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desigualdade social e suas influencias no contexto educacional

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Desigualdade social e suas influências no 
contexto educacional
APRESENTAÇÃO
Nosso país apresenta uma grande diversidade étnica e cultural que, historicamente, se constituiu 
produzindo as mais diversas formas de desigualdade social. Estas desigualdades acabam 
marcando a vida e, consequentemente, as identidades de nossos alunos jovens e adultos. 
Podemos verificar uma relação direta entre as desigualdades mencionadas e a educação escolar 
que se aplica sobre os indivíduos em uma sociedade que cada vez mais privilegia o intelecto e a 
formação. Ter acesso a uma educação formal de qualidade superior se caracteriza como uma 
vantagem competitiva no mercado de trabalho, o que agrava mais ainda as desigualdades em 
relação aos que não possuem essa possibilidade. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer como a globalização incide sobre a desigualdade social em nosso país.•
Articular a desigualdade social com as questões históricas do colonialismo.•
Relacionar a desigualdade social com a educação de jovens e adultos.•
DESAFIO
A atuação docente exige habilidade para lidar com situações onde possam se encontrar 
desigualdades sociais de várias ordens, que, normalmente, podem envolver atitudes 
preconceituosas e discriminatórias. Tais atos podem ser desencadeados por questões de 
formação cultural, provenientes das vivências e experiências dos alunos nos grupos sociais nos 
quais vivem, questões geracionais, ou, ainda, que dizem respeito aos grupos étnicos que os 
alunos se originam. Enfim, a diversidade cultural do nosso país também acaba por gerar maior 
desigualdade social.
Acompanhe o desafio que se impôs para a professora Cleonice, que leciona em uma sala de 
jovens e adultos.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
 
1. Como você acha que a escola poderia interceder nessa situação?
2. No lugar de Cleonice, o que você poderia propor para que essa situação tão desigual fosse 
amenizada?
INFOGRÁFICO
Os processos educacionais na atualidade repercutem diretamente na constituição das 
desigualdades sociais que verificamos diariamente. No atual cenário brasileiro, quem possui 
maiores recursos financeiros (maior renda) pode obter uma educação de melhor qualidade e que 
atenda às exigências de um mundo altamente competitivo em termos intelectuais. Logo, aqueles 
que vivem em condições precárias, vulneráveis (os pobres) possuem como única opção a 
escolarização pública e, muitas vezes, acabam desistindo dessa para atender a busca por trabalho 
e sobrevivência.
Acompanhe o infográfico, a seguir, para compreender mais sobre as várias dimensões do 
conceito de pobreza.
CONTEÚDO DO LIVRO
No capítulo Desigualdade social e suas influências no contexto educacional, do livro 
Andragogia e Educação Profissional, você estudará as questões que cercam a desigualdade 
social e suas influências nos processos educacionais.
Boa leitura.
ANDRAGOGIA E 
EDUCAÇÃO 
PROFISSIONAL 
Pablo Rodrigo Bes
Desigualdade social 
e suas in� uências no 
contexto educacional
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Articular a desigualdade social com as questões históricas do
colonialismo.
 Analisar como a globalização incide sobre a desigualdade social no
Brasil.
 Identi� car como a desigualdade social incide sobre a educação de
jovens e adultos (EJA).
Introdução
O Brasil apresenta uma grande diversidade étnica e cultural que, histori-
camente, se constituiu produzindo as mais diversas formas de desigual-
dade social. Tais desigualdades marcam a vida e, como consequência, 
a identidade dos alunos jovens e adultos. Pode-se verificar uma relação 
direta entre as desigualdades e a educação escolar que se manifesta sobre 
os indivíduos. Logo, em uma sociedade que privilegia cada vez mais o 
intelecto e a formação, ter acesso a uma educação formal de qualidade 
superior se caracteriza como uma vantagem competitiva no mercado 
de trabalho, o que agrava ainda mais a desigualdade em relação aos 
indivíduos que não têm essa possibilidade.
Neste capítulo, você vai estudar sobre os efeitos da desigualdade 
social na educação e na vida das pessoas. Você vai ver, também, uma 
articulação entre a desigualdade social e questões históricas, além de 
estudar o efeito da globalização na educação de jovens e adultos.
