Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Desigualdade social e suas influências no contexto educacional APRESENTAÇÃO Nosso país apresenta uma grande diversidade étnica e cultural que, historicamente, se constituiu produzindo as mais diversas formas de desigualdade social. Estas desigualdades acabam marcando a vida e, consequentemente, as identidades de nossos alunos jovens e adultos. Podemos verificar uma relação direta entre as desigualdades mencionadas e a educação escolar que se aplica sobre os indivíduos em uma sociedade que cada vez mais privilegia o intelecto e a formação. Ter acesso a uma educação formal de qualidade superior se caracteriza como uma vantagem competitiva no mercado de trabalho, o que agrava mais ainda as desigualdades em relação aos que não possuem essa possibilidade. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer como a globalização incide sobre a desigualdade social em nosso país.• Articular a desigualdade social com as questões históricas do colonialismo.• Relacionar a desigualdade social com a educação de jovens e adultos.• DESAFIO A atuação docente exige habilidade para lidar com situações onde possam se encontrar desigualdades sociais de várias ordens, que, normalmente, podem envolver atitudes preconceituosas e discriminatórias. Tais atos podem ser desencadeados por questões de formação cultural, provenientes das vivências e experiências dos alunos nos grupos sociais nos quais vivem, questões geracionais, ou, ainda, que dizem respeito aos grupos étnicos que os alunos se originam. Enfim, a diversidade cultural do nosso país também acaba por gerar maior desigualdade social. Acompanhe o desafio que se impôs para a professora Cleonice, que leciona em uma sala de jovens e adultos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! 1. Como você acha que a escola poderia interceder nessa situação? 2. No lugar de Cleonice, o que você poderia propor para que essa situação tão desigual fosse amenizada? INFOGRÁFICO Os processos educacionais na atualidade repercutem diretamente na constituição das desigualdades sociais que verificamos diariamente. No atual cenário brasileiro, quem possui maiores recursos financeiros (maior renda) pode obter uma educação de melhor qualidade e que atenda às exigências de um mundo altamente competitivo em termos intelectuais. Logo, aqueles que vivem em condições precárias, vulneráveis (os pobres) possuem como única opção a escolarização pública e, muitas vezes, acabam desistindo dessa para atender a busca por trabalho e sobrevivência. Acompanhe o infográfico, a seguir, para compreender mais sobre as várias dimensões do conceito de pobreza. CONTEÚDO DO LIVRO No capítulo Desigualdade social e suas influências no contexto educacional, do livro Andragogia e Educação Profissional, você estudará as questões que cercam a desigualdade social e suas influências nos processos educacionais. Boa leitura. ANDRAGOGIA E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL Pablo Rodrigo Bes Desigualdade social e suas in� uências no contexto educacional Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Articular a desigualdade social com as questões históricas do colonialismo. Analisar como a globalização incide sobre a desigualdade social no Brasil. Identi� car como a desigualdade social incide sobre a educação de jovens e adultos (EJA). Introdução O Brasil apresenta uma grande diversidade étnica e cultural que, histori- camente, se constituiu produzindo as mais diversas formas de desigual- dade social. Tais desigualdades marcam a vida e, como consequência, a identidade dos alunos jovens e adultos. Pode-se verificar uma relação direta entre as desigualdades e a educação escolar que se manifesta sobre os indivíduos. Logo, em uma sociedade que privilegia cada vez mais o intelecto e a formação, ter acesso a uma educação formal de qualidade superior se caracteriza como uma vantagem competitiva no mercado de trabalho, o que agrava ainda mais a desigualdade em relação aos indivíduos que não têm essa possibilidade. Neste capítulo, você vai estudar sobre os efeitos da desigualdade social na educação e na vida das pessoas. Você vai ver, também, uma articulação