista para o feudal marca a passagem entre a idade antiga e a idade média. 
Além disso, um enfraquecimento militar levava o império romano a seu pior momento até então. As guerras travadas entre Roma e os “bárbaros” tanto germânicos quanto persas abateram as bases do império. Conforme Biazotto Campos (2017) “se Roma era uma potência militar quase invencível durante o período da transição entre a republica e o império, mais tarde, durante o século III d.C., diversas foram as derrotas sofridas pelos romanos”. Nesse período o imperador Dioclesiano faz importantes reformas políticas, dentre as quais se destaca a divisão do império em duas frentes, Ocidental e Oriental e a fragmentação do poder nas mãos de quatro soberanos (Tetraquia). É nesse período também que se intensifica a perseguição imposta aos cristãos.
Curiosamente após a era dos tetrarcas o império romano sofre uma reviravolta social e cultural, com a conversão de Constantino. Segundo conta Eusébio de Cesárea, na véspera da batalha com Maxêncio, seu rival, Constantino havia sonhado com uma cruz cristã que trazia a inscrição “sob esse signo vencerás”, no dia da batalha Constantino mandou pintar um cristograma (X P) em todos os escudos e assim ao vencer seu oponente se converteu ao cristianismo, pondo a perseguição religiosa aos cristãos e outros grupos.
Com a morte de Constantino o cristianismo passou a crescer cada vez mais no império e após mais dois reinados já era a religião oficial do império que passaria a proibir e perseguir agora o paganismo. Esse período também marca definitivamente o fim do império ocidental, deixando apenas o império oriental, também nomeado bizantino como ultimo herdeiro de Roma. O império oriental leva esse nome por causa da cidade de Bizâncio, fundada por Constantino que foi rebatizada após a morte do imperador para Constantinopla (a cidade de Constantino).
Cristianismo, de culto proibido à religião imperial.
Conforme Moraes e Silva (2019), inúmeras foram as causas do declínio do império Romano, entre eles, a dificuldade de manter o modo de produção escravista, guerras civis, desorganização militar, invasões bárbaras e a ascensão do cristianismo. Segundo Castoldi (2014) uma crise agrária no século II, o aumento da população nas cidades e revoltas entre os escravos aliados a difusão do cristianismo impulsionaram a implosão do império.
O cristianismo surge na palestina por volta do primeiro século, surgindo como uma seita (partido) dentre o judaísmo, professando a crença de que o messias dos judeus era Jesus de Nazaré. “Jesus Cristo nasceu durante o governo de Augusto e seus ensinamentos foram relatos pelos apóstolos Mateus, Marcos Lucas e João [...] com a contribuição decisiva do apostolo tardio Paulo” (Moraes e Silva, 2019. 14). Assim o cristianismo surge nesse caldeirão cultural que era a Palestina Romana, valendo-se da grande malha de estradas construídas por Roma, tendo o grego como língua franca e uma nova crença monoteísta baseada no amor, na tolerância e na igualdade. Em menos de um século a mensagem cristã já se espalhava por quase todo o império, do oriente próximo a capital.
Uma das crises enfrentadas por essa nova religião monoteísta foi o culto ao imperador romano, tanto o vivo e reinante, quanto aos mortos. Essa prática foi criticada duramente nos primeiros escritos cristãos. Embora o estado romano possuísse uma religião oficial, era muito tolerante com as religiões não-oficiais desde que as pessoas mantivessem o culto imperial paralelamente.
É encontrada mesmo nos escritos sagrados dos cristãos (Bíblia Sagrada) advertências de que o mundo pagão da época lhes seria hostil “vivam de maneira exemplar entre os pagãos, para que naquilo que eles vos acusam de praticarem o mal, observem as boas obras que praticam glorifiquem a Deus [...]” (Biblia Sagrada. 1ª Pedro 2: 12). Isso já era espero pelos cristãos dado o fato do próprio Cristo ter sido martirizado e também seus apóstolos. Logo o cristão já tinha por doutrina esperar por perseguições, que se estenderam desde o reinado de Tibério até Constantino com mais ou menos fúria, como nos casos de Nero, Calígula e Domiciano.
