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Shadow Banking e PIX: Atualidades do Mercado Financeiro

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Aula 02 (Somente PDF)
Banco do Brasil - Atualidades do
Mercado Financeiro 2021 (Pós-Edital) -
Prof. Celso (somente PDF)
Autor:
Celso Natale
Aula 02 (Somente PDF)
05 de Julho de 2021
.
1 
SUMÁRIO 
1 Sistema de bancos-sombra (Shadow banking) ........................................................................... 3 
1.1 Atividades de Shadow Banking ............................................................................................... 5 
1.2 Entidades e Estimativas do Shadow Banking ......................................................................... 8 
1.3 Análise do Shadow Banking no Brasil ................................................................................... 13 
2 PIX e Sistema de pagamentos instantâneos .............................................................................. 16 
2.1 Sistema de Pagamentos Brasileiro (conceito introdutório) ................................................. 16 
2.2 O Pix: meio e ecossistema de pagamentos instantâneos ................................................... 23 
Bibliografia e Créditos ........................................................................................................................ 36 
Questões Comentadas ....................................................................................................................... 37 
Shadow Banking .............................................................................................................................. 37 
PIX e Sistema de Pagamentos Instantâneos.................................................................................. 41 
Lista de Questões ................................................................................................................................ 50 
Gabarito ............................................................................................................................................... 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Celso Natale
Aula 02 (Somente PDF)
Banco do Brasil - Atualidades do Mercado Financeiro 2021 (Pós-Edital) - Prof. Celso (somente PDF)
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2 
INTRODUÇÃO 
Olá, iminente funcionário do BB! 
Como foi a aula anterior? Espero que tenha aprendido muitas coisas novas, e que elas rendam 
todos os pontos possíveis na sua prova. 
Nesta aula, veremos mais dois assuntos de Atualidades do Mercado Financeiro: Shadow 
Banking e Pix. 
Os assuntos são ainda mais interessantes – na minha opinião –, e também um pouco mais 
desafiadores, além de terem como único elemento em comum serem novidades no mercado 
financeiro. 
Mas acho que você está “no ponto” para encarar tudo que vier! 
Mais uma vez, o histórico recente de questões é escasso – Shadow Banking nunca deu as caras 
em provas, e Pix ainda muito pouco –, então elaborei algumas para ajudar a fixar. E o conteúdo 
não é muito extenso, então você tem obrigação de reter o máximo possível desta aula. 
Combinado? 
PS: Se precisar, já sabe! Procure-me no fórum ou nas redes sociais abaixo ;) 
 
@profcelsonatale 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Celso Natale
Aula 02 (Somente PDF)
Banco do Brasil - Atualidades do Mercado Financeiro 2021 (Pós-Edital) - Prof. Celso (somente PDF)
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3 
1 SISTEMA DE BANCOS-SOMBRA (SHADOW BANKING) 
Para começar este assunto, precisamos definir algumas coisas a respeito do shadow banking. 
A primeira delas, é que o termo mais comum e difundido é mesmo esse, em inglês, e que 
significa algo como “banco sombra”. Por isso, é assim que vamos nos referir ao conceito ao 
longo da aula. 
A partir daí, é natural que você imagine que se trata de algo obscuro, sombrio ou até ilegal. 
Principalmente se souber que o shadow banking é apontado como um dos fatores 
responsáveis pela crise bancária de 2008. 
Mas isso de o shadow banking ser algo desonesto ou ilegal não é verdade! E você logo 
entenderá por quê. 
O significado mais aceito é relativamente simples. 
SHADOW BANKING 
 
Sistema de intermediação de crédito que envolve atividades e entidades fora 
do sistema bancário tradicional. 
Então veja só: a atividade bancária é, em essência, a intermediação de crédito (de um lado 
poupadores, de outro tomadores). E assim, podemos concluir que o shadow banking é 
simplesmente a atividade de intermediação de crédito não-bancária. 
Outros nomes são “sistema bancário paralelo” ou “bancos-sombra” 
Contudo, ainda falta muito para você, eu e todo mundo compreender o que é o shadow 
banking. 
Como assim, professor? Nem você sabe? Nem o Banco Central ou o FSB1? 
Isso mesmo. Apesar de ficar muito feliz em você saber o que é o FSB, sinto dizer que o termo 
shadow banking é bastante recente, e sua literatura ainda não chegou a um consenso. Por isso, 
vamos nos apoiar naquilo que os organismos e entidades oficiais têm falado sobre o assunto, 
pois esse é o caminho mais seguro para acertar as questões. 
Nesse sentido, vamos conferir o que nosso Banco Central escreveu sobre o tema em uma 
publicação periódica chamada Relatório de Estabilidade Financeira, ou REF. Vou expor para 
você um parágrafo por vez, fazendo alguns comentários logo em seguida. 
 
1 O Financial Stability Board é um órgão internacional que monitora e faz recomendações sobre o sistema financeiro global 
Celso Natale
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Um dos fatores de amplificação da última crise financeira internacional foi a existência de 
ativos financeiros escriturados fora do balanço dos bancos. Além disso, várias entidades, 
com pouca ou nenhuma regulação, empreendiam intermediação financeira similar à 
bancária, mas ficavam “à sombra” da regulação e da supervisão. 
Perceba que o fato de as atividades de shadow banking estarem fora dos balanços dos bancos 
é um problema na medida em que não são consideradas quando o Banco Central do Brasil 
(BCB) e o próprio mercado avaliam os riscos das atividades bancárias. Se o Banco do Brasil ou 
o Itaú se expusessem a riscos excessivos, o BCB poderia determinar medidas para evitar 
maiores problemas, e o mercado financeiro iria “punir” essas instituições com a queda do valor 
de suas ações. 
Nesse contexto, surgiu o termo shadow banking system para designar o conjunto de tais 
entidades e atividades. 
Opa, olha só! A definição de shadow banking, portanto, tem a ver justamente com o fato de as 
atividades não estarem na contabilidade bancos tradicionais e sob a supervisão e regulação do 
BCB. 
Em 2010, o G20 atribuiu ao Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês) o 
desafio de desenvolver propostas para reduzir os riscos relacionados ao shadow banking. 
Esses riscos, portanto, entraram no radar do FSB, e consequentemente de todos os 
reguladores do mercado financeiro nacionais. Afinal, estamos falando de riscos tipicamente 
bancários, capazes de causar ou amplificar uma crise bancária (como foi em 2008). 
Assim, o FSB, juntamente com o Comitê de Supervisão Bancária da Basileia (BCBS, na sigla 
em inglês) e a Organização Internacional das Comissões de Valores (IOSCO, na sigla em 
inglês), vem empreendendo esforços com vistas a ampliar o entendimento do conceito de 
shadow banking, bem como das entidades e atividades a ele relacionadas, com intuito de 
desenvolver recomendações de políticas efetivas para proteger o sistema financeiro e a 
economia real. 
Note que o esforço é para ampliar o entendimento. Pois é. A gente ainda não entende o que 
exatamente é shadow banking e, mais importante, como lidar com o fenômeno. Mas não se 
preocupe, já se sabe o bastante para colocar em prova... 
A definição atualmente adotada por esses organismos estabelece o shadow banking como 
um sistema de intermediação de crédito que envolve atividades e entidades fora do 
sistema bancário tradicional. 
Aí eu só grifei mesmo, pois é uma definição oficial de shadow banking. 
Por um lado, tais atividadespodem ser complementares ou concorrentes às desempenhadas 
pelo sistema bancário tradicional, ampliando o acesso ao crédito e provendo fontes 
alternativas de investimento, contribuindo, dessa forma, para uma maior eficiência do 
mercado financeiro. 
Celso Natale
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Opa! Então o shadow banking não é necessariamente ilegal, e ainda pode aumentar a 
eficiência do mercado? Sim! Por isso eu alertei para tomar cuidado com o aparente sentido 
pejorativo de “shadow”. 
Por outro lado, o shadow banking pode ser fonte de risco sistêmico, por envolver, sem a 
devida supervisão e regulação, riscos tipicamente bancários, tais como alavancagem, 
transformações de maturidade e de liquidez e transferência de risco de crédito. 
E por isso a preocupação. Se temos tanto cuidado com os bancos, precisamos ter também com 
entidades que desempenham atividades semelhantes e, ao contrário dos bancos, não estão 
sob a supervisão e não contam com sistemas mitigadores de riscos, como os empréstimos de 
última instância do Banco Central e o Fundo Garantidor de Crédito. 
Além disso, suas conexões com os bancos podem implicar na transferência de riscos desse 
setor para o sistema bancário tradicional, razão pela qual os organismos internacionais têm 
desenvolvido estudos e recomendações com o objetivo de reduzir as oportunidades de 
arbitragem regulatória e de mitigar a disseminação de riscos entre os diversos setores do 
sistema financeiro. 
Isso significa que os bancos tradicionais operam com ou até mesmo como entidades de 
shadow banking, e problemas podem ser transmitidos para o sistema financeiro tradicional e, 
consequentemente, para os poupadores comuns. 
 
