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Anestesiologia veterinária - Avaliação do paciente, MPA, estadiamento, anestesia IV e dissociativa, intubação

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INTRODUÇÃO 
 
 
 
 • 1000 a.C a artéria carótida era comprimida para que o paciente ficasse inconsciente. 
• 400 a.C Hipócrates criou a esponja soporífera que era mergulhada numa mistura de ópio, 
vinho e plantas como a mandrágora e o meimendro para anestesiar os pacientes. 
• Na idade média há relatos de uso de hipotermia, concussão e contenção para realização 
de procedimentos médicos. 
• Há relatos de uso de hipnotismo e láudano (vinho branco, ópio e outras substâncias) e na 
China a acupuntura foi desenvolvida para controle da dor. 
• Em 1540 Paracelsus observou os efeitos soporíferos do éter em galinhas, e em 1773 Joseph 
Prestley utilizou óxido nitroso (NO2) e falho devido a baixa quantidade. EM 1845 Wells 
tentou novamente o NO2, mas falhou e apenas seu aluno Morton realizou a primeira 
anestesia efetiva para extração deum nódulo com éter, desta forma a anestesia foi 
apelidada de eterização. Atualmente não se utiliza éter devido aos seus efeitos adversos. 
• Na Medicina Veterinária o éter é utilizado desde 1847. 
• A primeira universidade com a disciplina de anestesiologia veterinária foi a UNESP de 
Botucatu (SP). 
• Atualmente há grande atenção a anestesia buscando qualidade e segurança, e o bem-estar 
do paciente durante e após a anestesia. 
 
 
TERMINOLOGIA 
 
 
 • Anestesia: Refere-se a perda total da sensibilidade em todo o organismo ou em parte dele, 
geralmente induzida pela administração de agentes que deprimem a atividade dos tecidos 
nervosos. 
• Agente anestésico: Substância capaz de produzir anestesia, é dosado de acordo com cada 
espécie, assim como seus efeitos variam com as espécies e deve ser controlável e reversível. 
• Anestesia regional: Anestesia em uma área específica do corpo. 
• Anestesia geral: Ocorre perda da consciência com depressão do SNC, perda da 
sensibilidade, hipnose, hiporreflexia, relaxamento muscular e analgesia (ausência de dor e 
movimento). 
• Anestésico inalatório: É um gás ou líquido com grande capacidade de se volatizar, ao 
atingir os alvéolos e os capilares alveolares atinge a corrente sanguínea e o SNC e produz 
anestesia geral. 
• Anestésico intravenoso: Composto que produz anestesia quando injetado diretamente na 
corrente sanguínea através da venopunção. 
• Anestésico local: Composto que quando aplicado em mucosas ou ao redor de nervos e 
terminações nervosas produz perda da sensação pela inibição da condução e/ou excitação 
nervosa. Pode ser feito em uma pequena ou extensa área dependendo do objetivo. 
• Analgesia: Ausência ou redução da dor. 
• Anestesia balanceada: Anestesia geral promovida por dois ou mais agentes ou técnicas 
distintas com a finalidade de potencializar o efeito analgésico e reduzir a dose e 
Anestesiologia veterinária 
Universidade Federal de Uberlândia 
consequentemente os efeitos adversos. 
• Hipnose: Sono induzido artificialmente com moderada depressão do SNC. 
• Tranquilização: Estado de calma durante o qual o paciente fica relaxado, acordado e 
indiferente ao ambiente. 
• Sedação: Grau moderado de depressão do SNC, o paciente fica acordado e pode dormir, 
mas pode acordar, fica calmo e ainda responde a estímulos. 
• Anestesia total ou parcial intravenosa (TIV/PIVA): Anestesia geral oriunda da 
administração de fármacos por via intravenosa utilizando uma bomba de infusão (TIVA), 
ou parcialmente pela via intravenosa com a bomba de infusão (PIVA). 
• Anestesia dissociativa: Ocorre uma dissociação do córtex cerebral de maneira seletiva que 
promove um estado de catalepsia onde o paciente permanece consciente, mas perde a 
capacidade de controlar seus movimentos. Também promove analgesia somática (de pele, 
músculos e ossos), mantém os reflexos protetores (palpebral, laringotraqueal, 
mandibular...) e estado de consciência fica alterado. 
• Período de latência: Intervalo de administração do agente e a instalação de seus efeitos. 
 
 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 • Intravenosa: Sempre se deve canular o paciente, mesmo se a administração do anestésico 
não for intravenosa, pois caso necessite de uma administração emergencial será necessário 
o acesso intravenoso. Alguns anestésicos também podem ser administrados por este acesso 
e é muito utilizado no pré-operatório de ruminantes. 
• Intramuscular: Em equinos normalmente realiza-se a administração em pescoço ou 
glúteo, em cães utiliza-se normalmente a região lombar próximo as vértebras, antes do 
glúteo. Em bovinos utiliza-se o glúteo com maior frequência, em felinos normalmente 
realiza-se na região de membros devido ao risco de encapsular, mas é raro ocorrer 
encapsulamento de anestésicos. Em pequenos animais utiliza-se muito este acesso para o 
pré-anestésico. 
• Subcutânea: É mais utilizada no pós-operatório para aplicação de anti-inflamatório. 
• Oral: Não é muito utilizada, mas em alguns casos como em felinos muito agressivos pode 
utilizar-se um pré-anestésico pela via oral para tranquilizar o paciente. 
• Inalatória: Pode ser feita em praticamente toda espécie variando e adaptando as técnicas. 
Pode ser feito através da máscara ou intubação traqueal. 
• Tópica: Algumas pomadas e colírios podem ser anestésicos locais para pequenos 
procedimentos. 
• Espinhal: Deposita-se o anestésico diretamente na medula espinhal, é subdividida como 
raquidiana (mais profunda, se deposita no espaço do líquido) ou peridural (superficial) 
diferenciando a profundidade da agulha. 
• Infiltrativa: Deposita-se grande quantidade de anestésico no subcutâneo ou musculatura. 
Pode ser feito em procedimentos de mastectomia, bloqueando apenas o subcutâneo. 
 
 
AVALIAÇÃO E PREPARO DO 
PACIENTE 
 
 
 O preparo e avaliação do paciente antes da anestesia possui como objetivo a redução da 
mortalidade e morbidade cirúrgica, adequação da saúde do paciente, determinar condição física 
(prever riscos/prevenir situações), planejamento da conduta pré-operatória, determinar o 
protocolo anestésico, estimar o risco anestésico-cirúrgico, consentimento/esclarecimento do tutor. 
Durante a avaliação deve ser feito o exame físico, hemograma, exames complementares, avaliação 
da função respiratória, cardíaca, hepática e renal. Deve-se avaliar a própria cirurgia, se é muito 
dolorosa, arriscada e outras características para estabelecer o melhor protocolo e orientar o tutor. 
Os braqueicefálicos são suscetíveis a reações adversas, pois possuem alta atividade vagal, além de 
possíveis problemas respiratórios e cardíacos. Os Collies e cruzamentos são muito sensíveis e 
podem apresentar sinais não descritos nas bulas como idiossincrasias, assim como os Galgos. 
Após a avaliação é necessário saber se o paciente se encontra nas melhores condições possíveis 
para realizar a cirurgia proposta. Caso não esteja deve-se avaliar se a cirurgia pode ser adiada. Os 
riscos de operar o paciente devem ser sempre menores que os riscos de não operar, avaliando riscos 
e benefícios. É importante conhecer as diferenças entre as raças e espécies devido a variações 
anatômicas, metabólicas e farmacocinéticas, também existem variações individuais que serão 
observadas durante a anestesia. Os répteis possuem metabolismo lento e necessitam de ajustes de 
dose. Raças como braquiocefálicos apresentam focinho achatado com estenose de narina, palato 
prolongado e traqueia estreia deve-se atentar a obstrução das vias aéreas, apneia, hipóxia e outros 
sinais respiratórios, atenção para retirar o tubo traqueal, deve ser retirado quando o paciente 
estiver mais acordado para que ele possa respirar sozinho. As idiossincrasias ocorrem 
frequentemente em Collies e cruzamentos e Bull Terrier (muito sensíveis a fármacos). 
A idade altera o metabolismo e excreção principalmente animais muito jovens ou idosos, a 
maturidade hepática ocorre após 6 semanas de vida e neste período a metabolização de fármacos 
é prejudicada. A hipotermia deve sempre ter uma atenção principalmente em idosos, 
jovens/neonatos e pacientes muito pequenos/magros. A anestesia prejudica o controle de 
temperatura, e promove vasodilataçãocausando normalmente perda de temperatura 
principalmente dependendo da temperatura ambiente, temperatura da mesa e outros. O sexo 
influencia principalmente durante o cio que propicia o sangramento, pois há ingurgitação dos 
vasos, e pacientes gestantes que são mais sensíveis e devem ter doses reduzidas. O peso corporal 
em pacientes obesos deve ser feito com doses reduzidas ou calculadas sobre o peso ideal, pois se 
calcular a dose sobre o peso corporal pode causar uma superdosagem. Em animais caquéticos 
também deve ter atenção, pois muitos deles apresentam insuficiência hepática, hipoalbunemia 
(albumina é a principal proteína carreadora de fármacos). O temperamento do paciente muda o 
protocolo anestésico, em pacientes calmos pode ser feito apenas uma sedação leve e em pacientes 
agressivos, agitados são necessárias doses mais altas para sedação. Os Galgos são cães com pouca 
gordura, e alguns fármacos após saírem do SNC se depositam na gordura, estes fármacos não 
devem ser usados nestes pacientes, pois ele não conseguirá se depositar na gordura caindo na 
corrente sanguínea e voltando para o SNC mantendo os efeitos por tempo prolongados, também 
apresentam idiossincrasia, assim como o Husky, Collies e Bull Terriers. Em Galgos deve-se reduzir 
a dose e evitar fármacos que se depositem na gordura. 
Fazer a anmnese com uma ficha específica anestésica assinalando convulsões, tumores 
principalmente em regiões de sistema nervoso, alguns anestésicos reduzem o limiar convulsivos 
(propiciando a convulsão), cianose, cardiopatias, problemas pulmonares, êmese frequente 
(problemas renais, hepáticos, gastrointestinais), reação alérgica ou efeitos adversos a fármacos. 
Outras doenças anteriores, procedimentos cirúrgicos e anestésicos (quanto tempo? Teve 
complicações?), se alimentava bem, defecação, toma outros medicamentos (anti-depressivos 
potencializam efeitos anestésicos), anti-inflamatório. 
 
