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Tut 6 - Personalidade obsessiva e TOC

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Tut 6 
1- Compreender as características da personalidade 
obsessiva. 
2- Estudar o TOC. 
 
1- Compreender as características da 
personalidade obsessiva. 
O transtorno da personalidade obsessivo-
compulsiva é caracterizado por constrição 
emocional, organização, perseverança, teimosia e 
indecisão. 
A característica essencial do transtorno é um 
padrão global de perfeccionismo e inflexibilidade. 
 
Epidemiologia 
 O DSM-5 relata uma prevalência estimada 
de 2 a 8%. 
 O transtorno é mais comum em homens 
do que em mulheres e é diagnosticado com 
maior frequência em irmãos mais velhos. 
 Mais observado em parentes biológicos em 
primeiro grau de pessoas com o transtorno 
do que na população em geral. 
 Pacientes costumam ter antecedentes 
caracterizados por disciplina rígida. 
 
Diagnóstico 
Em entrevistas, pacientes com transtorno da 
personalidade obsessivo-compulsiva podem ter 
uma atitude formal, rígida, distante. 
Seu afeto não é embotado nem plano, mas pode 
ser descrito como constrito. 
Não demonstram espontaneidade, e seu humor 
costuma ser sério. Esses pacientes podem ficar 
ansiosos por não estarem no controle da entrevista. 
Suas respostas a perguntas apresentam 
detalhamento incomum. 
Os mecanismos de defesa: 
1. Racionalização 
2. Isolamento 
3. Intelectualização 
4. Formação 
5. Reativa 
6. Anulação. 
 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno 
da personalidade obsessivo-compulsiva 
Um padrão difuso de preocupação com ordem, 
perfeccionismo e controle mental e interpessoal à 
custa de flexibilidade, abertura e eficiência que 
surge no início da vida adulta e está presente em 
vários contextos, conforme indicado por quatro (ou 
mais) dos seguintes: 
1. É tão preocupado com detalhes, regras, listas, 
ordem, organização ou horários a ponto de o 
objetivo principal da atividade ser perdido. 
2. Demonstra perfeccionismo que interfere na 
conclusão de tarefas (p. ex., não consegue 
completar um projeto porque seus padrões próprios 
demasiadamente rígidos não são atingidos). 
3. É excessivamente dedicado ao trabalho e à 
produtividade em detrimento de atividades de lazer 
e amizades (não explicado por uma óbvia 
necessidade financeira). 
4. É excessivamente consciencioso, escrupuloso e 
inflexível quanto a assuntos de moralidade, ética ou 
valores (não explicado por identificação cultural ou 
religiosa). 
5. É incapaz de descartar objetos usados ou sem 
valor mesmo quando não têm valor sentimental. 
6. Reluta em delegar tarefas ou trabalhar com 
outras pessoas a menos que elas se submetam à 
sua forma exata de fazer as coisas. 
7. Adota um estilo miserável de gastos em relação a 
si e a outros; o dinheiro é visto como algo a ser 
acumulado para futuras catástrofes. 
8. Exibe rigidez e teimosia. 
 
Características clínicas 
Pessoas com transtorno da personalidade 
obsessivo-compulsiva são: 
1. Obcecadas por regras 
2. Regulamentos 
3. Método 
4. Limpeza 
5. Organização 
6. Detalhes 
7. Desejo de alcançar a perfeição 
 Esses traços explicam a constrição geral de toda a 
personalidade. Elas insistem em que as regras 
devem ser seguidas de forma rígida e não 
conseguem tolerar o que consideram infrações. 
Correspondentemente, não apresentam 
flexibilidade e são intolerantes. 
São capazes de trabalhar durante muito tempo, 
contanto que seja um trabalho com rotina e que não 
exija mudanças às quais não possam se adaptar. 
Indivíduos com esse transtorno têm habilidades 
interpessoais limitadas. 
São formais e sérios e costumam não ter senso 
de humor. 
Isolam pessoas, são incapazes de ceder e insistem 
para que os outros se submetam a suas 
necessidades. Contudo, anseiam por agradar 
pessoas que consideram mais poderosas que eles 
mesmos e executam os desejos dessas pessoas de 
forma autoritária. 
Como temem cometer erros, são indecisos e 
ruminam as tomadas de decisão. Embora 
um casamento estável e adequação profissional 
sejam comuns, indivíduos com o transtorno têm 
poucos amigos. Qualquer coisa que ameace a 
estabilidade percebida de sua rotina pode 
precipitar muita ansiedade que, de outra forma, 
está ligada aos rituais que impõem às suas vidas e 
tentam impor aos outros. 
 