1.1 Atividades de Shadow Banking 
Você já viu que o shadow banking é definido como “conjunto de atividades de intermediação 
financeira (banking) que não são realizadas pelo sistema bancário tradicional”. 
Então, para começar a entender o que é o shadow banking, falta definir o que é o sistema 
bancário tradicional, e o que são atividades de intermediação. 
A intermediação realizada pelos bancos consiste, grosso modo, em captar dinheiro de 
pessoas que gastam menos do que ganham (poupadores) e aplicar esse dinheiro em 
empréstimos para pessoas que ganham menos do que gastam (tomadores). 
Sendo assim, o banco fica devendo para os poupadores, e é credor dos tomadores. 
Do ponto de vista do banco, os empréstimos que ele concede são direitos ou ativos, 
enquanto os depósitos que ele capta são obrigações ou passivos. 
Na prática, quando você deposita um dinheiro na sua conta-corrente ou na sua conta-
poupança em um banco tradicional, você está atuando como poupador, e o banco está 
contraindo uma dívida com você (seu dinheiro é um passivo para o banco). 
Celso Natale
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Por outro lado, quando você pega um empréstimo, naturalmente o devedor é você, e para o 
banco esse empréstimo é um ativo. Do ponto de vista do banco, ele é uma aplicação (ativo). 
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
Atividade de alocar recursos de poupadores para tomadores. 
Perceba que é uma atividade muito importante para a economia. Sem isso, poupadores 
poderia ficar com dinheiro parado e sem render nada, enquanto tomadores teriam limitada sua 
capacidade de investir em suas atividades ou até mesmo de consumir. 
 
Beleza! Então os bancos tradicionais e as entidades do shadow banking fazem isso aí: 
intermediação financeira. Esse é o ponto que eles têm em comum. Então, qual é a diferença? 
A diferença vai ficar clara quando definirmos o que são os bancos tradicionais. 
Podemos definir bancos tradicionais como: 
BANCOS TRADICIONAIS 
 
Entidades que realizam intermediação financeira, captando recursos de alta 
liquidez e aplicando em operações com maturidade longa, sob regulação e 
supervisão de uma autoridade (banco central). 
Opa, deu para ver sua interrogação daqui! Vou explicar: 
• Alta liquidez significa que as captações dos bancos são convertidas em dinheiro com 
muita facilidade: o dinheiro na sua poupança e na sua conta corrente pode ser resgatado 
em segundos. 
• Maturidade longa significa que as operações ativas do banco levam muito tempo para 
serem rentabilizadas (dar lucro) e que o dinheiro emprestado fica indisponível por muito 
tempo. Quando o banco concede um empréstimo, seja de 3 ou de 420 parcelas 
mensais, ele não pode, em regra, dispor daquele dinheiro antes disso. 
Intermediário 
Financeiro 
Banco
Poupadores
Depósito
Passivo
Tomadores
Empréstimo
Ativo
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Então o banco tradicional fica fazendo um malabarismo (no bom sentido) para conseguir 
honrar todos os pedidos de resgate, pois ele se endivida em curtíssimo prazo, e aplica em 
longo prazo. 
Ao mesmo tempo, ele cumpre uma série de regras da autoridade bancária. O Banco Central 
determina desde regras para poder colocar a palavra “Banco” no nome da empresa até 
quantidades mínimas de capital que os bancos precisam deixar “guardada” para fazer frente a 
determinados riscos, e além de determinar, o Banco Central também confere minuciosamente 
o cumprimento das regras, por meio das ações de supervisão. 
Afinal, é o dinheiro do poupador que “está na reta”. Também por isso o Banco Central como 
banco dos bancos. Ele fornece linhas de crédito para os bancos terem liquidez diariamente, e 
se as coisas apertam ele pode atuar como emprestador de última instância. Os depósitos 
realizados nesses bancos também contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito: se o 
banco “der calote” ou até quebrar, os depositantes recebem seu dinheiro, de acordo com as 
regras do fundo. 
Com isso, já podemos ver claramente algumas diferenças. No que diz respeito às operações, o 
shadow banking poderia ser chamado mirror banking (banco-espelho), pois elas são o oposto 
do tradicional: do lado passivo, essas entidades têm obrigações de longo prazo, enquanto seus 
ativos são de curto prazo. E como você já sabe, atuam fora do radar das autoridades financeiras 
e bancárias. 
 
Com isso, você já tem um ótimo panorama, inclusive para acertar as questões. 
O diagrama a seguir é uma ótima metáfora, e nos mostra como a regulação busca manter sob 
controle quaisquer desequilíbrios que ocorrem no mercado bancário tradicional: 
Intermediação 
Tradicional
Passivos de curto prazo
Ativos de longo prazo
Atua sob regulamentos e supervisão
Conta com mecanismos oficiais 
mitigadores de risco (BCB e FGC)
Shadow Banking
Passivos de longo prazo
Ativos de curto prazo
Atua sem regulação e supervisão
Não conta com mecanismos oficiais 
mitigadores de riscos
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Adaptada de Google Imagens 
Contudo, como veremos em detalhes, o mercado tradicional interage com o shadow banking, 
e como o shadow banking, por atuar sem regulação, acumula esses desequilíbrios que podem 
ser tornar uma bolha e “explodir na cara da sociedade”, como ocorreu em 2008. 
E mais importante: deve estar atento ao fato que o shadow banking está mais relacionado à 
atividade do que a instituições. Em outras palavras, instituições tradicionais podem praticar 
atividades de shadow banking. Em alguns casos, essas instituições são até supervisionadas 
pelo Banco Central, mas algumas de suas atividades podem ter características de shadow 
banking e estar “fora do radar”. 
 
1.2 Entidades e Estimativas do Shadow Banking 
A crise do subprime nos EUA, iniciada em 2007 e que em 2008 eclodiu causando problemas 
nos mercadosfinanceiros do mundo inteiro, envolveu uma bolha no mercado imobiliário. 
Com isso, surgiu o esforço das autoridades no mundo todo para mapear as entidades que 
fazem parte do sistema de shadow banking e mensurar o tamanho desse mercado financeiro 
paralelo. 
Vamos falar de forma bem objetiva sobre essa complexa crise, apenas para evidenciar o papel 
do shadow banking. 
Tudo começa com as hipotecas, uma espécie de empréstimo com garantia em imóveis. Elas 
são muito comuns nos EUA (e nas séries e filmes estadunidenses, quando o personagem é um 
endividado rs), além de serem, em regra, muito menos arriscadas, para os bancos, do que 
empréstimos sem garantias. 
Afinal, se o tomador do empréstimo não pagar, o banco “toma” o imóvel dando como garantia 
e faz um leilão para vendê-lo e recuperar o dinheiro. 
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Também é uma operação típica de bancos tradicionais: recebem depósitos de poupança, e 
emprestam por meio de hipotecas. Até aí, sem novidades. 
Para entender onde o shadow banking entra na história, vou construir uma pequena ficção. 
A CRISE DE 2008: UMA SIMPLIFICAÇÃO FICCIONAL 
 
Acontece que o Shadowaldo (um sujeito com muito, muito dinheiro) olhou para 
a carteira de hipotecas dos bancos e pensou: “Que desperdício essas hipotecas 
praticamente paradas aí, esperando sua loooonga maturidade!”. Então ele teve 
a seguinte ideia: “Vou oferecer um bom dinheiro para esses bancos e comprar 
as carteiras dele, depois divido em várias partes e vendo para alguém o direito 
de receber esses créditos”. 
 
Então nosso pioneiro “shadow banker” comprou a carteira de hipotecas de 
vários bancos, e passou a ser o credor de fato dessas dívidas. Para esses 
bancos, foi ótimo receber o dinheiro logo de cara, em vez de esperar anos e 
anos por ele. 
 
Shadowaldo então classificou as hipotecas e dividiu em dois pacotes, segundo 
o risco das hipotecas: Prime e Subprime. Ele pegou o pacote Prime e vendeu 
para um fundo de investimentos conservador, enquanto o Subprime foi 
vendido para um clube de investidores. Todo mundo ganhou dinheiro e saiu 
feliz. Os bancos, Shadowaldo e os investidores. 
 
Mas Shadowaldo causou duas importantes distorções no sistema: 
1) Agora, os bancos não se preocupam tanto com o risco das hipotecas que 
concedem. Afinal, Shadowaldo é quem assume todo o risco. 
2) O Banco Central olha para a carteira do banco e pensa “Nossa, como tá tudo 
maravilhoso!”. Afinal, ele não enxerga o balanço do Shadowaldo e de seus 
investidores. 
 
E os balanços do nosso novo sistema de shadow banking estão cada vez mais 
arriscados, porque agora os bancos concedem financiamentos imobiliários e 
créditos com garantia de imóvel para pessoas com baixíssima probabilidade de 
pagar. Mas com tanta demanda por imóveis, os preços disparam! 
Considerando que esses imóveis são as garantias das hipotecas, o negócio de 
Shadowaldo está decolando! 
 
Mas então os devedores não pagam! 
 
Bom, problema do Shadowaldo, não é? Nem tanto... descobre-se que os 
bancos e outras instituições tradicionais também investiram nas carteiras do 
Shadowaldo. 
 
Mas calma, tudo tem garantia! Até tem, mas com o boom dos preços formou-se 
uma bolha, e com a enxurrada de imóveis indo a leilão, a bolha explodiu e os 
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preços despencaram. Os imóveis vendidos não cobriam nem uma fração das 
dívidas, especialmente nos subprimes. Com os bancos em sérias dificuldades, 
os financiamentos também secaram, deprimindo ainda mais o mercado 
imobiliário. 
O resultado: uma crise de proporções globais, chamada de crise do subprime. 
Bancos começam a quebrar, e as autoridades pegas de surpresa enquanto 
apreciavam os lindos balanços do sistema bancário, hesitam em colocar 
dinheiro público para resgatar o sistema, e a situação só piora. 
 
Bancos quebram e deixam de pagar outros bancos, que quebram e deixam de 
pagar outros bancos... contaminando sistemas financeiros no mundo inteiro. 
 
