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INTRODUÇÃO A TOXICOLOGIA VETERINÁRIA

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INTRODUÇÃO A TOXICOLOGIA VETERINÁRIA
Paracelsus “só a dose diferencia um veneno de um remédio”
Envolve na Medicina veterinária animais de companhia, animais de produção e também o
ser humano.
Conceitos:
- TOXICOLOGIA: é a ciência que estuda o efeito, interação e ação de certos agentes
que podem ser tóxicos aos seres vivos.
- é multidisciplinar, abrangendo a PATOLOGIA ( estudos das lesões causados
pelas substâncias, achados de necropsia), CLÍNICA (terapêutica), QUÍMICA
(métodos de identificação de agentes tóxicos ou intoxicações) e
FARMACOLOGIA ( estudo dos efeitos colaterais).
- Existem diversas definições, dentre elas
- A ciência que estuda os efeitos nocivos da interação das substâncias
químicas e físicas do organismo.
- O estudo qualitativo e quantitativo dos efeitos nocivos de substâncias
químicas e de agentes físicos, incluindo alterações estruturais e de resposta em um
ser vivo ou em seus descendentes.
- A ciência que define os limites de segurança dos agentes químicos e
físicos.
- A ciência que se ocupa dos agentes tóxicos.
- para a realização do estudo de toxicologia é necessário que haja a interação de
três elementos SUBSTÂNCIA TÓXICA - ORGANISMO VIVO AFETADO - EFEITO
NOCIVO
- FINALIDADE: PREVENIR ( evitar que agentes tóxicos sejam nocivos ao
organismo); DIAGNOSTICAR ( reconhecer os agentes tóxicos e as intoxicações) e
TRATAR (tratamento das intoxicações)
- AGENTE TÓXICO OU TOXICANTE : Qualquer substância química ou agente físico
que ao interagir com o organismo vivo provoca algum efeito nocivo podendo levar a
alteração de alguma função ou a morte .
- XENOBIÓTICO: qualquer substância que seja estranha ao organismo (nem sempre
substâncias estranhas irão apresentar efeitos nocivos, e vão depender de
QUANTIDADE ( substâncias que dependendo da quantidade podem ser benéficos
ou nocivos ao organismo) E QUALIDADE ( substâncias que independente da
dosagem vão causar efeito de toxicidade) da substância.
- CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TÓXICOS
- Natureza: a natureza que origina a substância podendo ser NATURAIS:
plantas presentes na natureza que cause efeito tóxico, ou SINTÉTICOS:
drogas que podem se tornar tóxicas
- Órgão alvo: depende do sistema e do órgão atingido no organismo (
sistema nervoso, fígado, rins, sistema reprodutor, sistema respiratório…
- Uso ou local de uso: DOMÉSTICO (produtos de limpeza), AGRÍCOLA
(organofosforados, substâncias de eliminação de daninhas), INDUSTRIAL
(fumaça, produtos laboratoriais)
- Origem: ANIMAL (ex:peçonha da cobra), VEGETAL(ex:plantas), ou
MINERAL (ex: chumbo)
- Efeitos nocivos: cancerígeno, mutagênico, corrosivo, depressor ( depressão
do SNC)
- Estado físico: gás, líquido, sólido
- Estrutura química: a composição geralmente desses agentes tóxicos são
aminas ou hidrocarbonetos
- Mecanismo de ação: inibidores da colinesterase (organofosforados),
anticoagulantes (picada de cobras)
- Potencial tóxico: extremamente, moderadamente, levemente tóxico
-
- INTOXICAÇÃO:É a caracterização clínica da toxicologia, ou seja o conjunto de
efeitos nocivos representados por manifestações clínicas (sinais e sintomas) ou
laboratoriais que revelam o desequilíbrio orgânico produzido pela interação entre o
agente tóxico com o sistema biológico (organismo vivo)
- TOXINAS: “substâncias produzidas por seres vivos” podendo ser ter como origem :
Bactérias (Toxinas bacterianas: endotoxinas ou exotoxinas), Fungos ( Micotoxinas)
Plantas (Fitotoxinas), Animais ( Zootoxinas, Mordedura ou ferroada: peçonha;
Localizada em tecidos: veneno)
- TOXINOLOGIA é a área que estuda as toxinas
- ANTÍDOTO: é o agente capaz de antagonizar os efeitos do toxicante das toxinas.
