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PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C INFLAMAÇÃO AGUDA E CRÔNICA ❖ Inflamação é uma reação local dos tecidos vascularizados às agressões. ❖ Apresenta quatro sinais cardinais ou cardiais - que têm correspondência microscópica: Rubor (vermelhidão), Tumor (edema - aumento do local), calor (aumenta o metabolismo local) e Dor (irritação e terminações nervosas e também dado por alguns mediadores químicos). Possui mais um quinto sinal: a impotência funcional , pode ser sistêmica, transitória (passageira) ou definitiva. Normalmente essa impotência funcional, o quinto sinal, é passageira. ➔ A inflamação tem por finalidade destruir (principalmente bactérias ou remover as células lesadas necróticas dos tecidos que os agentes destruíram), diluir ou isolar os agentes lesivos e/ou as células do tecido que esses últimos possam ter destruído. Qualquer tipo de necrose sempre leva a uma inflamação, diferente da apoptose que é a morte celular programada, ela não induz a uma reação inflamatória. ➔ A inflamação pode ter nela mesmo um potencial nocivo, como por exemplo na Artrite Reumatóide e Choque Anafilático. Quando falamos de inflamação aguda quero dizer que é uma inflamação de tempo, é temporal; a inflamação crônica também. ● Dura alguns minutos, horas ou poucos dias. É inespecífica. ● Causas : bactérias, traumas, queimaduras, agentes químicos (principais, podendo apresentar outros) ● A saída de líquido (plasma), proteína e células do sistema vascular é conhecida com exsudação . A inflamação sempre pressupõe o exsudato, principalmente leucócitos, neutrófilos. Obs: Quando tem a saída de líquido com pobreza de proteínas e ausência de células leucócitos, chamamos de transudato . ● O pus é um exsudato inflamatório rico em proteínas, leucócitos e detritos de células parenquimatosas destruídas. Para que tenha o pus, que normalmente corresponde a uma infecção bacteriana, são as chamadas bactérias piogênicas, é um exsudato rico nesses componentes. Os leucócitos são chamados então de piócitos no pus. É uma necrose do tipo liquefativa. O pus é uma massa que corresponde quase sempre a necrose liquefativa. ● As manifestações locais da inflamação aguda , mostram três componentes : ➢ Alterações do fluxo vascular e do calibre dos vasos (alteração hemodinâmica); a inflamação ocorre sempre na microcirculação, então envolve arteríola, capilar e vênula. Inicialmente há hiperemia e posteriormente uma lentificação do fluxo, resultando em congestão. ➢ Alteração da permeabilidade vascular ; ➢ Exsudação leucocitária . ★ Mediadores químicos (fonte) Para se ter essas alterações há que ter algumas moléculas/proteínas que vão mediar a inflamação, os principais mediadores químicos, são: Histamina - mastócitos (célula tecidual, próxima quase sempre da microcirculação), basófilos (leucócitos circulantes), plaquetas (circulante) Obs: O ácido aracdônico é clivado e produz as prostaglandinas e leucotrienos, com grande importância na inflamação. Derivados do ácido araquidônico, os eicosanóides- 20 carbonos. Prostaglandinas - mastócitos,leucócitos Leucotrienos - mastócitos, leucócitos Citocinas (TNF, IL-1, IL-6) - moléculas produzidas por células; macrófagos, células dendríticas, células endoteliais, mastócitos 1 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C Quimiocinas - que normalmente são até produzidas por bactérias no local da inflamação - leucócitos, macrófagos ativos Fator ativador plaquetário - leucócitos, mastócitos Complemento - plasma (produzido no fígado), se adapta ao antígeno e anticorpo formando o imunocomplexo. Cininas - plasma (produzido no fígado) ★ Mediadores químicos (ação) Histamina : vasodilatação (venular, principalmente, e arteriolar), aumento da permeabilidade vascular, ativação endotelial. O endotélio vascular habitualmente é inativo, mas pode ser ativado pela histamina e produzir também algumas proteínas de superfície da célula endotelial Prostaglandinas : vasodilatação, dor