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Tut 6 1- Compreender as características da personalidade obsessiva. 2- Estudar o TOC. 1- Compreender as características da personalidade obsessiva. O transtorno da personalidade obsessivo- compulsiva é caracterizado por constrição emocional, organização, perseverança, teimosia e indecisão. A característica essencial do transtorno é um padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade. Epidemiologia O DSM-5 relata uma prevalência estimada de 2 a 8%. O transtorno é mais comum em homens do que em mulheres e é diagnosticado com maior frequência em irmãos mais velhos. Mais observado em parentes biológicos em primeiro grau de pessoas com o transtorno do que na população em geral. Pacientes costumam ter antecedentes caracterizados por disciplina rígida. Diagnóstico Em entrevistas, pacientes com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva podem ter uma atitude formal, rígida, distante. Seu afeto não é embotado nem plano, mas pode ser descrito como constrito. Não demonstram espontaneidade, e seu humor costuma ser sério. Esses pacientes podem ficar ansiosos por não estarem no controle da entrevista. Suas respostas a perguntas apresentam detalhamento incomum. Os mecanismos de defesa: 1. Racionalização 2. Isolamento 3. Intelectualização 4. Formação 5. Reativa 6. Anulação. Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva Um padrão difuso de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle mental e interpessoal à custa de flexibilidade, abertura e eficiência que surge no início da vida adulta e está presente em vários contextos, conforme indicado por quatro (ou mais) dos seguintes: 1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou horários a ponto de o objetivo principal da atividade ser perdido. 2. Demonstra perfeccionismo que interfere na conclusão de tarefas (p. ex., não consegue completar um projeto porque seus padrões próprios demasiadamente rígidos não são atingidos). 3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à produtividade em detrimento de atividades de lazer e amizades (não explicado por uma óbvia necessidade financeira). 4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou valores (não explicado por identificação cultural ou religiosa). 5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem valor mesmo quando não têm valor sentimental. 6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com outras pessoas a menos que elas se submetam à sua forma exata de fazer as coisas. 7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a si e a outros; o dinheiro é visto como algo a ser acumulado para futuras catástrofes. 8. Exibe rigidez e teimosia. Características clínicas Pessoas com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva são: 1. Obcecadas por regras 2. Regulamentos 3. Método 4. Limpeza 5. Organização 6. Detalhes 7. Desejo de alcançar a perfeição Esses traços explicam a constrição geral de toda a personalidade. Elas insistem em que as regras devem ser seguidas de forma rígida e não conseguem tolerar o que consideram infrações. Correspondentemente, não apresentam flexibilidade e são intolerantes. São capazes de trabalhar durante muito tempo, contanto que seja um trabalho com rotina e que não exija mudanças às quais não possam se adaptar. Indivíduos com esse transtorno têm habilidades interpessoais limitadas. São formais e sérios e costumam não ter senso de humor. Isolam pessoas, são incapazes de ceder e insistem para que os outros se submetam a suas necessidades. Contudo, anseiam por agradar pessoas que consideram mais poderosas que eles mesmos e executam os desejos dessas pessoas de forma autoritária. Como temem cometer erros, são indecisos e ruminam as tomadas de decisão. Embora um casamento estável e adequação profissional sejam comuns, indivíduos com o transtorno têm poucos amigos. Qualquer coisa que ameace a estabilidade