Preparação do paciente: 
•Importante para evitar regurgitação e ocorrer pneumonia aspirativa. 
•Estômago cheio pode causar depleção de outros órgãos prejudicando a cirurgia. 
•Não ocorre digestão e o material fermenta, forma gás e pode ser prejudicial principalmente em 
ruminantes (timpanismo), cavalos (cólica). 
•O estômago, principalmente em grandes animais, pode causar compressão de diafragma e 
pulmões causando acidose respiratória. 
•Jejum alimentar: 8-12 horas (pequenos), 12-24 horas (cavalos), 48 horas (pequenos ruminantes), 
72 horas (grandes ruminantes adultos). 
•Jejum hídrico: 2-4 horas (pequenos, cuidado com lugares muito quentes que não necessita e há 
riscos de desidratação), 12 horas (cavalo), 48 horas (pequenos ruminantes), 72 horas (grandes 
ruminantes). 
•Existem exceções quando há muito calor que deve ser reduzido o jejum hidríco dos animais de 
grande porte e para os de pequenos não deve ser feito. 
•Em filhotes não se realiza o jejum, principalmente em lactantes, pois o metabolismo é muito 
rápido. 
•Nas aves não se realiza jejum, nem coelhos, roedores e similares, exceto rapinantes (4-6 horas). 
 
Exame físico 
•Avaliar FC, FR e temperatura; 
•TPC; 
•Avaliação cardíaca e respiratória; 
•Grau de desidratação (não aparente, leve, moderada, grave); 
•Turgor de pele. 
 
 
Exames complementares 
Avaliar o hemograma principalmente plaquetas, hipoproteinemia (albumina), hematócrito, 
leucócitos (desvio a esquerda? Indicando infecção o que aumenta a probabilidade de sepse, 
vasodilatação e outros sinais). Avaliar também função hepática devido a metabolização dos 
fármacos, avaliar FA, ALT, GGT. Avaliar função renal devido a excreção renal da maioria dos 
fármacos avaliar creatinina, ureia, urinálise. Hemogasometria, eletrocardiograma e 
ecocardiograma (pacientes acima de 9 anos ou com alteração na ausculta). 
 
Após realizar anamnese, exame físico e exames complementares, avaliaram o procedimento 
cirúrgico deve-se enquadrar o paciente de acordo com o ASA (American Society of Anesthesiology): 
•ASA I: paciente hígido, sem doença e que será submetido a cirurgias eletivas como OSH, 
orquiectomia, estética. 
•ASA II: paciente com doença sistêmica leve (obesos, neonatos, geriátricos, doenças cardíacas 
compensada, gestante). 
•ASA III: paciente com doença sistêmica moderada (anemia, caquexia, anorexia, desidratação, 
hipovolemia moderada, fraturas complicadas, hérnias diafragmáticas). 
•ASA IV: paciente com doença sistêmica grave, que é um constante risco de vida (uremia, choque 
– comprometimento de perfusão tecidual, toxemia, desidratação e hipovolemia severa, 
descompensação cardíaca e renal). 
•ASA V: paciente moribundo, sem expectativa de sobrevivência em 24 horas com ou sem cirurgia 
(desidratação, choque extremo, trauma severo, tumores malignos). 
 
A ficha anestésica é um documento utilizado para registrar tudo que é feito e avaliado durante a 
anestesia. No cabeçário é descrito o paciente e posteriormente os nomes de cirurgiões e anestesistas 
que participarão da cirurgia. Deve-se anotar protocolos de anestesia feitos no pré-operatório, 
durante a cirurgia e no pós-operatório. Abaixo deve-se anotar os monitoramentos de FC, FR e 
outros parâmetros físicos feitos durante a cirurgia, a cada 5 minutos. 
Todo paciente que será submetido a uma cirurgia deve ser canulado e receber fluidoterapia para 
repor a volemia devido a perda sanguínea, manter o acesso venoso viável para administrar 
medicamentos, a desidratação causada pelo jejum e perdas ou já uma desidratação prévia é uma 
causa para necessidade de fluidoterapia de reposição. No transoperatório normalmente é utilizado 
uma taxa 10ml/kg/hora, se o paciente estiver muito hipotenso por hipovolemia ou desidratação é 
necessário aumentar o volume administrado. Em animais já desidratados/hipovolêmicos utiliza-
se uma taxa de 20mlg/kg/hora, já para animais cardiopatas é necessário administrar uma taxa 
entre 3-5ml/kg/hora devido a baixa capacidade de manter um alto volume intracavitário e aumenta 
o risco de edema, mas se o paciente estiver com uma taxa de desidratação maior que 5% é 
necessário avaliar um aumento da taxa de fluidoterapia. 
Dois tipos de equipos podem ser utilizados, o microgotas e macrogotas, em um equipo de 
microgotas 1ml corresponde entre 40-60 microgotas (ela geralmente utiliza 60 gotas para os 
cálculos), no macrogotas 1ml corresponde a 20 macrogotas. O equipo é escolhido baseado no 
tamanho do paciente e a dose administrada, e o cálculo é feito baseado no número de gotas por 
segundo (encontra quantos ml por hora, depois divide por 120 para encontrar quantos ml por 
segundo e faz regra de três para descobrir quantas gotas equivalem aos ml encontrados 
dependendo do equipo utilizado). Pode ser utilizado a bom de infusão para facilitar e evitar o 
cálculo manual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicação pré-
anestésica (MPA) 
 
 
 São as primeiras medicações para início da cirurgia, a intenção é preparar o paciente para ser 
anestesiado, ela é feita após a avaliação pré-anestésica, seguida da MPA (paciente com analgesia e 
sedação), indução (anestesia), manutenção anestésica (via intravenosa ou inalatória), recuperação 
e manejo da dor pós-operatória. Os objetivos da MPA incluem auxiliar na contenção do paciente 
(sedação) e consequentemente reduz o estresse, promover analgesia e miorrelaxamento, 
potencializa fármacos usados na indução e manutenção anestésica, minimiza efeitos deletérios dos 
fármacos indutores e da manutenção (por potencializarem os fármacos deve-se reduzir a dose 
reduzindo também os efeitos adversos), permitir indução e recuperações suaves (o paciente não 
acorda excitado facilitando a anestesia novamente se necessário, pode ser que o paciente pareça 
excitado por estar com dor), também é usado para diminuir secreção das vias aéreas e salivação, 
apenas em alguns pacientes. A MPA normalmente é feita pela via intramuscular para 
posteriormente canular e ter acesso intravenoso, a indução da anestesia é feita IV, em grandes 
animais é possível canular e administra IV. 
Fármacosutilizados (classificação): 
•Anticolinérgicos: atropina, escopolamina e glicopirrolato. 
•Tranquilizantes: fenotiazínicos (acepromazina, clorpromazina, levomepromazina e prometazina, 
é usada como anti-histamínico na veterinária) e butiferonas (azaperone e droperidol, é mais 
utilizada em suínos). 
•Ansiolíticos: benzodiazepínicos (Diazepam, zolazepam e midazolam); agonistas alfa 2 (xilazina, 
detomidina, romifidina e medetomidina, dexmedetomidina e clonidina). 
Calculando volume dos fármacos líquidos: 
𝐷𝑜𝑠𝑒 × 𝑝𝑒𝑠𝑜
𝐶𝑜𝑛𝑐𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑓á𝑟𝑚𝑎𝑐𝑜
 
OBS: Se a concentração estver em mg a dose também deve estar, se for em mcg deve estar tudo 
em mcg. Para converter bastar saber que: 1mg=1000mcg e fazer os cálculos. 
Uma solução a 1% apresenta 1g a cada 100ml, ou seja, 10mg/ml, portanto, para converter a 
porcentagem para mg/ml basta multiplicar por 10. 
Classificação Fármacos Características Indicações/efei
tos adversos 
Doses/adm
. 
Anticolinérgicos Atropina, 
escopolami
na e 
glicopirrolat
o. 
Bloqueiam 
acetilcolina (Ach) 
nas terminações das 
fibras muscarínicas 
antagonizando seus 
efeitos, reduzindo os 
efeitos 
parassimpáticos 
(parassimpatolíticos 
ou anticolinérgicos). 
A Ach é 
neurotransmissão 
das fibras pré e pós-
ganglionares do SNA 
parassimpático. Os 
receptores pré-
ganglionares são os 
receptores 
nicotínicos, os pós-
ganglionares são 
muscarínicos (M1, 
M2, M3, M4, M5). 
Ela atravessa a 
barreira placentária 
e hematoencefálica, 
sofre metabolização 
hepática e parte é 
eliminada de forma 
inalterada pelos rins 
e parte é 
metabolizada em 
subprodutos. 
Coelhos, gatos e 
ratos possuem uma 
enzima chamada 
atropinase 
plasmática que reduz 
a resposta a atropina, 
em caso de pacientes 
que não respondem a 
atropina pode ser 
feito a 
superficialização do 
plano anestésico ou 
outros fármacos 
como o glicopirrolato 
(difícil de ser 
encontrado), 
efedrina (melhor 
São usados para 
minimizar os 
efeitos colaterais 
principalmente 
dos primeiros 
anestésicos como 
bradicardia e 
excesso de 
secreções e 
obstrução 
respiratória, 
indicado para 
BAV (bloqueio 
átrio-ventricular). 
A atropina causa 
taquicardia 
sinusal, 
reduzindo o 
tempo de 
enchimento 
ventricular e 
aumenta o 
consumo de O2 
pelo miocárdio (o 
miocárdio recebe 
o O2 durante a 
diástole), não é 
recomendada 
para pacientes 
taquicárdicos ou 
febris 
(metabolismo alto 
e grande consumo 
de O2). 
Atualmente 
utiliza-se apenas 
em pacientes 
bradicárdicos e se 
iniciar com doses 
baixas e aumentar 
apenas se 
necessário. Os 
usos clínicos 
principais são: 
Procedimentos 
cirúrgicos 
oculares 
(manipulação do 
globo ocular 
Em cães e 
gatos as 
doses mais 
utilizadas são 
0,022-0,044 
mg/kg, em 
ruminantes e 
suínos entre 
0,04-0,08 
mg/kg. A 
concentração 
mais comum 
para ampolas 
de 1ml (0,25 
ou 
0,5mg/ml), 
as vias de 
administraçã
o são IV, IM, 
SC. Sua 
latência via 
IV é de 1min 
(emergência)
, por via IM é 
de 5min (feito 
em MPA, 
também pode 
ser usado 
SC). 
 