Segundo Castoldi (2014) a perseguição ao cristianismo no império era muitas vezes estimulada por judeus, uma vez que o cristianismo era considerado uma seita judaica por todo império e em geral as praticas de proselitismo se iniciavam nas sinagogas. Através dos esforços missionários como os de Paulo o cristianismo tinha chegado até mesmo a capital do império e atraído muita perseguição após si, especialmente por que o seu foco era em homens pobres, escravos e gente humilde.
Já adentrando o segundo e terceiro séculos da era cristã o cristianismo recebendo grandes contribuições da cultura helenista tinha criado uma elite de bispos intelectuais. Um exemplo que pode ser mencionado é Orígenes que fez grandes contribuições para a religião judaico-cristã a filosofia grega. 
Nesse ponto o cristianismo já não era apenas um mero movimento religioso, mas adentra o século IV já com certa força social e política, com um sistema hierárquico de bispo bastante solido, o que aumentava ainda mais a hostilidade por parte do estado romano.
Mas não se poder ver o triunfo do cristianismo apenas apoiando-se nas suas virtudes doutrinárias. Deve-se levar em conta também todo o declínio social, econômico e, por conseguinte cultural pelo qual o império passava. Tudo isso culmina na conversão de Constantino como já mencionado anteriormente.
Constantino é conhecido como o primeiro imperador a seconverter ao cristianismo não tendo nascido em um lar cristão. É importante levar em conta também que Constantino nunca foi um perseguidor dos cristãos em seu tempo pré-conversão.
Um evento que é divisor de águas na historia do cristianismo primitivo é a o edito de tolerância em 313 d.C. que cessa definitivamente as perseguições aos cristãos por todo império. Nesse momento o cristianismo ainda não era religião oficial.
Em 325 d.C. ele convoca um concilio em Niceia afim de trazer mais organização a religião cristã. Após esse evento a capital do império é transferida de Roma para Bizâncio (Constantinopla) em 330 d.C.
Logo o culto pagão a principio tolerado passaria ser perseguido, inicialmente com a proibição da construção de ídolos, com a readequação dos templos pagãos a propósitos cristãos e a construção de basílicas para a igreja a mais conhecida delas a de Santa Sophia, destruída num incêndio, mas reconstruída por Justiniano em 537.
Se o termino da perseguição foi bom para a igreja, sua oficialização como religião do Estado foi sua maldição, uma vez que as lideranças começariam a ser cada vez menos sinceras e interesses escusos levariam agora a condição de perseguidora, o que perduraria por toda a idade média até o início da modernidade,, o que não será desenvolvido nesse trabalho.
A influência da cultura bizantina na arquitetura das primeiras igrejas.
Como já foi dito antes mesmo de Constantino o cristianismo já havia se espalhado e fortalecido por todo império romano e muitos ricos e aristocratas já haviam se convertido a religião cristã. A igreja já possuía algumas propriedades e com o Edito de Tolerância e posterior elevação a religião estatal as Igrejas começaram a surgir onde antes haviam templos pagãos e outros prédios públicos romanos.
A arquitetura romana recebeu muita influência da cultura helenística. Segundo Rezende (2006) os romanos davam a arquitetura uma forma de competição que se materializava em seus edifícios. Tais construções, umas maiores que as outras, rivalizando de cidade para cidade era patrocinada pela aristocracia local.
A partir de certo momento Roma passa adotar técnicas de arquitetura próprias, como o uso de concreto, o que era caro fora do território italiano. A partir dessas novas técnicas surgem as basílicas, uma grande contribuição romana para arquitetura. 
Desde a conversão de Constantino as edificações em Roma se tornam ainda mais grandiosas, isso fica expresso na edificação de Constantinopla como nova capital do império.