e febre. Leucotrienos : aumento da permeabilidade vascular, quimiotaxia, a adesão e ativação dos leucócitos. Citocinas (TNF, IL-1 e IL-6) : ativação endotelial (liberação de óxido nítrico que provoca dilatação vascular e expressão das moléculas de adesão como selectinas e integrinas), febre, anormalidades metabólicas, hipotensão (choque). Quimiocinas : quimiotaxia (quimioatração - neutrófilo é atraído para o local da lesão; depois que ele sai do espaço vascular), ativação dos leucócitos. Fator ativador plaquetário : vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, adesão leucocitária, quimiotaxia, degranulação das plaquetas - produzindo histamina. Complemento : quimiotaxia, ativação dos leucócitos, eliminação direta do alvo (no caso de um imunocomplexo, antígeno e anticorpo), vasodilatação (estimulação de mastócitos). Cininas : aumento da permeabilidade vascular, contração muscular lisa, vasodilatação, dor (sendo sua principal função). Existe também uma molécula de óxido nítrico que vai provocar quase sempre uma dilatação vascular; o óxido nítrico é produzido no fagossomo. 1. Alterações hemodinâmicas : São ativadas por mediadores químicos, mas eventualmente iniciadas por mecanismos neurogênicos. No primeiro momento de uma reação inflamatória existe uma vasoconstrição arteriolar por mecanismo neurogênicos e depois tem os mediadores químicos atuando em cima do vaso. ● Primeiro ocorre uma vasoconstricção (hiperemia/congestão ativa) transitória das arteríolas (mecanismo neurogênico), depois ocorre uma vasodilatação das arteríolase provoca abertura de novos capilares (calor e rubor), além das arteríolas vai ter vasodilatação venular. Essa vasodilatação e vasoconstrição tanto arteriolar quanto venular vai provocar o calor e o rubor. ● Segue-se uma diminuição do fluxo sanguíneo para o local, originando estase. Normalmente, existe uma lesão, agressão, inicialmente uma vasoconstricção transitória arteriolar, depois uma vasodilatação aumentando o fluxo arteriolar, depois uma vasodilatação venular provocando então o fenômeno chamado estase (parada da circulação do local). 2. Alterações na permeabilidade vascular : Provoca a passagem de líquido para fora dos vasos (no caso plasma), originando o edema (- acúmulo de líquido nos tecidos - relacionado com o sinal cardinal de tumor). Se tem uma vasodilatação, vai ter um pertuito, uma separação do endotélio e a passagem do líquido intravascular para o espaço extravascular. 3. Exsudação leucocitária : Os leucócitos ingerem/fagocitam os agentes nocivos, destroem bactérias e degradam o tecido necrótico (tecido morto) e antígenos estranhos. ● Saída do leucócito do território intravascular para o interstício. ● Sequência de eventos, para saída dos neutrófilos, da luz dos vasos para o interstício: I. Na luz : ocorre a marginação dos leucócitos (saída do neutrófilo da região central do fluxo sanguíneo, que é o fluxo axial da microcirculação até a periferia), na periferia vai ter a rolagem (rolamento dos neutrófilos) e finalmente a parada dos neutrófilos 2 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C nas áreas lesadas que é chamada de aderência ao endotélio; isso ocorre pela quimiotaxia e estase (os leucócitos vão para a periferia da vênula provocando a marginalização). II. Transmigração (diapedese) - saída do neutrófilo dentro do vaso vascular para o interstício III. Migração nos tecidos intersticiais em direção a um estímulo quimiotático - vai haver a quimiotaxia através dos quimioatraentes para chegar até ao local lesado Esquema mostrando o fluxo axial no vaso normal, que tem os neutrófilos na posição central axial perifericamente vai ter o plasma, as hemácias e os neutrófilos. Principalmente os neutrófilos que são células que contêm mais sangue periférico, os leucócitos e neutrófilos. Depois vai ter a vasodilatação com a estase, e essa estase então com a redução do fluxo, os neutrófilos vão migrar para a periferia, chama-se marginação leucocitária. Quando eles