para aumento de 
FC), dopamina, 
dobutamina, 
principalmente nos 
coelhos que possuem 
grande quantidades 
desta enzima, os 
gatos respondem em 
menor grau que os 
cães. A duração dos 
efeitos IV é entre 
30—40 min e SC 
entre 1-1:30 hora. 
aumenta o 
estímulo vagal), 
cervicais e que 
envolvam 
manipulação 
visceral, pacientes 
propensos a 
aumento de 
secreção que pode 
obstruir as vias 
aéreas e em casos 
de cirurgia em 
pacientes 
bradicardicos. Em 
equinos deve-se 
evitar pois reduz o 
peristaltismo e 
pode causar 
cólicas. Deve-se 
avaliar a PA e a 
hemodinâmica, 
TPC, arritmias, 
débito urinário, 
além da FC para 
avaliar se há 
necessidade de 
intervenção ou 
não. 
Fenotiazínicos Aceproma
zina, 
clorproma
zina, 
levomepro
mazina 
(difícil de 
ser 
encontrada) 
e 
prometazin
a (pouco 
poder 
tranquilizan
te, é usada 
no choque 
anafilático 
como 
antihistamí
nico, é o 
Fenergam). 
São tranquilizantes 
e, portanto, não 
promovem 
analgesia. Reduz a 
ansiedade com 
acentuada depressão 
do SNC, reduz 
levemente a 
percepção da dor, 
não promvem 
analgesia cirúrgica, 
deve se associar a um 
analgésico. Não 
causa perda de 
consciência. Agem 
no ciclo de vigília-
sono (gatilho do 
adormecer/acordar) 
que fica na 
substância reticular 
mesencefálica, 
também no troco 
cerebral, 
hipotálamo, sistema 
límbico 
(comportamento) e 
gânglio basal. 
Bloqueiam 
neurotransmissores 
excitatórios 
(dopamina e 
serotonina), seus 
efeitos estão 
Os 
braquiocefálicos 
possuem o SNA 
parassimpático 
mais 
proeminente, e os 
fenotiazínicos 
aumentam esta 
atividade 
parassimpática 
podendo causar 
bradicardia e 
bradipnéia, e até 
mesmo óbito. 
Deve-se evitar 
doses altas, e em 
geral recomenda-
se evitar nestes 
pacientes que não 
são muito 
agitados, mas 
pacientes agitados 
pode se utilizar 
principalmente a 
clorpromazina 
(mais segura, mas 
seda menos) em 
doses mais baixas 
(CUIDADO!). 
 
relacionados ao 
antagonismo 
competitivo com o 
neutrotranmissor 
DOPA nos receptores 
dopaminérgicos. O 
paciente pode 
dormir, mas 
desperta, também 
possuem ação anti-
histamínico nos 
vasos e SNC 
(também causa 
depressão). Possui 
ação anti-sialagoga 
(reduz salivação), 
ação 
potencializadora 
(principalmente 
acepromazina) e 
antispasmódica 
(importante para 
dores abdominais 
relacionadas ao 
peristaltismo, 
também para 
pacientes obstruídos 
relaxando o 
esfíncter). 
Acepromazi
na 
É um dos mais 
utilizados na 
veterinária em 
pequenos e 
silvestres, não é 
muito utilizada em 
grandes animais, por 
não ser observado 
grandes efeitos. 
Cuidado com 
equinos (priapismo, 
relaxamento peniano 
com exposição 
prolongada que pode 
lesionar o pênis e 
pode levar até 
amputamento). 
Maior ação 
tranquilizante, pode 
ter um efeito bifásico 
com excitação inicial 
seguido de 
relaxamente, é uma 
particularidade 
individual. Possui 
efeito 
potencializador de 
50-60% de outros 
fármacos. Não é bom 
para equinos 
isoladamente, mas 
pode ser usado em 
Pode ser 
observado ptose 
palpebral 
(principalmente 
em cães e animais 
de grande porte), 
protusão da 
membrana 
nictante com 
protusão de 3ª 
pálpebra, 
prolapso peniano 
(principalmente 
equinos), 
abaixamento de 
cabeça 
(observado em 
equinos) e ataxia. 
Pode ser 
observado 
dependendo da 
dose e ASA do 
paciente 
hipotensão 
(bloqueia alfa1 
adrenérgico), 
taquicardia 
reflexa, 
hipotermia por 
redução do 
sistema 
termorregulador 
Cães: 0,03 a 
0,1mg/Kg IV, 
IM, SC e via 
oral (até 
1mg/Kg) 
Gatos: 0,03 a 
1mg/Kg IV, 
IM, SC 
(Acepran®) - 
Bovinos e 
equinos: 0,02 
a 0,05mg/Kg 
Concentraçõe
s comerciais: 
0,2% e 1%. 
Latência de 3 
a 5 minutos 
IV 5 a 10 
minutos IM. 
associações, possui 
efeitos antieméticos 
não tem efeito 
analgésico. Efeitos 
clínicos 2 a 4 horas. 
em região de 
tronco cerebral e 
por vasodilatação 
que propicia a 
perda de calor por 
convecção. 
Também observa-
se depressão do 
miocárdio 
(inotrópico 
negativo) e 
respiratória 
(tranquilizante e 
potencializadora), 
vasodilatação 
esplênica e 
sequestro 
sanguíneo com 
esplenomegalia 
(evitar em 
cirurgias 
abdominais que o 
baço possa 
atrapalhar, 
pacientes com 
hipotensão grave 
e anemia), 
redução do limiar 
convulsivo 
propiciando 
convulsões 
(atualmente é 
questionado, mas 
já foi observado 
pacientes com e 
sem epilepsia que 
causou crises). 
Evitar em 
pacientes em 
choque, 
geriátricos, 
cardiopatas, 
hipoproteinêmico 
(grande ligação 
com proteínas 
plasmáticas) e 
epiléticos. 
Clorpromaz
ina 
Todos os efeitos da 
acepromazina, mas é 
menos exacerbado 
por ser um fármaco 
mais leve com 
tranquilização 
menos potente, não 
sendo efetiva para 
animais muito 
agressivos. Não 
possui efeito 
analgésico. 
Mais indicado 
para 
braquicefálicos e 
outros pacientes 
onde o uso de 
fenotiazínicos é 
desaconselhável. 
Cães e gatos: 
0,3 a 1mg/Kg 
IV,IM (nunca 
exceder 25 
mg) 
(Clorpromazi
na®, 
Amplictil®) - 
Equinos: 
0,05-1mg/Kg 
Ruminantes: 
0,2- 0,5 
mg/Kg. 
Butirofenonas Doperidol e 
azaperoneSão tranquilizantes, 
eles bloqueiam a 
transmissão 
dopaminérgica, 
bloqueando a 
dopamina que age na 
substância reticular 
mesencefálica 
responsável pelo 
estado de alerta, 
levando o animal a 
dormir. Possui pouca 
ação vascular em 
suínos, e possui um 
ação anti-emética 
importante para a 
espécie. Seus efeitos 
possuem duração de 
3-6 horas. 
Utilizados 
principalmente 
em suínos. 
Promove uma leve 
depressão 
cardiovascular, 
reduz ação do 
SNA simpático, 
mas possui uma 
boa margem de 
segurança. Em 
administrações IV 
possuem um risco 
de excitação, 
portanto, não é 
muito usada. 
É utilizado a 
dose 1-
4mg/KG/IM, 
a via IM é 
mais 
adequada por 
não 
necessitar de 
contenção e 
evitar 
estresse, 
quanto mais 
estressado 
menor será o 
efeito do 
fármaco pré-
anestésico. 
Benzodiazepínic
os (Ansiolíticos) 
Diazepam, 
zolazepam e 
midazola
m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos humanos os 
efeitos são mais 
proeminentes que 
nos animais não 
humanos. Ele 
potencializa a 
neurotransmissão de 
sinapses GABA-
érgicas, deprimindo 
o SNC através do 
influxo de cloro 
tornando o neurônio 
hiperpolarizado 
dificultando a 
despolarização e o 
potencial de ação. 
Também promove 
miorrelaxamente, 
reduz a 
probabilidade de 
convulsão 
(anticonvulsivante), 
além da redução da 
ansiedade (mais 
visível em humanos, 
observa-se essa 
redução em 
pacientes debilitados 
- ASA III ou IV, ou 
idosos; mas em 
pacientes ASA I não é 
recomendado, pois 
pode promover 
excitação paradoxal, 
bloqueando o SNC de 
maneira irregular 
causando efeitos 
contrários), atuação 
discreta sobre os 
parâmetros 
fisiológicos, 
praticamente nula, é 
muito segura para 
pacientes 
debilitados. 
É muito usado 
para cirurgias 
ortopédicas, 
devido a sua ação 
de 
miorrelaxamento. 
Potencializam o 
efeito dos outros 
fármacos pré-
anestésicos e 
anestésicos. 
 
