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Mandado de Segurança contra Cobrança Indevida de IPVA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 
SETOR ANEXO FISCAL DA COMARCA DE JAÚ-SP 
Cristina Tenório de Jesus, brasileira, divorciada, empresária, 
portadora da cédula de identidade RG:.....e inscrita no 
CPF/MF....com residência e domicilio na ...(endereço 
completo), por seu advogado que esta subscreve (instrumento 
de mandato incluso), com escritório profissional na... (endereço 
completo), onde receberá as devidas intimações nos termos do 
artigo 39,I do Código de Processo Civil, vem respeitosamente à 
presença de Vossa Excelência com fulcro no artigo 5º, 
inciso LXIX da Constituição Federal e artigo 7º, III da 
lei 12.016 de 2009 e artigo 319 do Código de Processo 
civil impetrar o presente MANDADO DE SEGURANÇA COM 
PEDIDO DE LIMINAR contra ato ilegal e abusivo do 
Ilustríssimo Senhor Delegado Regional Tributário ou quem lhe 
faças as vezes, no exercício da coação impugnada, agente 
público vinculado ao estado de SP, pessoa jurídica de direito 
público interno, com sede na cidade de Bauru-SP (Rua Afonso 
Pena, nº 450, Jardim Bela Vista), pelas razões de fato e de 
direito a seguir aduzidas: 
I-DOS FATOS 
O impetrante adquiriu um automóvel importado em novembro 
de 2020, zero quilômetro, cujo IPVA foi recolhido pela 
concessionária, como forma de promoção, para o exercício de 
2020. 
Em 18 de janeiro de 2021, venceria o prazo para foi efetuar o 
pagamento à vista do IPVA com alíquota de 5%, para o exercício 
de 2021. 
Embora ainda pendente de regulamentação, compete ao 
Senado, por meio de resolução, fixar conforme dispõe o 
artigo 155, parágrafo 6º, I e II, da Constituição Federal, as 
alíquotas mínimas do IPVA, ficando cada estado com a 
faculdade de estabelecer as máximas dentro da legalidade, que 
pode diferenciá-las em função do tipo e utilização de cada 
veículo automotor. 
Ocorre que no estado de São Paulo a alíquota é de 4% para os 
automóveis nacionais e 5% para os automóveis importados 
havendo então uma diferenciação por meio da legislação 
paulista. 
Por considerar indevida a cobrança a impetrante requereu, em 
11/01/2021, administrativamente, a aplicação da alíquota de 
4%, que consubstancia a quantia de R$ 3.000,00 (Valor de 
mercado do veículo pela Tabela Fipe: R$ 75.000,00 x 4%) 
Em 27/04/2021, foi proferida decisão que indeferiu seu pedido, 
notificando a requerente a pagar a quantia de R$ 3.750,00, em 
30 dias (Valor de mercado do veículo pela Tabela Fipe: R$ 
75.000,00 x 5%) 
Não restando outra alternativa ao impetrante senão a 
impetração do presente mandamus, de forma tempestiva, com 
fulcro no art. 23 da Lei do Mandado de Segurança, de nº 
12.016/09. 
II-DO DIREITO 
O IPVA é um tributo de competência dos estados, conforme 
previsão do artigo 155, III e parágrafo 6º da Constituição 
Federal. 
De acordo com o artigo 152 da Constituição Federal e 
artigo 11 do Código Tributário Nacional, estados e municípios 
não podem conferir tratamentos diferenciados entre si em razão 
da procedência ou destino de bens e serviços sob pena de afronta 
direta ao princípio constitucional da não discriminação/não 
diferenciação. 
Nesse caso, não se pode estabelecer diferença tributária em 
razão da procedência ou do destino de bens ou serviços, ou seja, 
só pelo fato do automóvel ser importado. 
Portanto, como já antecipado, as alíquotas somente poderão ser 
diferenciadas em função do tipo e da utilização do veículo, não 