O TPOC é um dos transtornos da personalidade 
mais prevalentes na população em geral. Diferente 
de quem sofre de TOC, a pessoa que possui o 
TPOC tem dificuldade em se enxergar dessa 
maneira, o transtorno é considerado egosintônico, 
ou seja, ela não o percebe como um problema, 
em razão disso, poucos procura psicoterapia 
para tratar essa questão, normalmente, buscam 
devido a outras questões como depressão, 
ansiedade, dificuldades no trabalho ou no 
relacionamento. 
 
2- Estudar o TOC. 
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é 
representado por um grupo diverso de sintomas que 
incluem pensamentos intrusivos, rituais, 
preocupações e compulsões. Essas obsessões 
ou compulsões recorrentes causam sofrimento 
grave à pessoa. Elas consomem tempo e 
interferem significativamente em sua rotina 
normal, em seu funcionamento ocupacional, em 
atividades sociais ou nos relacionamentos. 
 Um indivíduo com TOC pode ter uma obsessão, 
uma compulsão ou ambos. 
 
 Uma obsessão é um pensamento, um 
sentimento, uma ideia ou uma sensação 
recorrente ou intrusiva e que provocam 
angústia, ansiedade e/ou desconforto. 
 Diferentemente de uma obsessão, que é um 
evento mental, uma compulsão é um 
comportamento consciente, padronizado 
e recorrente, como contar, verificar ou 
evitar, são comportamentos repetitivos 
ou rituais mentais, realizados de forma 
rígida e estereotipada, a fim de diminuir o 
desconforto causado pelas obsessões. 
 (ex.: contar; verificar; lavar as mãos ou 
evitar; “se eu não fizer uma determinada 
contagem minha mãe morre”; oração; 
repetir palavras em silêncio); 
 
Um indivíduo com TOC percebe a irracionalidade da 
obsessão e sente que tanto ela quanto a compulsão 
são egodistônicas (i.e.,comportamentos 
indesejados). 
Apesar de poder ser realizado em uma tentativa de 
reduzir a ansiedade associada com a obsessão, o 
ato compulsivo nem sempre tem sucesso nisso. A 
conclusão do ato compulsivo pode não afetar a 
ansiedade e até aumentar sua intensidade. A 
ansiedade também é aumentada quando uma 
pessoa resiste em executar uma compulsão. 
 
 → As Obsessões e Compulsões tomam tempo 
(>1h) ou causam sofrimento clinicamente 
significativo ou prejuízo social; 
 
EPIDEMIOLOGIA 
 As taxas de TOC são bastante consistentes, 
com uma prevalência vitalícia na população em 
geral estimada em 2 a 3%. 
 O transtorno é encontrado em até 10% dos 
pacientes ambulatoriais de clínicas psiquiátricas. 
 Esses números fazem do TOC o 4º 
diagnóstico psiquiátrico mais comum depois da 
fobia, de transtornos relacionados a substâncias e 
do transtorno depressivo maior. 
 Entre adultos, homens e mulheres são 
igualmente afetados, mas, entre adolescentes, os 
meninos costumam ser mais afetados do que as 
garotas. 
 A idade média de início é por volta dos 20 
anos, apesar de os homens apresentarem uma 
idade um pouco menor de início (média de 19 anos, 
aproximadamente) do que as mulheres (média de 
22 anos, aproximadamente). 
 Em geral, os sintomas de cerca de dois 
terços das pessoas afetadas têm início antes dos 25 
anos, e os sintomas de menos de 15% têm início 
após os 35 anos. 
 O início do transtorno pode ocorrer na 
adolescência e na infância, em alguns casos até 
aos 2 anos de idade. 
 Pessoas solteiras costumam ser mais 
afetadas por TOC do que as casadas, apesar de 
esse achado provavelmente refletir a dificuldade de 
pessoas com o transtorno de manter um 
relacionamento. 
 O início dos sintomas é geralmente gradual; 
 Quando o início é agudo/súbito, 50-70% 
iniciam após evento estressante (ex.: gestação, 
problema sexual, morte de parente); 
 Se não tratado, seu curso costumaser 
crônico e os sintomas aumentam e diminuem em 
intensidade; 
 O início na infância/adolescência PODE 
indicar a permanência do TOC durante a vida toda. 
No entanto, 40% dos indivíduos com TOC na 
infância/adolescência PODEM ter remissão até o 
início da idade adulta; 
 
