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Um Olhar da Teoria dos Jogos Sobre a Fusão da Sadia com a Perdigão
Referência
ALENCAR, A. G., et al. Um Olhar da Teoria dos Jogos Sobre a Fusão da Sadia com a
Perdição. XXXIV EnANPAD, Rio de Janeiro, 2010.
Resumo
No contexto de interação entre organizações, a Teoria dos Jogos pode ser considerada
facilitadora, uma vez que fornece uma nova perspectiva analítica. Dessa forma, esse trabalho
se propôs a analisar se a união da Perdigão com a Sadia, à luz da teoria dos jogos, foi a
melhor estratégia para as duas corporações.
As estratégias podem ser consideradas indispensáveis para a administração científica,
já que ela guiará a alta administração à sua missão e ao objetivo geral. Um importante
aspecto das estratégias corporativas é o crescimento corporativo, e para alcançar esse
desenvolvimento é necessário economizar. As estratégias corporativas podem ser
classificadas como alianças estratégicas, diversificação corporativa, fusões e aquisições.
A teoria dos jogos, é uma ferramenta matemática analítica, em que é possível
compreender quais as estratégias mais adequadas. Dessa maneira, os elementos básicos são, o
jogo, a interação, os jogadores e as estratégias. É importante levar em consideração três
características sobre o comportamento dos jogadores, sendo o individualismo, a racionalidade
e a interdependência dos participantes. Nos jogos simultâneos, os jogadores tomam suas
decisões ao mesmo tempo, portanto não conhecem as decisões do outro. Nos sequências, as
jogadas são feitas uma após a outra, então o segundo já conhece a decisão feita pelo outro, e
assim sucessivamente.
No tocante às empresas, a Sadia surgiu em 1944, fundada por Atílio Xavier Fontana,
um italiano, que atuava como administrador de um frigorífico, e com o passar dos anos
resolveu comprar algumas cotas de outros sócios, nascendo a Sadia. Durante sua trajetória, a
empresa explorou inicialmente os produtos suínos, em seguida a comercialização de perus e
mais adiante os pratos congelados. A empresa fez diversas alianças com outras, objetivando o
crescimento. Por outro lado, a Perdigão iniciou suas atividades no início da década de 30,
financiada pelas famílias Ponzoni e Brandalise. Esta, atuou no mercado de suínos, depois
expandindo para comercialização da pele dos suínos, madeireiro, avicultor, rações para os
animais, massas e folhados, consecutivamente. Assim como a Sadia, passou por uma crise
econômica na década de 80, perdendo a credibilidade dos investidores. Entretanto, em 1994
começou a crescer novamente.
O processo de fusão das empresas aconteceu em 2008, embora pelo menos 5
tentativas tenham sido feitas anteriormente, organizadas pela Sadia. Todavia, depois de uma
tentativa frustrada no mercado de derivados, perdendo cerca de R$2,5 bilhões. Desse modo, a
junção foi efetuada, sem mais discussões a respeito de quem estaria à frente da organização.
A respeito dos jogos, são apresentados apenas dois momentos. O primeiro foi no ato
da fundação da empresa BRF Trading Company em 2001. Neste momento, as empresas
levaram em consideração apenas as opções “ceder” ou “não ceder” a gerência da empresa. A
partir disso, foi criada uma matriz de soluções e a partir da busca pelo equilíbrio de Nash,
entende-se que o equilíbrio está em não ceder para ambas, já que ceder é considerado um
ponto negativo enquanto não ceder um ponto positivo. No segundo jogo, por sua vez, a
situação é diferente, já que a Sadia está em uma situação vulnerável. Embora sejam os
mesmos jogadores SADIA e PERDIGÃO, as estratégias para o primeiro são propor (
resultado positivo) ou não propor a fusão (resultado negativo), para o segundo as estratégias
são aceitar a fusão ( resultado positivo) ou não aceitar a fusão ( resultado indiferente). Assim,
ao ser montada a matriz com os payoffs e buscado o equilíbrio de Nash, foram encontrados
dois equilíbrios, sendo as soluções: propor e aceitar a fusão; não propor e não aceitar a fusão.
Entretanto, quando existem dois equilíbrios é usado o método de indução reversa, para
reduzir os equilíbrios, eliminando as situações pouco prováveis. Nesse caso, o equilíbrio de
Nash perfeito, é justamente a opção de propor e aceitar a fusão.
Assim, essa pesquisa concluiu que embora a literatura mostre que as duas decisões
tomadas eram as mais racionais, no primeiro momento, as corporações estavam mais
interessadas em manter a liderança que nos benefícios da fusão. Por outro lado, com a
mudança de posição da Sadia, no segundo momento, é preferível que a proposta seja aceita,
sendo esquecida a preferência por governar a empresa.
Apreciação crítica
O artigo abordou o caso da fusão entre as empresas Sadia e Perdigão, logo após um
investimento fracassado da empresa Sadia. Desse modo, é possível entender a importância da
obra no campo de conhecimento da teoria dos jogos por diversos motivos. Primeiramente, os
autores usaram um exemplo real e analisaram as recomendações descritas na literatura para
resolver uma situação diária enfrentada pelas organizações. É comum em sala de aula,
estudantes reconhecerem assuntos explicados como nunca usados na vida prática, todavia o
estudo aplica técnicas matemáticas para identificar a solução mais equilibrada, com a
intenção de entender se as decisões das empresas foram apropriadas.
O público alvo do trabalho, é a comunidade acadêmica, envolvendo discentes e
docentes desse meio. Assim, o trabalho pode ser usado para discussões em sala de aula, além
de material subsidiário para demais pesquisas correlatas. Retomando o apresentado no
parágrafo anterior, é certo que a obra pode ser usada como exemplo para relacionar a teoria
dos jogos a demais casos vivenciados no dia a dia das corporações.
Por fim, os autores apresentam suas conclusões com base nas técnicas descritas nos
livros de teoria dos jogos de empresas. Desse modo, são escritos argumentos com base em
fatos apresentados em fontes primárias e secundárias sobre os acontecimentos descritos pelas
empresas estudadas. Apenas, existe a limitação de não ter sido possível fazer a observação in
loco dos eventos.

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