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E s t á g i a r i a J ú l i a d e J e s u s AFASIA GUIA DE BOLSO SOBRE ESTÁGIO LGG ADULTO E IDOSO Você sabe o que é AFASIA? Segundo o hospital Einstein, afasia é a condição que altera a capacidade dos pacientes de se comunicar de forma adequada afetando as seguintes funções, caracterizando-se como um distúrbio de linguagem. - Capacidade de falar ou se expressar verbalmente - Compreensão da linguagem verbal - Compreensão da linguagem escrita (leitura), - Capacidade de escrever. As afasias normalmente ocorrem após lesões cerebrais, que geralmente acometem o lado esquerdo do cérebro (hemisfério esquerdo) principalmente nas regiões frontais e temporais à esquerda, onde a maioria das pessoas possuem as redes neurais, que possibilitam as funções cerebrais da linguagem. Você sabia que existem oito tipos de afasias diferentes? A diferenciação dos tipos de afasias dentre outros sinais e sintomas neurológicos são parte importante da avaliação neurológica, auxiliando a investigação das causas bem como na localização das diferentes lesões neurológicas que levam a afasia. A anamnese adequada e o exame neurológico, realizados por neurologistas experientes, associado aos resultados dos testes neuropsicológicos podem dar pistas a respeito da localização da lesão cerebral além da causa das afasias. São elas: Afasia de Broca, Afasia de wernicke Afasia global, Afasia de condução Afasia anônica Afasia Transcortical motora Afasia Transcortical sensorial Afasia Transcortical mista Afasia de Broca: A afasia de Broca acontece nas regiões frontais do hemisfério, locais responsáveis pela expressão, ou seja, em como as palavras vão se unir para formar frases. Por isso, o paciente não consegue formar frases completas nem entender quando ditas por outras pessoas. Não usa artigos (o, a), conjunções (e, mas, logo, porque etc.) ou verbos de ligação (verbos ser e estar, por exemplo). Quando não consegue encontrar as palavras corretas, muitas vezes usa palavras próximas para dizer o que quer, podendo dizer “carro” quando quer dizer “caminhão”. Além disso, a pessoa acometida por essa afasia não consegue encontrar os termos corretos para orientações espaciais ou de tempo, como: esquerda, direita, para cima, para baixo. Afasia de Wernicke: A afasia de Wernicke acontece mais posteriormente no hemisfério esquerdo, locais que são responsáveis pela recepção da linguagem, ou seja, pela compreensão. Neste caso, o paciente pode falar de forma incoerente, sem perceber, e usar palavras que não façam sentido achando que estão corretas. Essas palavras, às vezes, podem nem existir. Afasia Global: Como o nome já sugere, a afasia global é quando o AVC, por exemplo, afeta tanto as regiões frontais quanto as posteriores do hemisfério cerebral esquerdo. Sendo assim, o paciente sofre um misto das afasias de Wernicke (recepção) e de Broca (expressão). Neste caso, o paciente tem dificuldade de compreensão, falando de forma incoerente em alguns momentos, e dificuldade de expressão, sem conseguir formar as frases corretamente. Afasia de condução: Caracteriza-se por uma linguagem expressiva fluente, com certa anomia e parafasias, bem como uma capacidade de repetição alterada. Os pacientes podem apresentar dificuldades para compreender material mais complexo. Neste caso, os pacientes podem falar e compreender com relativa normalidade, mas com algumas pausas ao falar por não encontrar a palavra adequada ou substitui-la por uma outra que não corresponde, apresentando maiores dificuldades na altura de repetir. A leitura também se encontra muito afetada, no entanto os grafismos de escritura estão preservados, mas com numerosos erros durante o ditado e espontáneamente. Afasia anômica: Caracteriza-se por uma linguagem expressiva fluente, com normal articulação e estrutura, mas com uma dificuldade na evocação de palavras (anomia). Na expressão verbal podem aparecer circunlóquios (descrever uma palavra que não se pode recordar) e palavras gerais (utilizam a mesma palavra