percebida de sua rotina pode precipitar muita ansiedade que, de outra forma, está ligada aos rituais que impõem às suas vidas e tentam impor aos outros. O TPOC é um dos transtornos da personalidade mais prevalentes na população em geral. Diferente de quem sofre de TOC, a pessoa que possui o TPOC tem dificuldade em se enxergar dessa maneira, o transtorno é considerado egosintônico, ou seja, ela não o percebe como um problema, em razão disso, poucos procura psicoterapia para tratar essa questão, normalmente, buscam devido a outras questões como depressão, ansiedade, dificuldades no trabalho ou no relacionamento. 2- Estudar o TOC. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é representado por um grupo diverso de sintomas que incluem pensamentos intrusivos, rituais, preocupações e compulsões. Essas obsessões ou compulsões recorrentes causam sofrimento grave à pessoa. Elas consomem tempo e interferem significativamente em sua rotina normal, em seu funcionamento ocupacional, em atividades sociais ou nos relacionamentos. Um indivíduo com TOC pode ter uma obsessão, uma compulsão ou ambos. Uma obsessão é um pensamento, um sentimento, uma ideia ou uma sensação recorrente ou intrusiva e que provocam angústia, ansiedade e/ou desconforto. Diferentemente de uma obsessão, que é um evento mental, uma compulsão é um comportamento consciente, padronizado e recorrente, como contar, verificar ou evitar, são comportamentos repetitivos ou rituais mentais, realizados de forma rígida e estereotipada, a fim de diminuir o desconforto causado pelas obsessões. (ex.: contar; verificar; lavar as mãos ou evitar; “se eu não fizer uma determinada contagem minha mãe morre”; oração; repetir palavras em silêncio); Um indivíduo com TOC percebe a irracionalidade da obsessão e sente que tanto ela quanto a compulsão são egodistônicas (i.e.,comportamentos indesejados). Apesar de poder ser realizado em uma tentativa de reduzir a ansiedade associada com a obsessão, o ato compulsivo nem sempre tem sucesso nisso. A conclusão do ato compulsivo pode não afetar a ansiedade e até aumentar sua intensidade. A ansiedade também é aumentada quando uma pessoa resiste em executar uma compulsão. → As Obsessões e Compulsões tomam tempo (>1h) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo social; EPIDEMIOLOGIA As taxas de TOC são bastante consistentes, com uma prevalência vitalícia na população em geral estimada em 2 a 3%. O transtorno é encontrado em até 10% dos pacientes ambulatoriais de clínicas psiquiátricas. Esses números fazem do TOC o 4º diagnóstico psiquiátrico mais comum depois da fobia, de transtornos relacionados a substâncias e do transtorno depressivo maior. Entre adultos, homens e mulheres são igualmente afetados, mas, entre adolescentes, os meninos costumam ser mais afetados do que as garotas. A idade média de início é por volta dos 20 anos, apesar de os homens apresentarem uma idade um pouco menor de início (média de 19 anos, aproximadamente) do que as mulheres (média de 22 anos, aproximadamente). Em geral, os sintomas de cerca de dois terços das pessoas afetadas têm início antes dos 25 anos, e os sintomas de menos de 15% têm início após os 35 anos. O início do transtorno pode ocorrer na adolescência e na infância, em alguns casos até aos 2 anos de idade. Pessoas solteiras costumam ser mais afetadas por TOC do que as casadas, apesar de esse achado provavelmente refletir a dificuldade de pessoas com o transtorno de manter um relacionamento. O início dos sintomas é geralmente gradual; Quando o início é agudo/súbito, 50-70% iniciam após evento estressante (ex.: gestação, problema sexual, morte de parente); Se não tratado, seu curso costumaser crônico e os sintomas aumentam e diminuem em intensidade; O início na infância/adolescência PODE indicar a permanência do TOC durante a vida toda. No entanto, 40% dos indivíduos com TOC na infância/adolescência PODEM ter remissão até o