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Desigualdade social e colonialismo
A história da constituição do povo brasileiro apresenta um cenário de inúme-
ras atitudes que contribuem para que esta seja uma nação preconceituosa e, 
muitas vezes, até racista. Um desses fatos se associa diretamente ao chamado 
“descobrimento” do Brasil, sendo Portugal o conquistador que descobre uma 
terra exótica e povoada por “selvagens” que precisavam ser doutrinados e 
civilizados seguindo o modelo da cultura europeia da época. Ou seja, os 
primeiros a sofrerem com a colonização foram os indígenas, que tiveram todo 
o seu legado cultural desprezado, sendo catequizados e escravizados para 
cumprir com os destinos e obrigações referentes ao processo de expansão 
territorial português no Brasil.
Soma-se a esse cenário a chegada do grande contingente de africanos 
escravizados com o objetivo de dar continuidade ao modelo de agricultura 
que Portugal já havia experimentado na África: o plantio da cana-de-açúcar. 
Com essa lavoura, os portugueses continuaram seu projeto de expansão pelo 
território nacional, valendo-se da mão de obra escrava e de todo o seu legado 
de sofrimento, torturas e maus-tratos com essa etnia. Esse é o cenário principal 
que domina todo o período imperial e marca o processo colonizador brasileiro. 
Resta o seguinte questionamento: esse processo de colonialismo poderia ter 
interferido também nos processos educativos? Nas questões culturais, há 
inúmeras análises do envolvimento dessas relações, mas e nos currículos 
escolares, haveria também colonização?
Para responder a essa pergunta, é preciso voltar ao conceito de cultura, 
que pode ser visto, resumidamente, como o somatório de todas as práticas e 
discursos que compõem os ambientes em que a população vive e que a constitui, 
formando, por assim dizer, sua identidade. Os vários grupos culturais que se 
inseriram no Brasil desde a colonização – portugueses, índios que já habitavam 
o Brasil, negros escravizados e outros invasores que lutavam pelas terras, como 
espanhóis – tinham culturas distintas que os caracterizavam originalmente e 
que, em algum grau muito tênue, ainda caracterizam essas etnias até os dias 
atuais. Ocorre, porém, que o colonizador, o conquistador sempre irá exercer 
seu poder sobre a nação conquistada, poder que é percebido em seus atos, na 
escravidão negra e indígena, na defesa do território, na demarcação e fundação 
de cidades, entre outros aspectos. 
Esse poder não se manifesta somente no plano material, vai além disso. 
Quijano (2005 apud OLIVEIRA; CANDAU, 2010, p. 19), ao referir-se ao 
termo “colonialidade do poder”, comenta que existe uma:
 Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 62
U3_C06_Andragogia.indd 62 20/08/2017 12:08:28
[...] invasão do imaginário do outro, ou seja, sua ocidentalização. Mais 
especificamente, diz respeito a um discurso que se insere no mundo do 
colonizado, porém também se reproduz no lócus do colonizador. Nesse 
sentido, o colonizador destrói o imaginário do outro, invisibilizando-o e 
subalternizando-o, enquanto reafirma o próprio imaginário. 
Ou seja, são instituídas práticas eurocêntricas que acabam se inserindo 
na mente e nos atos dessas culturas, povoam seu imaginário e passam a fazer 
parte de seu cotidiano, como se as regras e normas sociais impostas fossem 
as únicas certas e verdadeiras. Colonizados passam a perseguir os ideais 
europeus de vida como se fossem seus desde sempre. Mas o que implicará 
isso dentro do cenário educacional? Implica que os diversos grupos culturaisnão foram representados como deveriam, sendo subjugados por uma raça 
declarada como superior e aceita como tal pelos colonizados, desprezando sua 
própria cultura por intermédio desses mecanismos de poder utilizados. Um dos 
grandes exemplos desse olhar decolonial sobre os povos e sua constituição é a 
própria escrita da história da África, que é uma história recente, uma vez que 
somente na última década foi escrita através de um esforço da Organização das 
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria 
com pesquisadores africanos em busca de um texto original, não eurocêntrico.