entre a desigualdade social e questões históricas, além de estudar o efeito da globalização na educação de jovens e adultos. U3_C06_Andragogia.indd 61 20/08/2017 12:08:28 Desigualdade social e colonialismo A história da constituição do povo brasileiro apresenta um cenário de inúme- ras atitudes que contribuem para que esta seja uma nação preconceituosa e, muitas vezes, até racista. Um desses fatos se associa diretamente ao chamado “descobrimento” do Brasil, sendo Portugal o conquistador que descobre uma terra exótica e povoada por “selvagens” que precisavam ser doutrinados e civilizados seguindo o modelo da cultura europeia da época. Ou seja, os primeiros a sofrerem com a colonização foram os indígenas, que tiveram todo o seu legado cultural desprezado, sendo catequizados e escravizados para cumprir com os destinos e obrigações referentes ao processo de expansão territorial português no Brasil. Soma-se a esse cenário a chegada do grande contingente de africanos escravizados com o objetivo de dar continuidade ao modelo de agricultura que Portugal já havia experimentado na África: o plantio da cana-de-açúcar. Com essa lavoura, os portugueses continuaram seu projeto de expansão pelo território nacional, valendo-se da mão de obra escrava e de todo o seu legado de sofrimento, torturas e maus-tratos com essa etnia. Esse é o cenário principal que domina todo o período imperial e marca o processo colonizador brasileiro. Resta o seguinte questionamento: esse processo de colonialismo poderia ter interferido também nos processos educativos? Nas questões culturais, há inúmeras análises do envolvimento dessas relações, mas e nos currículos escolares, haveria também colonização? Para responder a essa pergunta, é preciso voltar ao conceito de cultura, que pode ser visto, resumidamente, como o somatório de todas as práticas e discursos que compõem os ambientes em que a população vive e que a constitui, formando, por assim dizer, sua identidade. Os vários grupos culturais que se inseriram no Brasil desde a colonização – portugueses, índios que já habitavam o Brasil, negros escravizados e outros invasores que lutavam pelas terras, como espanhóis – tinham culturas distintas que os caracterizavam originalmente e que, em algum grau muito tênue, ainda caracterizam essas etnias até os dias atuais. Ocorre, porém, que o colonizador, o conquistador sempre irá exercer seu poder sobre a nação conquistada, poder que é percebido em seus atos, na escravidão negra e indígena, na defesa do território, na demarcação e fundação de cidades, entre outros aspectos. Esse poder não se manifesta somente no plano material, vai além disso. Quijano (2005 apud OLIVEIRA; CANDAU, 2010, p. 19), ao referir-se ao termo “colonialidade do poder”, comenta que existe uma: Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 62 U3_C06_Andragogia.indd 62 20/08/2017 12:08:28 [...] invasão do imaginário do outro, ou seja, sua ocidentalização. Mais especificamente, diz respeito a um discurso que se insere no mundo do colonizado, porém também se reproduz no lócus do colonizador. Nesse sentido, o colonizador destrói o imaginário do outro, invisibilizando-o e subalternizando-o, enquanto reafirma o próprio imaginário. Ou seja, são instituídas práticas eurocêntricas que acabam se inserindo na mente e nos atos dessas culturas, povoam seu imaginário e passam a fazer parte de seu cotidiano, como se as regras e normas sociais impostas fossem as únicas certas e verdadeiras. Colonizados passam a perseguir os ideais europeus de vida como se fossem seus desde sempre. Mas o que implicará isso dentro do cenário educacional? Implica que os diversos grupos culturaisnão foram representados como deveriam, sendo subjugados por uma raça declarada como superior e aceita como tal pelos colonizados, desprezando sua própria cultura por intermédio desses mecanismos de poder utilizados. Um dos grandes exemplos desse olhar decolonial sobre os povos e sua constituição é a própria escrita da história da África, que é uma história recente, uma vez que somente na última década foi escrita através de um esforço da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com pesquisadores africanos em busca