 
Diazepam Se aplicado pela via 
IV deve ser aplicado 
lentamente, pois seu 
veículo é oleoso 
(pode ser diluído no 
soro e administrado 
lentamente, reduz a 
dor causada durante 
a aplicação), 
portanto quando 
aplicado pela via IV 
pode causar trombo 
por embolia 
gordurosa, 
hipotensão, 
depressão 
É muito 
utilizado, 
principalmente 
para manobras 
de atendimento 
emergencial 
(convulsão), em 
pacientes 
debilitados 
como MPA, ou 
como co-indutor 
(administra o 
Diazepam para 
reduzir a dose do 
fármaco de 
indução). 
Os fármacos 
Dizepam, 
Valium e 
Diempax são 
nomes 
comerciais 
(anotar doses), 
a dose 
anticonvulsiva
nte é 
preferencialme
nte IV com 
dose de 
0,5mg/kg, se 
não for 
possível 
respiratória e 
arritmias, causam 
amnésia. Quando 
administrado pela 
via IM o paciente 
sente dor, e pode 
causar uma absorção 
irregular e 
inflamação local por 
seu veículo ser 
oleoso. Alta 
lipossolubilidade 
atravessando 
barreiras 
placentárias e 
hematoencefálicas, 
ligam-se a proteínas 
plasmáticas em 98% 
(cuidado com 
pacientes com 
hipoalbuminemia, 
pois o fármaco não se 
liga e fica livre 
aumentando os 
efeitos adversos). 
Possui 
biotransformação 
hepática e 
eliminação urinária 
(não utilizar em 
pacientes 
hepatopatas ou com 
função renal 
prejudicada, pode 
demorar horas e dias 
para 
eliminar/biotransfor
mar). 
canular pode 
ser aplicado via 
retal com o 
dobro da dose. 
Doses: 
Cães: 0,3 a 1 
mg/Kg IV, IM 
ou VO 
Gatos: 0,3 a 1 
mg/Kg IM (IV 
– depressão 
respiratória) 
Grandes 
animais: 0,1 a 
0,2mg/Kg 
Anticonvulsiva
nte: 0,5 (IV) a 
1mg/kg 
(intraretal) 
Midazolam É hidrossolúvel, não 
causa dor ou 
absorção irregular 
pela via IM 
(preferível quando 
administrado por 
essa via). Possui 
efeitos similares ao 
Diazepam, mas uma 
meia-vida menor que 
o Diazepam, por ser 
hidrossolúvel. 
Possui baixa 
toxicidade, 
efeitos brandos, 
pode ser usado 
em pacientes 
debilitados, mas 
em pacientes 
ASA I pode 
causa excitação 
paradoxal. 
Possui um 
potente efeito 
amnésico, 
possui mais 
chances de 
causar excitação 
paradoxal em 
pacientes 
hígidos. Possui 
um potente 
efeito amnésico, 
e mais chances 
de causar 
Para 
convulsões 
mesmas doses 
que o 
Diazepam 
(anotar outras 
doses), em 
pacientes 
debilitados são 
utilizadas 
doses mais 
baixas. Em 
animais de 
grande porte 
começar com 
0,3 e se 
necessário 
administrar 
0,5, exceto em 
animais 
adultos que 
podem se 
machucar na 
excitação 
paradoxal em 
pacientes 
hígidos. 
convulsão, no 
máximo até 
0,5, pois sua 
dose é mais 
baixa. Outras 
doses - Cães: 
0,1 a 0,5 
mg/Kg IV ou 
IM - Gatos: 0,1 
a 0,3 mg/Kg 
IM - Grandes 
animais: 0,1 a 
0,2mg/Kg. 
 
Antagonistas Flumazenil Os anticolinérgicos e 
fenotiazínicos não 
possuem 
antagonistas. O 
antagonista utilizado 
para 
benzodiazepínicos é 
o flumazenil. 
Há relatos que o 
excesso deste 
fármaco pode 
provocar 
vômito. 
 
Doses 0,05-
0,07mcg/kg/I
V, repetir por 
até três vezes a 
cada 2-3 
minutos até o 
paciente 
voltar. 
Agonistas dos 
receptores alfa-2 
adrenérgicos: 
Xilazina, 
romifidina, 
detomidin
a, 
medetomidi
na e 
dexmedet
omidina. 
São sedativos, 
promovem 
estimulação de alfa 2 
no SNC e SNP, 
reduzem a liberação 
de noradrenalina 
causando depressão 
do SNC, promovem 
sedação, potente 
analgesia visceral, 
miorrelaxamento. 
Após administrado 
o primeiro efeito 
observado é 
vasoconstrição 
fugaz (se ligam 
inespecificamente 
em alfa 1 também 
causando 
vasoconstrição, 
entre 5-10 minutos, 
pode ser observado 
aumento da PA), 
bradicardia reflexa 
por causa da 
vasoconstrição, 
estimulação vagal e 
central simultânea 
potencializando a 
bradicardia, 
posteriormente 
ocorre 
vasodilatação 
podendo ocorrer 
hipotensão, efeitos 
arritmogênicos 
causados pela 
bradicardia 
(arritmia sinusal, 
BAV 1º e 2º grau) e 
hipoventilação pelo 
efeito sedativo. 
Pode causar êmese 
por ativação do 
centro do vômito e 
inibição do 
hormônio ADH 
causando poliúria. 
Outros efeitos são: 
hiperglicemia por 
 
inibição da 
secreção de 
insulina (cuidado 
com pacientes 
diabéticos), 
promovem sedação 
profunda causando 
ataxia, pode deitar 
(ex. bovino, os 
equinos não 
costumam deitar, 
mas afastam o 
membro), ptose 
labial pelo 
miorrelaxamento 
mais observado em 
grandes animais 
principalmente 
equinos, 
abaixamento de 
cabeça também 
mais observado em 
equinos, pode 
ocorre prolapso 
peniano 
principalmente em 
equinos, 
aumentam a 
tonicidade uterina 
(cuidado com 
gestantes), reduz o 
hematócrito devido 
a vasodilação 
esplênica que causa 
sequestro de 
sangue causando 
esplenomegalia 
(cuidado com 
paciente muito 
anêmico. Mais 
usados em animais 
de grande porte, 
exceto a 
dexmedetomidina 
que é mais usada 
em pequenos 
animais. Muito 
usado em equinos 
em casos de cólica 
principalmente 
xilazina e 
detomidina. 
Xilazina Ação 
potencializadora 
(ANOTAR). ), o 
período de latência é 
de 3-5 minutos por 
via IV, e 10-15 
minutos IM. Causa 
uma analgesia entre 
15 a 30 minutos 
(geralmente 30 
minutos, apenas com 
doses baixas que 
dura apenas 15 
minutos), 1-2 horas 
de sedação. Para 
cirurgias a campo, 
pode ser feito 
xilazina e bloqueios 
loco regionais e 
cirurgias em estação 
para animais de 
grande porte 
principalmente em 
equinos. Em 
cirurgias mais longas 
se o paciente estiver 
apenas sobre o efeito 
sedativo deve-se 
reaplicar um terço da 
dose após 1 hora-
1:30h. Ou colocar na 
bomba de infusão, se 
for usado só como 
MPA não há 
necessidade. 
Duração dos efeitos 
por 15 a 30 minutos e 
sedação de 1 a 2 h. 
 
Reduz a FC (BAV de 
1,2 e 3 grau), reduz 
DC 
(DC=FCxvolume 
sistólico), reduz a 
FC e volume 
sistólico (reduz a 
força de contração), 
agravamento da 
hipotensão. 
Sensibiliza o 
miocárdio às 
catecolaminas, 
evitar em pacientes 
cardiopatas, 
aumento inicial da 
PA seguido de 
hipotensão 
duradoura. Os 
efeitos 
respiratórios são 
variáveis, 
normalmente 
observa-se redução 
da ventilação, mas 
em alguns animais 
pode observar 
aumento da FR 
(principalmente em 
pequenos 
ruminantes, pois o 
animal está 
relaxado e há 
redução da pressão 
de O2 no sanguearterial e há 
aumento de CO2 e 
aumenta-se a FR de 
forma 
compensatória. A 
xilazina não é mais 
usada em cães e 
gatos, pois os 
efeitos adversos são 
mais proeminentes 
devido a sua 
sensibilidade a 
excitação de alfa-2. 
Usado em grande 
porte e selvagens 
Doses: 
Cães e 
Gatos: 0,25-
1 mg/Kg 
IV/IM/SC 
Equinos: 
0,5-1mg/Kg 
Bovinos, 
ovinos e 
caprinos: 
0,05 - 
0,1mg/Kg. 
Latência de 
3 a 5 
minutos IV 
e 10 a 15 
minutos IM. 
Apresentaç
ão 
Rompum®, 
Coopazine
®, Sedazine 
®. 
Detomidina Se difere da xilazina 
por sua analgesia e 
sedação maior. 
 Dose 10-
40mcg/kg/I
V/IM. 
 
Romifidina Possui ação mais 
duradoura, sedação 
menos intensa que a 
detomidina e mais 
intensa que a 
Xilazina. 
 Dose 40-
80mcg/kg. 
 
Dexmedeto
midina 
Possui maior 
afinidade por alfa2 
que alfa1 (proporção 
1620:1). Efeitos 
depressores menos 
acentuados, com 
importante efeito 
sedativo, pode ser 
feito a infusão 
contínua provocando 
redução importante 
dos halogenados. 
 
Antagonistas de 
alfa-2 
adrenérgicos: 
Ioimbina e 
Atipamezol
e 
(Antisedan) 
Antagonistas dos 
efeitos de alfa-2 
adrenérgicos, em 
casos de complicação 
ou superdosagem, 
torna o 
procedimento mais 
seguro. 
Aumentam a 
liberação de 
noradrenalina e 
outros 
neurotransmissore
s excitatórios, pode 
ocorrer excitação, 
hipertensão e 
taquicardia. 
Sempre 
começar 
com doses 
mais baixas, 
quanto 
maior a 
dose usada 
do agonista 
maior deve 
ser a dose 
dos 
antagonista
s, anotar 
doses, 
depende da 
espécie 
também. 
Administrar 
de 10 em 10 
minutos. 
Doses de 
Ioimbina: 
0,01-
0,2mg/kg/I
V, 
dependend
o da 
espécie; 
doses 
atipamezole 
0,1-
0,4mg/kg. 
 
 
 
Fisiologia da dor e analgesia 
A analgesia é vantajosa para a recuperação clínica que é mais rápida, reduz o tempo de internação 
e re-internação, melhora a qualidade de vida, aumenta a produtividade, sendo que a dor é um 
estresse que reduz a imunidade e gera outros problemas que pioram o tratamento. A dor aumenta 
o tônus simpático causando aumento de pressão arterial e frequência cardíaca que pode levar a 
arritmias cardíacas causadas por dor excessiva. Além disso, um frequência cardíaca muito elevada 
reduz o débito cardíaco por reduzir o tempo de diástole. A dor também causa aumento dos níveis 
de cortisol levando a sequelas observadas no comportamento e até mesmo levar o paciente ao óbito. 
O limar de dor varia entre as espécies e indivíduos, portanto, deve ser avaliado de maneira 
individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O que é dor? 
“A dor é uma experiência sensorial e emocional 
desagradável associada ao dano tecidual real ou 
potencial” – Hellyer, 2007 
“A dor é a percepção de um estímulo nocivo seguida da 
elaboração de uma resposta integrada ao processo 
emocional.” – George, 2003 
 
 
Os conceito de nocicepção e dor frequentemente são confundidos, mas eles são conceitos 
diferentes. Sendo que a nocicepção é a transmissão de um estímulo nocivo, mas sem a percepção 
do sistema nervoso central e sem estímulo emocional. Diferente da dor onde há percepção pelo 
SNC e estímulo emocional. 
 