ETIOLOGIA 
• Envolvimento dos Gânglios da Base e do Lobo 
Frontal; 
• Aumento de atividade metabólica no córtex 
orbitofrontal, no giro do cíngulo anterior e no núcleo 
caudado; 
 
• Dois circuitos alterados: orbitofronto-estriado-
tálamo-cortical e o cíngulo-estriado-tálamo-cortical; 
 
→ Fatores Biológicos 
1. Sistema Serotonérgico: muitos ensaios clínicos 
sustentam a hipótese de que a desregulação da 
serotonina está envolvida na formação do sintoma 
de obsessões e compulsões no TOC. 
 
2. Neuroanatomia: Existem funções alteradas no 
circuito neural entre o córtex orbitofrontal, o núcleo 
caudado, o putâmen, o córtex-pré-frontal, o núcleo 
estriado e o tálamo. Mostra-se atividade aumentada 
(ex.: metabolismo e fluxo sanguíneo) nos lobos 
frontais, nos gânglios da base (especialmente o 
caudado) e no cíngulo. 
 
3. Genética: Existe um componente genético 
significativo. Familiares com TOC têm probabilidade 
3-5 vezes maior de apresentar características de 
TOC. 
 
Comorbidades 
A prevalência vitalícia de transtorno depressivo 
maior em pessoas com TOC é de cerca de 67%, e, 
de fobia social, de 25%. 
Outros diagnósticos psiquiátricos comórbidos 
comuns em pacientes com TOC : 
1. Transtornos por uso de álcool 
2. Transtorno de ansiedade generalizada 
3. Fobia específica 
4. Transtorno de pânico 
5. Transtornos alimentares e da personalidade 
Risco de Suicídio: 50% têm pensamentos suicidas 
em algum momento; tentativas de suicídio em até 
25%; Presença de TDM comórbido aumenta o risco; 
• No periparto, foi observado início ou exacerbação 
do TOC, bem como sintomas que podem interferir 
na relação mãe-bebê (obsessões agressivas 
causando evitação ao bebê); 
FATORES DE RISCO 
Temperamentais: 
• Afetividade negativa mais alta; 
• Outros eventos traumáticos; 
• Síndrome autoimune pós-infecciosa (PANDAS); 
• Inibição do comportamento na infância; 
• Sintomas internalizantes. 
Ambientais: 
• Abuso físico e sexual na infância; 
• Agentes infecciosos (ex.: Streptococcus) -> núcleo 
caudado 
Genéticos: 
• Parentes em 1º grau → 2-10 vezes maior; 
• Mais em gêmeos monozigóticos. 
Fisiológicos: 
• Disfunções no Cortéx orbitofrontal; 
• Cingulado anterior; 
• Núcleo estriado (gânglios basais – núcleo 
caudado). 
 