de um texto original, não eurocêntrico. Percebe-se que ainda hoje, na sociedade brasileira, sentem-se os reflexos desse processo colonizador, sendo que algumas raças encontram-se em grande desvantagem nas questões econômicas que se traduzem em moradia, saúde e educação. É o que ocorre com as etnias negras e indígenas, por exemplo, bem como com aqueles que se autodeclaram pardos nas pesquisas do Insti- tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ocupam as primeiras colocações nos rankings de pessoas sem instrução, desempregadas e, quando empregadas, com salários menores. As etnias negra e parda representam a maior parcela das pessoas pobres do Brasil, que também frequentam as escolas públicas que, hoje, infelizmente passam por uma fase muito ruim em relação à qualidade do ensino que conseguem desenvolver com seus alunos. Na EJA, sobretudo no ensino fundamental, primeiros segmentos, isso também ocorre. 63Desigualdade social e suas influências no contexto educacional U3_C06_Andragogia.indd 63 20/08/2017 12:08:29 A educação decolonial é uma corrente teórica de pesquisadores que entendem que o colonialismo acaba instituindo a própria modernidade e não sendo derivado dessa. Globalização, empregabilidade e desigualdade social A desigualdade social existente no Brasil, fruto do desdobramento histórico aqui descrito, em que algumas etnias são priorizadas em detrimento de outras, se agravou ainda mais com o advento da globalização que “conquistou” o mundo na década de 1990. Sendo concebida, em um primeiro momento, como uma mera operação econômica, traduzida na fusão e criação de blocos econômicos em busca de maior competitividade no comércio internacional, a globalização evolui e acaba por transformar as culturas em busca de sua homogeneização. Essas mudanças são ainda catalisadas pelas tecnologias de informação e comunicação digitais que conectam as pessoas ao redor do mundo. Para entender melhor o conceito do termo empregabilidade, leia o artigo de Alves (2007): “E se a melhoria da empregabilidade dos jovens escondesse novas formas de desigualdade social?”. Junto com a globalização, se instauram outras lógicas, seguindo a ten- dência dos inúmeros aumentos de competitividade empresarial. Percebe-se um aumento significativo nas exigências que recaem sobre o trabalhador, no seu preparo intelectual, na sua formação escolar. Vagas que antes poderiam ser ocupadas com o grau mínimo de instrução, agora passam a exigir como escolarização mínima o ensino médio, por exemplo. Além disso, as pessoas, para candidatarem-se a essas vagas, precisam também de conhecimentos em Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 64 U3_C06_Andragogia.indd 64 20/08/2017 12:08:29 microinformática para saber lidar com as tecnologias envolvidas. Aqui, pode- -se perceber que a desigualdade social irá se aprofundar ainda mais, pois o paralelo que pode ser feito entre aqueles melhores empregados (com salários melhores) e os que possuem subempregos ou se encontram desempregados, está relacionado diretamente com o seu grau de instrução, com as oportunidades educacionais que essa pessoa obteve no decurso de sua vida, com a qualidade e consistência dessas aprendizagens formais e não formais. Como exemplo dessa análise da escolarização e do sucesso em relação a uma vaga no mercado de trabalho, podem ser citados os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que cita que “no 1º trimestre de 2017, 53,3% das pessoas desocupadas tinham concluído pelo menos o ensino médio. Cerca de 24,3% não tinham concluído o ensino fundamental. Aquelas com nível superior completo representavam 9,0%” (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017, p. 25). Os dados estatísticos vão além e ainda apresentam que as taxas de desocupação dos postos de trabalho, ou seja, aqueles que vêm a deixar seus empregos no mesmo período, incide com mais força nos jovens, seguido daqueles com menor escolarização e constatando que aqueles que possuem nível universitário representam o índice menor na composição do cálculo dessa taxa. Tais dados são aqui apresentados para demonstrar como o conceito de empregabilidade, muito utilizado dentro da lógica empresarial, procura