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REBECA KRUSE MED10 INTRODUÇÃO: Grupo de doenças que afetam o miocárdio: − Primárias: doença do músculo − Sistêmicas: alguma doença sistêmica que leve a uma cardiomiopatia Conhecimentos genéticos básicos são muito importantes para lidar melhor com as patologias e saber encaminhar, quando necessário, para um patologista. Genética e cardiomiopatia andam juntas Classificação complexa que está sempre mudando Definição: Comprometimento patológico do músculo cardíaco que não resulte de hipertensão, anormalidades congênitas, valvulares, coronarianas, arteriais ou pericárdicas Estas doenças podem levar a um acometimento do musculo com insuficiência cardíaca, mas não levam a cardiomiopatias. CLASSIFICAÇÃO – ESC: As cardiomiopatias são divididas de acordo com o acometimento que vão causar no músculo cardíaco, pode ser uma cardiomiopatia que dilate, hipertrofie e etc Algumas cardiomiopatias têm relação com a história familiar, hoje em dia se consegue fazer o painel genético da cardiomiopatia e até sequenciamento de genes específicos quando se suspeita de alguma doença As de causa não-familiar/não genéticas são chamadas de idiopáticas (mas que tem a doença mesmo assim) Na forma dilatada o ventrículo esquerdo é dilatado e suas paredes são finas Na forma hipertrófica há uma hipertrofia das paredes do ventrículo esquerdo e do septo interventricular. Pode acometer VD, mas o mais comum é VE Na forma restritiva pode ter ou não uma leve hipertrofia de VE, mas a alteração característica é restrição diastólica DEFINIÇÃO: Doença primária do miocárdio Característica: hipertrofia ventricular esquerda sem uma causa aparente Patologia genético-molecular heterogênea com marcada diversidade fenotípica (já foram identificadas mais de 1.400 mutações Padrão autossômico dominante: é quando o indivíduo só precisa ter um alelo com a mutação para passar a doença, o genótipo é Aa, com “A” sendo o alelo que sofreu a mutação. Ou seja, se o indivíduo passar o “A” para um filho, este tem chance de desenvolver a doença. É uma doença autossômica dominante com padrão variável, ou seja, nem sempre a presença de um alelo “A” significa doença, o indivíduo pode ser apenas portador de uma mutação e não manifestar a doença; mas pode passar para seus filhos e estes sim, manifestarem a doença. OBS: se fosse uma doença recessiva o indivíduo teria que passar um “a” e o companheiro um outro “a” para que o filho venha a manifestar a doença EPIDEMIOLOGIA: Não é considerada uma doença rara (para ser rara teria que ter a incidência de 1:2000 pessoas) 1:200 pessoas Brancos e sexo masculino Brasil – 400 mil portadores USA – 600 mil diagnósticos/ano Nos EUA ocorrem 1000 mortes súbitas cardíacas/dia Em pessoas < 35 anos a cardiomiopatia hipertrófica (CMH) é a causa mais comum, e em atletas 36% das mortes súbitas foram devido a CMH Causa mais comum de MORTE SÚBITA CARDÍACA abaixo dos 35 anos de idade (muitas vezes o indivíduo é assintomático) ANATOMIA PATOLÓGICA: Macroscopia: Aumento massa miocárdica Cavidades ventriculares pequenas Microscopia: Feixes musculares desorganizados Entremeados por fibrose OBS: faz diagnostico diferencial com a cardiopatia hipertensiva, onde o ventrículo cresce, mas as cavidades ventriculares aumentam FISIOPATOLOGIA: Um ventrículo hipertrofiado, independente da causa, geralmente leva a uma disfunção diastólica; é um ventrículo que não vai relaxar adequadamente. Esse músculo REBECA KRUSE MED10 hipertrofiado, principalmente a nível de septo interventricular pode causar uma obstrução na via de saída do VE. Ou seja, na hora da sístole o septo hipertrófico impede a saída de sangue para a aorta (o folheto anterior da valva mitral é a alongado, e na hora da sístole ele pode ir para frente, o que também pode obstruir a passagem de sangue). É uma obstrução subvalvar, mas mimetiza muito a clínica e o exame físico de uma obstrução a nível de valva (estenose Ao) Pode cursar com isquemia miocárdica, pois o músculo hipertrofiado vai ter mais demanda de oxigênio; a hipertrofia também ocorre na parede das artérias, e artérias hipertrofiadas tem menos suporte de O2. Vai haver uma diminuição do suporte e aumento da demanda e os pacientes podem abrir o quadro de CMH com uma isquemia miocárdica. Se a isquemia miocárdica se manifestar a mais tardiamente o paciente pode ter doença coronariana associada. Músculo é substituído por fibrose = arritmia = morte súbita OBS: os biomarcadores não vão ser úteis para avaliar isquemia miocárdica, esta vai ser avaliada pelos exames de imagem (cintilografia, RNM com pesquisa de isquemia ou cateterismo). Os biomarcadores em um paciente cardiomiopata não são muito fidedignos. CLASSIFICAÇÃO: LOCALIZAÇÃO DA HIPERTROFIA: Septal assimétrica – septo é 1,5x mais hipertrofiado que a parede livre do VE. É a forma mais comum no Brasil e no mundo ocidental (70% dos pacientes vão ter esta forma). Concêntrica – septo e parede livre do VE se hipertrofiam quase que na mesma magnitude. É a forma que pode ser confundida com a cardiopatia de pacientes hipertensos, com doenças de depósito, cardiopatia do