Percebe-se que ainda hoje, na sociedade brasileira, sentem-se os reflexos 
desse processo colonizador, sendo que algumas raças encontram-se em grande 
desvantagem nas questões econômicas que se traduzem em moradia, saúde 
e educação. É o que ocorre com as etnias negras e indígenas, por exemplo, 
bem como com aqueles que se autodeclaram pardos nas pesquisas do Insti-
tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ocupam as primeiras 
colocações nos rankings de pessoas sem instrução, desempregadas e, quando 
empregadas, com salários menores. As etnias negra e parda representam a 
maior parcela das pessoas pobres do Brasil, que também frequentam as escolas 
públicas que, hoje, infelizmente passam por uma fase muito ruim em relação 
à qualidade do ensino que conseguem desenvolver com seus alunos. Na EJA, 
sobretudo no ensino fundamental, primeiros segmentos, isso também ocorre.
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A educação decolonial é uma corrente teórica de pesquisadores que entendem que 
o colonialismo acaba instituindo a própria modernidade e não sendo derivado dessa.
Globalização, empregabilidade e desigualdade 
social
A desigualdade social existente no Brasil, fruto do desdobramento histórico 
aqui descrito, em que algumas etnias são priorizadas em detrimento de outras, 
se agravou ainda mais com o advento da globalização que “conquistou” o 
mundo na década de 1990. 
Sendo concebida, em um primeiro momento, como uma mera operação 
econômica, traduzida na fusão e criação de blocos econômicos em busca de 
maior competitividade no comércio internacional, a globalização evolui e acaba 
por transformar as culturas em busca de sua homogeneização. Essas mudanças 
são ainda catalisadas pelas tecnologias de informação e comunicação digitais 
que conectam as pessoas ao redor do mundo.
Para entender melhor o conceito do termo empregabilidade, leia o artigo de Alves 
(2007): “E se a melhoria da empregabilidade dos jovens escondesse novas formas de 
desigualdade social?”.
Junto com a globalização, se instauram outras lógicas, seguindo a ten-
dência dos inúmeros aumentos de competitividade empresarial. Percebe-se 
um aumento significativo nas exigências que recaem sobre o trabalhador, no 
seu preparo intelectual, na sua formação escolar. Vagas que antes poderiam 
ser ocupadas com o grau mínimo de instrução, agora passam a exigir como 
escolarização mínima o ensino médio, por exemplo. Além disso, as pessoas, 
para candidatarem-se a essas vagas, precisam também de conhecimentos em 
 Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 64
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microinformática para saber lidar com as tecnologias envolvidas. Aqui, pode-
-se perceber que a desigualdade social irá se aprofundar ainda mais, pois o 
paralelo que pode ser feito entre aqueles melhores empregados (com salários 
melhores) e os que possuem subempregos ou se encontram desempregados, está 
relacionado diretamente com o seu grau de instrução, com as oportunidades 
educacionais que essa pessoa obteve no decurso de sua vida, com a qualidade 
e consistência dessas aprendizagens formais e não formais.
Como exemplo dessa análise da escolarização e do sucesso em relação a 
uma vaga no mercado de trabalho, podem ser citados os dados da Pesquisa 
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), que cita que “no 1º 
trimestre de 2017, 53,3% das pessoas desocupadas tinham concluído pelo menos 
o ensino médio. Cerca de 24,3% não tinham concluído o ensino fundamental. 
Aquelas com nível superior completo representavam 9,0%” (INSTITUTO 
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017, p. 25). Os dados 
estatísticos vão além e ainda apresentam que as taxas de desocupação dos 
postos de trabalho, ou seja, aqueles que vêm a deixar seus empregos no mesmo 
período, incide com mais força nos jovens, seguido daqueles com menor 
escolarização e constatando que aqueles que possuem nível universitário 
representam o índice menor na composição do cálculo dessa taxa.