res- ponsabilizar o próprio trabalhador por não se colocar na condição de manter-se efetivamente empregado. Ou seja, se o indivíduo foi demitido, deve, primei- ramente, analisar se não tem participação nisso, o que gera culpabilização do sujeito pela sua demissão. Porém, em nenhum momento se questiona se as condições de escolarização iniciais ofertadas eram adequadas para viver em uma sociedade altamente competitiva. Alves (2007, p. 62), sobre o conceito de empregabilidade, comenta: A aceitação da inevitabilidade do desemprego como condição indis- pensável ao crescimento das economias nacionais e das taxas de lucro das empresas vai a par com a difusão de um discurso que não cessa de “culpabilizar as vítimas” e onde a empregabilidade é o termo que lhe confere a necessária legitimidade científica e que ofusca os interesses, estruturalmente antagônicos, entre capital e trabalho. Cabe ao professor, como docente de jovens e adultos, seja na escolarização fundamental ou na educação profissional, estar constantemente advertindo e preparando os alunos para esse enfrentamento nas relações de trabalho que 65Desigualdade social e suas influências no contexto educacional U3_C06_Andragogia.indd 65 20/08/2017 12:08:29 ocorre de forma desigual e exige resposta rápida por parte dos profissionais. É uma lógica que parece ser irreversível, uma vez que as exigências do mercado de trabalho ainda continuam se ampliando em um país que vive atualmente uma busca pela universalização do ensino superior, propiciada, sobretudo, por universidades aprovadas e facilitada pelo ensino a distância. Logo, quanto maior for o número de pessoas com nível superior no país, aumenta-se, ainda mais, o distanciamento daqueles que não possuem sequer o ensino fundamental que, muitas vezes, são quem compõe as turmas de educação de jovens e adultos. Alguns dos elementos discursivos que exercem muita força dentro do cenário atual da globalização são os conceitos de empregabilidade e de empreendedorismo, que transferem diretamente para o sujeito a responsabilidade pelo sucesso (ou fracasso) de sua carreira profissional. Porém, será que todas as pessoas têm acesso às mesmas oportunidades? Desigualdades sociais na educação de jovens e adultos A educação como um todo apresenta um grande cenário no qual as desigual- dades sociais são localizadas, onde a pobreza se apresenta em suas múltiplas dimensões e onde os mais diversos grupos culturais convivem e, algumas vezes, exibem atitudes racistas e preconceituosas. O acesso a uma educação de qualidade, atualmente, no Brasil, alia-se à ideia de possuir renda sufi ciente para ter acesso ao ensino privado. Na educação de jovens e adultos, isso não é diferente. As classes de jovens e adultos possuem um caráter histórico de procura por sua afirmação como um direito de todos, tal como já foi conquistado pelas crianças em sua escolarização inicial. Os alunos que compõem essas classes originam-se, normalmente, dos estratos sociais mais vulneráveis, onde tiveram que deixar seus estudos de forma precoce em busca de cumprir atividades laborais. Entre os jovens, percebe-se muito nitidamenteo movi- mento de trabalhar durante o dia e estudar à noite, como forma de conseguir Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 66 U3_C06_Andragogia.indd 66 20/08/2017 12:08:30 um emprego, possuir renda para poder consumir e, ainda assim, continuar estudando. Além disso, percebe-se muito fortemente entre as mulheres o esforço por inserirem-se dentro de um mercado de trabalho que sempre privilegiou o homem. Logo, entender as desigualdades sociais também é perceber como o mundo se constitui elegendo um status para o masculino e o feminino e posicionando as questões da mulher em segundo plano, situação que somente nas últimas décadas tem sido questionada em busca de igualdade. Ambos os grupos, jovens e adultos, possuem a nítida certeza de que estudar é essencial para a conservação de seus empregos e para o futuro profissional que almejam. O docente, ao problematizar em sala de aula sobre essas questões, irá perceber o entendimento do grupo sobre isso. É preciso ter em mente que esses alunos vivem e enfrentam situações de desigualdade