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AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM ALUNA: LARISSA OLIVEIRA ALVES - 1713050017 CASO PRÁTICO: DIREITO TRIBUTÁRIO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CAMPINA GRANDE NO ESTADO DA PARAÍBA EQUIPADOS MÓVEIS S/A, pessoa de direito privado, estabelecida na Rua …, nº …, Bairro …, no município de Campina Grande, estado da Paraíba, inscrita no CNPJ sob o nº …, por meio de seu advogado (instrumento em anexo) vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 38 da Lei 6.830/80 e artigo 151, V do Código Tributário e demais disposições legais aplicáveis, ajuizar a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL em face do MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE, pessoa jurídica de direito público, com endereço para intimações neste Município na Rua …, nº…, bairro …, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. 1. DOS FATOS A empresa Equipados Móveis S/A, sediada no Município de Campina, onde exerce exclusivamente a sua atividade, na data …, recebeu um Auto de Infração sob o argumento que havia deixado de pagar o Imposto Sobre Serviços (ISS) relacionados a sua principal atividade de locação de bens móveis, notadamente a locação de máquinas para escritórios e copiadoras. Porém, no Auto de Infração foi acrescentado uma multa punitiva de 150% o valor do imposto, fora os encargos relacionados à mora. Em contraposição, a empresa ofereceu defesa, além dos recursos administrativos, mas não teve êxito e o débito foi inserido na dívida ativa. Ao analisar o Auto de Infração, nota-se que a autoridade fiscal não inseriu a origem e a natureza do crédito nos seus fundamentos legais. Vale ressaltar que já se passaram 06 (seis) meses da decisão do recurso administrativo e nenhuma execução fiscal foi ajuizada. 2. DA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA Nos termos do artigo 300 do CPC dispõe que são pressupostos da concessão da tutela de urgência, quando tiver elementos que demonstrem a possibilidade do direito, bem como o perigo de dano ou risco ao resultado do processo. Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Percebe-se no relato da Autora que mesmo apresentando recurso administrativo e sua defesa, não obteve êxito, fazendo com que o débito existente fosse inscrito da dívida ativa. Sendo atendidos os requisitos para a tutela, é devida a suspensão da exigibilidade do crédito tributário e a consequente obtenção da certidão de regularidade fiscal, segundo disposto no artigo 151, V do CTN. Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: [...] V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 3. DO DIREITO 3.1. DA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO Conforme dispõe o artigo 142 do CTN, o Auto Infracional deve possuir o fato gerador da obrigação, a matéria tributável, o montante do tributo e identificar o sujeito passivo. Acontece que no caso em questão, a autoridade deixou de informar duas disposições legais que tornam o Auto de Infração regular. Não resta dúvidas da existência da violação ao não haver a indicação das particularidades do crédito no Auto de Infração, o que o tornou nulo por vício formal. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 3.2. DA ATIVIDADE EXERCIDA A Autora exerce a atividade de locação de bens móveis e lhe foi cobrado no Auto de Infração o Imposto Sobre Serviços (ISS). O artigo 156, III da CF dispõe que os municípios possuem competência para a instituição de impostos sobre serviços. Porém, a locação de bens móveis não se configura como obrigação de fazer já que não tem um esforço humano dirigido para com a produção desse bem imaterial, sendo assim, não há a possibilidade da atividade da Autora ser tributada pelo ISS, conforme orientação dominante do STF na Súmula Vinculante n. 31. Súmula vinculante 31 É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis. 3.3. DA MULTA PUNITIVA Além do ISS ser aplicado a uma atividade que não possui competência, foi acrescentada uma multa punitiva de 150% (cento e cinquenta por cento) do valor do imposto. Acontece que, segundo jurisprudência do STF, a multa punitiva em valor maior que o tributo é inconstitucional. Assim afronta o princípio do não confisco normatizado no artigo 150, IV, da Constituição Federal. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO TRIBUTÁRIO. MULTA. PERCENTUAL SUPERIOR AO VALOR DO TRIBUTO. CARÁTER CONFISCATÓRIO. VIOLAÇÃO AO ART. 150, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. Nos termos da jurisprudência do STF, é inconstitucional a imposição de penalidade pecuniária que se traduza em valor superior ao do tributo devido. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. (ARE 1158977 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Segunda Turma, julgado em 14/02/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-041 DIVULG 27-02-2020 PUBLIC 28-02-2020) Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 4. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a. Que seja concedida a Tutela Antecipada para a suspensão da exigibilidade do crédito e que seja expedida a certidão de regularidade fiscal; b. A procedência do pedido para que seja anulada e desconstituída o crédito tributário em questão, com resolução de mérito, nos termos do artigo 487, I do CPC; c. Subsidiariamente, seja reduzida a multa punitiva para patamar não superior a 100% (cem por cento) do valor do tributo; d. A citação do Réu, para caso esta queira apresentar resposta, sob pena de revelia; e. Condenação ao ressarcimento de custas e o pagamento dos honorários, com base nos artigos 82, §2º e 85 do CPC; f. A produção de prova documental, testemunhal, pericial, e, especialmente, o depoimento pessoal da ré, sob pena de confissão; g. A Autora não é contra a realização da audiência de conciliação ou mediação, segundo o artigo 319, VII do CPC; Dá-se a essa causa o valor de R$ … Nos termos, Pede Deferimento. LOCAL, DATA ADVOGADO OAB Nº QUESTÃO DESAFIO: conceitue e explique as diferenças de imunidade tributária e isenção tributária. A imunidade tributária é atribuída antes do tributo ser gerado, estando presente no artigo 150, VI da Constituição Federal. Um exemplo de imunidade é a proibição de cobrar impostos sobre livros, jornais etc. (art. 150, VI, d). A isenção acontece quando o tributo já existe, porém uma lei inibe o pagamento. Um exemplo seria a isenção que ocorre na Zona Franca de Manaus, por ser um local de incentivos fiscais, muitos produtos que são produzidos são isentos de tributação. Ou seja, a imunidade é uma forma de não incidência constitucionalmente qualificada, já a isenção é uma possibilidade segundo uma norma legal de dispensa qualificada. De acordo com Luciano Barros, "a diferença entre imunidade e a isenção está em que a primeira atua no plano da definição da competência, e a segunda opera no plano do exercício da competência. Para o STF, a isenção inibe o lançamento do tributo, ou seja, ocorreu o fato gerador e a obrigação foi gerada, porém o tributo não foi lançado. Já na imunidade não ocorre a relação jurídico-tributária.
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