O período bizantino é responsável pelo surgimento das obras paleocristãs, devido as grandes reformas nas técnicas de construção. Em seu apogeu a arte bizantina estabeleceu uma harmonia entre a beleza clássica e a espiritualidade cristã. A arquitetura bizantina evolui ao longo dos anos e acrescenta novos elementos aos edifícios sagrados, arcos, cúpulas, arabescos e mosaicos marcam a cultura bizantina.
Durante o período bizantino houve grande prosperidade na Palestina, o que multiplica as igrejas em todas as cidades. A cultura bizantina reúne a tradição romana, a civilização helenística e a cristandade. O que se observa na arquitetura bizantina é que o estilo clássico Greco-romano permanecer, mas com as devidas adaptações para atender a demanda da nova religião.
Em meio a toda essa mistura de tradições, a região da Palestina ainda tinha os judeus, que mesmo conquistada por Roma lutava para manter suas tradições. Os primeiros a construir igrejas cristãs na Palestina foram Constantino e sua mãe, também cristã, Helena. Três das quatro igrejas construídas por Constantino na Palestina ocuparam lugares de antigos altares pagãos derrubados. As principais formas de edificação para as igrejas eram as basílicas (romanas), capelas, igrejas com plantas centrais e cuneiformes.
Nota-se uma grande simbologia nas abobadas representando o céu prometido aos fiéis. As igrejas sempre apontando para cima, onde Cristo está assentado à direita da majestade do Pai. Uma maior atenção é dedicada aos seus interiores, ao contrario das edificações do período clássico que valorizavam grandes portais e os exteriores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É nítido como o contexto histórico determinou profundamente o surgimento das primeiras igrejas na Palestina. Como de religião perseguida e culto proibido praticado por escravos, passou por uma grande expansão por todo o território do império, constituiu-se de uma aristocracia intelectual de bispos e culminando na conversão do imperador o que lhe daria mais tarde o status de religião oficial. As grandes mudanças sociais, culturais e econômicas vividas durante o império Bizantino, ou império romano do ocidente foram determinantes para o surgimento das primeiras paleo-igrejas. Um período marcado pela mistura de culturas de diversas matrizes romanas, helenísticas e judaico-cristãs gerou um estilo de arquitetura única que moldou e foi moldado pela espiritualidade dos seus contemporâneos. É necessário destacar também nessa conclusão que grande contribuição há no trabalho da arqueologia para que se possam reunir as fontes materiais que contribuem para melhor entender o que acontecia na sociedade e no mundo onde foram construídas essas igrejas. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REZENDE, Regina Helena. Formas Arquitetônicas Clássicas em Edifícios Religiosos do Período Bizantino. São Paulo, 2006 (Dissertação Mestrado USP). Disponível em: < https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-09052007-122147/publico/RHRparte1.pdf> . Acesso em: 16 de jul. 2020.
CASTOLDI, Ticiano Saulo Sacavazza. A Igreja que conquistou um Império: História da ascensão do cristianismo no Império Romano. Lajeado, 2014 (Monografia Univates). Disponível em: < http://hdl.handle.net/10737/625>. Acesso em: 29 de set. de 2020.
COSTA, Joaquim Luís. Luxúria e iconografia na escultura românica portuguesa. Medievalista Online, n.17, Lisboa, jun. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2015000100005>. Acesso em: 16 jul. 2020.
BARROS, José D’Assunção. Delineamentos para uma compreensão da cidade medieval. Alétheia Revista de Estudos sobre Antiguidade e Medievo, v. 1, n. 1, p. 12-32, 2013. Disponível em: <http://periodicos.ufrn.nr/aletheia/article/download/6162/4873/ > Acesso em 16 jul. 2020.
PEDRO, Alessandra. Historiografia. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2018.
BIAZOTTO, Thiago do Amaral. CAMPOS, Marcelo Leandro de. História Antiga. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2017.
MORAES, Leandro Eliel Pereira de. Silva, Thiago Juarez Ribeira da. História Medieval. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A., 2019.

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