- TOXICIDADE: “capacidade da substância química de provocar intoxicações”; é uma
medida relativa do risco da exposição a uma substância, dependendo da condições
apresentadas pelas substâncias, por exemplo
- Dose/concentração: ↑ a dose ou a concentração do agente tóxico é maior a
possibilidade de efeito nocivo.
- Duração (min/hs) e frequência (aguda/crônica) da exposição: quanto
maior o tempo de exposição maior a disponibilidade química.
- Via de exposição: as vias mais importantes são oral, dérmica e inalatória.
- Propriedades físico-químicas: lipossolubilidade, pressão de vapor,
tamanho da molécula, tempo de resistência da substância no ambiente.
- Suscetibilidade individual: espécie, raça, idade, peso corporal,
características genéticas, prenhez, estado nutricional.
- INTOXICAÇÃO OU TOXICOSE : estado mórbido causado por um agente tóxico.
Efeito nocivo provocado pela exposição a um agente tóxico. Não necessariamente
um Envenenamento
- REVERSÍVEL OU IRREVERSÍVEL A habilidade do tecido lesado regenerar-se
determina a natureza reversível ou não da lesão.
- Lesões hepáticas geralmente são reversíveis devido à alta capacidade
regenerativa dos hepatócitos, diferente das células nervosas.
- Células nervosas têm lesões irreversíveis quando o tecido é lesionado
- DL50 ou DOSE LETAL MEDIANA: pode causar a morte em 50% da população
exposta ao agente, quanto menor for a dose letal mediana maior a toxicidade, é
uma medida fácil e objetiva, ela é usada para estabelecer medidas de segurança
- Extremamente tóxico: < de 5 mg/kg ou < de 7 gotas.
- Altamente tóxico: 5 a 50 mg/kg ou 7 gotas a 1 colher de chá.
- Medianamente tóxico: 51 a 50 mg/kg ou 1 colher de chá a 2 colheres de
sopa.
- Pouco tóxico: 501 a 5000 mg/kg ou 2 colheres de sopa a 1 copo.
- Levemente tóxico: 5001 a 15000 mg/kg ou 1 copo a 1 litro.
- Praticamente atóxico: Acima de 15000 mg/kg ou mais de 1 litro.
- RISCO X PERIGO
- Perigo: Capacidade de uma substância causar efeito adverso no organismo
vivo
- Risco: probabilidade de um evento nocivo ocorrer
- Risco = perigo + exposição◾
- Para estabelecer o que é um risco aceitável é preciso considerar:
Necessidade do uso da substância, a disponibilidade e adequação de
outras substâncias alternativas, Efeito sobre a qualidade do
ambiente, Considerações sobre o trabalho (usada em meio
ocupacional). Avaliação antecipada de seu uso público,
Considerações econômicas.
- EFEITOS TÓXICOS : para um agente se tornar tóxico pode ser influenciado por:
- Local de ação: LOCAL: ocorre no local do primeiro contato do agente com o
organismo. (atinge local ou órgão específico) SISTÊMICO: ocorre após
absorção e distribuição do agente para atingir o sítio de ação ( ingestão de
grande quantidade de planta tóxica que pode ser distribuída sistemicamente
e causar lesões em diferentes locais)
- Duração do Efeito e da Exposição: Imediato: aparecem imediatamente
após a exposição aguda. Crônico: Resultantes de uma exposição a
pequenas doses durante meses ou anos efeito acumulativo.
- Reações: Podem ser de Hipoatividade e Hiperatividade Idiossincráticas:
respostas anormais a agentes tóxicos, em geral provocadas por alterações
genéticas, a influência genética na reação . Alérgicas: reações adversas que
ocorrem após uma prévia sensibilidade do organismo.