QUADRO CLÍNICO 
Critérios diagnósticos do DSM-5 para transtorno 
obsessivo-compulsivo 
A. Presença de obsessões, compulsões ou 
ambas: 
Obsessões são definidas por (1) e (2): 
1. Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes 
e persistentes que são vivenciados, em algum 
momento durante a perturbação, como intrusivos e 
indesejados e que na maioria dos indivíduos 
causam acentuada ansiedade ou sofrimento. 
2. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais 
pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-
los com algum outro pensamento ou ação. 
As compulsões são definidas por (1) e (2): 
1. Comportamentos repetitivos (p. ex., lavar as 
mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p. ex., 
orar, contar ou repetir palavras em silêncio) que o 
indivíduo se sente compelido a executar em 
resposta a uma obsessão ou de acordo com regras 
que devem ser rigidamente aplicadas. 
2. Os comportamentos ou os atos mentais visam 
prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou 
evitar algum evento ou situação temida; entretanto, 
esses comportamentos ou atos mentais não têm 
uma conexão realista com o que visam neutralizar 
ou evitar ou são claramente excessivos. 
Nota: Crianças pequenas podem não ser capazes 
de enunciar os objetivos desses comportamentos 
ou atos mentais. 
B. As obsessões ou compulsões tomam tempo (p. 
ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam 
sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras 
áreas importantes da vida do indivíduo. 
C. Os sintomas obsessivo-compulsivos não se 
devem aos efeitos fisiológicos de uma substância 
(p. ex., droga de abuso, medicamento) ou a outra 
condição médica. 
D. A perturbação não é mais bem explicada pelos 
sintomas de outro transtorno mental 
Especificar se: 
Com insight bom ou razoável: O indivíduo 
reconhece que as crenças do transtorno obsessivo-
compulsivo são definitiva ou provavelmente não 
verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras. 
Com insight pobre: O indivíduo acredita que as 
crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são 
provavelmente verdadeiras. 
Com insight ausente/crenças delirantes: O 
indivíduo está completamente convencido de que as 
crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são 
verdadeiras. 
PADRÕES DE SINTOMAS 
• Os sintomas individuais de um paciente podem se 
sobrepor e mudar com o tempo, mas o TOC tem 4 
padrões principais de sintomas. 
1º CONTAMINAÇÃO 
• Padrão mais comum é uma obsessão de 
contaminação, seguida de lavagem ou 
acompanhada de evitação compulsiva do objeto 
que se presume contaminado; 
• O objeto temido costuma ser difícil de evitar (p. 
ex., fezes, urina, pó ou germes); 
→ Podem arrancar a pele lavando ou não sair de 
casa por medo; 
• Apesar da ansiedade ser a resposta emocional 
mais comum ao objeto temido, vergonha e nojo 
obsessivos também são frequentes. Indivíduos com 
obsessão por contaminação costumam acreditar 
que ela se espalha de objeto para objeto ou de 
pessoa para pessoa com mínimo contato. 
• Contaminação Mental: sentimentos de “impureza 
interna”, culpa e/ou vergonha que ocorrem na 
ausência de contato físico real com um 
contaminante, mas que provocam uma 
necessidade/desejo de se lavar/limpar; → Está 
associada a cognições relacionadas à repulsa e à 
imoralidade; 
2º DÚVIDA PATOLÓGICA 
• 2º padrão mais comum: obsessão de dúvida, 
seguida de uma compulsão por ficar verificando; 
• A obsessão costuma implicar algum perigo de 
violência (ex.: esquecer-se de desligar o fogão ou 
de trancar uma porta); 
• Esses indivíduos têm dúvidas obsessivas sobre 
si mesmas e sempre se sentem culpados achando 
que esqueceram ou cometeram algo. 
→ Verificações Simples/Abertas: compulsões 
simples, primárias, explícitas, simples e abertas. O 
indivíduo não esconde/disfarça o ritual que ele 
executa, e o faz por meio de um ato, e não de uma 
verificação mental; 
→ Verificações Encobertas: verificações 
realizadas de forma sutil ou dissimulada (ex.: olhar 
de forma insistente e demorada para as lâmpadas 
conferindo se estão acesas ou apagadas); 
→ Verificações Mentais: fica mentalizando tudo 
que falou durante o dia; verifica mentalmente por 
imagens mentais e memórias, refazendo um 
percurso mental para conferir se as chaves estão no 
seu lugar; refaz mentalmente um caminho para 
lembrar se deixou a carteira no chão; reproduz um 
diálogo mentalmente para ter certeza de que 
nenhum detalhe foi negligenciado; 
→ Pedidos de Reasseguramento: necessidade de 
ter certeza ou segurança de que algo foi 
executado ou de que não existe possibilidade de 
algum perigo; tal desejo ou necessidade se 
manifesta sob a forma de perguntas repetidas; 
3º PENSAMENTOS INTRUSIVOS 
• 3º padrão mais comum: pensamentos 
obsessivos intrusivos sem uma compulsão; 
• Tais obsessões costumam ser pensamentos 
repetitivos de um ato agressivo ou sexual 
repreensível para o paciente; 
• As ideias suicidas também podem ser obsessivas, 
mas uma avaliação cuidadosa sobre os riscos de 
suicídio deve sempre ser feita. 
4º SIMETRIA 
• 4º padrão mais comum: necessidade de simetria 
ou precisão, que pode levar a uma compulsão de 
lentidão. 
OUTROS PADRÕES DE SINTOMAS 