podendo haver distinção entre veículos nacionais e importados. 
O Superior Tribunal de Justiça possui o seguinte 
entendimento: 
TRIBUTÁRIO - RECURSO ORDINÁRIO - MANDADO DE 
SEGURANÇA - IPVA - LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM 
DO SECRETÁRIO DE FAZENDA DO DISTRITO FEDERAL - 
DIFERENCIAÇÃO DE ALÍQUOTAS ENTRE VEÍCULOS 
NACIONAIS E IMPORTADOS - IMPOSSIBILIDADE. I - O 
Secretário de Estado de Fazenda e Planejamento do Distrito 
Federal possui legitimidade ad causam para figurar no pólo 
passivo de ação mandamental que vise afastar a cobrança de 
IPVA de veículos importados, com alíquota diferenciada da 
cobrada dos veículos nacionais, uma vez que é a Secretaria de 
Fazenda e Planejamento quem expede o documento de 
arrecadação do tributo. II - A jurisprudência do Superior 
Tribunal de Justiça firmou-se no sentido da impossibilidade dos 
Estados-membros e do Distrito Federal estabelecerem alíquotas 
de IPVA diferenciadas entre veículos nacionais e importados. III 
- Recurso provido 
(RECURSO ORDINÁRIO EM MS Nº 13.502, JULGAMENTO EM 
25/11/2003, PUBLICADO EM 15/03/2004) 
Assim, fica evidenciado que a legislação paulista, ao estabelecer 
alíquotas maiores para veículos importados, contraria o 
princípio constitucional da não discriminação/não 
diferenciação, revestindo-se, então, o lançamento, de manifesta 
violação de direito líquido e certo da impetrante 
a) DA CONCESSÃO DE MEDIDA LIMINAR 
Conforme dispõe o artigo 7º, III da lei 12.016 de 2009 são 
pressupostos autorizadores da liminar: ¨fumus boni júris e o 
periculum in mora¨. 
A concessão de liminar justifica-se, pois houve violação do 
princípio constitucional previsto no artigo 152 do referido 
diploma, é uma prova de existência do fumus boni júris, que fora 
violado. 
Por sua vez, a requerente está sendo sujeitada ao pagamento de 
um crédito maior do que o devido. Tal fato demonstra o receio 
de perda financeira, caracterizando o periculum in mora. 
Mediante a concessão de liminar, requer a suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário nos termos do 
artigo 151, IV do Código Tributário Nacional. 
III-DO PEDIDO 
Pelo exposto requer a Vossa Excelência: 
a) Concessão de liminar, para os fins de abster-se do 
recolhimento indevido a maior do IPVA, mediante a 
observância dos requisitos do artigo 7º, III, da lei 12.016/09, 
suspendendo a exigibilidade do credito tributário, conforme o 
artigo 151, IV do Código Tributário Nacional; 
b) Determinar a notificação da autoridade coatora no prazo 
legal, para prestar Informações, nos termos dos art. 7º, I, da Lei 
nº 12.016/09 
c) Determinar a ciência do feito ao órgão de representação 
judicial do estado na pessoa de seu representante legal, para 
integrar a lide nos termos do art. 7º, II, da Lei nº 12.016/09. 
d) Bem como a oitiva do Ilustre representante do Ministério 
Público, nos termos dos art. 12, ambos da citada Lei; 
e) A procedência do pedido, concedendo a segurança em 
definitivo, nos termos do artigo 152 da Constituição 
Federal e 11 do Código Tributário Nacional, ratificando a 
liminar pleiteada; 
f) Condenação da Fazenda Pública Estadual nas custas 
processuais. 
IV-DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$ 750,00 (setecentos e cinquenta 
reais). 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Jaú-SP, 19 de maio de 2021. 
Romualdo Arppi Filho 
OAB/nº 44.444 
 
 
 
FONTE: 
 
Baseado em: https://viabanviaban.jusbrasil.com.br/modelos-
pecas/508927573/modelo-mandado-de-seguranca-direito-
tributario

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