início da idade adulta; ETIOLOGIA • Envolvimento dos Gânglios da Base e do Lobo Frontal; • Aumento de atividade metabólica no córtex orbitofrontal, no giro do cíngulo anterior e no núcleo caudado; • Dois circuitos alterados: orbitofronto-estriado- tálamo-cortical e o cíngulo-estriado-tálamo-cortical; → Fatores Biológicos 1. Sistema Serotonérgico: muitos ensaios clínicos sustentam a hipótese de que a desregulação da serotonina está envolvida na formação do sintoma de obsessões e compulsões no TOC. 2. Neuroanatomia: Existem funções alteradas no circuito neural entre o córtex orbitofrontal, o núcleo caudado, o putâmen, o córtex-pré-frontal, o núcleo estriado e o tálamo. Mostra-se atividade aumentada (ex.: metabolismo e fluxo sanguíneo) nos lobos frontais, nos gânglios da base (especialmente o caudado) e no cíngulo. 3. Genética: Existe um componente genético significativo. Familiares com TOC têm probabilidade 3-5 vezes maior de apresentar características de TOC. Comorbidades A prevalência vitalícia de transtorno depressivo maior em pessoas com TOC é de cerca de 67%, e, de fobia social, de 25%. Outros diagnósticos psiquiátricos comórbidos comuns em pacientes com TOC : 1. Transtornos por uso de álcool 2. Transtorno de ansiedade generalizada 3. Fobia específica 4. Transtorno de pânico 5. Transtornos alimentares e da personalidade Risco de Suicídio: 50% têm pensamentos suicidas em algum momento; tentativas de suicídio em até 25%; Presença de TDM comórbido aumenta o risco; • No periparto, foi observado início ou exacerbação do TOC, bem como sintomas que podem interferir na relação mãe-bebê (obsessões agressivas causando evitação ao bebê); FATORES DE RISCO Temperamentais: • Afetividade negativa mais alta; • Outros eventos traumáticos; • Síndrome autoimune pós-infecciosa (PANDAS); • Inibição do comportamento na infância; • Sintomas internalizantes. Ambientais: • Abuso físico e sexual na infância; • Agentes infecciosos (ex.: Streptococcus) -> núcleo caudado Genéticos: • Parentes em 1º grau → 2-10 vezes maior; • Mais em gêmeos monozigóticos. Fisiológicos: • Disfunções no Cortéx orbitofrontal; • Cingulado anterior; • Núcleo estriado (gânglios basais – núcleo caudado). QUADRO CLÍNICO Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno obsessivo-compulsivo A. Presença de obsessões, compulsões ou ambas: Obsessões são definidas por (1) e (2): 1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que são vivenciados, em algum momento durante a perturbação, como intrusivos e indesejados e que na maioria dos indivíduos causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá- los com algum outro pensamento ou ação. As compulsões são definidas por (1) e (2): 1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. 2. Os comportamentos ou os atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos. Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes de enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos mentais. B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica. D. A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental Especificar se: Com insight bom ou razoável: O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno obsessivo- compulsivo são definitiva ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras. Com insight pobre: O indivíduo acredita que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são provavelmente verdadeiras. Com insight ausente/crenças delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são verdadeiras. PADRÕES DE SINTOMAS • Os sintomas individuais de um paciente podem se sobrepor e mudar com o tempo, mas o TOC tem 4 padrões principais de sintomas. 