Essa é a história de crise de 2008 em bases bem simplificadas, afinal não existiu 
um Shadowaldo, mas inúmeras instituições, e os instrumentos utilizados são 
bem mais sofisticados e complexos, mas com isso você tem uma boa 
compreensão do papel do shadow banking. 
 
FIM 
A nossa história acaba por expor alguma importantes característica das atividades de 
shadow banking: 
• Transformação da maturidade ou liquidez: pegam operações de longo prazo e 
transformam em operações de curto prazo, ou vice-versa. Ao juntar várias operações de 
crédito em várias carteiras, é possível montar carteiras com vencimento mais curto, 
diminuindo a maturidade das operações. A propósito, a própria existência de um 
mercado para esses “pacotes” cria liquidez para os bancos. 
• Transferência imperfeita de risco de crédito: quem fica com o risco de crédito não tem 
o mesmo nível de informação de quem concedeu o crédito, ao mesmo tempo em que o 
concessor de crédito pode agir com de forma menos cuidadosa do que agiria se fosse 
ficar com o risco. 
• Alavancagem: operam de forma que os riscos e retornos são amplificados. 
Depois da crise e até hoje, o esforço de mapeamento do shadow banking global, coordenado 
pelo Financial Stability Board, produz uma estimativa dos ativos de todas as entidades e 
atividades que, numa interpretação ampla, enquadram-se no conceito de shadow 
banking. 
A estimativa ampla dos ativos do shadow banking global era de US$63,8 trilhões em dezembro 
de 2013. 
A partir daí, as autoridades, como o Banco Central do Brasil, fazem um refinamento para 
manter apenas instituições cujas atividades possuem as características de shadow banking, e 
que: 
• contribuem para o aumento do risco sistêmico ou; 
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• indicam alguma arbitragem regulatória que esteja minando os benefícios da regulação 
financeira. 
Arbitragem regulatória 
 
Procedimento no qual uma entidade escolhe o tipo de regulação ao qual se 
submete. 
No caso do Brasil, essa estimativa engloba diversos participantes do Sistema Financeiro 
Nacional (SFN), tais como: 
• Fundos de investimento. 
• Veículos estruturados ou estruturas de securitização. 
• Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), Certificados de Recebíveis 
Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA). 
• Fundos de investimento imobiliário (FII), 
• Intermediários de mercado: basicamente, corretoras de câmbio e corretoras e 
distribuidoras de títulos e valores mobiliários. 
• Companhias Financeiras: entidades que financiam clientes ou negócios com funding de 
curto prazo, no Brasil, corresponde às: 
o sociedades de arrendamento mercantil, 
o sociedades de crédito imobiliário repassadoras e às 
o sociedades de crédito ao microempreendedor que não pertencem a 
conglomerado bancário. Embora essas entidades sejam reguladas e 
supervisionadas pelo BCB de forma similar às entidades bancárias, foram incluídas 
na estimativa ampla do shadow banking por estarem envolvidas na concessão de 
crédito e não possuírem acesso direto ao BCB nem ao Fundo Garantidor de 
Créditos (FGC), em linha com os padrões internacionais. 
Não vamos aprofundar mais do que isso sobre cada um desses tipos de instituições, pois são 
tema para Conhecimento Bancários e isso acabaria por sobrecarregar e distrair do que é mais 
importante aqui (e não é pouco coisa!). 
Portanto, agora de forma mais rigorosa, não fazem parte do conceito de shadow banking: 
• O sistema bancário tradicional – composto por: 
o bancos e conglomerados bancários; 
o entidades similares com acesso ao BCB ou a fundos garantidores decrédito, 
inclusive: 
▪ cooperativas de crédito 
▪ sociedades de crédito, financiamento e investimento 
▪ associações de poupança e empréstimo 
▪ conglomerados não bancários de crédito 
▪ companhias hipotecárias 
o instituições de controle governamental: os bancos de desenvolvimento e as 
agências de fomento. 
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• As seguradoras, reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), e os 
fundos de pensão, regulados pela Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar (Previc), não são incluídos no conceito de shadow banking pelo FSB e 
pelo BCB, tendo em vista que não estão envolvidos em significativa transformação de 
maturidade ou de liquidez. 
Segundo o BCB, “a estimativa ampla dos ativos do shadow banking brasileiro era de R$2,6 
trilhões (US$1,1 trilhão) ao final de 2013, valor correspondente a 1,8% da estimativa ampla 
global do FSB – participação que pouco variou nos últimos anos –, a 54,2% do PIB doméstico, e 
a 46,1% dos ativos do sistema bancário tradicional brasileiro, razão próxima à média dos países 
participantes do exercício internacional. Todavia, o crescimento mais vigoroso do sistema 
bancário tradicional nos últimos anos tem concorrido para uma redução da importância relativa 
da estimativa ampla do shadow banking no país”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1.3 Análise do Shadow Banking no Brasil 
Já vimos algumas coisas sobre o shadow banking no Brasil, mas nesta parte da aula vamos 
aprofundar alguns aspectos. 
Além das estimativas realizadas pelo FSB e refinadas pelas autoridades do Brasil, o Banco 
Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) buscam aprimorar as análises a fim 
de obter uma visão mais detalhada dos riscos relacionados ao shadow banking no Brasil. 
Considerando que os fundos de investimento são o principal tipo de entidade que 
desempenha essas atividades no país (cerca de 90% do valor das operações), realizou-se uma 
análise que demonstrou que as aplicações ocorrem principalmente em títulos públicos federais 
e operações garantidas com esses títulos. 
ESTIMATIVA AMPLA DO SHADOW BANKING NO BRASIL 
 
Esses títulos possuem alta liquidez (é muito fácil se desfazer de uma posição em títulos 
públicos) e baixo nível de risco, e os fundos brasileiros trabalham com pequeno nível de 
alavancagem, conjunto que reduz os riscos relacionados ao shadow banking no Brasil. 
A análise foi aprofundada para o risco das operações, e a conclusão foi no mesmo sentido: no 
Brasil, o risco é relativamente baixo em relação ao shadow banking nos demais países 
contemplados no estudo do FSB. 
 
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1.3.1 Interconectividade com o sistema bancário tradicional 
A despeito dos riscos relativamente baixos, ainda existe a preocupação de que o shadow 
banking transmita riscos ao sistema bancário tradicional. 
Por isso, as autoridades financeiras buscam avaliar o nível de interconectividade entre o 
sistema tradicional e o shadow banking. 
No Brasil, em 2015, mensurou-se que apenas 0,6% dos ativos financeiros do sistema bancário 
tradicional estavam aplicados em atividades classificadas como shadow banking, enquanto 
2,4% das captações do setor de shadow banking provêm do sistema bancário. 
De acordo com o BCB, isso indica que o risco de contágio é irrelevante. Afinal, se todo o 
shadow banking deixar de pagar suas obrigações com o setor bancário, isso significará um 
calote de apenas 0,6% dos ativos. 
Mas isso é apenas o chamado “canal direto” de contágio, ou seja, contabiliza-se apenas o risco 
decorrente de uma parte afetar diretamente a outra. 
Significa que existem outros canais de contágio possíveis, quando o estresse do shadow 
banking poderia ser transmitido ao setor bancário tradicional, inclusive de forma amplificada 
por retroalimentação. 
Um exemplo, constante no REF, é o chamado canal indireto ou de mercado, “que ocorre em 
situações nas quais entidades dos dois setores investem em um mesmo mercado, onde 
eventuais rupturas ou situações de estresse ocasionadas pela ação de uma delas podem 
provocar vendas em massa dos ativos, deprimindo seus preços e causando prejuízos à outra.” 
Portanto, o contágio ocorre em virtude das expectativas dos agentes de mercado, que podem 
ser influenciadas por acontecimentos em um mercado, contaminando outros mercados onde 
nada ocorreu a princípio. 
Veja a seguir o que mais o Banco Central diz sobre esse canal. 
O contágio indireto é tradicional fonte de preocupação das autoridades reguladoras, haja 
vista os riscos para a estabilidade financeira. A despeito das dificuldades para mapeá-lo, 
avaliações preliminares apontam que as entidades que compõem a estimativa estrita do 
shadow banking brasileiro possuem uma participação não desprezível no mercado de títulos 
privados do país. 
Por fim, a gestão e a administração de recursos de terceiros, predominantemente 
desempenhadas pelos conglomerados bancários no Brasil, podem resultar, em tese, em 
diversos tipos de riscos, tais como: 
i) a instabilidade econômico-financeira de um gestor de ativos, elevando a volatilidade 
nos mercados em que atua ou aumentando a probabilidade e a magnitude de 
resgates dos fundos por ele geridos; 
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ii) contrapartes que podem não distinguir entre exposições aos fundos e ao gestor em 
situações de estresse, buscando a mitigação de riscos e agravando a situação do 
gestor; 
iii) a administração de inúmeros fundos sem o devido monitoramento do risco 
operacional, resultando em perdas para os fundos; e 
iv) a materialização destes ou outros riscos sobre as cotas dos fundos, acarretando 
percepções negativas sobre a capacidade de gestão de ativos da instituição financeira 
e, em última instância, sobre sua reputação e imagem. 
Todavia, cabe mencionar que não há evidências de que tais riscos, embora válidos do ponto 
de vista teórico, tenham se materializado na indústria de fundos brasileira, mesmo em 
momentos de estresse. 
Apesar de, até o momento, não terem identificado riscos relevantes provenientes do shadow 
banking para a estabilidade financeira, as entidades reguladoras, como o BCB e a CVM, têm 
se dedicado ao aprimoramento dos conhecimentos sobre o tema e ao aperfeiçoamento de 
métricas de avaliação dos riscos presentes nas entidades por eles regulados, tais como os 
referentes à administração de recursos de terceiros, aos fundos de investimento, aos 
intermediários de mercado, às companhias financeiras e às medidas de contágios direto e 
indireto. 
Claro que identificar e mensurar é apenas um aspecto para as autoridades, a quem cabe avaliar 
a regulação e a supervisão do shadow banking. 
 