margeiam e vão para a margem, eles vão através de umas proteínas de superfície chamada selectinas que vão rolar sobre o endotélio vascular até a área lesada. É importante entender que os neutrófilos dentro do sangue não estão ativados , quando eles vão para a periferia para a marginação eles são ativados e vão ativar as selectinas, essas selectinas vão interagir com as selectinas do endotélio vascular, então vai haver uma interação da selectina do leucócito com a selectina do endotélio e vai provocar uma rolagem, como fosse realmente rolando ao longo do vaso. Quando chega próximo a área lesada, ele para a rolagem através da ativação pelo quimioatraentes e vai então haver outra proteína, as integrinas. Então, as selectinas provocam rolamento do neutrófilos e as integrinas provocam a sua parada, a sua fixação no endotélio, acumulando próximo a área lesada . Depois que ele ficar parado pela integrina, ele vai através do quimioatraente fazer a transmigração , que é a saída de dentro do vaso para o espaço extravascular, o interstício. Temos que entender o seguinte: o neutrófilo às vezes vai ter dificuldade, então vai ter que sair, vai ter que rolar, fixar pela integrina, depois vai sair do espaço pelo quimioatraente. Primeiro o plasma saiu, o espaço extracelular, o interstício ficou mais edemaciado, provocando o edema. Vai ter que sair, mas na parte de fora na vênula existe uma membrana basal, então vai ter que destruir a membrana basal para alcançar o meio extravascular, então é todo um processo que inclui vários mediadores nessa fase aqui, tanto na rolagem, quanto da fixação, quanto da transmigração ou de diapedese. Saindo, o espaço já está edemaciado pela grande quantidade de líquido extravasado de plasma, então os neutrófilos estão migrando para área lesada através da quimiotaxia . A gente entender que existem vários capilares, várias vênulas, várias arteríolas numa área lesada, isso é um fenômeno que pode ocorrer permanentemente. Importante entender que esse fenômeno da saída dos neutrófilos de dentro do espaço intravascular para o interstício ocorre nas vênulas, não ocorre nas arteríolas e nem nos capilares habitualmente, o único órgão em que ocorre essa transmigração (diapedese), essa saída através dos capilares é o pulmão , todos os outros órgãos, a saída se dá através da vênula pós-capilar. ★ Neutrófilos Tem esse nome pois os grânulos quase sempre não se coram nem pela eosina, nem pelos corantes ácidos e nem básicos, ou seja, ele é neutro . Tem 2 tipos de grânulos : azurófilos (grânulos maiores, os grânulos secundários) que contém algumas enzimas, algumas proteases, principalmente a elastase, e tem o grânulo menor (grânulos primários) que também tem outras 3 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C enzimas. Ambos grânulos são lisossomos, elas contêm enzimas. Aqui uma micrografia do sangueperiférico para compararmos o tamanho do neutrófilo. O neutrófilo também é chamado de leucócitos polimorfonuclear, pois o núcleo tem várias formas; habitualmente é multiloculado, na verdade tem um núcleo só, ele é multilobular, tem vários lóbulos. Seu tamanho em relação à hemácia é de 3 a 4 vezes maior que o da hemácia. Há também óxido nítrico e espécies ativas de oxigênio. Sempre migra pela vênula pós capilar. ★ Eosinófilos Também está envolvido com a inflamação, porém em uma fase mais posterior, não mais em sua fase aguda. Ocorre mais em uma reação de hipersensibilidade, uma reação mais crônica. Tem grânulos que se coram mais pelos corantes ácidos, no caso a eosina, por isso chamado de eosinófilo. É uma célula menor em relação aos neutrófilos. ★ Quimiotaxia Os fatores quimiotáticos para neutrófilos mais importantes são produtos bacterianos, mas pode ter outras citocinas, são chamadas as quimiocinas que vão atrair os neutrófilos. Corte longitudinal de uma vênula em que tem todo o fenômeno da inflamação. Como vai acontecer? Temos o neutrófilo que está correndo na região central, a região axial do fluxo sanguíneo da