social em múltiplas esferas onde circulam, seja no seu bairro de periferia, na escola ou no seu trabalho. Muitas vezes, poderão chegar com inúmeras marcas referentes a preconceitos e discriminações sofridas durante essas vivências, que devem ser trabalhadas criticamente em sala de aula. O vídeo a seguir aborda a desigualdade social e foi produzido por jovens de uma turma de educação profissional. Para assisti-lo, acesse o link ou o código a seguir. https://goo.gl/2un29i Algumas desigualdades sociais são produzidas pela lógica do capitalismo que se impõe de maneira significativa e se encontra no ápice. Essa tendência acaba produzindo cada vez mais a pobreza e o distanciamento entre algumas classes sociais. O capitalismo sempre favorecerá aquele que detém o capital, ou seja, aquele que possui maiores condições financeiras pode buscar uma condição de vida melhor e, até mesmo, investir em si próprio para continuar alavancando maior renda e, consequentemente, vivendo melhor. Acontece, porém, que muitos alunos da educação de jovens e adultos poderão estar vivendo às margens dessa lógica, o que dá aos professores a necessidade 67Desigualdade social e suas influências no contexto educacional U3_C06_Andragogia.indd 67 20/08/2017 12:08:30 de colaborarem na busca dos alunos por maior capacitação e condições de competir no mercado, de manterem-se resilientes, porém, sem nunca perder o olhar crítico sobre o mundo e suas transformações. Para conhecer um pouco mais sobre a pedagogia decolonial, leia o artigo “Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil”, de Oliveira e Candau (2010). Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 68 U3_C06_Andragogia.indd 68 20/08/2017 12:08:31 ALVES, N. E se a melhoria da empregabilidade dos jovens escondesse novas formas de desigualdade social? Sísifo: Revista de Ciências da Educação, n. 2, p. 59-68, jan./ abr. 2007. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/5521/1/sisifo0205. pdf>. Acesso em: 6 ago. 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional por amostra de domicílios contínua: primeiro trimestre de 2017. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: <ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_ de_Domicilios_continua/Trimestral/Fasciculos_Indicadores_IBGE/pnadc_201701_tri- mestre_caderno.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2017. OLIVEIRA, L. F. de; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 15-40, abr. 2010. Disponível em: < http://ref.scielo.org/sky2rw>. Acesso em: 6 ago. 2017. Leitura recomendada CIMADAMORE, A. D.; CATTANI, A. D. (Org.). Produção de pobreza e desigualdade na América Latina. Porto Alegre: Tomo, 2007. Disponível em: <http://biblioteca.clacso. edu.ar/clacso/clacso-crop/20120426114339/cattapt.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2017. DICA DO PROFESSOR Acompanhe agora uma discussão sobre as possíveis relações entre a globalização, a educação e a desigualdade social que se localizam sobre o mundo inteiro nesta época em que estamos vivendo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A formação do povo brasileiro apresenta aspectos que se relacionam diretamente à produção da desigualdade social. Analise as afirmativas que falam sobre isso e marque a que está de acordo. A) Durante a formação do povo brasileiro, todos os grupos étnicos foram beneficiados, sem distinção. B) Historicamente, ao formar-se o povo brasileiro, houve grupos étnicos que foram muito favorecidos em detrimento de outros. C) O povo brasileiro nunca apresentou aspectos desiguais em sua formação. D) A desigualdade social tem outras causas que não se aliam à formação histórica do nosso povo. E) Somos uma única nação, um único povo, logo, somos o mesmo grupo étnico. 2) Analise as alternativas que falam sobre o colonialismo e suas influências para a desigualdade social e marque a VERDADEIRA. Ao descobrir o Brasil, os conquistadores portugueses acabaram impondo sua cultura e A) desconsideraram a cultura indígena existente. B) Durante um processo de colonização, a interação entre o colonizador e os colonizados normalmente é harmônica. C) Os processos de colonização não apresentam assimetrias de poder entre os grupos étnicos envolvidos. D) Ao colonizar o Brasil, Portugal utilizou-se de estratégias completamente inéditas. E) O legado cultural indígena foi respeitado durante a colonização do Brasil. 