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Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 1 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 • Todos os movimentos, exceto os mediados pela divisão autônoma do sistema nervoso, são realizados por contração dos músculos estriados sob o controle do sistema nervoso • Consideramos os seguintes níveis: a unidade motora (neurônio motor inferior, via comum final) e os níveis segmentar (medula espinal), tronco encefálico, cerebelar, extrapiramidal e piramidal. • A escala mais baixa da atividade motora é a unidade motora, constituída de um neurônio motor alfa na medula espinal ou no tronco encefálico. • O sistema piramidal (corticospinal) origina-se do córtex motor primário no giro pré-central. • O sistema corticospinal é o principal mecanismo de controle motor suprassegmentar universal. • A função do sistema corticoespinal é modulada e ajustada pela atividade dos sistemas extrapiramidal e cerebelar. • O sistema extrapiramidal origina-se principalmente nos núcleos da base. • O nível psicomotor, está associado à memória, à iniciativa e ao controle consciente e inconsciente da atividade motora que se origina principalmente do córtex de associação motor anterior ao córtex motor • Esses níveis são componentes do sistema motor como um todo • Cada um deles dá sua parcela de contribuição para o controle do neurônio motor inferior para o qual, como via comum final, convergem todos os sistemas de controle motor. • Todos os movimentos intencionais são guiados por um fluxo constante de impulsos aferentes que agem em diversos níveis do sistema motor. • As funções sensoriais e motoras são interdependentes no movimento volitivo, e não é possível analisar o sistema motor separadamente do sistema sensorial. • Os córtices pré-motor e suplementar controlam o planejamento e o preparo preliminar dos movimentos, depois executados pelo córtex motor primário. • Os tratos corticospinal (piramidal) e corticobulbar (extrapiramidal) originam-se do giro pré-central, descem através da coroa radiada e entram no ramo posterior da cápsula interna. Anatomia e fisiologia • É responsável pela contração de músculos agonistas, bem como pela inibição, ou o relaxamento gradativo, de músculos antagonistas necessários para a execução de movimentos especializados. • A área 4 (área gigantopiramidal) do giro pré- central é o córtex motor primário (M-I); • é a região com o menor limiar de estimulação para causar contração dos músculos no lado oposto do corpo. • O córtex M-I é agranular e heterotípico; • seu elemento mais característico é a presença de neurônios piramidais gigantes (células de Betz) na lâmina V. Níveis da atividade motora Via Piramidal (direta/corticoespinhal) Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 2 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 • A extensão do giro pré-central para a face medial do lobo frontal forma a parte anterior do lóbulo paracentral. • Os neurônios que controlam a musculatura dos membros inferiores e do períneo estão no lóbulo paracentral • Existem conexões recíprocas entre o córtex motor primário e o córtex somatossensorial primário no giro pós-central. • M-I recebe fibras de associação das áreas pré- motoras e motoras suplementares e da ínsula. • Essas conexões participam do preparo e do planejamento dos movimentos voluntários executados pelo córtex motor primário. • A região pré-motora (área 6), está intimamente relacionada com o córtex motor, tanto do ponto de vista anatômico quanto funcional • O córtex pré-motor é semelhante ao córtex motor do ponto de vista histológico, mas não tem as células piramidais gigantes. • Algumas fibras da área 6 seguem até a área 4 e descem com o TCE(Trato Córtico-espinhal); outras descem com as fibras piramidais. • O cruzamento de fibras do córtex pré-motor provavelmente é menos complexo que o das fibras do córtex motor. • a região pré-motora comunica-se com os núcleos da base e outras partes do sistema extrapiramidal, entre elas o núcleo subtalâmico, o núcleo rubro, o colículo superior, os núcleos vestibulares e a oliva • O TCE (Trato Córtico-espinhal) é importante no controle de respostas ao movimento voluntário fino de cada dedo; ele garante a rapidez e a agilidade dos movimentos das extremidades • A área motora suplementar (M-II) é parte da área 6, situada na face medial do lobo frontal imediatamente anterior ao lóbulo paracentral (área 6ab). • Relaciona-se com o planejamento e a integração movimentos bilaterais do corpo • Comunica-se com o córtex motor primário e também com o córtex motor suplementar no hemisfério oposto. • À medida que as cápsulas descem, as fibras corticospinais deslocam-se Figura: Diagrama dos principais componentes dos sistemas corticospinal e extrapiramidal. Tratos corticoespinhais • Unem o córtex cerebral aos neurônios motores da medula • 1/3 das fibras originam-se da área motora primária (área 4) • 1/3 na área 6, das áreas pré-motora e motora suplementar • 1/3 do córtex somatossensorial que contribui para a regulação do fluxo de informação sensorial na coluna posterior • Essas fibras fazem o seguinte trajeto: • Área 4 (maioria)→ coroa radiada→ perna posterior da cápsula interna→ base do pedúnculo cerebral→ base da ponte e pirâmide bulbar • Ao nível da decussação das pirâmides, uma parte das fibras continua ventralmente, constituindo o tracto córtico-espinhal anterior • Outra parte cruza na decussação das pirâmides para constituir o tracto córtico-espinhal lateral • Há grande variação no número de fibras que decussam, mas uma decussação de 75 a 90% pode ser considerada normal Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 3 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 • As fibras do tracto córtico-espinhal anterior ocupam o funículo anterior da medula e terminam, em relação com os neurônios motores, contra laterais, após cruzamento na comissura branca. • Na maioria dos indivíduos ele só pode ser individualizado até os níveis torácicos médios • O tracto córtico-espinhal lateral ocupa o funículo lateral ao longo de toda a extensão da medula e suas fibras influenciam os neurônios motores da coluna anterior de seu próprio lado. • Na maioria dos mamíferos, as fibras motoras do tracto córtico-espinhal terminam na substância cinzenta intermédia, fazendo sinapses com interneurônios, os quais, por sua vez, se ligam aos motoneurônios da coluna anterior. • Esse mecanismo permite que essas fibras exerçam uma ação tanto excitadora como inibidora sobre os motoneurônios. • OBS.: Convém lembrar que nem todas as fibras do tracto córtico-espinhal são motoras. Um número significativo delas, originadas na área somestésica do córtex e acredita-se que estejam envolvidas no controle dos impulsos sensitivos. Entretanto, a principal função do tracto córtico-espinhal é motora somática. • Suas fibras terminam em relação com neurônios motores que controlam tanto a musculatura axial como apendicular e ele é o principal feixe de fibras responsável pela motricidade voluntária no homem. • essa mesma função é exercida também pelo tracto rubro-espinhal, que age sobre a musculatura distal dos membros • e pelo tracto retículo-espinhal, que age sobre a musculatura axial e proximal dos membros. • as lesões do tracto córtico-espinhal causam fraqueza muscular (paresia) e dificuldade de contrair voluntariamente os músculos • não conseguem mover os dedos isoladamente e não fazem mais oposição entre os dedos polegar e indicador. • O tracto córtico-nuclear tem o mesmo valor funcional do tracto córtico-espinhal, diferindo deste principalmente pelo fato de transmitir impulsos aos neurônios motores do tronco encefálico e não aosda medula. • o tracto córtico-nuclear põe sob controle voluntário os neurônios motores situados nos núcleos dos nervos cranianos. • As fibras do tracto córtico-nuclear originam-se principalmente na parte inferior da área 4→ joelho da cápsula interna→ descem pelo tronco encefálico associadas ao tracto córtico-espinhal • À medida que o tracto córtico-nuclear desce pelo tronco encefálico, destacam-se feixes de fibras que vão influenciar os neurônios motores dos núcleos da coluna eferente somática (núcleos do III, IV, VI e XII) e eferente visceral especial • a maioria das fibras do tracto córtico-nuclear faz sinapse com neurônios internunciais situados na formação reticular, próximo aos núcleos motores, e estes ligam-se aos neurônios motores • muitas fibras desse tracto terminam em núcleos sensitivos do tronco encefálico • relacionando-se com o controle dos impulsos sensoriais. • enquanto as fibras do tracto córtico-espinhal são fundamentalmente cruzadas • o tracto córtico-nuclear tem um grande número de fibras homolaterais. • a maioria dos músculos da cabeça está representada no córtex motor dos dois lados • Essa representação bilateral é mais acentuada nos grupos musculares que não podem ser contraídos voluntariamente de um lado só, como os músculos da laringe e faringe, os músculos da parte superior da face, os Via extrapiramidal (Trato corticonuclear) Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 4 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 músculos que fecham a mandíbula e os músculos motores do olho. • Por esse motivo tais músculos não sofrem paralisia quando o tracto córtico-nuclear é interrompido de um só lado Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 5 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 Tratos da via extrapiramidal • Por meio dessas vias, algumas estruturas nervosas supra-espinhais exercem influência sobre os neurônios motores da medula, através dos seguintes tractos, que não passam pelas pirâmides bulbares: • rubro-espinhal, tecto-espinhal, vestíbulo- espinhal e retículo-espinhal. • Verificou-se que, com exceção dos núcleos vestibulares, que não têm aferências corticais, todas essas áreas recebem fibras do córtex cerebral, constituindo-se assim as vias córtico-rubro-espinhal, córtico-tecto- espinhal e córtico-retículo-espinhal • os tractos que descem do tronco encefálico foram divididos em dois grandes grupos, A e B. • Grupo A: compreende os tractos tecto- espinhal, vestíbulo-espinhal e retículo- espinhal→influenciam a musculatura do esqueleto axial e a musculatura proximal dos membros. • Grupo B: contém apenas o tracto rubro- espinhal→ influenciando a musculatura situada na parte distal dos membros Trato rubroespinhal • Juntamente com o tracto córtico-espinhal lateral, controla a motricidade voluntária dos músculos distais dos membros. • O homem possui um número reduzido de fibras • Origina-se no núcleo rubro do mesencéfalo, decussa e reúne-se ao trato corticoespinhal no funículo lateral da medula • É uma via indireta que foi perdendo sua importância ao longo da evolução para a via direta corticoespinhal Trato tecto-espinhal • Origina-se no colículo superior, que, por sua vez, recebe fibras da retina e do córtex visual. • Termina nos segmentos mais altos da medula cervical e está envolvido em reflexos nos quais a movimentação da cabeça decorre de estímulos visuais. Tratos vestíbulo-espinhais • Origina-se nos núcleos vestibulares e leva aos neurônios motores os impulsos nervosos necessários à manutenção do equilíbrio a partir de informações que chegam a esses núcleos, vindas da parte vestibular do ouvido interno e do arquicerebelo. • São feitos assim ajustes no grau de contração dos músculos, permitindo que seja mantido o equilíbrio mesmo após alterações súbitas do corpo no espaço. Trato retículo-espinhal • É o mais importante dos tractos extrapiramidais no homem promovendo a ligação de várias áreas da formação reticular com os neurônios motores. • A essas áreas chegam informações de setores do sistema nervoso central, como o cerebelo e o córtex motor. • As funções do tracto retículo-espinhal são também variadas e envolvem o controle de movimentos tanto voluntários como automáticos, a cargo dos músculos axiais e proximais dos membros. • Por suas conexões com a área pré-motora, o tracto retículo-espinhal determina o grau adequado de contração desses músculos • coloca o corpo em uma postura básica, ou postura "de partida" • Como no homem essa musculatura é controlada pelo tracto córtico-espinhal lateral, tem-se uma situação em que um tracto extrapiramidal promove o suporte postural básico para execução de movimentos finos controlados pelo tracto piramidal. • mesmo após lesão do tracto córtico-espinhal, a motricidade voluntária da musculatura proximal dos membros é mantida pelo tracto retículo-espinhal, o que permite assim a movimentação normal do braço e da perna. • todas as vias que influenciam a motricidade somática convergem sobre o neurônio motor que, por sua vez, inerva a musculatura esquelética. Visão conjunta das vias eferentes somáticas Sabe-se que o controle do tônus e da postura se dá em grande parte a nível medular, através de reflexos miotáticos, os quais, entretanto, são modulados por influências supramedulares trazidas pelos tractos retículo-espinhal e vestíbulo-espinhal, agindo sobre os neurônios alfa e gama. Quando há desequilíbrio entre as influências inibidoras ou facilitadoras trazidas por esses tractos, pode-se ter quadros em que há hipertonia Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 6 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 • Sabe-se que um neurônio motor da coluna anterior da medula espinhal do homem pode receber 1.500 botões sinápticos • o neurônio motor primário constitui a via motora final comum de todos os impulsos que agem sobre os músculos estriados esqueléticos • na coluna anterior da medula esses neurônios motores se distribuem em dois grupos: • um grupo medial, responsável pela inervação dos músculos axiais e proximais dos membros • e um grupo lateral, responsável pela inervação da musculatura distal dos membros. Figura: Representação esquemática das vias motoras somáticas (não são mostrados os interneurônios de ligação entre as fibras descendentes e o neurônio motor) Referência: O EXAME NEUROLÓGICO- DeJong 7° Ed/ NEUROANATOMIA- Machado 3ªEd 7 RESUMO: NEUROANTOMIA- MED 4 • Síndrome do neurônio motor inferior: ocorre na paralisia infantil (poliomielite), há destruição do neurônio motor inferior situado na coluna anterior da medula ou em núcleos motores dos nervos cranianos • Nesse caso, há paralisia com perda de reflexo e do tônus muscular (paralisia flácida), seguindo-se, depois de algum tempo, por hipotofria dos músculos inervados pelas fibras venosas destruidas • Síndrome do neurônio motor superior: ocorre nos acidentes vasculares, os AVC’s que acometem com maior frequência a cápsula interna e causam paralisia da metade oposta do corpo (hemiplegia) • Após a paralisia flácida, instala-se uma paralisia espástica (com hipertonia e hiperreflexia- aumento do tônus e exagero dos reflexos) com presença do sinal de Babinski • Não há quase hipotrofia muscular porque o neurônio motor inferior está intacto • Envolve, necessariamente, as vias corticoreticuloespinhal e a corticorubroespinhal • Por isso, a expressão “síndrome do neurônio motor superior” deveria ser empregada no plural ao se referir a vários neurônios superiores e não apenas àqueles que originam o trato corticoespinhal • Como no caso das lesões restritas ao trato corticoespinhal não aparece o quadrode espasticidade, fica excluída que a possibilidade da lesão desse trato ser responsável pelo fenômeno Lesões das vias motoras
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