Tais dados são aqui apresentados para demonstrar como o conceito de 
empregabilidade, muito utilizado dentro da lógica empresarial, procura res-
ponsabilizar o próprio trabalhador por não se colocar na condição de manter-se 
efetivamente empregado. Ou seja, se o indivíduo foi demitido, deve, primei-
ramente, analisar se não tem participação nisso, o que gera culpabilização do 
sujeito pela sua demissão. Porém, em nenhum momento se questiona se as 
condições de escolarização iniciais ofertadas eram adequadas para viver em 
uma sociedade altamente competitiva. Alves (2007, p. 62), sobre o conceito 
de empregabilidade, comenta:
A aceitação da inevitabilidade do desemprego como condição indis-
pensável ao crescimento das economias nacionais e das taxas de lucro 
das empresas vai a par com a difusão de um discurso que não cessa de 
“culpabilizar as vítimas” e onde a empregabilidade é o termo que lhe 
confere a necessária legitimidade científica e que ofusca os interesses, 
estruturalmente antagônicos, entre capital e trabalho.
Cabe ao professor, como docente de jovens e adultos, seja na escolarização 
fundamental ou na educação profissional, estar constantemente advertindo e 
preparando os alunos para esse enfrentamento nas relações de trabalho que 
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ocorre de forma desigual e exige resposta rápida por parte dos profissionais. É 
uma lógica que parece ser irreversível, uma vez que as exigências do mercado 
de trabalho ainda continuam se ampliando em um país que vive atualmente 
uma busca pela universalização do ensino superior, propiciada, sobretudo, por 
universidades aprovadas e facilitada pelo ensino a distância. Logo, quanto maior 
for o número de pessoas com nível superior no país, aumenta-se, ainda mais, o 
distanciamento daqueles que não possuem sequer o ensino fundamental que, 
muitas vezes, são quem compõe as turmas de educação de jovens e adultos.
Alguns dos elementos discursivos que exercem muita força dentro do cenário atual 
da globalização são os conceitos de empregabilidade e de empreendedorismo, que 
transferem diretamente para o sujeito a responsabilidade pelo sucesso (ou fracasso) 
de sua carreira profissional. Porém, será que todas as pessoas têm acesso às mesmas 
oportunidades?
Desigualdades sociais na educação de jovens e 
adultos
A educação como um todo apresenta um grande cenário no qual as desigual-
dades sociais são localizadas, onde a pobreza se apresenta em suas múltiplas 
dimensões e onde os mais diversos grupos culturais convivem e, algumas 
vezes, exibem atitudes racistas e preconceituosas. O acesso a uma educação 
de qualidade, atualmente, no Brasil, alia-se à ideia de possuir renda sufi ciente 
para ter acesso ao ensino privado. Na educação de jovens e adultos, isso não 
é diferente.
As classes de jovens e adultos possuem um caráter histórico de procura 
por sua afirmação como um direito de todos, tal como já foi conquistado 
pelas crianças em sua escolarização inicial. Os alunos que compõem essas 
classes originam-se, normalmente, dos estratos sociais mais vulneráveis, 
onde tiveram que deixar seus estudos de forma precoce em busca de cumprir 
atividades laborais. Entre os jovens, percebe-se muito nitidamenteo movi-
mento de trabalhar durante o dia e estudar à noite, como forma de conseguir 
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um emprego, possuir renda para poder consumir e, ainda assim, continuar 
estudando. Além disso, percebe-se muito fortemente entre as mulheres o esforço 
por inserirem-se dentro de um mercado de trabalho que sempre privilegiou 
o homem. Logo, entender as desigualdades sociais também é perceber como 
o mundo se constitui elegendo um status para o masculino e o feminino e 
posicionando as questões da mulher em segundo plano, situação que somente 
nas últimas décadas tem sido questionada em busca de igualdade.
Ambos os grupos, jovens e adultos, possuem a nítida certeza de que estudar 
é essencial para a conservação de seus empregos e para o futuro profissional 
que almejam. O docente, ao problematizar em sala de aula sobre essas questões, 
irá perceber o entendimento do grupo sobre isso. É preciso ter em mente que 
esses alunos vivem e enfrentam situações de desigualdade social em múltiplas 
esferas onde circulam, seja no seu bairro de periferia, na escola ou no seu 
trabalho. Muitas vezes, poderão chegar com inúmeras marcas referentes a 
preconceitos e discriminações sofridas durante essas vivências, que devem 
ser trabalhadas criticamente em sala de aula.