vênula, ele se torna ativado e vai migrar para a periferia, que é chamada de marginação, e ele vai ter na sua superfície a selectina ou l-selectina, que é a selectina do leucócito. Ao mesmo tempo, vai haver também a ativação da selectina endotelial, então tendo a ativação da selectina do neutrófilo e endotelial, ele vai rolando. São adesões frouxas. A selectina endotelial é chamada e-selectina, é o fenômeno do rolamento, vai rolando e vai chegar um ponto que ele vai aderir, que é próximo a área lesada, essa parada vai se dar principalmente pelas quimiocinas ou quimioatraentes, ele para e vai aderir. Antigamente essa parada a gente chamava de marginação leucocitária, mas hoje chamamos apenas de adesão. Se tem uma vasodilatação venular, vai ter o afastamento das células endoteliais, esse provocamento vai provocar a saída desse leucócito, neutrófilo, através de quimioatraentes, ele vai atrair e vai até o local da lesão é assim que acontece o fenômeno da inflamação. Obs.: Existem algumas patologias de cunho genético, uma patologia especial de cunho genético onde não há ativação das selectinas dos neutrófilos. Então às vezes você pode ter através de um estímulo, a proliferação na medula óssea, uma proliferação muito grande de neutrófilos; pode ter num hemograma do sangue periférico grande quantidade de neutrófilos, porém não estão ativos porque não conseguem rolar. Então existe um defeito na selectina, eles não conseguem rolar, não conseguem atingir o meio extracelular. Então pacientes com deficiência nas selectinas dos leucócitos têm às vezes infecções graves, não combatem as infecções, porque os neutrófilos não conseguem chegar lá. ★ Fagocitose A célula inflamatória engloba as partículas estranhas e as destrói através de suas enzimas. 4 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C O neutrófilo para emitir pseudópodes, para envolver bactéria, essa bactéria tem que estar revestida por imunoglobulina, tem que estar opsonizada, se não tiver opsonizada o neutrófilo não vai englobar. Então ele vai englobar, forma-se um vacúolo que é chamado fagossomo que vai internalizar a bactéria. O fagossomo é constituído pela própria membrana plasmática do neutrófilo. O fagossomo vai se integrar com os grânulos azurófilos, neutrófilos e aqueles primários, secundários contendo enzima, então vai formar o fagolisossomo , então temos os fagossomos junto com as enzimas proteolíticas. Só então que a bactéria ou o corpo estranho é destruído. Os grânulos azurófilos também podem liberar enzimas no meio extracelular, não só voltando com o fagossomo, causando destruição celular independente de destruir bactérias. ★ Padrões morfológicos A inflamação é sempre um processo, ocorre em vários momentos. Inflamação Serosa ❖ Exsudação de fluidos com poucas células (leucócitos). ❖ O fluido na inflamação serosa não é infectado por microrganismos, são assépticos. ❖ Acontece mais nas cavidades serosas é chamado de efusão . Quando você tem uma inflamação aguda do tipo seroso nas cavidades chamamos de efusão. ❖ Exemplos : pleurite serosa, pericardite serosa, bolha de queimadura (se não romper a bolha, não está infectado por bactérias, então naquele momento é uma inflamação serosa; pode até evoluir se ela se infectar, penetrar bactérias, mas habitualmente é serosa) ou infecção viral. Inflamação Fibrinosa ❖ Presença de fibrina no espaço extracelular (a saída do líquido do espaço intravascular para o extracelular sai do plasma e vai ter fibrinogênio, e fibrinogênio vai se precipitar em fibrina no espaço extracelular, excesso de fibrina = inflamação fibrinosa ). ❖ O exsudato fibrinoso ocorre em grandes extravasamentos ou na presença de estímulos pró-coagulantes (células neoplásicas - A neoplasia quando provoca inflamação quase sempre vai dar esse tipo de exsudado fibrinoso) podendo ser dissolvido pela fibrinólise e removidos pelos macrófagos. Então o exsudado fibrinoso é o exsudato rico em fibrina. ❖ É característica da inflamação nas cavidades corporais (pleurite