1.3.2 Regulação e Supervisão 
Ao contrário do que ocorria em outros países, o Brasil sempre teve um perímetro regulatório 
amplo, ou seja, as entidades que foram identificadas como shadow banking já estavam sob 
regulação e supervisão de autoridades como o BCB, a CVM e o Conselho Monetário Nacional. 
Em outras palavras, apesar de o conceito ser novo e implicar em novos desafios, as instituições 
que desempenham atividades classificadas como shadow banking já fazem parte do sistema 
financeiro de forma oficial, permitindo uma ação mais rápida das autoridades reguladoras e 
supervisoras. 
Em relação aos fundos de investimentos, a regulamentação da CVM dispõe sobre 
composição de carteiras, nível de alavancagem,política de resgates e administração de riscos e 
uma série de exigências com vistas à eficiência e segurança das aplicações. 
Assim, a grande preocupação mundial, de que entidades que desempenham atividades de 
intermediação fiquem de fora do arcabouço normativo e do escrutínio das autoridades, é 
relativamente menor no Brasil. 
Inclusive regras mais rígidas são estendidas às entidades que fazem parte de conglomerados 
bancários (conceito definido pela Resolução CMN nº 4.280, de 31 de outubro de 2013), como 
sociedades securitizadoras controladas por bancos ou sob controle comum a eles, as 
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sociedades de objeto exclusivo controladas e os fundos de investimento nos quais exista 
retenção substancial de riscos e benefícios por parte do conglomerado bancário. 
Hora de mudar de assunto. 
 
2 PIX E SISTEMA DE PAGAMENTOS INSTANTÂNEOS 
Acredito que, a essa altura, você já ouviu falar do Pix. Provavelmente já fez e recebeu alguns 
(ou vários). Se não é o caso, não se preocupe. Apenas saber fazer um Pix não bastaria aos 
nossos propósitos... 
Aliás, se a banca pedir para você fazer um Pix valendo nota, desconfie: é golpe!! xD 
Voltando a falar sério agora, o Pix faz parte do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). 
Por isso, vamos começar esse assunto da aula falando sobre ele, para você compreender onde 
o Pix se insere nessa história. 
Se quiser e já estiver familiarizado(a) com o funcionamento de um sistema de pagamentos e os 
conceitos de LBTR e LDL, você pode pular para o tópico 3.2. 
 
2.1 Sistema de Pagamentos Brasileiro (conceito introdutório) 
Já parou para pensar no que acontece quando você faz uma transferência da sua conta no 
Banco do Brasil para a conta do seu mordomo no banco Itaú, para ele comprar um novo jogo 
de tacos de golfe? 
Tá... você não tem mordomo (ou tem!?), e talvez nem jogue golfe, mas o ponto é que você 
acabou de pensar em como o dinheiro vai de uma conta para outra. Aliás, como ele foi parar lá, 
para começar? 
O que você não sabe é o tamanho da operação e da infraestrutura por trás das operações no 
seu cotidiano, no cotidiano da maioria das pessoas. Mas você está prestes a saber. 
O Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), é o conjunto de entidades e sistemas que atuam 
para realizar as transferências de recursos do SFN. Em outras palavras, o SPB é a infraestrutura 
que proporciona a liquidação e a custódia de recursos no Brasil. 
E como o SPB é a infraestrutura do mercado financeiro, as entidades que o compõem recebem 
o nome de entidades operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro (IMF). 
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IMF 
 
São as entidades operadoras de Infraestruturas do Mercado Financeiro. 
Além das IMF, responsáveis pelos diversos sistemas que compõem o SPB, também fazem 
parte dele as instituições de pagamento e os arranjos de pagamento. 
É um negócio bastante complexo, para falar a verdade, e muito, muito importante. Se o sistema 
falhar, mesmo que parcialmente (só a parte que processa as TEDs, por exemplo), os problemas 
serão bem maiores do que você ficando sem seus tacos de golfe novos. 
Diante de um assunto tão sensível para a sociedade, coube ao Banco Central do Brasil zelar 
pelo bom funcionamento do sistema, exercendo vigilância contínua das IMF, embora ele 
também participe de forma bem ativa e direta, como você verá. 
Então, até aqui, temos: 
▶ Banco Central; 
▶ IMFs; 
▶ Instituições de pagamento; 
▶ Arranjos de pagamento. 
Não se preocupe. Falaremos sobre cada um desses atores, e também sobre os sistemas, em 
detalhes. Antes, vamos ver um sistema super simplificado que nos ajudará a compreender os 
conceitos mais avançados desta aula. 
 
2.1.1 Sistemas de Pagamentos: visão geral 
Nesse exemplo, vamos precisar de seis atores: 
► Ana 
► Bruno 
► Camila 
► O Banco Estratégia 
► O Banco Coruja 
► O Banco Central 
Ana tem R$1000 depositados na sua conta do Banco Estratégia. Isso significa o seguinte, para 
Ana: 
Ana 
Saldo em C/C 1000,00 
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E para o Banco Estratégia, que tem os R$1000 de Ana ao mesmo tempo como uma 
disponibilidade e uma obrigação, significa o seguinte: 
Banco Estratégia 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 1000 Depósitos 1000 
Mas é claro que o Banco Central não vai permitir ao Banco Estratégia que ele empreste todo o 
dinheiro de Ana, e uma parte ele deverá depositar no BC. Digamos, então, que esse depósito 
compulsório seja de 50%, e teremos o seguinte para o Banco Estratégia: 
Banco Estratégia 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 500 Depósitos 1000 
Reservas no BC 500 
Agora, digamos que Bruno e Camila têm conta no Banco Coruja, com R$800 e R$600, 
respectivamente: 
Bruno 
Saldo em C/C 800,00 
Camila 
Saldo em C/C 600,00 
Banco Coruja 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 700 Depósitos 1400 
Compulsório BC 700 
E este é o cenário geral: 
Ana 
Saldo em C/C 1000,00 
Bruno 
Saldo em C/C 800,00 
Camila 
Saldo em C/C 600,00 
 
 
Banco Estratégia 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 500 Depósitos 1000 
Compulsório BC 500 
Banco Coruja 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 700 Depósitos 1400 
Reservas no BC 700 
 
Agora, digamos que Camila precisa fazer um pagamento de R$300 para Ana. Nesse caso, ela 
poderá fazer uma TED (transferência eletrônica disponível) ou um Pix. Para esse exemplo, tanto 
faz. 
O saldo em conta corrente de Ana aumentará em R$300, enquanto o saldo de Camila 
diminuirá no mesmo valor. 
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E este é o cenário novo geral: 
 
 
Ana 
Saldo em C/C 1300,00 
Bruno 
Saldo em C/C 800,00 
Camila 
Saldo em C/C 300,00 
 
Banco Estratégia 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 650 Depósitos 1300 
Reservas no BC 650 
Banco Coruja 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 550 Depósitos 1100 
Reservas no BC 550 
Tudo funcionou como deveria, não é? O dinheiro que Camila devia à Ana foi pago, e os bancos 
realizaram as operações necessárias para isso, sem quaisquer problemas. 
E você certamente já fez transferências bancárias, então grande parte dessa operação não é 
novidade. Mas eu queria trazer à tona uma nova consciência: o papel dos bancos na história. 
Tudo deu certo porque os bancos tinham disponibilidades para realizar a TED de Camila. Mas 
na realidade os bancos não ficam com o dinheiro dos depósitos dividido entre seus caixas e os 
compulsórios do Banco Central. 
Então, digamos que Camila pegou um empréstimo de R$1000 no Banco Coruja, onde ela tem 
conta. Isso levaria ao seguinte: 
Ana 
Saldo em C/C 1300,00 
Bruno 
Saldo em C/C 800,00 
Camila 
Saldo em C/C 1300,00 
 
 
Banco Estratégia 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 650 Depósitos 1300 
Compulsório BC 650 
Banco Coruja 
Ativo Passivo 
Disponibilidades 50 Depósitos 2100 
Reservas no BC 1050 
Empréstimos 1000 
Perceba que o Banco Coruja depositou os R$1000 na conta de Camila, reconhecendo um 
passivo (Camila pode sacar ou transferir a qualquer momento) e um ativo que representa a 
dívida de Camila decorrente do empréstimo que ela pegou. Além disso, ele precisou aumentar 
as reservas no BC, para manter a proporção de 50% dos depósitos. 
Agora, Bruno quer enviar um pagamento de R$600 para Ana e, ao mesmo tempo, Camila quer 
fazer uma TED de R$700 para Ana. E agora? O Banco Coruja não tem esse dinheiro todo! Pelo 
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menos, não tem imediatamente, pois ele precisa esperar a própria Camila pagar seu 
empréstimo. 
Esse exemplo super simplificado serve para vislumbrar uma situação chamada de risco de 
liquidez. 
Agora considere que em vez de Ana, Bruno e Camila, temos milhões de clientes com contas 
em centenas de bancos, realizando milhões de operações todos os dias, e você terá uma 
dimensão do problema. 
No nível individual, vimos que existe o risco de inadimplência do banco liquidante, e isso 
poderia gerar problemas para o banco que deveria receber os recursos, e estava contando 
com ele. Afinal, essas transações não são necessariamente realizadas instantaneamente, e o 
banco que deveria receber os recursos pode perceber o “calote” apenas quando precisar do 
recurso para pagar outro banco, gerando um efeito em cadeia perigoso. 
A esse efeito em cadeia denominamos risco sistêmico. Ele ocorre, portanto, quando um banco 
fica inadimplente, e acaba comprometendo as posições dos outros bancos, que contavam com 
aquele dinheiro. É como um efeito dominó “do mal”, que se espalha pelo sistema e, por isso, 
recebe esse nome. 
 