1º CONTAMINAÇÃO • Padrão mais comum é uma obsessão de contaminação, seguida de lavagem ou acompanhada de evitação compulsiva do objeto que se presume contaminado; • O objeto temido costuma ser difícil de evitar (p. ex., fezes, urina, pó ou germes); → Podem arrancar a pele lavando ou não sair de casa por medo; • Apesar da ansiedade ser a resposta emocional mais comum ao objeto temido, vergonha e nojo obsessivos também são frequentes. Indivíduos com obsessão por contaminação costumam acreditar que ela se espalha de objeto para objeto ou de pessoa para pessoa com mínimo contato. • Contaminação Mental: sentimentos de “impureza interna”, culpa e/ou vergonha que ocorrem na ausência de contato físico real com um contaminante, mas que provocam uma necessidade/desejo de se lavar/limpar; → Está associada a cognições relacionadas à repulsa e à imoralidade; 2º DÚVIDA PATOLÓGICA • 2º padrão mais comum: obsessão de dúvida, seguida de uma compulsão por ficar verificando; • A obsessão costuma implicar algum perigo de violência (ex.: esquecer-se de desligar o fogão ou de trancar uma porta); • Esses indivíduos têm dúvidas obsessivas sobre si mesmas e sempre se sentem culpados achando que esqueceram ou cometeram algo. → Verificações Simples/Abertas: compulsões simples, primárias, explícitas, simples e abertas. O indivíduo não esconde/disfarça o ritual que ele executa, e o faz por meio de um ato, e não de uma verificação mental; → Verificações Encobertas: verificações realizadas de forma sutil ou dissimulada (ex.: olhar de forma insistente e demorada para as lâmpadas conferindo se estão acesas ou apagadas); → Verificações Mentais: fica mentalizando tudo que falou durante o dia; verifica mentalmente por imagens mentais e memórias, refazendo um percurso mental para conferir se as chaves estão no seu lugar; refaz mentalmente um caminho para lembrar se deixou a carteira no chão; reproduz um diálogo mentalmente para ter certeza de que nenhum detalhe foi negligenciado; → Pedidos de Reasseguramento: necessidade de ter certeza ou segurança de que algo foi executado ou de que não existe possibilidade de algum perigo; tal desejo ou necessidade se manifesta sob a forma de perguntas repetidas; 3º PENSAMENTOS INTRUSIVOS • 3º padrão mais comum: pensamentos obsessivos intrusivos sem uma compulsão; • Tais obsessões costumam ser pensamentos repetitivos de um ato agressivo ou sexual repreensível para o paciente; • As ideias suicidas também podem ser obsessivas, mas uma avaliação cuidadosa sobre os riscos de suicídio deve sempre ser feita. 4º SIMETRIA • 4º padrão mais comum: necessidade de simetria ou precisão, que pode levar a uma compulsão de lentidão. OUTROS PADRÕES DE SINTOMAS • Obsessões religiosas e acúmulo compulsivo são comuns em pacientes com TOC; • Puxar o cabelo e roer as unhas de maneira compulsivasão padrões comportamentais relacionados ao TOC; • A masturbação também pode ser compulsiva. Ciúme Os pacientes apresentam dúvidas em relação à fidelidade do parceiro(a) ou têm imagens mentais intrusivas de traição, e têm necessidade de se certificar de que não estão sendo traídos. Geralmente precisam verificar se a pessoa está mesmo onde disse que estaria, se há algum indício de traição em objetos pessoais, roupas, telefones celulares, correspondência eletrônica etc. Mesmo sabendo que a traição não ocorre ou que é muito improvável que ocorra, o paciente não consegue se tranquilizar e age insistentemente para tentar eliminar a dúvida, muitas vezes se arrependendo e se culpando por causar sofrimento injusto ao cônjuge. Nojo Os estímulos que podem provocar nojo são diversos, mas alguns exemplos comuns são más condições de higiene (p. ex., banheiro sujo, comida em processo de degradação), transgressões morais e violações corporais, como cortes com sangue. Fenômenos sensoriais As descrições iniciais dos FS foram feitas a partir da observação de pacientes com síndrome de Tourette (ST), que descreveram sensações físicas e incômodas na pele ou nos músculos, semelhantes a coceira ou pinicada. Além dessas sensações físicas, pacientes com TOC também relatam sensações e/ou percepções mentais que incluem: a) percepções visuais, auditivas ou