• Obsessões religiosas e acúmulo compulsivo são 
comuns em pacientes com TOC; 
• Puxar o cabelo e roer as unhas de maneira 
compulsivasão padrões comportamentais 
relacionados ao TOC; 
• A masturbação também pode ser compulsiva. 
Ciúme 
Os pacientes apresentam dúvidas em relação à 
fidelidade do parceiro(a) ou têm imagens mentais 
intrusivas de traição, e têm necessidade de se 
certificar de que não estão sendo traídos. 
Geralmente precisam verificar se a pessoa está 
mesmo onde disse que estaria, se há algum indício 
de traição em objetos pessoais, roupas, telefones 
celulares, correspondência eletrônica etc. 
Mesmo sabendo que a traição não ocorre ou que é 
muito improvável que ocorra, o paciente não 
consegue se tranquilizar e age insistentemente para 
tentar eliminar a dúvida, muitas vezes se 
arrependendo e se culpando por causar sofrimento 
injusto ao cônjuge. 
Nojo 
Os estímulos que podem provocar nojo são 
diversos, mas alguns exemplos comuns são más 
condições de higiene (p. ex., banheiro sujo, comida 
em processo de degradação), transgressões morais 
e violações corporais, como cortes com sangue. 
Fenômenos sensoriais 
As descrições iniciais dos FS foram feitas a partir da 
observação de pacientes com síndrome de Tourette 
(ST), que descreveram sensações físicas e 
incômodas na pele ou nos músculos, semelhantes a 
coceira ou pinicada. 
Além dessas sensações físicas, pacientes com TOC 
também relatam sensações e/ou percepções 
mentais que incluem: 
a) percepções visuais, auditivas ou táteis de que 
algo não está como deveria estar e que os levam a 
realizar as compulsões até terem a percepção de 
que o objeto ou situação está just right (“em 
ordem”). 
Esquiva 
Esquiva consiste em comportamentos e medidas 
adotados com a tentativa de evitar contato com 
situações e estímulos aversivos e, assim, evitar 
algum tipo de desconforto emocional. Esse sintoma 
pode estar presente em vários tipos de transtornos, 
como fobia social e transtorno de pânico. 
Nos pacientes com TOC, os comportamentos de 
esquiva visam evitar estímulos que poderiam gerar 
desconforto emocional, obsessões e a necessidade 
de realizar rituais. Por exemplo, um paciente com 
sintomas de limpeza e contaminação que falta a um 
evento social para evitar utilizar um banheiro 
público. Caso comparecesse ao evento, teria de 
lidar com o nojo e a sensação de estar 
contaminado, além de se sentir impelido a lavar as 
mãos diversas vezes. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL 
Condições médicas: 
• Diversas condições médicas primárias podem 
produzir síndromes muito semelhantes ao TOC; 
• Transtornos de Ansiedade, TDM, outros 
transtornos obsessivo-compulsivos e 
transtornos relacionados; 
• O conceito do TOC como transtorno dos gânglios 
da base é derivado da semelhança fenomenológica 
entre TOC idiopático e transtornos semelhantes ao 
TOC que se associam a doenças do gânglio da 
base, tais como coreia de Sydenham e doença de 
Huntington; 
• O TOC se desenvolve frequentemente antes 
dos 30 anos, e TOC com novo início em 
indivíduos mais velhos deve levantar perguntas 
quanto às possíveis contribuições neurológicas 
para o transtorno. 
Transtorno de Tourette: 
• As duas condições com frequência ocorrem, 
ambas em indivíduos ao longo do tempo e nas 
famílias; 
• Cerca de 90% das pessoas com transtorno de 
Tourette apresentam sintomas compulsivos, e até 
2/3 enquadram-se nos critérios diagnósticos para 
TOC; 
• Em sua forma clássica, o transtorno de Tourette 
está associado com um PADRÃO DE TIQUES 
VOCAIS E MOTORES recorrentes que 
apresentam apenas uma LEVE SEMELHANÇA 
com o TOC. Entretanto, os ímpetos premonitórios 
que precedem os tiques costumam se assemelhar 
enormemente às obsessões, e muitos dos tiques 
motores mais complicados são muito parecidos com 
as compulsões. 
Outros transtornos psiquiátricos: 
• TPOC: exibem semelhança superficial. 
Transtorno relacionado à preocupação obsessiva 
com detalhes, perfeccionismo e outros traços de 
personalidade semelhantes. As condições são 
facilmente diferenciadas, visto que o TOC está 
associado com uma verdadeira síndrome de 
obsessão e de compulsões; 
• Clozapina e Olanzapina; 
• Tiques (no transtorno de tique) e movimentos 
estereotipados; 
• Sintomas psicóticos: costumam levar a 
pensamentos obsessivos e comportamentos 
compulsivos que podem ser difíceis de diferenciar 
do TOC com insight pobre, no qual a obsessão se 
aproxima da psicose. 
As chaves para diferenciar o TOC da psicose 
são: 
1. Pacientes com TOC quase sempre podem 
reconhecer a natureza insensata de seus sintomas; 
2. Psicoses são, em geral, associadas com diversos 
outros atributos que não são característicos do 
TOC. 
• Depressão: costuma ser comórbida, e o TDM 
costuma estar associado com pensamentos 
obsessivos que, às vezes, beiram a verdadeiras 
obsessões, como as que caracterizam o TOC. As 
duas condições são mais fáceis de diferenciar por 
seus cursos. Os sintomas obsessivos 
associados com depressão só são encontrados 
na presença de um episódio depressivo, 
enquanto o TOC verdadeiro persiste apesar da 
remissão da depressão; 
• Transtornos alimentares; 
• Transtornos de ansiedade. 
 