Por isso, precisamos compreender as diversas formas como as operações no sistema de 
pagamentos são realizadas, ou melhor, liquidadas. 
 
2.1.2 Formas de liquidação 
Os bancos comerciais e algumas outras instituições financeiras possuem uma conta no Banco 
Central chamada reservas bancárias. É como se fosse a conta-corrente dessas instituições: 
quando o banco “A” transfere dinheiro para o banco “B”, ele transfere dinheiro de sua conta de 
reservas bancárias para a conta de reservas bancárias do banco “B”. 
Por isso, podemos dizer que as liquidações – termo utilizado para se referir à realização de 
uma operação – ocorrem em “moeda de banco comercial” ou em “moeda de banco central”. 
Em alguns casos, quando não há necessidade de que a liquidação ocorra diretamente na conta 
reservas bancárias, como quando uma corretora que tem conta em um banco “A” paga ao seu 
Não pagaA Não pagaB Não pagaN
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cliente que tem conta no mesmo banco “A”, a operação ocorre em moeda de banco 
comercial. Naturalmente, essas liquidações possuem o risco de não serem honradas pelo 
banco, gerando disputa judicial sobre os recursos, algo que pode não ser imediatamente 
detectado. 
Por outro lado, quando o pagamento precisa ser liquidado após transitar em contas de 
reservas bancárias, dizemos que a liquidação foi feita em moeda de banco central. 
Compreendidos esses conceitos, vamos prosseguir. 
Vamos definir, agora, os sistemas de liquidação de obrigações interbancárias, um dos 
elementos centrais de um sistema de pagamentos. Esses sistemas são o que há por trás de 
todos os pagamentos, e consistem na tecnologia e procedimentos para que esses recursos 
sejam liquidados. 
 Há três principais tipos de sistemas de liquidação: 
► Liquidação diferida líquida (LDL) 
► Liquidação bruta em tempo real (LBTR) 
► Híbrido 
O sistema LBTR (Liquidação Bruta em Tempo Real) é mais simples de entender: nele, cada 
liquidação é feita pelo seu valor bruto, e naquele instante, não sendo acumulada ao longo do 
tempo (como ocorre no LDL). 
Um exemplo seria o seguinte: Imagine que, em decorrência das operações realizadas por seus 
clientes, o banco “A” precisa pagar R$20.000 para o banco “B”, que precisa pagar R$35.000 
para o banco “C”, que precisa pagar R$30.000 para o banco “A”. 
 
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Nesse caso, os bancos precisam deter os recursos desde o início, pois o sistema realiza as 
liquidações em tempo real. Em outras palavras, se o banco “A” dispuser dos R$20.000 no 
começo das operações, tudo bem. Caso contrário, poderá haver problemas. 
Como as liquidações ocorrem em tempo real, no sistema LBTR há menor risco de liquidação. 
Por outro lado, há alta necessidade de liquidez e de recursos. 
Também é exigida a centralização dos recursos, e isso ocorre nas contas de reservas que as 
instituições possuem no Banco Central. 
No LDL (Liquidação Diferida Líquida), as liquidações ocorrem, como o nome indica, no “futuro” 
(diferida) e pelo valor do saldo final (líquido) de todas as operações entre os participantes. Isso 
significa que elas são compensadas. 
Portanto, as operações são acumuladas ao longo de algum tempo (algumas horas, 
normalmente), e então são compensadas em algum momento. Isso aumenta o risco de 
liquidação, pois se uma instituição falhar no pagamento ela afetará um conjunto bem maior de 
ordens de liquidação do que se as operações fossem sequenciais. 
Por outro lado, possui baixa necessidade de recursos e de liquidez, conforme podemos 
demonstrar no exemplo abaixo: 
 
É exatamente o mesmo diagrama anterior, onde cada banco precisava fazer o pagamento 
conforme indicado na seta. Mas agora, em vez de três operações envolvendo R$85.000, como 
ocorria no LBTR, são necessárias apenas duas operações, envolvendo R$15.000: o banco “B” 
deve pagar R$10.000 ao banco “A” e R$5.000 ao banco “C”. O resultado será o mesmo, afinal: 
 
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Banco A pagar A receber Líquido 
A 20.000 30.000 10.000 
B 35.000 20.000 -15.000 
C 30.000 35.000 5.000 
Sendo assim, cada banco compensa o que tem a receber com o que tem a pagar. 
Concluímos que o LBTR, por ser mais exigente em termos de saldos, é também mais seguro, 
mas ao mesmo tempo pode ser menos eficiente, pois exige grandes volumes de recursos. 
Por fim, os sistemas de liquidação do tipo híbrido reúnem características dos sistemas LDL e 
LBTR. Na prática, esses sistemas possuem algum tipo de compensação, mas de forma mais 
contínua ao longo do próprio dia, ou seja, sem esperar o final do dia para compensar e liquidar 
todas as operações. 
 
 
Agora que conhecemos os diferentes sistemas de liquidação, vamos conhecer o Pix. 
O Pix: meio e ecossistema de pagamentos instantâneos 
Para começar de forma rigorosa, o Pix e o Sistema de Pagamentos Instantâneos não são a 
mesma coisa. 
Enquanto o Pix é o nome usado para se referir ao meio de pagamentos instantâneos e ao 
ecossistema desses pagamentos (instituições e sistemas que o compõem), o Sistema de 
Pagamentos Instantâneos (SPI) é o sistema de liquidação de obrigações por trás do Pix, 
que funciona no padrão LBTR. 
LDL
• liquidação diferida 
líquida
•maior risco de 
liquidez
•menor fluxo de 
recursos
LBTR
• liquidação bruta 
em tempo real
•menor risco de 
liquidez
•maior fluxo de 
recursos
Híbrido
•uma combinação 
das características 
do LDL e do LBTR
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Portanto, o SPI faz parte do Pix, que por sua vez faz parte do SPB, juntos com outros meios de 
pagamento (como DOC, TED e Boleto) e sistemas de pagamentos (como o STR). 
 
Sendo assim, quando falamos “faz um Pix” estamos nos referindo ao Pix como meio de 
pagamento. 
Quando falamos “o Banco do Brasil faz parte do Pix”, estamos nos referindo ao Pix como o 
ecossistema de pagamentos instantâneos, do qual o Banco do Brasil é participante. 
A partir daqui, não serei mais tão rigoroso, pois ficaria cansativo eu ficar a todo momento 
especificando se estou falando do meio de pagamento ou do ecossistema. E sabendo que existe 
essa diferença, ficará fácil para você identificar conforme o contexto, ok? 
Com isso em mente, vamos começar pela parte mais simples, que é aquela visívelpara 
qualquer usuário: as características do Pix como meio de pagamento. 
 
2.1.3 Características do Pix 
O Pix é uma forma (ou meio) de realizar pagamentos criada pelo Banco Central do Brasil, em 
operação no país desde novembro de 2020. 
Atualmente, um pagamento por Pix pode ser feito usando conta corrente, conta poupança ou 
conta de pagamento pré-paga. Nesse sentido, o Pix tem algumas características que o 
diferenciam dos outros meios (como TED, DOC e boleto). 
Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB
Conjunto de 
entidades e 
sistemas que 
atuam para 
realizar as 
transferência
s de recursos 
do SFN
Pagamento Instanâneo Basileiro - PIX
Meio de 
pagamento 
instantâneo
Ecossistema de 
pagamentos 
Instantâneos
Sistema de Pagamento Instantâneos - SPI
sistema de liquidação de obrigações
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O Pix surgiu como uma alternativa mais rápida e conveniente para pagamentos que podem ser 
feitos usando diferentes meios (TED, cartão, boleto etc.), simplesmente com o uso do aparelho 
celular ou de um computador. 
Além das características acima, outra diferença é que, com o Pix, não é necessário saber os 
dados bancários (agência e conta) e o CPF (como no caso de DOC e TED) de quem vai receber. 
Na verdade, sequer é necessário saber onde a pessoa tem conta. 
A transferência pode ser feita, por exemplo, utilizando o número do telefone ou o e-mail do 
destinatário, desde que esse telefone ou e-mail seja uma Chave Pix. 
Outra possibilidade do Pix é que os pagamentos sejam realizados usando um QR Code gerado 
por quem vai receber o pagamento, e escaneado com o celular de quem vai realizar o 
pagamento. Não lembra o que é QR Code? 
 