fibrinosa, pericardite fibrinosa e peritonite fibrinosa, meningite fibrinosa). ❖ Se não for removido por fibrinólise, pode levar a fibrose e aderência entre os folhetos da cavidade ( sínfise ou aderência), por estímulo ao crescimento de fibroblasto. ❖Exemplo : uma aderência nas pleuras. Inflamação Purulenta (supurativa) ❖ Caracteriza-se pela produção de pus ❖ Pus: exsudato constituído por neutrófilos (nesse momento chamados de piócitos), resíduos de células necróticas e fluidos de edema ❖ Causadas por bactérias piogênicas. A mais comum é o estafilococos aureus. ❖ Abscesso : coleção localizada de pus (geralmente em órgãos ou em vísceras sólidas). ex: pulmão; Toda vez que se tem pus em órgão ou víscera sólida vamos chamar de abscesso. “Abscesso de parede” - diz respeito a parede abdominal ou toráxica, normalmente onde se tem pele, tecido celular subcutâneo e músculo. Quando for na parede da vesícula biliar, vai ser abscesso. A acne é um abscesso, uma coleção purulenta de uma glândula sebácea subcutânea, é um pequeno abscesso. ❖ Empiema : coleção purulenta presente em vísceras ocas ou cavidades, é muito rica em fibrina. ex: vesícula biliar; Costuma formar umas cavidades delimitadas por fibrina, normalmente na base da pleura. O empiema não se movimenta, fica localizado. Coleção de pus na pleura seria caso de empiema. 5 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C ❖ Piotórax : coleção purulenta no espaço pleural, o pus se movimenta livremente, não tem tanta fibrina. Úlceras ❖ Defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou tecido, por perda do tecido necrótico inflamado. Possui uma solução de continuidade no tecido. ❖ Locais mais comuns: mucosa oral, estômago, intestinos, trato genito-urinário, pele e no tecido subcutâneo, sempre na superfície . ❖ Possui uma camada mais superficial de necrose, uma mais profunda de infiltrado inflamatório e mais abaixo possui um anel de formação vascular. Exemplos de inflamação aguda Hepatite B não tem o padrão clássico do neutrófilo inicialmente. Na hepatite, o vírus quase sempre induz ao linfócito, mas tem o edema e congestão. Apendicite Aguda com Perfuração : faz parte do intestino, apêndice ileocecal, tem muito folículo linfóide na submucosa e pode eventualmente obliterar a luz, provocando a entrada para as bactérias intestinais, provocar uma lesão da mucosa e reação inflamatória aguda com formação de úlceras da superfície, pode penetrar na parede formando até abscessos e pode também perfurar. Fleimão : reação inflamatória purulenta que disseca o tecido, por exemplo, fleimão de perna é comum, a pessoa tem uma reação inflamatória no tecido adiposo subcutâneo, forma-se uma coleção purulenta, um abscesso e ele pode dissecar os tecidos e envolver todo a uma extensa área.A perna fica toda avermelhada,inchada, inflamada. O apendicite pode ser flegmonosa, pode formar fleimão também, pode ulcerar, penetrar como abscesso de parede e ir dissecando a parede do apêndice até o intestino, quando acontece isso chamamos de apendicite aguda flegmonosa . Apendicite Aguda : tem o folículo linfóide no córion do apêndice, esse folículo linfóide faz parte do tecido linfóide associado a mucosa, as bactérias vão se acumulando na luz do apêndice, pode inflamar essa mucosa, essas gramas apendiculares que são as criptas, começar a dissecar, destruir, formar uma úlcera e pode penetrar formando até um abscesso na parede do apêndice. Formando até um fleimão caso haja dissecção. Glomerulonefrite Aguda : é aguda pelo tempo de evolução, mas não tem o mesmo padrão da inflamação aguda normal, que tem presença de neutrófilos. Nesse local, o local do rim afetado é o glomérulo, quase sempre é para uma reação antígeno, anticorpo e complemento, são aquelas glomerulonefrites que tem depósito de imunocomplexo em vários níveis do glomérulo. Geralmente não é bacteriano, é imune. O que tem às vezes no rim que é relativamente frequente, é a obstrução do ureter, ele pode obstruir por um cálculo ou mesmo a bexiga