- Interações:
- Exemplos que potencializam: Aditivo ou de adição: efeito final dos
2 agentes é igual à soma dos efeitos individuais, aumentando os
efeitos dos agentes (barbitúrico+álcool). Sinérgico ou sinergismo:
efeito dos agentes somados é maior do que a soma dos efeitos
individuais.(cloreto de carbono e etanol causam hepatotoxicidade
maior do que o somatório individual delas), Potenciação: agente que
não age sobre um órgão aumenta a ação de outro agente sobre este
órgão (cloreto de carbono (hepatotóxico) e o isopropanol (não
hepatotóxico) porém a presença do isopropanol potencializa o efeitos
da hepatotoxicidade do cloreto de carbono)
- Antagonismo: reduzem a toxicidade. 2 agentes interferem-se
mutuamente reduzindo o efeito final. Antagonismo químico: o
antagonista reage quimicamente com o agonista. (ex:ác clorídrico e
antiácido), Antagonismo funcional: 2 agentes produzem efeitos
contrários (ex:agente que afeta SNC convulsionando e lhe é dado
uma droga anticonvulsivante). Antagonismo competitivo: 2 agentes
atuam no mesmo receptor, um antagonizandoo efeito do outro. ( ex:
fármacos para organofosforados que competem pelos sítios de ação
das colinesterases). Antagonismo Disposicional: modificar a
posição do agente nocivo. Eliminar, modificar. (ex: carvão ativado
absorvendo o efeito tóxico da posição causadora da toxicidade)
- FASES DA INTOXICAÇÃO
- Expoxição: Via de introdução, Dose/concentração, Propriedades
físico-químicas, Tempo e duração, Susceptibilidade.
- Toxicocinética: Absorção, distribuição, biotransformação, excreção
- Toxicodinâmica: Mecanismos de ação dos toxicantes.
- Clínica: Manifestações patológicas, sintomas observados, lesões
- INQUÉRITO TOXICOLÓGICO (investigação do caso toxicológico) extremamente
necessário haver o levantamento de dados sobre o quadro da intoxicação para
instituir Diagnóstico, Tratamento e Prognóstico
- Diagnóstico exato = fundamental para instaurar tratamento específico, não
só tratando os efeitos mas eliminando o contato do paciente com o agente
tóxico ou o próprio agente. Ter conhecimento dos efeitos dos agentes tóxicos
para que a investigação leve ao agente e a sua eliminação.
- Tratamento sintomático tratamentos mais específicos como por exemplo
Relaxantes musculares, anticonvulsivantes, antipiréticos, fluidoterapia,
antiinflamatórios, protetores.
- Diagnóstico da intoxicação é composto por certeza do que causou a
intoxicação, a suspeita do que causou a intoxicação e o desconhecimento do
que causou a intoxicação
- Classe do toxicante (o conhecimento da classe vem da investigação e
anamnese correta e certeira do paciente por meio da história,avaliação
clínica e exames)
- ANAMNESE Resenha: Proprietário, tratador ou família, dados Animal Histórico de
saúde: Queixa principal o que fez o proprietário levar o paciente até o veterinário,
saber formular perguntas que completem a resposta, Antecedentes mórbidos,
Vacinação, Último exame médico, Uso de medicações, Banhos ou produtos tópicos,
Ectoparasiticidas, OUTROS ANIMAIS: Mesma propriedade;Vizinhança; Estado de
saúde!!!