 
 
 
 
QR CODE 
 
É semelhante a um “código de barras”. Na verdade, é um “código de barras em 
duas dimensões”, diferente do tradicional, que tem apenas uma. 
E assim como um código de barras, ele pode ser lido por dispositivos (como o 
celular), sendo convertido em instruções em texto. 
Portanto, você aponta seu celular para uma QR Code como este: 
 
• As transações 
são concluídas 
em poucos 
segundos, e o 
dinheiro fica 
disponível para o 
recebedor em 
instantes.
Rápido
• Os pagamentos 
podem ser feitos 
a qualquer hora 
do dia e em 
qualquer dia da 
semana (24x7).
Disponível
• As transações 
são gratuitas para 
pessoas físicas, e 
têm baixo custo 
nos demais 
casos.
Barato
• Pode ser utilizado 
para transferir 
dinheiro, mas 
também para 
pagar contas, 
impostos e 
compras.
Versátil
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26 
 
 
... e o celular converte a imagem em texto, que pode ser um link, um endereço 
ou instruções para o celular abrir seu aplicativo de pagamentos, contendo o 
valor e o destinatário. 
 
Sendo assim, os pagamentos pelo Pix podem ser feitos de três formas diferentes: 
 
O sistema de chaves também permitirá o pagamento por aproximação, prevista para o final de 
2021 (mais sobre isso na seção sobre “Evolução do Pix), com a tecnologia near-field 
communication (NFC), presente em todos os smartphones mais novos. Nesse caso, 
basicamente, o aparelho celular do pagador estará lendo instruções de um dispositivo do 
pagador, incluindo a chave Pix e o valor da transação. 
Outra característica importante é que, do ponto de vista de um vendedor ou comerciante, o Pix 
tende a ter um menor custo de aceitação que cartões de crédito ou débito, por sua estrutura 
ter menos intermediários. 
•A chave pix pode ser um 
endereço de e-mail, um 
número de telefone, o 
CPF/CNPJ ou um número 
aleatório (chave aleatória) 
criado especificamente para 
essa finalidade.
•O usuário recebedor 
cadastra as chaves que 
desejar em seu banco, 
vinculando-as à sua conta.
Chave Pix
•Há QR Codes estáticos e 
dinâmicos.
•O QR Code estático permite 
que o recebedor determine 
um valor único ou que o 
pagador informe o valor.
•O QR Code dinâmico é 
gerado por um sistema 
exclusivamente para cada 
transação.
•Na verdade, o QR Code 
também contém as 
informações de uma chave 
Pix, mas o usuário pagador 
não precisa conhecer ou 
digitar essa informação.
QR Code
•Essa pouca gente sabe, mas 
um Pix pode ser feito com os 
dados bancários 
"tradicionais": agência, conta 
e CPF/CNPJ do recebedor.
•Nesse caso, o pagador 
preenche os mesmos 
campos que preencheria 
para fazer um DOC ou uma 
TED, mas o pagamento é 
instantâneo e 24x7.
•Portanto, o recebedor não
precisa ter uma chave Pix 
cadastrada.
Dados 
bancários
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27 
Numa transação com cartão de crédito, por exemplo, várias empresas participam do processo: 
adquirente, bandeira, bancos, administradora do cartão, gateway de pagamentos, câmara de 
liquidação... E todos precisam ser remunerados! Com o Pix, é basicamente com as instituições 
onde pagador e o recebedor têm conta e o Banco Central. 
Também não há limite mínimo para pagamentos ou transferências via Pix. Isso gerou até 
uma situação inusitada: usuários passaram a usar o Pix para bater papo, enviando pagamentos 
de um centavo acompanhados de mensagens – o que dá um ganho para comentar que, além 
dos pagamentos, o Pix tem um campo para mensagens personalizadas. Claro que a ideia era 
permitir adicionar informações relevantes sobre o pagamento, inclusive pensando em sistemas 
automatizados, mas o brasileiro sempre surpreende... rs 
As instituições que oferecem pagamentos por Pix podem estabelecer limites máximos de 
valor, com base em critérios para mitigação de riscos de fraude e de PLDFT (prevenção à 
lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo). 
Os usuários também podem solicitar ajustes nos limites estabelecidos, devendo a instituição 
acatar imediatamente a solicitação caso o pedido seja para redução de valor. 
2.1.4 Banco Central 
O Banco Central do Brasil desempenha dois importantes papeis no ecossistema do Pix: 
▶ Regulador do sistema: define regras a serem observadas pelos participantes. 
▶ Gestor das plataformas operacionais: disponibiliza as infraestruturas tecnológicas 
necessárias. 
No papel de Regulador do Pix, o Banco Central determina diversas regras que os 
participantes – dos quais falaremos na próxima seção – precisam seguir, das quais são exemplo: 
• Testes prévios e requisitos para participação no Pix. 
• Níveis mínimos de serviço, contemplando disponibilidade para os usuários e tempos 
máximos para concluir as transações. 
• Participação obrigatória para grandes bancos e grandes instituições de pagamentos. 
• Isenções para pessoas físicas e padrões de tarifas. 
• Prestação de informações para o Banco Central. 
São previstas penalidades (multa, suspensão ou exclusão) em caso de descumprimento das 
regras estabelecidas. 
No papel de Gestor das plataformas, o Banco Central disponibiliza, para os participantes, dois 
sistemas: 
▶ DICT (Diretório de Identificadores de Contas Transacionais) 
o de forma técnica, é a base única e centralizada de endereçamento. 
o de forma mais simples, é um sistema onde ficam cadastradas e atualizadas todas 
as Chaves Pix. 
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28 
o quando você cadastra seu CPF como chave para sua conta no Banco do Brasil, ele 
cadastra lá no DICT. Assim, se seu cunhado decidir te pagar usando a conta dele 
na Caixa e seu CPF, a Caixa vai saber que aquele CPF está vinculado a uma conta 
no BB. 
o os participantes são obrigados a manter as chaves atualizadas. 
▶ SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos) 
o o sistema centralizadoliquidação das transações, que funciona como LBTR. 
o onde ocorrem, efetivamente, as transferências de recursos entre as instituições. 
o só para você ter uma noção do funcionamento, quando você faz um pagamento 
por Pix da sua conta no Banco do Brasil para uma conta do seu amigo na Caixa: 
1. o BB debita sua conta. 
2. o BB envia uma mensagem para o SPI avisando para debitar a conta do 
próprio BB e creditar a conta da Caixa. 
3. O SPI debita a conta do BB envia a mensagem para a Caixa. 
4. A Caixa confirma que a conta do seu amigo pode receber o pagamento. 
5. O SPI credita a conta da Caixa. 
6. A Caixa credita a conta do seu amigo. 
No exemplo usei o BB e a Caixa porque esse é o caso mais simples, onde ambos são o que 
chamamos de participantes diretos no SPI. 
Isso significa que eles têm uma conta lá no Banco Central chamada de “conta de pagamentos 
instantâneos”, ou simplesmente Conta PI. É essa conta que os participantes usam para pagar e 
receber Pix entre si. 
Contudo, a realidade é mais complexa, pois há diversas modalidades de participação e papeis 
que as instituições podem desempenhar no Pix. Vamos falar sobre isso na próxima parte, onde 
conheceremos mais a fundo os participantes e sua atuação. 
2.1.5 Participantes 
Para construir esta parte da aula, nós vamos ilustrar uma situação na qual percorreremos o 
caminho mais complexo que um pagamento no Pix pode tomar. Assim, vou apresentando a 
você cada tipo de instituição participante conforme eles aparecerem. 
E como indiquei, será complexo mesmo. Mas no final terá um esquema que vai clarear as 
coisas. E lembre-se do motivo de estarmos aqui! Eu lembro, e vou dar meu máximo para tornar 
o extenso conteúdo menos complicado, mas não vou aliviar. 
E quero que você não se preocupe com os débitos e créditos, e sim concentre-se no papel de 
cada participante. No final, tem um esquema feito pelo BC. Se ficar confuso, consulte-o 
conforme lê a aula. 
Combinado? Vamos lá! 
Celso Natale
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Tudo começa quando você acorda com aquela inspiração e decide começar a treinar pesado e 
contratar um personal trainer. Você encontra o profissional que agrada, e combina de pagar a 
primeira sessão por Pix. 
Então, ele indica para você fazer o pagamento pelo aplicativo da Maromba Pagamentos Ltda., 
que participa do Pix como iniciador de transação de pagamento2. 
Participar nessa modalidade significa que a Maromba Pagamentos é uma instituição que: 
▶ Não gerencia conta de pagamento; 
▶ Não possui, em momento algum, os fundos que serão transferidos; 
▶ Não pode: 
o armazenar dados relacionados com as credenciais dos usuários; 
o exigir do usuário final quaisquer outros dados além dos necessários para prestar o 
serviço de iniciação da transação de pagamento; 
o utilizar, armazenar ou acessar os dados para outra finalidade que não seja a 
prestação do serviço de iniciação de transação de pagamento expressamente 
solicitado pelo usuário final; 
o alterar o montante ou qualquer outro elemento da transação de pagamento 
autorizada pelo usuário final; e 
o iniciar transação de pagamento envolvendo conta de pagamento mantida por 
instituição não integrante do Sistema de Pagamentos Brasileiro. 
Então, a Maromba Pagamentos vai apenas se comunicar com a instituição na qual está sua 
conta que você deseja realizar um pagamento, e dar os detalhes desse pagamento, incluindo o 
CPF de seu personal, que é a chave Pix que ele cadastrou na conta dele na Cooperativa de 
Crédito dos Profissionais de Educação Física, a Coopef. Mas segure essa informação um 
pouco. 
Sua conta, onde está seu dinheiro para pagar o personal, é na Cooperativa de Crédito dos 
Futuros Funcionários do Banco do Brasil, ou simplesmente Coopffubra, que participa do Pix 
como provedor de conta transacional. 
Com a mensagem da Maromba Pagamentos, a Coopffubra sabe o que tem que fazer, que é 
enviar tirar o dinheiro da sua conta e enviar o pagamento para a conta do personal na Coopef. 
Assim, a Coopffubra debita sua conta. 
Mas acontece que a Coopffubra não tem uma conta PI, então ela nem tem como enviar aquela 
mensagem para o SPI que o BB enviou no nosso exemplo anterior. Ela é um participante 
indireto no Pix. Para realizar as transações, ela precisa que um participante direto, como o BB, 
cadastre-a como seu participante indireto. E foi isso mesmo que ela fez previamente, então 
basta avisar para que o BB tome as providências. 
 