CURSO E PROGNÓSTICO 
• Idade média do início: 19,5 anos; 
• 25% inicia antes dos 14 anos; 
• Mais precoce no homem; 
• Inicia na infância/adolescência 
→ pode remitir na fase adulta (40%), ou 
permanecer por toda vida; 
• Sem tratamento: taxa de remissão de 20%; 
• Mais de 50% dos indivíduos com TOC têm um 
início súbito dos sintomas. Esse início, para cerca 
de 50-70% deles, ocorre após um evento 
estressante (gestação, problema sexual ou morte 
de um parente); 
• Muitas pessoas conseguem manter seus 
sintomas em segredo, costuma demorar de 5-10 
anos até chegar à atenção psiquiátrica, apesar 
do atraso provavelmente estar mais reduzido devido 
à maior consciência que se tem sobre o transtorno; 
• O curso costuma ser longo e variável; alguns 
pacientes passam por um curso flutuante, e outros 
passam por um constante; 
• Cerca de 20-30% dos pacientes apresentam 
grande MELHORA dos sintomas, e 40-50% têm 
MELHORA moderada. Os 20-40% restantes 
CONTINUAM DOENTES, ou seus sintomas 
PIORAM; 
• Curso geralmente crônico, alguns episódicos, 
poucos deteriorantes; 
• 1/3 dos pacientes com TOC tem TDM e o 
suicídio é um risco para todos os que apresentam 
TOC (até 25% tem tentativa de suicídio); 
 