O vídeo a seguir aborda a desigualdade social e foi 
produzido por jovens de uma turma de educação 
profissional. Para assisti-lo, acesse o link ou o código 
a seguir. 
https://goo.gl/2un29i
Algumas desigualdades sociais são produzidas pela lógica do capitalismo 
que se impõe de maneira significativa e se encontra no ápice. Essa tendência 
acaba produzindo cada vez mais a pobreza e o distanciamento entre algumas 
classes sociais. O capitalismo sempre favorecerá aquele que detém o capital, 
ou seja, aquele que possui maiores condições financeiras pode buscar uma 
condição de vida melhor e, até mesmo, investir em si próprio para continuar 
alavancando maior renda e, consequentemente, vivendo melhor. Acontece, 
porém, que muitos alunos da educação de jovens e adultos poderão estar 
vivendo às margens dessa lógica, o que dá aos professores a necessidade 
67Desigualdade social e suas influências no contexto educacional
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de colaborarem na busca dos alunos por maior capacitação e condições de 
competir no mercado, de manterem-se resilientes, porém, sem nunca perder 
o olhar crítico sobre o mundo e suas transformações.
Para conhecer um pouco mais sobre a pedagogia decolonial, leia o artigo “Pedagogia 
decolonial e educação antirracista e intercultural no Brasil”, de Oliveira e Candau (2010). 
 Desigualdade social e suas influências no contexto educacional 68
U3_C06_Andragogia.indd 68 20/08/2017 12:08:31
ALVES, N. E se a melhoria da empregabilidade dos jovens escondesse novas formas 
de desigualdade social? Sísifo: Revista de Ciências da Educação, n. 2, p. 59-68, jan./
abr. 2007. Disponível em: <http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/5521/1/sisifo0205.
pdf>. Acesso em: 6 ago. 2017.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa nacional por amostra 
de domicílios contínua: primeiro trimestre de 2017. Rio de Janeiro, 2017. Disponível em: 
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Nacional_por_Amostra_
de_Domicilios_continua/Trimestral/Fasciculos_Indicadores_IBGE/pnadc_201701_tri-
mestre_caderno.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2017.
OLIVEIRA, L. F. de; CANDAU, V. M. F. Pedagogia decolonial e educação antirracista e 
intercultural no Brasil. Educação em Revista, Belo Horizonte, v. 26, n. 1, p. 15-40, abr. 
2010. Disponível em: < http://ref.scielo.org/sky2rw>. Acesso em: 6 ago. 2017.
Leitura recomendada
CIMADAMORE, A. D.; CATTANI, A. D. (Org.). Produção de pobreza e desigualdade na 
América Latina. Porto Alegre: Tomo, 2007. Disponível em: <http://biblioteca.clacso.
edu.ar/clacso/clacso-crop/20120426114339/cattapt.pdf>. Acesso em: 6 ago. 2017.
DICA DO PROFESSOR
Acompanhe agora uma discussão sobre as possíveis relações entre a globalização, a educação e 
a desigualdade social que se localizam sobre o mundo inteiro nesta época em que estamos 
vivendo.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A formação do povo brasileiro apresenta aspectos que se relacionam diretamente à 
produção da desigualdade social. Analise as afirmativas que falam sobre isso e 
marque a que está de acordo. 
A) Durante a formação do povo brasileiro, todos os grupos étnicos foram beneficiados, sem 
distinção.
B) Historicamente, ao formar-se o povo brasileiro, houve grupos étnicos que foram muito 
favorecidos em detrimento de outros.
C) O povo brasileiro nunca apresentou aspectos desiguais em sua formação.
D) A desigualdade social tem outras causas que não se aliam à formação histórica do nosso 
povo.
E) Somos uma única nação, um único povo, logo, somos o mesmo grupo étnico.
2) Analise as alternativas que falam sobre o colonialismo e suas influências para a 
desigualdade social e marque a VERDADEIRA. 
Ao descobrir o Brasil, os conquistadores portugueses acabaram impondo sua cultura e A) 
desconsideraram a cultura indígena existente.
B) Durante um processo de colonização, a interação entre o colonizador e os colonizados 
normalmente é harmônica.