2 A figura de iniciador está prevista para o final de 2021, então ainda não existem instituições atuando nesse papel. 
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Assim, o Banco do Brasil vai debitar uma conta que a Coopffubra tem no próprio BB e, 
participante direto, detentor de conta PI, vai atuar como liquidante especial no SPI. 
O BB vai consultar o DICT para saber os dados vinculados àquele CPF, e então enviar a 
mensagem para o SPI avisando para debitar sua conta PI e creditar a conta da Caixa, que é o 
participante direto da Coopef, também um participante indireto. 
A Caixa, também atuando como liquidante especial, vai receber o crédito na conta PI dela e 
creditar a conta da Coopef que, finalmente, vai creditar a conta do seu personal. 
E antes que você desanime e desista de treinar pesado porque cansou só com esse 
pagamento, saiba que isso tudo ocorre em apenas alguns segundos e que para você, usuário, 
foi necessário apenas digitar a chave Pix do seu personal e o valor no aplicativo da Maromba 
Pagamentos. 
 
Disponível em https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/papeldobcpix?modalAberto=regulamentacao_pix 
Agora que você conhece as modalidades de participação no Pix, vamos fechar essa aula com 
alguns números interessantes. Você não precisa decorá-los, é claro, mas ajuda ter uma noção 
do que está acontecendo. 
 
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2.1.6 Evolução do Pix 
Para começar, atualmente temos 755 instituições participantes do Pix, nas modalidades que 
acabamos de conhecer. 
A adesão ao novo meio de pagamento pelos brasileiros foi muito alta. Em poucos meses de 
funcionamento, em maio de 2021, cerca de 68 milhões de brasileiros já fizeram ao menos um 
pagamento via Pix, e 73 milhões já receberam. 
Foram, até aqui, quase 400 milhões de transações, com valores diários variando bastante de 
acordo com o dia da semana, mas variando entre 2 e 17 bilhões de reais por dia, 
aproximadamente. Nada mal para um meio de pagamento novo, né? 
Enquanto a adesão segue aumentando e a sociedade vai se habituando a pagar e receber com 
Pix, a agenda evolutiva do Banco Central prevê diversas novidades, algumas já 
implementadas: 
▶ Conta salário no Pix (2º Trimestre 2021): Inclusão da conta salário na lista de contas 
movimentáveis por Pix. 
▶ Pix cobrança (2º Trimestre 2021 a 2º Trimestre 2022) 
o pagamentos com vencimentos para pagamento em data futura, podendo incluir 
juros, multas, acréscimos, descontos e outros abatimentos. (Concluído) 
o padronização de arquivo de remessa e retorno para viabilizar gestão de 
cobranças em lote. (4ºtri/21) 
o duplicata no Pix que permitirá a antecipação do cobranças o Pix. (2ºtri/22) 
▶ Mecanismo especial de devolução (3º Trimestre 2021): possibilidade de devolução ágil 
de recursos pela instituição recebedora, em casos de fundada suspeita de fraude ou 
falha operacional nos sistemas das instituições participantes 
▶ Pix saque e Pix troco (3º Trimestre 2021): opção de obtenção de dinheiro em espécie 
diretamente do lojista e para facilitar a gestão de numerário dos estabelecimentos. 
▶ Iniciador de pagamentos no Pix (4º Trimestre 2021): regulaçãopara que iniciadores 
poderão ser participantes do Pix, agregando ainda mais competição ao arranjo. 
▶ Pix por aproximação (4º Trimestre 2021) 
▶ Pix Offline (4º Trimestre 2021): realização de Pix mesmo estando offline, ampliando o 
acesso da sociedade ao Pix. 
▶ Pix Garantido (2º Trimestre 2022): parcelamento de compras no Pix. 
▶ Débito automático no Pix (2º Trimestre 2022): pagamentos recorrentes por meio do 
Pix. 
Também se fala na possiblidade de transações internacionais com o Pix, mas ainda não consta 
na agenda disponível no site do BCB. 
Aqui, faço o alerta de que é muito improvável que a banca cobre as datas previstas para cada 
novidade, mas o fato de a novidade estar prevista é algo possível de aparecer. 
 
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RESUMO E ESQUEMAS DA AULA 
SHADOW BANKING 
Sistema de intermediação de crédito que envolve atividades e entidades fora 
do sistema bancário tradicional. 
 
INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA 
Atividade de alocar recursos de poupadores para tomadores. 
 
BANCOS TRADICIONAIS 
Entidades que realizam intermediação financeira, captando recursos de alta 
liquidez e aplicando em operações com maturidade longa, sob regulação e 
supervisão de uma autoridade (banco central). 
 
ARBITRAGEM REGULATÓRIA 
Procedimento no qual uma entidade escolhe o tipo de regulação ao qual se 
submete. 
 
ALTA LIQUIDEZ 
Significa que as captações dos bancos são convertidas em dinheiro com muita 
facilidade: o dinheiro na sua poupança e na sua conta corrente pode ser 
resgatado em segundos. 
 
MATURIDADE LONGA 
Significa que as operações ativas do banco levam muito tempo para serem 
rentabilizadas (dar lucro) e que o dinheiro emprestado fica indisponível por 
muito tempo. Quando o banco concede um empréstimo, seja de 3 ou de 420 
parcelas mensais, ele não pode, em regra, dispor daquele dinheiro antes disso. 
 
 
Intermediação 
Tradicional
Passivos de curto prazo
Ativos de longo prazo
Atua sob regulamentos e supervisão
Conta com mecanismos oficiais 
mitigadores de risco (BCB e FGC)
Shadow Banking
Passivos de longo prazo
Ativos de curto prazo
Atua sem regulação e supervisão
Não conta com mecanismos oficiais 
mitigadores de riscos
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DESEQULÍBRIOS, REGULAÇÃO E SHADOW BANKING 
 
 
ESTIMATIVA AMPLA DO SHADOW BANKING NO BRASIL 
 
 
 
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CARACTERÍSTICAS DO PIX 
 
 
 
LDL
• liquidação diferida 
líquida
• maior risco de liquidez
• menor fluxo de recursos
LBTR
• liquidação bruta em 
tempo real
• menor risco de liquidez
• maior fluxo de recursos
Híbrido
• uma combinação das 
características do LDL e 
do LBTR
Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB
Conjunto de 
entidades e 
sistemas que 
atuam para 
realizar as 
transferência
s de recursos 
do SFN
Pagamento Instanâneo Basileiro - PIX
Meio de 
pagamento 
instantâneo
Ecossistema de 
pagamentos 
Instantâneos
Sistema de Pagamento Instantâneos - SPI
sistema de liquidação de obrigações
• As transações 
são concluídas 
em poucos 
segundos, e o 
dinheiro fica 
disponível para o 
recebedor em 
instantes.
Rápido
• Os pagamentos 
podem ser feitos 
a qualquer hora 
do dia e em 
qualquer dia da 
semana (24x7).
Disponível
• As transações 
são gratuitas para 
pessoas físicas, e 
têm baixo custo 
nos demais 
casos.
Barato
• Pode ser utilizado 
para transferir 
dinheiro, mas 
também para 
pagar contas, 
impostos e 
compras.
Versátil
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FORMAS DE ENVIAR PAGAMENTOS NO PIX 
 