 Nocicepção: Recepção e transmissão de sinais percebidos pelos nociceptores como 
estímulos nocivos aos tecidos. 
 Nociceptores: São receptores ativados por estímulos mecânicos, térmicos ou químicos. 
Possuem terminações nervosas amplamente distribuídas na pele e tecidos profundos. São 
neurônios aferentes primários, alguns podem ser específicos para um estímulo mecânico 
ou térmico ou químico ou polimodais. 
 Analgesia: Promoção da redução ou ausência da dor. 
 Algesia: Sensação de dor. 
 Hipoalgesia: Sensibilidade reduzida aos estímulos nocivos. 
 Hiperalgesia: Sensibilidade aumentada aos estímulos nocivos. 
 Alodinia: Sensação de dor na ausência de estímulos nocivos. 
 
Existem dois tipos de fibras ou axônios nociceptivos, os axônios carregam o potencial de ação até 
a medula espinhal. Existem 2 tipos destas fibras: A-Delta (fibras mielinizadas, grossas, de 
condução rápida – 5 a 30m/s) e C-Polimodal (fibras amielinizadas, finas e de condução lenta – 0,5 
a 2m/s). A invervação visceral ocorre principalmente por fibras C, desta forma as visceras só 
sentem dor por 3 estímulos: compressão, distenção e/ou isquemia. A maior quantidade de 
receptores para dor está na pele e, portanto, lesões nesta região gera mais dor. 
A dor fisiológica é um instinto protetivo e auto-limitante, já a dor patológica é persistente indicando 
lesão tecidual, inflamação ou alguma neuropatia, sendo que a dor neuropática é causada por lesão 
nervosa. A dor também pode ser idiopática, sem causa primária identificável. Assim, a dor pode 
ser classifica em: 
 Aguda: É conduzida por fibras de condução rápida que causa sinais clínicos aparentes como 
taquipneia, taquicardia e vocalização. 
 Crônica: É conduzida por fibras de condução lenta e provoca sinais sutir e persistentes, o 
paciente pode ter alteração de postura, se isolar e ficar deprimido. 
 Visceral: É a dor interna observada em órgãos viscerais. 
 Somática: É a dor superficial observada em pele, músculos e ossos. 
 
A analgesia também possui classificações, a analgesia preemptiva é realizada antes de uma injúria, 
por exemplo, no MPA, desta forma ela retarda a transmissão do impulso nervoso, auxiliando na 
analgesia do pós e trans-operatório. A analgesia multimodal é caracterizada pela associação de 
fármacos para aumentar o efeito analgésico e reduzir a dose de cada um dos fármacos reduzindo 
seus efeitos colaterais. Por fim, a analgesia do pós-operatório deve ser feita sempre tendo em vista 
que não é uma dor fisiológica que sera persistente causando estresse e queda de imunidade. A dor 
ocorre em três fases antes de atingir o cérebro: 
 Transdução: O estímulo nocivo é recebido e transformado em potencial de ação. 
 Transmissão: O impulso elétrico segue pelos axônios até a medula espinhal. 
 Modulação: Ao atingir o cono dorsal da medula espinhal o impulso atravessa a medula 
espinha e atinge sua região ventral onde ocorre a modulação, ou seja, a gravidade do 
estímulo é interpretada e conduzida até o córtex cerebral. No córtex ocorre a percepção da 
dor. 
 
Foram criadas escalas para avaliação de dor, a escala mais antiga é a Escala análoga visual (VAS), 
onde é traçado uma linha no papel ou imaginária. Em uma extremidade está o paciente sem dor e 
na outra o paciente com a pior dor possível, no meio da linha uma dor moderada. Após aplicar a 
medicação avalia se o paciente teve uma melhora clínica e apresentou redução ou ausência dos 
sinais de dor. Escala de avaliação numérica é muito utilizada em humanos, principalmente 
crianças, mas para animais não é muito utilizada, é feito uma escala de 0-10, onde 0 é ausência de 
dor e 10 é a pior dor possível. As escalas mais utilizadas na veterinária são as escalas de dor aguda 
da Colarado State que apresenta a versão para cães e gatos, existem outras escalas para diferentes 
espécies. 
Escala de dor para gatos (Colorado State) 
 
 
 
Escala de dor para cães (Colorado State) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Outro modelo de escala de dor (VetSmart) 
 
 
 
 
 
A Escala de dor preemptiva refere-se a escala de dor que deve ser avaliada em relação a cirurgia, se 
é um procedimento muito doloroso e necessita de uma analgesia intensa ou se é um procedimento 
pouco doloroso e uma analgesia leve será suficiente. Em caso de dor nos membros pode ser avaliada 
através da Escala simples descritiva de dor nos membros: escore 0 – apoio total nos 4 membros, 
escore 1 – apoio parcial em estação e em movimento, escore 2 – apoio parcial apenas em estação e 
escore 3 – não apoia o membro afetado. 
Os principais grupos de fármacos que realizam redução da dor são os opióides, agonistas alfa-2 
adrenérgicos, anestésicos locais, anestésicos dissociativos e anti-inflamatórios não esteroidais. 
Opióides 
Os opioides são analgésicos potentes muito utilizados em casos de dor severa, moderada e até 
mesmo leve. Eles atuam promovendouma hiperpolarização da célula e desta forma inibem a 
deflagração do potencial de ação que irá liberar neurotransmissores, assim, inibe a transmissão da 
dor. São compostos naturais ou sintéticos derivados do ópio que é um líquido leitoso extraído da 
papoula. Estes fármacos se ligam aos receptores Kappa, Mu, Sigma e Delta, mas os receptores mais 
importantes para analgesia são Kappa e Mu. Os opioides agonistas puros são aqueles que possuem 
afinidade com apenas um receptore específico como a Morfina, Meperidina, Fentanil, Sufentanil, 
Remifentanil e Metadona que possuem afinidade específica com receptores Mu, sendo mais 
potentes. Os agonistas-antagonistas são agonistas de apenas um receptor e antagonista de outro. 
Por exemplo, o Butorfanol é agonista Kappa e antagonista Mu, a Nalbufina também possui esta 
característica, mas é pouco utilizada e de difícil acesso. O Tramadol e Buprenorfina (não é vendida 
no Brasil) são agonistas parciais, o Tramadol é um opioide muito fraco e seus efeitos são de apenas 
30%. Por fim, os antagonistas revertem a ação do opioide, um exemplo é a Naloxona. 
Fármaco Características Indicações/efeitos adversos Doses/adm. 
Morfina É um agonista um-puro, não causa 
perda de consciência. Promove sedação 
e tranquilização, potencializando os 
fármacos da MPA, normalmente causa 
depressão do SNC. Mas dependendo do 
asa e em alguns indivíduos pode causar 
disforia e hiperexcitabilidade, já 
relatado em suínos, equinos, felinos, 
caprinos e ovinos. Quando a dor é 
superextimada pode ocorrer 
hiperexcitabilidade. Produz efeitos por 
2-6 horas com pico de analgesia as 2 
horas. 
Indicado para dor severa. Pode 
causar náusea e vômitos por 
estimulação do centro do vômito 
por liberação de dopamina. Pode 
ser utilizado na MPA, caso a dor 
seja superextimada podem 
ocorrer 3-4 episódios de vômito, 
também no trans e pós 
operatório. Possui efeitos 
endócrinos, principalmente em 
cães e o principal efeito é o 
aumento da secreção de ADH 
causando retenção de água (pode 
ficar até 24 horas sem urinar). 
Também pode causar 
constipação intestinal que é 
importante principalmente em 
equinos e liberação de histamina 
que pode causar choque 
anafilático. É importante atentar 
a a vasodilatação que pode 
causar redução da pressão 
arterial. Evitar a administração 
em pacientes sem dor severa e 
pacientes com mastocitoma. 
Pode ser 
administrado via SC, 
IM, IV ou peridural, 
sendo que a 
administração IV 
pode aumentar os 
efeitos sobre a 
liberação de 
histamina, deve-se 
utilizar em doses 
pequenas e 
lentamente. Pode ser 
encontrada na 
concentração 
10mg/ml e 1mg/ml. 
Doses: 
Cão: 0,1 - 0,7 mg/kg 
Gatos:0,1- 0,2 mg/kg 
Equinos:0,05-
0,2mg/kg 
Bovinos:0,05-
0,1mg/kg 
Meperidina É agonista Mu-puro, mas promove 
analgesia moderada com efeito de até 3 
horas. Possui efeito sedativo e 
tranquilizante, principalmente quando 
associado a fenotiazina. 
Indicado para dores moderadas. 
Deve ser evitado em pacientes 
hipotensos e com mastocitoma 
devido a liberação de histamina. 
Além disso, não pode ser 
administrada IV, pois seus 
efeitos adversos são 
potencializados. Também em 
pacientes nefropatas e 
cardiopatas, pois causa 
vasoconstrição renal e 
coronariana. 
Doses: 
Cães:2 a 5 mg/Kg 
IM/SC 
Felinos:2 a 10 
mg/kg/IM/SC 
Equinos:0,5– 
1mg/kg/IM/SC 
Possui apresentação 
de 50mg/2ml 
(Dolosal) e de 
100mg/2ml 
(Dolantina). 
Fentanil É muito utilizado, cerca de 1000x mais 
potente que a morfina, possui duração 
muito curta (15-20 minutos), portanto, 
não é muito utilizado em MPAs, pode ser 
utilizado em posicionamentos 
radiográficos dolorosos. No 
transoperatório pode ser utilizado com 
infusão contínua. É um agonista Mu-
puro, possui ação analgésica e hipnótica. 
Outros similares são: Alfentanil, 
Sufentanil, Remifentanil (não possui 
efeito cumulativo, é caro e por isso é 
menos usado) e Carfentanil. O Fentanil 
possui efeitos cumulativos, portanto, 
não deve ser utilizado na infusão 
contínua por mais de 5 horas. 
Indicado para dor severa. 
Apresenta estímulo vagal 
quando administrado por IV que 
é dose-dependente e tempo-
dependente, observando 
bradicardia, hipotensão e 
depressão respiratória que pode 
levar a apnéia. 
Infusão contínua 
dose de 5-
10mcg/kg/h. 
Pode ser 
administrado via IM 
e IV entre 2-10mcg. 
Existem adesivos de 
liberação entre 25-
50-100mcg/h, mas 
possui uma absorção 
irregular. Deve ser 
realizado uma boa 
tricotomia e assepsia 
local antes de colocar 
o adesivo, é mais 
utilizado em 
humanos. 
Metadona É agonista Mu-puro e antagonista não 
competitivo do receptor NMDA 
promovendo analgesia por duas vias 
reforçando a analgesia somática e com 
leve analgesia visceral. É 2x mais 
potente que a morfina e seus efeitos 
duram entre 4-6 horas e seu pico é as 2 
horas. 
 