C) Os processos de colonização não apresentam assimetrias de poder entre os grupos étnicos 
envolvidos.
D) Ao colonizar o Brasil, Portugal utilizou-se de estratégias completamente inéditas.
E) O legado cultural indígena foi respeitado durante a colonização do Brasil.
3) (...) invasão do imaginário do outro, ou seja, sua ocidentalização. Mais 
especificamente, diz respeito a um discurso que se insere no mundo do colonizado, 
porém também se reproduz no lócus do colonizador. Nesse sentido, o colonizador 
destrói o imaginário do outro, invisibilizando-o e subalternizando-o, enquanto 
reafirma o próprio imaginário (QUIJANO, 200. A citação acima descreve o termo da 
colonialidade do poder e refere-se: 
A) Aos colonizados exercerem muita imaginação durante esse processo colonizador.
B) A invasão pelos colonizadores se dá somente no imaginário e não na realidade.
C) Ao impor aquilo que pensa e considera como verdadeiro e certo, ocorre essa invasão do 
imaginário do colonizado, que acaba por compartilhar dessa ideia para sua própria vida.
D) Não existe nenhuma relação de subalternização ao realizar-se um processo colonizador.
E) A colonialidade do poder considera a todos, não invisibilizando ninguém.
4) 
A globalização também contribui com o aumento das desigualdades sociais. Sobre 
ela, analise as alternativas e responda: 
A) Junto com a globalização ocorre a universalização das condições de trabalho que se 
estendem a todos de forma democrática.
B) A globalização não interfere em outras esferas, somente na econômica.
C) O conceito de empregabilidade, que é central no contexto da globalização, procura 
culpabilizar o Estado pelo desemprego.
D) A globalização não interfere no mercado de trabalho muito menos nas questões de preparo 
intelectual das pessoas.
E) A globalização faz com que a competitividade se acirre no mercado de trabalho, exigindo 
maior formação e escolarização dos indivíduos, o que aumenta a desigualdade na 
sociedade.
5) A desigualdade social também atinge a classe de jovens e adultos, baseado nessa 
afirmação, pode-se afirmar que: 
A) A EJA normalmente apresenta alunos que tiveram que abandonar ou adaptar o período de 
sua escolarização para atender às demandas de sua inserção no mercado de trabalho.
B) A desigualdade social que atinge as turmas de EJA não se relaciona com a renda de seus 
alunos.
C) Os alunos jovens e adultos não reconhecem a importância da educação em suas vidas.
D) O docente, ao desenvolver suas aulas com os jovens e adultos, não precisa problematizar 
questões relativas ao mercado de trabalho.
E) O acesso a uma educação de qualidadenão interfere na preparação para a vida e para o 
trabalho.
NA PRÁTICA
Trabalhar com o público jovem e adulto exige compreender que suas experiências de vida 
poderão interferir nas formas como aprendem e na sua própria motivação e disposição em ir 
adiante nos seus estudos. Também cabe ao professor entender que as inúmeras desigualdades 
sociais que esses alunos enfrentaram, e ainda enfrentam, acabam os constituindo. Alguns dos 
alunos dessas turmas apresentam grandes distorções em relação a sua renda e podem pertencer a 
classes sociais e grupos étnicos distintos, o que deve ser mapeado e contextualizado pelo 
docente.
Ao discutir em uma aula sobre as questões que envolvem a cidadania social, sobre a importância 
de participar e propor atitudes no combate ou minimização das desigualdades sociais e o 
possível envolvimento da escola nessas questões, o professor Josué foi criticado pelos alunos 
que comentaram que a escola servia somente para "abrir os olhos" quanto a essas questões, 
porém, não se engajava em nada além disso, ficando só "na teoria".
Então, o professor Josué e sua turma desenvolveram um projeto que contemplou seus anseios e 
os da comunidade onde está inserida. Acompanhe como a prática progrediu e mudou as 
condições sociais de todos os envolvidos. 
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
A DESIGUALDADE SOCIAL E SUAS INFLUÊNCIAS NO CRESCIMENTO DOS 
ATOS INFRACIONAIS
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Desigualdade Social no Brasil
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POR UMA EDUCAÇÃO TRANSGRESSORA: antirracista e decolonial.
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