para se comunicarem). Também o défice anómico pode aparecer só na linguagem espontânea, sendo quase normal nomear uma imagem. Por exemplo, estes pacientes têm a sensação de saber o que querem dizer ou de “ter a palavra na ponta da língua”, mas não conseguem dizê- la, por isso explicam as características ou utilidade do objeto que tentam nomear. Embora a compreensão esteja preservada, podem apresentar dificuldades em tarefas mais elaboradas. Na leitura e escritura podem aparecer alguns erros, sendo mais patente a dificuldade para encontrar a palavra adequada ao escrever. Afasia motora transcortical: Caracteriza-se por uma linguagem expressiva espontânea muito reduzida (não fluente). A expressão realiza-se com esforço, sendo lenta e breve. A denominação de imagens está alterada, no entanto a capacidade de repetição é melhor. A compreensão pode estar relativamente preservada. Estes pacientes falam muito pouco e com esforço, mas repetem muito melhor. Também podem apresentar uma expressão escrita reduzida, no entanto a leitura oral e a compreensão leitora encontram-se preservadas, mesmo que possam estar dissociadas, ou seja, habitualmente não compreendem o que leem. Se o quadro melhora, pode chegar a evoluir para uma afasia anômica. Afasia sensorial transcortical: Caracteriza-se por uma dissociação entre uma boa capacidade de repetição e um defeito na compreensão de palavras que o paciente pode repetir, isto é, os pacientes não compreendem o que repetem. A expressão verbal é fluente, em forma de gíria e com predomínio da ecolalia (repetição das palavras ouvidas). A compreensão oral está habitualmente muito afetada. Estes pacientes podem repetir muito bem, mas não são capazes de entender o que repetem. A capacidade leitora pode ser afetada em diferentes graus e a compreensão escrita habitualmente está gravemente alterada. A expressão escrita também aparece em forma de gíria difícil de entender, isto é, os pacientes escrevem como falam. Afasia transcortical mista: Caracteriza-se pela preservação da repetição e uma grave afetação da expressão e da compreensão. A expressão verbal fica reduzida a ecolalias e não existe capacidade para denominar imagens. Neste caso, os pacientes não podem expressar-se bem nem compreender, mas podem repetir, recitar, completar palavras e frases… Tanto a leitura como a escritura e a compreensão leitora encontram-se muito afetadas. As afasias se dividem em dois grandes grupos: 1 - afasias não-fluentes: As lesões que levam as afasias não fluentes geralmente acometem áreas anteriores do cérebro, principalmente as regiões frontais que estão envolvidas com a fluência do discurso. Pessoas com esse distúrbio lutam para se expressar e apresentam grande dificuldade em achar as palavras, falam frases muito curtas e omitem palavras. Uma pessoa pode dizer: "Quer comida" ou "Parque de caminhada hoje". Muitos ouvintes podem entender o significado do que foi dito. Pessoas com afasias não fluentes podem entender o que as outras pessoas dizem melhor do que podem se expressar. Os pacientes geralmente estão conscientes das suas dificuldades em se comunicar e podem ficar frustrados e irritados. As afasias não fluentes podem apresentar fraqueza ou paralisia do lado direito do corpo. 2- Afasias fluentes Pessoas com essa forma de afasia podem falar com facilidade e com fluência, geralmente se expressam com frases longas e complexas que muitas vezes não fazem sentido no contexto da conversa, e/ou incluem palavras incompreensíveis, incorretas e desnecessárias. Pacientes com esse tipo de afasia geralmente não entendem o que está sendo falado e muitas vezes não percebem que as outras pessoas não conseguem compreendê-los. Sobre fluência, compreensão, nomeação e repetição ao quadro abaixo é possível observar especificamente Referencias bibliográficas: Dr. Rodrigo Meirelles Massaud, neurologista do Einstein.Clinica San Vicente. Alterações da linguagem: AFASIAS. AFASIA GUIA DE BOLSO SOBRE ESTÁGIO LGG ADULTO E IDOSO
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