Utilizado em poli-traumas, não 
induz liberação de histamina, 
causa vasoconstrição e 
bradicardia reflexa. Utilizada 
para dor severa no MPA e pós-
operatório. Não induz vômito. 
Doses: 
Cães:0,1- 
0,5mg/kg/IM 
Gatos:0,1-0,2 
mg/kg/IM 
quinos e Bovinos: 
0,1mg/kg/IM. 
 
O tratamento da dor é feito baseado no nível de dor do paciente antes ou após a cirurgia. Para pacientes com 
dor leve segundo a OMS é utilizado a associação de um analgésico não opioide+adjuvante, para dor moderada 
utiliza-se opioides para dor moderada + adjuvante + não opioide. Para dores severas utiliza-se opioides fortes 
+adjuvante+não opioide. Caso não seja controlada, a dor é classificada com dor incontrolável. Na MPA 
normalmente busca-se uma neuroleptoanalgesia que é obtida por um neuroléptico e um analgésico 
associados. Por exemplo, fenotiazínicos+opioides, butirofenonas+opioides, benzodiazepínicos+opioides. 
 
Terapia intensiva 
 MLK: protocolo de associação de morfina/lidocaína/ketamina nas concentrações de 
1ml/7,5ml/0,3ml, respectivamente, e dose de 10ml/kg/hora. 
 Fentanil: 5-10mcg/kg/h. 
 Remifentanil: 0,25mcg/kg/min. 
 Alfentanil: 3-8mcg/kg/min. 
 Sufentanil: 0,5-1mcg/kg/h. 
 Lidocaína: 50mcg/kg/min. 
 Cetamina: 10mcg/kg/min. 
 
Estágios e planos anestésicos 
 
O plano de Guedel é utilizado para avaliar o estágio e plano anestésico e para enquadrar o paciente neste 
plano é necessário utilizar alguns reflexos e parâmetros fisiológicos. O plano e estágio só pode ser estabelecido 
ao submeter o paciente a uma anestesia geral. Os sinais de depressão do SNC são avaliados pelos estágios e 
planos de Guedel, são quatro estágios distintos, mas não há uma divisão muito evidente. É importante 
ressaltar que há diferenças entre espécies, indivíduos, MPA, fármacos utilizados e ASA dos pacientes. 
Tramadol Inibe a recaptação de serotonina e 
noradrenalina, sua potência é 6000x 
menor que a morfina. Seus efeitos 
duram cerca de 6-8 horas. É um agonista 
Mu-parcial. 
Mínimos efeitos adversos, em 
felinos e equinos principalmente 
observa-se a síndrome 
serotoninérgicas (aumenta a 
serotonina causando excitação). 
Pode ser observado 
principalmente em casos de 
superextimação da dor, o animal 
fica anadando compulsivamente 
(reduzir dose ou interromper). 
Indicado para MPA ou pós-
cirúrgico (administração segura 
em casa), muitas vezes associado 
a outros como dipirona, AINEs e 
outros. 
A dose é entre 2-
6mg/kg/IM/SC/VO 
ou IV. Sendo que as 
menores doses são 
utilizadas em felinos 
e animais de grande 
porte. E acima de 
4mg em cães, menos 
que isto não produz 
efeitos, pode ser 
utilizado até 8mg, 
mas não é necessário 
utilizar altas doses. 
Butorfanol É um agonista Kappa/antagonista Mu, 
possui pico de ação de 30-45 minutos, a 
concentração frequente é 10mg/ml 
(Turbogesic). 
Indicado para MPA, dor visceral 
e dor somática, efeito teto, 
antitussígeno. 
Doses: 
Cães 0,1-
0,6mg/kg/IV, IM, 
SC. 
Gatos 0,2-
0,8mg/kg/IV, IM, 
SC. 
Equinos e Bovinos: 
0,2mg/kg/IV, IM, 
SC. 
Antagonist
as 
A Naloxona é um antagonista de 
opioides. 
Indicado para reverter 
toxicidade por opioides. 
Dose: 0,005-
0,02mg/kg/IV. 
Apresentação: 
Narcan (ampola 
concentração 
0,4mg/ml),Cloridrato de 
Nalorfina (5mg/ml). 
 Estágio I: É o estágio desejado onde o paciente passa do estado alerta diretamente para perda de 
consciência. 
 Estágio II: Ocorre excitação e delírio. 
 Estágio III: É o objetivo do anestesista, onde a anestesia cirúrgica é estabelecida, existem 4 planos 
neste estágio (plano 1 – anestesia superficial, plano 2, plano 3 – são desejáveis, onde o paciente está 
anestesiado de forma adequada e plano 4 – muito profundo, indesejável. 
 Estágio IV: Ocorre choque bulbar, pois o paciente se aprofundou muito no plano anestésico e pode vir 
a óbito. 
Reflexos e atividades autonômicas avaliados: 
 Reflexo pupilar: coloca o feixe de luz e observa o reflexo da pupila (miose), este reflexo deve estar 
presente nos planos anestésicos desejados (2 e 3). 
 Reflexo palpebral: No plano 2 e 3 o reflexo palpebral medial e lateral devem estar ausentes, sendo que 
o lateral é o primeiro a se perder e pode estar ausente no plano 1, se o medial estiver presente indica 
que foi atingido apenas o plano 1. 
 Reflexo corneal: Toca-se levemente a córnea, cuidado com a unha para não lesionar a córnea, este 
reflexo deve estar presente, mas este teste é mais utilizado em grandes animais, pois em pequenos 
animais sua avaliação é difícil, pois este reflexo é perdido facilmente. Nele é feito uma pressão no 
globo ocular e após retirar o dedo o paciente deve piscar indicando que a anestesia não está muito 
profunda. 
 Interdigital/de retirada: Realiza uma pressão no membro e o paciente retira o membro, durante a 
anestesia plano 2 e 3 este reflexo está ausente. 
 Laringotraqueal: Deve estar ausente o que é importante para a intubação do paciente. 
 Anal: É o reflexo mais avaliado em grandes para avaliar a profundidade do plano anestésico, e deve 
estar presente nos planos 2 e 3. 
 Nistagmo: Indica supercialização da anestesia, é observado em pequenos quando eles atingem o 
estágio II e no paciente de grande porte logo antes do paciente acordar da anestesia. 
 Produção de lágrimas: É mais visível em pacientes de grande porte e indica supercialização do plano 
anestésico. 
 Frequência e padrão respiratório: Excesso de depressão respiratória ou respiração superficial indica 
possível plano anestésico muito profundo, já o aumento desta frequência pode indicar 
superficialização do plano anestésico. 
 Frequência cardíaca e pressão arterial: A redução da FC e PA indica aprofundamento do plano 
anestésico e aumento da FC e PA indica superficialização deste plano. 
 
Anestesia Geral Intravenosa 
e agentes dissociativos 
A anestesia intravenosa faz parte da indução da anestesia geral, promovendo inconsciência e analgesia 
(não são analgésicos, mas causam depressão do SNC reduzindo sua percepção da dor, mas ainda é 
importante administrar um analgésico na MPA ou em infusão contínua). Também observa-se 
miorrelaxamento, supressão dos reflexos protetores, preservação das funções autonômicas. Portanto, 
promove depressão do SNC de forma dose-dependente e reversível resultando na perda da capacidade de 
percepção e resposta aos estímulos dolorosos. Podem ser utilizados apenas na indução e fazer a 
manutenção com anestesia inalatória, mas também pode ser utilizado para manutenção anestésica 
(TIVA), ou pode ser utilizado apenas para contenção química. 
 