urinária pode inflamar, dar uma cistite, a bactéria pode ascender através do ureter e cair dentro do rim, da pelve renal e chegar até nos túbulos renais. Quando acontece nos túbulos renais é pielonefrite , é bacteriano, quase sempre por infecção ascendente, pode ter também uma infecção descendente. Nas mulheres é comum ter pielonefrite, pois a bexiga da mulher é menor, a uretra é curta e quase sempre pode ascender e vir a formar a pielonefrite. No homem pode haver obstrução da próstata e também infecção bacteriana formando em cima. Quando tem a pielonefrite no rim com formação do pus mais em cima, chamamos de abscesso . Na bexiga é um empiema vesical, é um órgão oco . Obs.: Tudo que for sólido → Abscesso Tudo que for oco → Empiema Reação inflamatória bacteriana aguda em que as bactérias piogênicas (quase sempre), e o mais comum staphylococcus aureus, uma disseminação sanguínea de staphylococcus, uma septicemia, uma 6 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C estafilococcia, ele vai pelo sangue e vai instalar nas válvulas cardíacas, dando a chamada valvulite ou endocardite bacteriana infecciosa . Essa é com destruição, inflamação aguda. Existe uma endocardite subaguda também infecciosa, mas é dada por uma bactéria menos virulenta. Porém, na endocardite subaguda tem que ter uma lesão prévia da válvula, na endocardite aguda por bactéria piogênicas não há necessidade ter lesão prévia da válvula, pois tem a destruição da válvula. Se tem uma destruição da válvula, o sangue vai regurgitar, pois a válvula está destruída,ela não vai fechar para impedir o retorno sanguíneo. Peritonite : é uma inflamação supurativa (purulenta), foi uma apendicite aguda que rompeu, perfurou e o pus se instalou dentro do peritônio. Abscesso Mamário : uma área que está sem nada dentro, pois no corte histológico o pus saiu. É muito comum nas mulheres que estão amamentando, são as mastites, às vezes o bebê traumatiza e quase sempre pode provocar essa mastite a formação de abscesso, quando ele forma, não se comunica com o meio exterior, então tem que drenar ❖ É aquela que persiste por semanas, meses ou anos. Inflamação arrastada ❖ Pode se seguir a uma inflamação aguda devido à persistência do estímulo inflamatório. ❖ Pode ser devida simplesmente a ataques repetidos de inflamação aguda, com febre, dor e tumefação (edema). ❖ Pode começar insidiosamente como uma resposta lenta, que nunca adquire características da inflamação aguda (como ocorre na Artrite Reumatóide, Bronquite Crônica e Tuberculose). As células características da inflamação crônica são os linfócitos e os plasmócitos . Obs.: A inflamação aguda é uma resposta inespecífica para qualquer tipo de agressão, é uma imunidade inata que os pacientes estão desenvolvendo. Depois de ter uma inflamação aguda, adquire resistência ou imunidade contra aquela bactéria ou agente agressor, passa a ser uma reação imunológica adquirida. As células tanto podem ser arrastadas, quanto podem ser causadas por bactéria na cronicidade. ★ Linfócito Linfócito - célula pequena, quase do tamanho da hemácia com muito pouco citoplasma, núcleo arredondado, com a cromatina bem distribuída. É muito pouco visível. A não ser os linfócitos mais jovens, os linfoblastos, que têm mais citoplasma. ★ Plasmócito Vesícula Biliar - Colecistite Crônica : é um órgão que está constantemente inflamado, pois a vesícula biliar serve para concentrar dele, a bile às vezes tem muito colesterol, então tem precipitações de sais de colesterol formando cálculos e obstruindo as vesículas. A vesícula quase sempre fica cônica com a presença de cálculos, vai havendo inflamações agudas repetidas na parede, lesando a mucosa na superfície e depois ela vai cronificar. Mas também ela pode sofrer uma inflamação aguda purulenta, formando um empiema da vesícula. Exemplo de uma vesícula com vários cálculos dentro, formando uma reação inflamatória crônica. Pericardite Fibrinosa - padrão de inflamação aguda com cronicidade, formando esse aspecto fibrinoso no pericárdio ou no epicárdio que é o pericárdio visceral. 