- Dados ambientais mora em C asa, fazenda, rua, é de Companhia, guarda:
Oficinas, indústrias, fábricas, há contato com Produto de limpeza,
praguicida, fertilizantes, Acesso produtos tóxicos: limpeza, plantas,
medicações, Reforma no domicílio: Materiais construção, tintas, solventes,
Presença de iscas (alimento ou ração)
- Dados da dieta Característica, mudança, armazenamento. Alimentos
estragado ou mofado, fonte água bebida, Presença de fungos, sinais
clínicos, TODOS sinais apresentados: Início, velocidade e tempo,
Assintomático, sintomático OU morte súbita,Não são patognomônicos de
nenhuma infecção
- SINAIS CLÍNICOS:Sialorréia, Tremores, Cegueira, Vocalização,
Fasciculações, Depressão, Convulsão, Dor abdominal, Disúria, Emese,
Hemorragia, Disquesia, Diarréia, Excitação, Fraqueza,
- Odores exalados: por pele olfato ou paladar.
- Aliáceos (odor de alho) →arsênio, organofosforado ◾
Cetônicos (odor cetônico)→ salicilatos, acetona, benzenos ◾
Formólico → metaldeído ◾ Amêndoas amargas (azedo) →
cianeto
- EXAMES FÍSICO E COMPLEMENTARES
- SINAIS COMUNS Convulsão: estricnina, fluoracetatos. Taquicardia: efedrina,
salbutamol, anfetamina succinilcolina
- EXAMES COMPLEMENTARES Hemograma: ↑Hct ou ↓ Hct (anemia – Ch ,
Zn e anticoagulantes), Hemogasometria: falência hepática Ou renal (AAS, ,
etilenoglicerol e tolueno), Glicemia: Hipoglicemia (<60mg/dL), Enzimas
hepáticas: encefalopatia hepática, diátese hemorrágica, hepatotóxico.
Urinálise: Densidade urinária (hidratação), Proteinúria e sedimentoscopia
(lesão renal), Bilirrubinúria e urobilinogenúria (lesão hepática), E C G
-Distúrbio eletrolíticos e arritmias, Testes de coagulação (TP e TTPA- tempo
de tromboplastina parcial ativada), Exame radiográfico – corpo estranho
com metal
- ACHADOS ANATOMOPATOLÓGICOS post mortem Necropsia e histopatológico
coleta de tecidos conservados em Formol 10%, Vidros ou plástico inerte (limpos),
Conteúdo estômago e intestinos coletar no momento da necropsia pois pode indicar
o toxicante.
- EXAME TOXICOLÓGICO: Análise química , Toxicante suspeita , Desconhecido
(recomendações): Laboratório de referência, Ensaios com animais (raro)
- Amostras do animal (ante mortem) Devem ser geladas ou congeladas.
Formol 10%, Armazenadas em recipientes de plástico ou vidro identificadas
identificação do proprietário, identificação do animal, histórico do animal,
suspeita clínica, Descrição da necropsia, Se há urgência e o motivo.
- Amostras do animal (ante mortem) Sangue total soro OU
plasma: 5mL de soro e 10 mL plasma Metais, colinesterase,
praguicidas, drogas de abuso, medicamentos, etilenoglicerol Urina:
50 mL Alcalóides, metais, eletrólitos, medicamentos e drogas de
abuso Fezes: 250 g. Drogas de abuso (VO), Vômito, Pêlos:
Exposição dérmica praguicidas e metais
- Amostras do animal (post mortem) Fígado: 50-100g – metais,
praguicidas, alcalóides, fenóis e micotoxinas, Rins: 50-100g - drogas
de abuso, alcalóides, herbicidas, metais, fenólicos e oxalates
Conteúdo estomacal/ruminal: 150-500g. 1 a 6 h (VO)➔ congelar,
Tecido adiposo: organofosforados, dioxinas, Encéfalo (inteiro):
organofosforados, anticolinesterásicos, piretrinas e mercúrio.
- Amostras ambientais Alimentos: 200 a 500g Iscas: como salsicha,
Plantas tóxicas: preparo adequado, Água (0,5 a 1l) Nitratos, sulfatos,
sólidos totais, metais, algas e praguicidas. Solo (1kg): de várias
profundidades e vários locais. Agentes tóxicos c/ quais animal teve
contato Praguicidas, produtos químicos, medicamentos, solventes,
drogas de abuso, produtos de limpeza

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