Classificação Fármacos Características Indicações/efeitos 
adversos 
Doses e adm. 
Barbitúricos Tiopental 
(ação 
ultracurta), 
pentobarbital 
(ação curta, 
não é 
encontrado), 
fenobarbital 
(ação longa), 
tiamilal (ação 
ultracurta). 
São derivados do ácido barbitúrico, 
sintetizados pela primeira vez em 
1882, primeiros indutores IV, o pH é 
alcalino (pH=10), pKa é de 7,6. 
Altamente lipossolúvel atravessando 
barreiras biológicas facilmente como 
barreira hematoencefálica e 
placentária. Possui alta ligação com 
proteínas plasmática (72-86%), 
principalmente albumina e a fração 
livre do fármaco realiza sua ação. 
Evitar em pacientes com 
Indicado para 
pequenas intervenções 
(30 min.), indução 
anestésica e pacientes 
refratários a outros 
anticonvulsivantes. 
Pode causar necrose 
intravascular devido 
ao seu pH muito 
diferente do sanguíneo 
(pH=7,35 a 7,45). 
Reduz força de 
Exclusivamente 
via IV. Doses: 
Cães e gatos 5-
12,5mg/kg/IV 
com MPA. 
Equinos 
5mg/kg/IV com 
MPA e 
10mg/kg/IV 
sem MPA. 
1/3 deve ser 
administrado 
hipoproteinemia, ou reduzir a dose, 
pois esta fração livre ficará muito alta 
causando toxicidade. Se dissolve 
rapidamente nos tecidos e são 
depositados em tecido adposo 
demorando para ser completamente 
excretado. Evitar em paciente obesos 
que pode haver excesso de deposição 
e em paciente magros que o fármaco 
vai se redistribuir pelo sangue e pode 
causar toxicidade. Possui efeito 
cumulativo aumentando o período de 
recuperação. Atua potencializando 
GABA causando entrada de íons Cl- e 
hiperpolarizando a célula. Redução 
da condutância de íons Na+, Ca2+ e 
K+, também reduz a ligação de Ach e 
glutamato com o receptor NMDA. 
Causa depressão irregular do SNC, 
reduz percepção da dor, reduz 
consumo de O2, pressão 
intracraniana (PIC), depresão do 
centro termorregulador e 
anticonvulsivante. Período de 
latência do fenobarbital é 12 minutos 
e ele age por 6-8h, o pentobarbital 
possui latência de 30-60seg e duração 
de 60-120 min, o tiopental 15-30seg 
de latência e 10-20min de duração e o 
tiamilal latência de 15-30 seg e 
duração de 10-20min. O tiopental 
possui biotransformação hepática e 
eliminação renal com reabsorção 
tubular por ser muito lipossolúvel. 
contração cardíaca, 
retorno venoso, PA por 
bloqueio vagal inicial, 
taquicardia reflexa. 
Reduz a perfusão 
sanguínea renal, reduz 
o tônus uterino e causa 
depressão fetal. Causa 
apnéia transitória, 
depressão do centro-
bulbar, reduz o volume 
inspiratório por 
minuto, bradipnéia, 
reduz a sensibilidade a 
hipóxia e hipercapnia, 
aumento das 
secreções. Também 
pode causar miose 
puntiforme e redução 
da motilidade 
intestinal. Possui 
metabolização lenta e 
recuperação tardia 
(evitar em pacientes 
críticos), depressão 
cardiorrespiratória 
(inviável para 
pacientes de alto 
risco), provoca pouco 
relaxamento muscular, 
possui efeito 
cumulativo e pode se 
redistribuir. Possui o 
efeito glicose, quando 
é administrado com 
glicose ou Ringer 
Lactato há uma 
redução da 
metabolização do 
fármaco por redução 
do sistema 
microssomal hepático 
ficando com efeito 
prolongado. Também 
tem efeito cumulativo 
e se redistribui em 
pacientes com pouca 
gordura. 
rapidamente e o 
restante dose-
efeito. As 
diluições 
comerciais são 
de 2,5 (para 
pequenos 
animais) -5%, 
deve ser 
refrigerado 5-
6ºC. 
Alquil-fenóis Propofol O Propofol é o principal agente 
indutor utilizado na rotina para 
indução ou TIVA, e possui uma cor 
branca característica, deve ser 
armazenado sob refrigeração a 4ºC 
por ter glicitina de ovo que é substrato 
bacteriano, caso observe crescimento 
bacteriano deve-se descartar e não 
utilizado após aberto por mais de 6 
horas. Pode ser comercializado em 
frasco-ampola onde é possível tampar 
e guardar de um dia para o outro, mas 
nunca deve-se colocar uma agulha 
Reduz débito cardíaco 
e pressão arterial. 
Bradipnéia e apneia 
(muito observada dose 
dependente e 
velocidade 
dependente, basta 
intubar e ventilar), 
mínimos efeitos sobre 
a respiração fetal. 
Indicado para 
anestesias de curta 
duração, longa 
Doses: 
Cães e gatos: 2 a 
10mg/kg/IV. - 
Bezerros e 
potros: 2 a 5 
mg/kg/IV. 
Pequenos 
ruminantes: 3 a 
5mg/kg/IV. 
Infusão 
contínua: 
0,2 a 
0,5mg/kg/min 
contaminada. Possui 97-98% de 
ligação a proteínas plasmáticas, evitar 
ou reduzir dose em pacientes com 
hipoproteinemia, latência de 30seg, 
periodo hábil de 10 minutos, indução 
rápida e suave (raramente observa-se 
o estágio 2, se observar pode se 
administrar mais rapidamente). Um 
agente co-indutor como o 
Midazolam/Diazepam e outros é 
possível reduzir 50% de sua dose, 
principalmente em pacientes críticos, 
provocando mínimadepressão 
cardiovascular. Sua metabolização é 
hepática onde ocorre a conjugação 
glicuronídeos e sulfatos, pulmonar, 
intestinal e plasmática. A excreção 
ocorre pela urina e fezes. O 
mecanismo de ação é a 
potencialização dos efeitos GABA 
deprimindo o SNC por 
hiperpolarização devido a entrada de 
Cl-, reduzindo também o 
metabolismo cerebral. Reduz a PIC, 
possui efeito sedativo e hipnótico, 
inotrópico negativo (reduz consumo 
de O2), miorrelaxamento e aumenta o 
fluxo sanguíneo coronariano. Em 
grandes animais não é usado devido o 
preço e quantidade necessária. É 
muito importante utilizar a infusão 
contínua e não replicações em bolus, 
pois pode causar aumento excessivo 
da dose que é cumulativa propiciando 
os efeitos adversos e até mesmo 
intoxicação. 
duração, intubação 
orotraqueal, indução 
de pacientes críticos, 
manutenção de 
pacientes de alto risco 
(infusão contínua), 
anestesisas repetidas 
em intervalos curtos, 
exceto em felinos (não 
administrar dias 
consecutivos, pois é 
um composto fenólico 
que precisa de 
conjugação com ácido 
glicurônico que é 
deficiente nos felinos, 
podendo intoxicá-lo e 
causar hemólise). É o 
mais utilizado para 
TIVA em pequenos e 
selvagens. 
(anestesia 
cirúrgica em 
pequenos 
animais). 0,2 
mg/kg/min 
(anestesia 
cirúrgica em 
grandes 
animais). 
Compostos 
imidazólicos 
Etomidato Possui potente ação hipnótica, é 
hidrossolúvel, pH 6,9, e provoca dor e 
pode ocorrer mioclonias durante a 
aplicação. Causa rigidez muscular e 
uma indução rígida. Possui ligação a 
proteínas plasmáticas de 75%. 
Provoca anestesia ultra-curta (10min 
no cão, dose-dependente, assim que o 
fármaco é administrado inicia a 
depuração hepática). Não possui 
efeito cumulativo, metabolismo 
hepático e plasmático, mantém 
parâmetros cardiovasculares, 
excreção renal. Age potencialização 
as ações GABA, reduz o consumo de 
O2 cerebral, fluxo sanguíneo cerebral 
e PIC, utilizado em pacientes críticos 
e/ou trauma cranio-encefálico. Não 
deprime o sistema cardiovascular 
(aumento FC, VS e DC), provoca 
mínimas alterações respiratórias com 
leve aumento da FR. Sempre deve ser 
associado com MPA, não é 
analgésico. Não é muito barato e 
necessita de doses muito altas em 
Indicado para indução 
em pacientes 
traumatizados, em 
casos de distúrbios 
severos do miocárdio, 
lesão intracraniana e 
cesarianas, é o fármaco 
de escolha para 
pacientes cardiopatas 
associado com 
benzodiazepínico, se 
utilizar o Diazepam 
deve-se administrá-lo 
antes e em seringas 
diferentes, pois seu 
veículo é oleoso. Pode 
causar vômitos e 
náusea (dificilmente 
observado na prática), 
excitação e tremores 
musculares (associar 
com 
benzodiazepínicos, 
sempre), o veículo do 
Etomidato é o 
Exclusivamente 
IV. Doses: 
Cães e gatos 0,5-
2mg/kg/IV. 
Não administrar 
em replicações 
nem infusão 
contínua, deve-
se aplicar 
apenas uma 
dose em bolus 
rápido, pois se 
administrar 
lentamente ele 
pode não atingir 
concentrações 
para deprimir 
SNC 
 
Agentes dissociativos: 
Diferentemente dos agentes intravenosos os agentes dissociativos não são considerados anestésicos gerais 
(inconsciência, miorrelaxamento, analgesia, preservação do sistema nervoso autônomo e perda dos reflexos 
protetores), portanto, não promovem os efeitos esperados durante uma anestesia geral, utilizados para 
indução e deve ser associado a algum adjuvante. São muito versáteis para todos os animais, pequenos, 
grandes e silvestres, pode ser administrado por diversas vias sendo facilmente administrado, para animais 
estressados, agressivos, promovem analgesia somática, para manipulação de vísceras deve ser associado a 
um analgesico que atue na dor visceral. Agem dissociando a atividade neuronal do tálamo e no sistema 
límbico (controla o comportamento e é controlado pelo córtex), observando sinais de depressão da função do 
córtex cerebral (memória, atenção, percepção) e tálamo (transmissão de sinais sensitivos e motores), ocorre 
ativação do sistema límbico que é responsável pelo comportamento, como o córtex fica deprimido o sistema 
límbico age sem controle. Age pelo antagonismo não competitivo pelos receptores glutaminérgicos (sinapse 
excitatória e relacionada com transmissão do impulso doloroso) do tipo N-Metil-D-Aspartato (NMDA) 
promovendo depressão do SNC e analgesia somática, aumentam o tônus serotoninérgicos e dopaminérgicos 
(são neurotransmissores excitatórios, levando efeitos clínicos visíveis envolvendo excitação, dependendo da 
dose e do ASA), potencializam a atividade gabaérgica (é uma sinapse inibitória que abre canais de Cl- ). Além 
disso, possui agonismo por receptores opioides (potencialização do efeito analgésico) e antagonismo por 
receptores muscarínicos (sinapse pós-ganglionar do SNA parassimpático, os efeitos do SNA simpático serão 
proeminentes observando taquicardia, taquipnéia e outros). Não é possível enquadrá-los no esquema de 
Guedel por não conceituar como anestesia geral, não são hipnóticos (não causam inconsciência), provocam 
amnésia, analgesia somática, manutenção de reflexos protetores (mexe a língua, pisca, e é dose-dependente), 
supressão do medo e ansiedade, estado caraleptóide (permanece consciente, mas arresponsivo, pode 
apresentar movimento de pedalada ou movimentos dissociados, também é dose-dependente), hipertronia 
muscular (rigidez), nistagmo horizontal ou vertical e midríase por proeminência do SNA simpático, salivação, 
pode ficar com a língua caída. 
 