7 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C Na cura, ele pode aderir um folheto no outro e formar a pericardite fibrinosa. Uma inflamação crônica no miocárdio, utilizamos o sufixo ite para designar as inflamações. É uma miocardite crônica cheia de linfócitos. Endocardite da febre reumática , tem a lesão fundamental da febre reumática que é chamada Nódulo de Aschoff , é formado por macrófagos e por linfócitos. São pequenas áreas dentro do coração, geralmente no endocárdico que tem o acúmulo de macrófagos e neutrófilos. Outro aspecto da inflamação crônica, não vemos nenhum neutrófilo, somente linfócitos. Portanto, já é uma situação crônica, imunidade adquirida. Dermatite Crônica : inflamação crônica da pele, quantidade de linfócitos estão na derme, nas papilas dérmicas que se estendeu até a epiderme, formando uma pequena vesícula (parte direita superior). Se essa vesícula tiver pouca célula, pouco leucócito, ela vai ser uma inflamação com padrão seroso, então quando tem uma queimadura de 2° grau (bolhas e flictenas). É na epiderme ou abaixo da camada córnea. → Colecistite Crônica : Aspecto microscópico da inflamação da vesícula biliar, só vemos infiltrado o linfocitário, os vasos continuam com gesto estase. Esse tipo de reação inflamatória crônica, é um tipo que chamamos de específico. Enquanto na miocardite crônica, na colecistite crônica é inespecífica, pois não sabemos o que está causando, pode ser bactéria, obstrução irritando a mucosa. Mas aqui em algumas glândulas, na tireóide por exemplo, existe essa tireoidite (inflamação da tireóide) que chamamos de Quervain. Geralmente é causada por vírus, levando ao aparecimento da lesão bem típica, que é o chamado granuloma . O granuloma, por exemplo, é bem característica da tuberculose. É formada por macrófagos, linfócitos na periferia, geralmente linfócitos T e células gigantes multinucleadas. A hipersensibilidade são as reações inflamatórias no caso de imunidade adquirida que forma então os granulomas. Essa imagem é um exemplo de hipersensibilidade do tipo 4. Células do tecido conjuntivo : mastócitos, macrófagos e fibroblastos Células do tecido conjuntivo da matriz extracelular : fibras elásticas, fibras colágenas e proteoglicanos Vasos : arteríolas, vênulas e capilares. Mas principalmente as vênulas, pois tem os neutrófilos marginando, saindo e extravasando, tem também os eosinófilos, basófilos (libera histamina da mesma maneira que o neutrófilo), plaquetas (produzem além 8 PATOLOGIA E ANATOMIA PATOLÓGICA Bruna Pitanga MED 104C da histamina, a serotonina que é outra enzima vasoativa mas não faz muita alteração na inflamação aguda normalmente estimula outras síndromes orgânicas), monócitos, linfócitos. Quando o neutrófilo engloba uma bactéria opsonizada, que vai haver a junção do lisossomo com o fagossomo,para formar o fagolisossomo, dentro do lisossomo temos várias enzimas proteolíticas e quase sempre elas produzem óxido nítrico, que é um agente altamente bactericida, mas ele também é produzido pelas células endoteliais no caso de lesões isquêmicas. Quando está tendo uma isquemia cerebral, uma obstrução da artéria cerebral. Então, o endotélio libera óxido nítrico, pois ele provoca vasodilatação por agir nas musculaturas dos vasos, é benéfico, pode administrar óxido nítrico em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico. Tem uma isquemia, tem uma necrose e, para causar revascularização dos vasos, deve administrar óxido nítrico ao paciente. Proteínas Solúveis : complemento, cascata de coagulação e sistema cinina responsável pela dor e pela vasodilatação. → Uma agressão provoca uma inflamação aguda que pode ser curada, formar um acesso ou uma regeneração ou cicatrização ou até a inflamação crônica. A inflamação crônica pode ser um resultado direto da agressão Obs.: Resolução: destruindo as bactérias e removendo as células necrosadas. 9
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