• Prognóstico pobre ou pior: 
1. Indivíduo cede, em vez de resistir, às 
compulsões; 
2. Início na infância; 
3. Compulsões bizarras ou pouco insight; 
4. Necessidade de hospitalização; 
5. TDM coexistente → maior risco de suicídio; 
6. Crenças delirantes ou pouco insight; 
7. Presença de ideias supervalorizadas (aceitação 
das obsessões e das compulsões); 
8. Presença de um transtorno da personalidade 
(especialmente da esquizotípica). 
9. Início precoce e colecionismo 
 
• Um bom prognóstico é indicado por: bom ajuste 
social e ocupacional, presença de um evento 
precipitante e pela natureza episódica desses 
sintomas; 
TRATAMENTO 
Farmacológico: 
1ª linha ISRS; não funcionou 12 semanas doses 
 ou 
com AP (risperidona + estudado) 
Os efeitos iniciais costumam ser vistos após 4 a 6 
semanas de tratamento 
• 1ª escolha: 
1. ISRS (muito importante, pois o TOC envolve a 
serotonina) → fluvoxamina, fluoxetina, paroxetina, 
citalopram, sertralina; 
2. ADT – Clomipramina; 
 
• Melhor potencialização com Antipsicóticos 
(risperidona, olanzapina, quetiapina, haloperidol ou 
pimozida), 
• • Potencialização: venlafaxina, duloxetina e 
aripiprazol; 
• • Potencialização: topiramato, lamotrigina, 
glicina, memantina, riluzol, pindolol, ondansetrona, 
celecoxib, ketamina, 
• • Outros: clonazepam; 
 
OBS.: Em geral, precisa de doses mais altas e mais 
tempo pra resposta (considerar 12 semanas como 
falha no tratamento para troca de fármaco); 
Psicoterápico: 
• TCC (PRINCIPAL ALIADO – Com exposição e 
prevenção de resposta); 
• Apoiofamiliar; 
• Outros. 
• EMT e Psicocirurgia 7 tipos (caso de 
resistência). 
Cingulotomia mais comum. 
- Existe uma escala pra avaliar o tratamento do 
paciente com TOC, Yale-Brown- Obsessive-
Compulsive (SCALE Y-BOCS) 
→ NÃO RESPONDEDORES = REDUÇÃO DE 
MENOS DE 25% na escala; 
→ RESPONDEDORES PARCIAIS = REDUÇÃO 
DE MENOS DE 25 A 35% na escala; 
→ RESPONDEDORES COMPLETOS = REDUÇÃO 
DE MAIS DE 35% na escala; 
→ 40-60% não respondem ao tratamento ou 
respondem parcialmente; 
 
• INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE 
SEROTONINA: Embora possam causar 
perturbação do sono, náusea e diarreia, dores de 
cabeça, ansiedade e inquietação, tais efeitos 
costumam ser transitórios, causando menos 
trabalho do que os efeitos adversos associados ao 
tricíclicos, como a clomipramina. Os melhores 
desfechos clínicos ocorrem quando os ISRS são 
usados em combinação com TCC. Manutenção 
de 2-3 anos. 
 
CLOMIPRAMINA: De todas as drogas tri e 
tetracíclicas é a mais seletiva para recaptação de 
serotonina versus recaptação de norepinefrina, 
sendo excedida nisso apenas pelos ISRS. A 
potência de recaptação de serotonina da 
clomipramina é excedida apenas pela sertralina 
e pela paroxetina. 
 
 OUTRAS DROGAS: Muitos terapeutas aumentam 
a primeira droga com a adição de valproato 
(anticonvulsivantes), lítio (não é potencializador) 
ou carbamazepina (anticonvulsivante). 
POTENCIALIZADORES: clomipramina + 
ISRS(um pouco perigoso, arritmia, síndrome 
serotoninergica); megadoses de ISRS(risco dos 
efeitos colaterais); risperidona; venlafaxina.

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