Fármaco Características Indicações/efeitos 
adversos 
Doses/adm. 
Cetamina É o mais utilizado em animais 
de diversas espécies, e é o de 
escolha para indução 
anestésica em animais de 
grande porte, é muito potente e 
o volume administrado é baixo, 
não deprime tanto o sistema 
cardiovascular. Possui ligação 
de 20-30% com proteínas 
plasmáticas, é uma solução 
transparente e inodora, de 
biotransformação hepática e 
eliminação renal (cuidado com 
hepatopatas e nefropatas). O 
período de latência é entre 0,5-
5 minutos, e a duração dos 
efeitos é entre 30-40 minutos, 
depende da dose e associações. 
Subdosagens possuem efeitos 
anticonvulsivantes/analgésicas 
(infusão contínua de 
10mcg/kg/min), são 
Em pacientes com 
histórico de 
convulsão podem 
apresentar convulsão 
(doses anestésicas), 
em geral recomenda-
se evitar. Em trauma 
craniano não é 
recomendado em 
doses analgésicas, 
provoca aumento do 
fluxo sanguíneo 
cerebral e PIC. 
Midazolam, 
diazepam e fentanil 
atenuam os efeitos da 
cetamina na PIC. É 
comum observar uma 
certa excitação e 
agitação na indução e 
recuperação, a 
clorpromazina e 
Via SC, IM, IV, nasal, oral, retal, 
medular (raquidiana ou 
peridura). 
Possui apresentação de 5-10%. 
Doses: 
Cães e gatos 2-5mg/kg/h/IV ou 
10-20mg/kg/IM. Subdoses: 
Menor que 1mg/kg/IV. 
Grandes animais 2mg/kg/h/IV. 
Infusão contínua de analgésicos: 
Cetamina: 10mcg/kg/min peq ; 
2mg/kg/h gds 
MLK:(3,3mcg/kg/min, 
50mcg/kg/min,10mcg/kg/min) 
FLK:(5-10mcg/kg/hora, 
50mcg/kg/min,10mcg/kg/min), 
assim observa-se um sinergismo 
reduzindo o requerimento 
analgésico IV ou inalatório, 
usado no tratamento da dor, 
analgesia multimodal. 
grandes animais. Reduz mais a PIC 
quando comparado ao Propofol, e 
mantém melhor a redução do 
consumo de O2 pelo cérebro, melhor 
para trauma cranioencefálico, pois 
mantém as células viáveis por mais 
tempo. 
propilenoglicol que 
causa hemólise 
quando administrado 
continuamente, e 
supressão de glândulas 
adrenais em 
reaplicações/contínua, 
evitar em pacientes 
com 
hipoadrenocorticismo. 
neuroprotetoras, mas na dose 
anestésica há efeitos adversos 
importantes como aumento da 
PIC por aumento do fluxo 
sanguíneo e reduz o limiar 
convulsivo. Deve ser associada 
com outros fármacos para 
reduzir reações adversas, com 
fenotiazínicos, 
benzodiazepínicos, agonistas 
alfa2 adrenérgicos (sedativos, 
promovem miorrelaxamento e 
analgesia visceral). 
acepromazina. Em 
doses analgésicas 
observa-se amnésia, 
em subdoses não. 
Tiletamina-
Zolazepam 
(Zoletil) 
Possui períodolatente de 7-8 
minutos IM e 30-60 segundos 
IV (depende do ASA e das 
associações). Duração entre 15-
30 minutos e ocorre 
recuperação completa após 4 
horas (nos gatos a tiletamina é 
eliminada primeiro, 4,5 horas 
para o zolazepam e 2,5 horas 
para a tiletamina, nos cães o 
zolazepam é eliminado em 1 
hora e a tiletamina em 1,2 
horas, portanto, os cães 
acordarão mais excitados). 
Pode ser reaplicada, se 
necessário. 
Em gatos, 
principalmente, pode 
causar depressão 
respiratória. 
Doses: 
Cão e gato 2-4mg/kg/IV ou 5-
15mg/kg/IM. Não deve-se 
ultrapassar 10mg/kg/IV, 
principalmente em felinos que 
pode causar depressão 
respiratória importante. 
 
Intubação orotraqueal 
Para induzir um paciente com anestesia inalatória é feito com a máscara que necessita de um bom 
acoplamento para cada paciente, para pacientes saudáveis é complicado, o cheiro não é agradável, 
principalmente do isofluorano, e é preferível IV. Mas em pacientes debilitados pode ser utilizada, onde é 
administrado por nebulização o medicamento indutor junto com a oxigenação, também pode ser utilizado 
para pré-oxigenação em paciente obesos e outros para reduzir a hipóxia durante a depressão respiratória. A 
indução pode ser feita por via IV ou inalatória, em seguida é feito a intubação, após perda dos reflexos. O 
anestésico inalatório necessita de pouca metabolização e eliminação pela via respiratória e rápida, desta 
forma são mjais seguros, principalmente para pacientes debilitados. Em alguns casos podem ser usados 
câmaras com anestésicos inalatórios, pode ser usado em felinos, silvestres e outros, para evitar manipulação 
que pode levar a parada cardíaca. Os anestésicos inalatórios, principalmente na câmara gasta muito gás, é 
necessário que na câmara tenha uma saída de gás. 
Para manutenção é importante fazer a intubação orotraqueal, 
para alguns pacientes selvagens que não é possível intubar pode 
ser feito a manutenção na máscara. Para grandes animais utiliza-
se um abridor de boca de equino e bovino, para pequenos animais 
os tubos para intubação vão da numeração 2 até 10, para grandes 
existem numerações maiores dependendo do tamanho do 
paciente. No tubo observa-se uma ponta proximal (proximal ao 
paciente, será introduzido), uma curvatura maior e menor, uma 
conexão para acoplar os circuitos de anestesia inalatória, tem 
graduações e medições da traqueia (quanto maior o número, 
maior a sonda, varia de 0,5-0-5, ou seja, tem 2-2,5-3-3,5...). Na 
ponta proximal observa-se um Cuff (balonete para inflar após 
introduzir para garantir que os gases que entram e saem do trato 
respiratório passem pelo tubo orotraqueal), permitindo controle 
do anestésico e oxigênio, sempre testar o Cuff antes de intubar, 
pois ele rompe facilmente. Na ponta distal observa-se a válvula 
de controle que acopla uma seringa para introduzir e controlar o 
ar no Cuff, o Cuff não deve ficar muito inflado, pois pode 
promover pressão alta na traqueia e pode romper aneis traqueais, por isso nesta válvula observa-se um 
balonete que retrata a pressão no Cuff, ele deve estar macio e não rígido, usar o maior tubo possível para 
evitar inflar muito o Cuff. 
 
Passos para intubação: 1) Testar o Cuff sempre; 2) Separar sempre duas 
sondas de dois tamanhos, pois pode ser que o paciente tenha uma apneia e 
se for necessário trocar o tubo não terá tempo de buscar outro, sempre tentar 
intubar com o maior possível; 3) Amarrar a sonda primeiro e em seguida 
inflar o Cuff, pois a sonda pode ficar movimentando durante a amarração e 
o Cuff lesiona a traqueia; 4) Conferir se está intubado (o ar expirado é quente 
e úmido, portanto, observa-se um vapor na sonda, pode ser feito uma 
pressão no tórax para forçar a saída de ar), quando coloca-se o circuito 
anestésico é possível observar o movimento do balão. 
Para a intubação de pequenos animais utiliza-se o laringoscópio, coloca-se 
na base da língua (nunca na cartilagem, pode causar edema de glote). Nos 
cães coloca-se o paciente em decúbito external e observa-se a eversão da 
epiglote e permite a visualização das 
aritenóides, o gel de lidocaína é colocado na 
ponta da sonda. 
Para felinos também se utiliza o 
laringoscópio e o decúbito external, como os felinos são pacientes pequenos é 
preciso usar sondas pequenas (2,0-4,0) que são moles e podem dificultar a 
intubação fazendo com que a parede da traqueia seja lesionada por excesso de 
tentativas, é necessário ser preciso e pode-se utilizar um fio (de metal, não 
ultrapassar o tamanho da sonda) dentro do tubo para deixar o tubo mais 
rígido. Os gatos tem predisposição a edema de glote e espasmos laringeos, 
tornando importante esta precisão. Aplicar lidocaína spray 10% (felinos não 
perdem o reflexo laringotraqueal em estágio III planos 2 e 3, portanto, 
necessita aplicação da lidocaína spray). O fio guia deve ser retirado após 
ultrapassar as cartilagens aritenóides, pois ele é muito rígido e pode lesionar 
a traqueia. 
Em equinos utiliza-se o decúbito lateral, sempre lavar a boca antes, estica-se a cabeça para abrir as vias 
respiratórias, a entrada da traqueia não é visualizada, é feito às cegas até ele parar faz movimentos de vai e 
vem, enroscando, quando o equino inspirar abrirá as cartilagens, com movimentos suaves é raro a ocorrência 
de edema, coloca-se o abre bocas entre os incisivos e ele tem um 
furo onde será introduzido o tubo orotraqueal. A extubação do 
equino é tardia (não respira pela boca e normalmente as narinas 
ficam edemaciadas, portanto, espera-se o paciente estar mais 
acordado para extubar), e ele pode acabar deglutindo o tubo ou 
algo similar, pode-se amarrar o tubo no paciente, ou utilizar tubos 
com uma porção maior na entrada para evitar essa deglutição. 
Em bovinos é utilizado decúbito lateral ou external (preferencial), 
utilizar luva especial (vai introduzir a mão na boca), lubrificante e 
abridor de boca entre os incisivos inferiores e os coxins superiores. 
Introduz a mão dentro da boca e com a ponta dos dedos abaixa a 
epiglote para introduzir o tubo orotraqueal. 
 
Algumas particularidades são: braquicefálicos que a extubação deve ser feito de forma tardia quando o 
paciente mastigar a sonda, por ser um paciente com dificuldade respiratória; em gatos é feito uma extubação 
precoce devido as particularidades do seu reflexo laringotraqueal e edema de glote (retirar assim que voltar 
o reflexo de deglutição); em equinos é feito uma extubação tardia para esperar redução do edema de narina 
e se posicionar para respirar melhor; em bovinos é feito uma extubação tardia devido ao alto risco de 
regurgitação devido a sua alta capacidade de armazenamento de alimento (esperar o paciente deitar em 
decúbito external). Em bovinos há uma certa ocorrência de lesão de nervo radial por decúbito prolongado e 
em equinos de miosite compartimental por hipotensão (utilizar colchões). Os répteis e aves não tem epiglote, 
facilitando a visualização da entrada da traqueia ao abrir a boca, o 2 pode ser muito pequeno para aves 
menores, pode ser utilizado o catéter. 
 
 
Autor: Daniela Fonte Boa Melo 
Instagram: @daniela.f.b.m

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