táteis de que algo não está como deveria estar e que os levam a realizar as compulsões até terem a percepção de que o objeto ou situação está just right (“em ordem”). Esquiva Esquiva consiste em comportamentos e medidas adotados com a tentativa de evitar contato com situações e estímulos aversivos e, assim, evitar algum tipo de desconforto emocional. Esse sintoma pode estar presente em vários tipos de transtornos, como fobia social e transtorno de pânico. Nos pacientes com TOC, os comportamentos de esquiva visam evitar estímulos que poderiam gerar desconforto emocional, obsessões e a necessidade de realizar rituais. Por exemplo, um paciente com sintomas de limpeza e contaminação que falta a um evento social para evitar utilizar um banheiro público. Caso comparecesse ao evento, teria de lidar com o nojo e a sensação de estar contaminado, além de se sentir impelido a lavar as mãos diversas vezes. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Condições médicas: • Diversas condições médicas primárias podem produzir síndromes muito semelhantes ao TOC; • Transtornos de Ansiedade, TDM, outros transtornos obsessivo-compulsivos e transtornos relacionados; • O conceito do TOC como transtorno dos gânglios da base é derivado da semelhança fenomenológica entre TOC idiopático e transtornos semelhantes ao TOC que se associam a doenças do gânglio da base, tais como coreia de Sydenham e doença de Huntington; • O TOC se desenvolve frequentemente antes dos 30 anos, e TOC com novo início em indivíduos mais velhos deve levantar perguntas quanto às possíveis contribuições neurológicas para o transtorno. Transtorno de Tourette: • As duas condições com frequência ocorrem, ambas em indivíduos ao longo do tempo e nas famílias; • Cerca de 90% das pessoas com transtorno de Tourette apresentam sintomas compulsivos, e até 2/3 enquadram-se nos critérios diagnósticos para TOC; • Em sua forma clássica, o transtorno de Tourette está associado com um PADRÃO DE TIQUES VOCAIS E MOTORES recorrentes que apresentam apenas uma LEVE SEMELHANÇA com o TOC. Entretanto, os ímpetos premonitórios que precedem os tiques costumam se assemelhar enormemente às obsessões, e muitos dos tiques motores mais complicados são muito parecidos com as compulsões. Outros transtornos psiquiátricos: • TPOC: exibem semelhança superficial. Transtorno relacionado à preocupação obsessiva com detalhes, perfeccionismo e outros traços de personalidade semelhantes. As condições são facilmente diferenciadas, visto que o TOC está associado com uma verdadeira síndrome de obsessão e de compulsões; • Clozapina e Olanzapina; • Tiques (no transtorno de tique) e movimentos estereotipados; • Sintomas psicóticos: costumam levar a pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos que podem ser difíceis de diferenciar do TOC com insight pobre, no qual a obsessão se aproxima da psicose. As chaves para diferenciar o TOC da psicose são: 1. Pacientes com TOC quase sempre podem reconhecer a natureza insensata de seus sintomas; 2. Psicoses são, em geral, associadas com diversos outros atributos que não são característicos do TOC. • Depressão: costuma ser comórbida, e o TDM costuma estar associado com pensamentos obsessivos que, às vezes, beiram a verdadeiras obsessões, como as que caracterizam o TOC. As duas condições são mais fáceis de diferenciar por seus cursos. Os sintomas obsessivos associados com depressão só são encontrados na presença de um episódio depressivo, enquanto o TOC verdadeiro persiste apesar da remissão da depressão; • Transtornos alimentares; • Transtornos de ansiedade. CURSO E PROGNÓSTICO • Idade média do início: 19,5 anos; • 25% inicia antes dos 14 anos; • Mais precoce no homem; • Inicia na infância/adolescência → pode remitir na fase adulta (40%), ou permanecer por toda vida; • Sem tratamento: taxa de remissão de 20%; • Mais de 50% dos indivíduos com TOC têm um início súbito dos sintomas. Esse