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DIREITO DO TRABALHO EMPREGADO E EMPREGADOR EMPREGADO Pessoa física que presta serviços não eventuais, pessoalmente, a empregador, subordinadamente e mediante remuneração. Importante: pessoa jurídica não pode ser considerada empregado. TIPOS ESPECIAIS DE EMPREGADO Empregado a domicílio e à distância Não há distinção entre tais, configurada a relação de emprego. A nova redação legislativa reconhece a possibilidade da configuração de subordinação jurídica à distância, como fruto das modificações tecnológicas e de prestação de serviços. • Trabalhador presencial passar a ser trabalhador à distância: precisa de acordo e aditivo contratual. • Trabalhador à distância passar a ser trabalhador presencial: não precisa de acordo e aditivo. Importante: o auxílio eventual de algum membro da família no emprego a domicílio, não descaracteriza por si só a relação de trabalho. Mas a contratação de terceiros pelo empregado para tal auxílio, descaracteriza. Empregado doméstico Exige os mesmos requisitos essenciais da relação de trabalho. A Lei Complementar 150/15 junto com a Emenda Constitucional 72/13, alçaram o empregado doméstico a condição equivalente dos demais trabalhadores, com observação de suas peculiaridades. Lei Complementar 150/15: trouxe a exigência da continuidade da relação trabalhista, configurando: • Jornada de no mínimo 3 dias por semana: empregado doméstico. • Jornada de até 2 dias por semana: diarista (não fazendo jus aos direitos dessa lei). Importante: O empregador deve ser pessoa física ou família, não podendo ser para pessoa jurídica. Diferenças entre empregado a domicílio e empregado doméstico Empregado a domicílio Empregado doméstico Aplica-se a CLT (Art.6º) Não se aplica a CLT (exceto de forma subsidiária). É trabalho lucrativo, que produz valores de troca. É trabalho não lucrativo, que produz valores de uso. Empregado rural Exerce atividade agro econômica, em caráter permanente ou temporário, para empregador rural. Pela CF e sua lei específica, é praticamente igualado ao empregado urbano. Empregado dos entes estatais Neste o Estado é empregador. O art.37 da CF serve como regra geral prevendo a contratação através de concurso público. Já a Emenda Constitucional n°19/98 possibilitou aumentar a contratação de servidores públicos pelo regime celetista. Empregado e sócio A condição de sócio NÃO necessariamente exclui a de empregado, variando conforme o caso. Para tal, se analisa: • Natureza da sociedade • Grau de participação do sócio nela. Empregado e diretor de sociedade anônima Segundo a Súmula 269 do TST, se o diretor ainda é submetido a ordens dentro da sociedade, é empregado também. Caso contrário, o contrato de empregado é suspenso enquanto for diretor. DIFERENÇAS ENTRE EMPREGADOS E OUTROS TRABALHADORES Empregado e trabalhador autônomo Diferenciados pela subordinação jurídica. Empregado e trabalhador avulso O trabalhador avulso presta trabalho a vários tomadores de serviço sem um vínculo direto, e sim por intermédio de entidade intermediadora. E o empregado possui vínculo direto. Empregado e trabalhador eventual Este trabalha sem compromisso de renovação do trabalho em períodos regulares, ao passo que o empregado sim. Empregado e trabalhador cooperativado A cooperativa é sociedade de produção ou serviço formada por trabalhadores para exercício de suas atividades com proveito co- mum, autonomia e autogestão. Tal cooperativa não pode servir para intermediação de mão de obra subordinada. Estágio Ato educativo escolar supervisionado, visando preparação para o trabalho de educan- dos. Requisitos: • Matrícula e frequência escolar do educando • Termo de compromisso. Jornada: acordo entre instituição de ensino, estagiário e parte concedente. • 4hs diárias e 20hs semanais (carga máxima para nível fundamental, EJA ou educação especial). • 6hs diárias e 30hs semanais (carga máxima para nível médio e superior). Bolsa ou contraprestação Estágio obrigatório: pode ser remunerado ou não. Estágio não obrigatório: deve ser remunerado. Importante: • O descumprimento dos incisos da legislação reguladora caracteriza vínculo de emprego. • Aplica-se ao estagiário a legislação de saúde e segurança no trabalho. Trabalho voluntário- Prestado SEM intuito remuneratório, não caracterizando vínculo de emprego. Importante: É possível ser expressamente autorizado pela entidade o ressarcimento pelas despesas do trabalhador voluntário no desempenho de suas atividades, sob forma de indenização. EMPREGADOR Empresa individual ou coletiva, sendo ente dotado ou não de personalidade jurídica, que admite, assalaria e dirige prestação pessoal de serviços. Diferença entre a empresa e o estabelecimento: a empresa é unidade econômica de produção, organizada em conjunto de atividades, e o estabelecimento é unidade técnica de produção onde esta se exercita. Gestão da empresa: direito de dirigir a prestação. A cogestão implementada pela CF possibilita a participação de trabalhadores na gestão, colaborando na formação de empresas mais democráticas. Sucessão na empresa: A alteração ou mudança na estrutura jurídica ou propriedade da empresa NÃO afetam os direitos dos empregados. Nesta, as obrigações trabalhistas são de responsabilidade do sucessor, respondendo solidariamente a empresa sucessora, em caso de comprovação de fraude na transferência. Desconsideração da personalidade jurídica e grupos econômicos Utilizada em casos excepcionais de fraude, abuso de direito, desvio de finalidade, etc. Para buscar a responsabilização das pessoas físicas ou jurídicas agindo por trás da personalidade jurídica da sociedade, não anulando tal personalidade, mas tornando-a ineficaz. Teorias: Maior (art.50 CC): Se exige a configuração de desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Menor (art.28 CDC par. 5º): Exige demonstração da inviabilidade da pessoa jurídica arcar com suas dívidas. Desconsideração inversa: Quando pessoa física tenta transferir seu patrimônio para a sociedade da qual é sócio, para se safar de dívidas. Nesse caso o indivíduo responde até o limite de sua participação na empresa. Grupos econômicos São constituídos por empresas de várias personalidades diferentes, atuantes em ramos econômicos. • Solidariedade passiva: ANTES da reforma- respondiam os grupos por subordinação. DEPOIS da reforma- respondiam os grupos por subordinação e também por coordenação. • Solidariedade ativa: (Súmula 129 TST) O trabalhador pode prestar serviço de igual atividade a mais de uma empresa do mesmo grupo. Poder empregatício- reconhecido sobre 3 facetas: 1. Faceta regulamentar: Com limitações, o empregado pode estabelecer regras sobre modo e condições de prestação do trabalho. 2. Faceta fiscalizadora: Empregador fiscaliza a prestação, respeitando os limites legais. *Legislação prevê a exigência de certidão de antecedentes em caso de empregados domésticos, vigilantes, trabalhadores que manuseiam instrumentos perfurocortantes e substâncias tóxicas. 3. Faceta disciplinar: Empregador pode aplicar penas ao empregado descumpridor de deveres; • Suspensão disciplinar: afastamento do trabalho • Advertências: podem ser previstas e limitadas no estatuto da empresa. • Aplicação de multa: para casos determinados em lei. • Demissão por justa causa: sem previsão de procedimentos específicos na lei, mas com limitações pela doutrina e jurisprudência. Como por exemplo, a Súmula 77 TST, entendendo que não é necessário ouvir o empregado antes de tal demissão.
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