DIAGRAMA DE UM PAGAMENTO NO PIX COM FOCO NOS PARTICIPANTES 
 
•A chave pix pode ser um 
endereço de e-mail, um 
número de telefone, o 
CPF/CNPJ ou um número 
aleatório (chave aleatória) 
criado especificamente para 
essa finalidade.
•O usuário recebedor 
cadastra as chaves que 
desejar em seu banco, 
vinculando-as à sua conta.
Chave Pix
•Há QR Codes estáticos e 
dinâmicos.
•O QR Code estático permite 
que o recebedor determine 
um valor único ou que o 
pagador informe o valor.
•O QR Code dinâmico é 
gerado por um sistema 
exclusivamente para cada 
transação.
•Na verdade, o QR Code 
também contém as 
informações de uma chave 
Pix, mas o usuário pagador 
não precisa conhecer ou 
digitar essa informação.
QR Code
•Essa pouca gente sabe, mas 
um Pix pode ser feito com os 
dados bancários 
"tradicionais": agência, conta 
e CPF/CNPJ do recebedor.
•Nesse caso, o pagador 
preenche os mesmos 
campos que preencheria 
para fazer um DOC ou uma 
TED, mas o pagamento é 
instantâneo e 24x7.
•Portanto, o recebedor não
precisa ter uma chave Pix 
cadastrada.
Dados 
bancários
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BIBLIOGRAFIA E CRÉDITOS 
Assaf Neto, Alexandre - Mercado Financeiro (p. 84). Atlas. Edição do Kindle. 
Brealey, Richard. Princípios de Finanças Corporativas (p. 14). Edição do Kindle. 
Banco Central do Brasil em https://www.bcb.gov.br/ 
Comissão de Valores Mobiliários em https://www.gov.br/cvm/pt-br 
Taylor and Francis - Shadow Banking (Routledge Critical Studies in Finance and Stability) . 
Edição do Kindle. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
Shadow Banking 
1. (2021/PROF. CELSO NATALE) 
A crise global de 2008 trouxe à tona preocupações com o sistema de bancos-sombra, 
considerado um dos elementos causadores dos problemas bancários. A respeito do shadow 
banking, assinale a alternativa correta. 
a) A pena para a prática de shadow banking é de multa ou prisão simples, por se tratar de 
contravenção penal. 
b) A crise foi causada pela descoberta de que um grande banco americano praticava shadow 
banking. 
c) No Brasil, o problema é relativamente mais grave do que em outros países, segundo o 
Financial Stability Board. 
d) Os fundos de investimentos estão entre as entidades que praticam atividades consideradas 
shadow banking. 
e) O Banco Central do Brasil, como supervisor do sistema financeiro tradicional, não possui 
autoridade sobre entidades de shadow banking. 
Comentários: 
Shadow banking não é crime nem contravenção penal, tornando a alternativa “a” errada. 
Em “b”, o erro está em atribuir a causa da crise à descoberta. Embora a prática de shadow 
banking seja considerar uma das causas da crise, foi a própria crise que evidenciou a prática (e 
não de um banco isolado), e não o contrário. 
A alternativa “c” está errada porque no Brasil, segundo o BCB e a CVM, o problema é 
relativamente menor que em outros países, pois as atividades representam de shadow banking 
representam uma fração pequena dos ativos financeiros como um todo, além de terem baixa 
interconexão com o sistema tradicional. 
A letra ”d” está correta. Os fundos de investimentos são, em volume de operações, os 
principais participantes do sistema de shadow banking no Brasil. 
Por fim, a letra “e” está errada porque algumas entidades supervisionadas pelo BCB praticam 
atividades classificadas como shadow banking e, portanto, estão sob sua autoridade. 
Gabarito: “d” 
 
 
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2. (2013/CEBRASPE-CESPE/BANCO CENTRAL DO BRASIL/Analista) 
A respeito das crises financeiras internacionais ocorridas a partir de 2007, julgue o item 
subsecutivo. 
As operações efetuadas fora de balanço dos bancos foi um dos elementos que afetou a crise 
financeira do subprime. No entanto, apesar dos efeitos danosos sobre a economia, essas 
operações são legais do ponto de vista regulatório. 
Comentários: 
A questão fala da securitização, que consiste no agrupamento de créditos ruins e bons, para 
sua negociação entre instituições financeiras, migrando para o sistema shadow banking. 
Dessa forma, as operações de alto risco somem do balanço da instituição original, sob forma 
de títulos securitizados, e sequer aparecem nos balanços das instituições cessionárias. 
Apesar dos danos causados, esse sistema não era – nem é, atualmente – ilegal. O que ocorreu 
após a crise foi um esforço de autoridades financeiras do mundo todo para compreender, 
regular e supervisionar essas operações. 
Gabarito: Certo 
 
3. (2021/PROF. CELSO NATALE) 
O conjunto de entidades, com pouca ou nenhuma regulação, que empreendem 
intermediação financeira similar à bancária, sem regulação e supervisão da autoridade 
financeiro ou monetária, integram conceito de sistema 
a) Financeiro Nacional 
b) De Garantias. 
c) Shadow Banking. 
d) Mobile Banking. 
e) Financeiro não bancário. 
Comentários: 
Questão conceitual, na qual o enunciado descreve o shadow banking em linha com o FSB, 
tornando “c” nosso gabarito. 
Gabarito: “c” 
 
 
 
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4. (2021/PROF. CELSO NATALE) 
Shadow banking é definido como o(a) 
a) Sistema de intermediação de crédito que envolve atividades e entidades fora do sistema 
bancário tradicional. 
b) Conjunto de entidades que empreendem intermediação financeira similar à bancária, sob 
regulação e supervisão da autoridade financeiro ou monetária. 
c) Banco de dados descentralizado utilizado por criptomoedas como a bitcoin. 
d) Fundos de investimento em direito creditórios. 
e) Entidades que realizam intermediação financeira de forma ilegal. 
Comentários: 
A definição está correta apenas na letra “a”, em linha com a literatura atual sobre o tema. 
O erro na letra “b” está em falar que isso ocorre sob regulação e supervisão, quando a falta 
delas é justamente parte da definição e da preocupação relacionado ao shadow banking. 
A letra “c” tenta fazer você confundir “block chain” com “shadow banking”. 
Em “d”, o erro está em dizer que um tipo de entidade incluída no conceito de shadow banking 
é o próprio conceito. 
Por fim, o shadow banking não é, por definição, uma atividade ilegal, tornando “e” errada. 
Gabarito: “a” 
5. (2021/PROF. CELSO NATALE) 
O Shadow banking é um fenômeno do mercado financeiro mundial que ganhou destaque 
após o(a) 
a) Crise do Subprime, em 2008. 
b) Acordo de Basileia, em 1988. 
c) Crise da Zona do Euro, em 2010. 
d) Crise da Rússia, em 1999. 
e) Pandemia de Covid-19, em 2020. 
Comentários: 
A crise financeira e bancária de 2008 trouxe à tona a necessidade de compreender as 
atividades bancárias denominadas como shadow banking, consideradas um dos motivos pelos 
quais os problemas foram amplificados e inesperados. 
Gabarito: “a” 
 
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6. (2021/PROF. CELSO NATALE) 
São características de atividades de shadow banking: 
a) Transformação de maturidade, transferência perfeita de risco de crédito e alavancagem. 
b) Transformação de liquidez, transferência imperfeita de risco de crédito e alavancagem. 
c) Transformação de maturidade, alavancagem e manutenção de liquidez. 
d) Alavancagem, transferência de liquidez e risco de mercado. 
e) Transformação de maturidade, transferência imperfeita de risco de mercado e 
alavancagem. 
Comentários: 
Apenas a letra “b” está correta, pois as características são: 
• Transformação da maturidade ou liquidez: pegam operações de longo prazo e 
transformam em operações de curto prazo, ou vice-versa. 
• Transferência imperfeita de risco de crédito: quem fica com o risco de crédito não tem 
o mesmo nível de informação de quem concedeu o crédito, ao mesmo tempo em que o 
concessor de crédito pode agir com de forma menos cuidadosa do que agiria se fosse 
ficar com o risco. 
• Alavancagem: operam de forma que os riscos e retornos são amplificados. 
Veja o erro nas demais alternativas: 
a) Transformação de maturidade, transferência perfeita de risco de crédito e alavancagem. 
c) Transformação de maturidade, alavancagem e manutenção de liquidez. 
d) Alavancagem, transferência de liquidez e risco de mercado. 
e) Transformação de maturidade, transferência imperfeita de risco de mercado e alavancagem. 
Gabarito: “b” 
 
7. (2021/PROF. CELSO NATALE) 
No Brasil, a estimativa de shadow banking engloba diversos participantes do Sistema 
Financeiro Nacional (SFN), EXCETO: 
a) Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). 
b) Fundos de investimento imobiliário (FII). 
c) Corretoras de Câmbio. 
d) Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários. 
e) Seguradoras e Fundos de Pensão. 
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Comentários: 
As seguradoras, reguladas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), e os fundos 
de pensão, regulados pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), 
não são incluídos no conceito de shadow banking pelo FSB e pelo BCB, tendo em vista que 
não estão envolvidos em significativa transformação de maturidade ou de liquidez. 
Gabarito: “e” 
 
PIX e Sistema de Pagamentos Instantâneos 
8. (2020/IDCAP/SAAE IBIRAÇU/Auxiliar) 
O Banco Central Brasileiro entrou para a era dos bancos digitais e criou um meio de realização 
de transações bancárias que promete ser mais rápido e prático e pode ser utilizado nas 
plataformas de qualquer instituição bancária. A novidade do BC é chamada de: 
a) Bank-x. 
b) Finanx. 
c) Bits. 
d) Pix. 
e) Financis. 
Comentários: 
Bem, essa é só para aquecer. O meio de pagamento mais rápido e prático, que pode ser 
utilizado na plataforma de qualquer instituição bancária (desde que seja participante, e nisso o 
enunciado “pecou”), é o Pix. 
Gabarito: “d” 
 
9. (2020/IDIB/CM CONDADO/Auxiliar Legislativo) 
Está programada para o dia 16 de novembro de 2020 a entrada em vigor do Pix, o novo 
sistema de pagamentos e transferências desenvolvido pelo Banco Central. A respeito das 
características e vantagens dessa modalidade de pagamento, assinale a alternativa correta. 
a) Para enviar recursos para uma pessoa, o emissor do Pix deverá ter acesso à chave pública e 
à chave privada do destinatário do crédito, o que garantirá mais segurança às transações 
financeiras e evitará fraudes. 
b) A principal vantagem do Pix é a possibilidade de transferir recursos entre contas de bancos 
diferentes de modo instantâneo, em qualquer dia e horário, incluindo finais de semana e 
feriados. 
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c) O Pix eliminará, já na sua fase inicial, o uso dos cartões de débito e crédito e a necessidade 
dos lojistas de manter contratos com as administradoras de cartões, diminuindo sensivelmente 
as despesas de vendas. 
d) Uma das formas de receber recursos via Pix será por meio do envio do código de barras 
pessoal para a pessoa que deverá efetuar o pagamento, o que irá reduzir os erros de 
digitação

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