início, para cerca de 50-70% deles, ocorre após um evento estressante (gestação, problema sexual ou morte de um parente); • Muitas pessoas conseguem manter seus sintomas em segredo, costuma demorar de 5-10 anos até chegar à atenção psiquiátrica, apesar do atraso provavelmente estar mais reduzido devido à maior consciência que se tem sobre o transtorno; • O curso costuma ser longo e variável; alguns pacientes passam por um curso flutuante, e outros passam por um constante; • Cerca de 20-30% dos pacientes apresentam grande MELHORA dos sintomas, e 40-50% têm MELHORA moderada. Os 20-40% restantes CONTINUAM DOENTES, ou seus sintomas PIORAM; • Curso geralmente crônico, alguns episódicos, poucos deteriorantes; • 1/3 dos pacientes com TOC tem TDM e o suicídio é um risco para todos os que apresentam TOC (até 25% tem tentativa de suicídio); • Prognóstico pobre ou pior: 1. Indivíduo cede, em vez de resistir, às compulsões; 2. Início na infância; 3. Compulsões bizarras ou pouco insight; 4. Necessidade de hospitalização; 5. TDM coexistente → maior risco de suicídio; 6. Crenças delirantes ou pouco insight; 7. Presença de ideias supervalorizadas (aceitação das obsessões e das compulsões); 8. Presença de um transtorno da personalidade (especialmente da esquizotípica). 9. Início precoce e colecionismo • Um bom prognóstico é indicado por: bom ajuste social e ocupacional, presença de um evento precipitante e pela natureza episódica desses sintomas; TRATAMENTO Farmacológico: 1ª linha ISRS; não funcionou 12 semanas doses ou com AP (risperidona + estudado) Os efeitos iniciais costumam ser vistos após 4 a 6 semanas de tratamento • 1ª escolha: 1. ISRS (muito importante, pois o TOC envolve a serotonina) → fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina, citalopram, sertralina; 2. ADT – Clomipramina; • Melhor potencialização com Antipsicóticos (risperidona, olanzapina, quetiapina, haloperidol ou pimozida), • • Potencialização: venlafaxina, duloxetina e aripiprazol; • • Potencialização: topiramato, lamotrigina, glicina, memantina, riluzol, pindolol, ondansetrona, celecoxib, ketamina, • • Outros: clonazepam; OBS.: Em geral, precisa de doses mais altas e mais tempo pra resposta (considerar 12 semanas como falha no tratamento para troca de fármaco); Psicoterápico: • TCC (PRINCIPAL ALIADO – Com exposição e prevenção de resposta); • Apoiofamiliar; • Outros. • EMT e Psicocirurgia 7 tipos (caso de resistência). Cingulotomia mais comum. - Existe uma escala pra avaliar o tratamento do paciente com TOC, Yale-Brown- Obsessive- Compulsive (SCALE Y-BOCS) → NÃO RESPONDEDORES = REDUÇÃO DE MENOS DE 25% na escala; → RESPONDEDORES PARCIAIS = REDUÇÃO DE MENOS DE 25 A 35% na escala; → RESPONDEDORES COMPLETOS = REDUÇÃO DE MAIS DE 35% na escala; → 40-60% não respondem ao tratamento ou respondem parcialmente; • INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA: Embora possam causar perturbação do sono, náusea e diarreia, dores de cabeça, ansiedade e inquietação, tais efeitos costumam ser transitórios, causando menos trabalho do que os efeitos adversos associados ao tricíclicos, como a clomipramina. Os melhores desfechos clínicos ocorrem quando os ISRS são usados em combinação com TCC. Manutenção de 2-3 anos. CLOMIPRAMINA: De todas as drogas tri e tetracíclicas é a mais seletiva para recaptação de serotonina versus recaptação de norepinefrina, sendo excedida nisso apenas pelos ISRS. A potência de recaptação de serotonina da clomipramina é excedida apenas pela sertralina e pela paroxetina. OUTRAS DROGAS: Muitos terapeutas aumentam a primeira droga com a adição de valproato (anticonvulsivantes), lítio (não é potencializador) ou carbamazepina (anticonvulsivante). POTENCIALIZADORES: clomipramina + ISRS(um pouco perigoso, arritmia, síndrome serotoninergica); megadoses de ISRS(risco dos efeitos colaterais); risperidona; venlafaxina.
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