3) (...) invasão do imaginário do outro, ou seja, sua ocidentalização. Mais especificamente, diz respeito a um discurso que se insere no mundo do colonizado, porém também se reproduz no lócus do colonizador. Nesse sentido, o colonizador destrói o imaginário do outro, invisibilizando-o e subalternizando-o, enquanto reafirma o próprio imaginário (QUIJANO, 200. A citação acima descreve o termo da colonialidade do poder e refere-se: A) Aos colonizados exercerem muita imaginação durante esse processo colonizador. B) A invasão pelos colonizadores se dá somente no imaginário e não na realidade. C) Ao impor aquilo que pensa e considera como verdadeiro e certo, ocorre essa invasão do imaginário do colonizado, que acaba por compartilhar dessa ideia para sua própria vida. D) Não existe nenhuma relação de subalternização ao realizar-se um processo colonizador. E) A colonialidade do poder considera a todos, não invisibilizando ninguém. 4) A globalização também contribui com o aumento das desigualdades sociais. Sobre ela, analise as alternativas e responda: A) Junto com a globalização ocorre a universalização das condições de trabalho que se estendem a todos de forma democrática. B) A globalização não interfere em outras esferas, somente na econômica. C) O conceito de empregabilidade, que é central no contexto da globalização, procura culpabilizar o Estado pelo desemprego. D) A globalização não interfere no mercado de trabalho muito menos nas questões de preparo intelectual das pessoas. E) A globalização faz com que a competitividade se acirre no mercado de trabalho, exigindo maior formação e escolarização dos indivíduos, o que aumenta a desigualdade na sociedade. 5) A desigualdade social também atinge a classe de jovens e adultos, baseado nessa afirmação, pode-se afirmar que: A) A EJA normalmente apresenta alunos que tiveram que abandonar ou adaptar o período de sua escolarização para atender às demandas de sua inserção no mercado de trabalho. B) A desigualdade social que atinge as turmas de EJA não se relaciona com a renda de seus alunos. C) Os alunos jovens e adultos não reconhecem a importância da educação em suas vidas. D) O docente, ao desenvolver suas aulas com os jovens e adultos, não precisa problematizar questões relativas ao mercado de trabalho. E) O acesso a uma educação de qualidadenão interfere na preparação para a vida e para o trabalho. NA PRÁTICA Trabalhar com o público jovem e adulto exige compreender que suas experiências de vida poderão interferir nas formas como aprendem e na sua própria motivação e disposição em ir adiante nos seus estudos. Também cabe ao professor entender que as inúmeras desigualdades sociais que esses alunos enfrentaram, e ainda enfrentam, acabam os constituindo. Alguns dos alunos dessas turmas apresentam grandes distorções em relação a sua renda e podem pertencer a classes sociais e grupos étnicos distintos, o que deve ser mapeado e contextualizado pelo docente. Ao discutir em uma aula sobre as questões que envolvem a cidadania social, sobre a importância de participar e propor atitudes no combate ou minimização das desigualdades sociais e o possível envolvimento da escola nessas questões, o professor Josué foi criticado pelos alunos que comentaram que a escola servia somente para "abrir os olhos" quanto a essas questões, porém, não se engajava em nada além disso, ficando só "na teoria". Então, o professor Josué e sua turma desenvolveram um projeto que contemplou seus anseios e os da comunidade onde está inserida. Acompanhe como a prática progrediu e mudou as condições sociais de todos os envolvidos. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: A DESIGUALDADE SOCIAL E SUAS INFLUÊNCIAS NO CRESCIMENTO DOS ATOS INFRACIONAIS Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Desigualdade Social no Brasil Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! POR UMA EDUCAÇÃO TRANSGRESSORA: antirracista e decolonial. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Compartilhar