atleta. Apical – ponta do VE fica hipertrofiada e as paredes normais, chamada de doença de Yamaguchi. Em torno de 10% dos indivíduos que tem cardiomiopatia no mundo ocidental tem esta forma; no mundo oriental, especialmente no Japão, é a forma mais comum. Médio-apical – a hipertrofia começa da metade do ventrículo e vai até a ponta. Dilatação – qualquer uma destas formas pode evoluir para dilatação em 10% dos casos, especialmente a septal assimétrica e concêntrica. Paciente vai ter um ventrículo dilatado e hipertrofiado, nestes casos o diagnostico consegue ser dado pela RNM. PADRÃO HEMODINÂMICO: Vai ocorrer alteração hemodinâmica quando houver obstrução na via de saída do VE, este padrão de classificação vai ser importante para o manejo do tratamento. Obstrutivo: obstrução ≥ 30mmHg visto no ECO com Doppler e paciente em repouso (o septo e a valva vão estar impedindo a saída de sangue do VE, corresponde a 30% dos casos) Não obstrutivo: obstrução ≤ 30mmHg no repouso que NÃO aumenta após manobras (valsalva ou manda o paciente correr) Lábil: obstrução ≤ 30mmHg no repouso e após manobras (provocado) ≥ 30mmHg QUADRO CLÍNICO: Assintomático – a grande maioria: as vezes o diagnóstico é feito acidentalmente em um paciente que precise de um parecer cardiológico, quando o pediatra ausculta um sopro ou após triagem familiar Dispneia – sintoma mais comum Dor precordial Síncope – pode ocorrer por baixo débito (no padrão obstrutivo) ou por arritmia ventricular (nos pacientes que tem muita fibrose). A síncope por arritmia tem um prognóstico ruim, é um marcador de alto risco para morte súbita Palpitação – paciente pode ter fibrilação atrial e muitas arritmias Morte súbita – muitos pacientes podem abrir o quadro com a morte súbita (até 10%) EXAME FÍSICO: Pode ser normal em pacientes que não tem um padrão obstrutivo Íctus propulsivo – mais comum. É uma doença hiperdinâmica, podendo chegar a ser visualizado o coração pulsando Frêmito/Sopro sistólico ejetivo no foco aórtico que não irradia (pode irradiar, no máximo, para a fúrcula) Frêmito/Sopro sistólico em foco mitral, pode irradiar para axila (na hora da sístole o folheto da valva pode ser puxado para frente, mimetizando uma insuficiência mitral) 4ª bulha (ocorre devido ao sangue que bate na parede do ventrículo, que é um ventrículo “duro”) OBS: forma dilatada – 3ª bulha + quadro clinico de IC OBS: paciente pode ter os dois sopros. OBS: quando o paciente tiver a forma obstrutiva ele pode ter todos os achados do exame físico acima. HISTÓRIA NATURAL: O paciente hipertrófico pode evoluir de forma estável Pode progredir para insuficiência cardíaca Pode ter arritmias, onde a mais comum é a fibrilaçãoatrial (FA) onde o átrio também hipertrofia e dilata. A maioria desses pacientes tem o átrio aumentado, o que pode levar a AVCI Paciente pode apresentar endocardite infecciosa (EI) quando tem um padrão obstrutivo De 1 a 6% pode abrir o quadro com morte súbita. Todos estes outros estágios podem evoluir para morte súbita EXAMES COMPLEMENTARES: REBECA KRUSE MED10 RX de tórax: geralmente a imagem é pobre pois o ventrículo cresce para dentro. Nos casos em que se tem um átrio aumentado ou um padrão de IC pode aparecer mais sinais na radiografia. ECG: De 90-95% dos pacientes tem eletro alterado Onda S muito proeminente em V1 e V2 Onda R muito grande em V4, V5 e V6 Ao somar a onda S de V1 + onda R de V6 vai se ter um índice de Sokolow > 35, evidenciando sobrecarga de VE. Onda R de avL passa de 15, também evidenciando aumento de VE Paciente do sexo feminino com índice de Cornell > 20, que junto com os outros achados evidencia uma grande hipertrofia de VE Ondas T negativas, profundas e simétricas: é uma paciente que tem hipertrofia septal assimétrica (padrão strain) Ecocardiograma: Vai ser o exame solicitado depois do ECG Principal método diagnóstico, vai dar o diagnóstico em 90% dos casos Importante no acompanhamento Achados: Alteração diastólica (80% dos casos vão ter) Para se afirmar que o paciente tem uma hipertrofia miocardica e preenche critério para cardiomiopatia hipertrófica ele tem que ter uma hipertrofia de ventrículo esquerdo ≥ 15mm; se o paciente já tiver história familiar ≥ 13mm pode-se fechar o diagnóstico (o tamanho normal do VE é até 11mm) Espessura do septo tem que ser 1,5x maior que a da parede posterior do VE Movimento anterior sistólico da valva mitral (SAM – sigla em inglês) Átrio esquerdo (tem que acompanhar de perto, pois ele aumenta progressivamente) OBS: a forma apical (mais comum no Japão) pode ter um diagnóstico difícil pelo ECO Holter: Fibrilação atrial: mais comum Arritmias ventriculares: TVNS – taquicardia ventricular não sustentada: 3 extra-sístoles consecutivas TVS – taquicardia ventricular sustentada: extra- sístoles que perduram por 30 segundos consecutivos. Grande fator de risco para morte súbita Mín: eletro, eco e holter RNM cardíaca: Confirmação diagnóstica – EXAME MANDATÓRIO em todas as cardiomiopatias 9porém nem sempre dá p fazer) Função ventricular (ECO é ruim para ver função do VD) Muitas vezes vai fornecer a suspeição do diagnóstico diferencial Prognóstico – através da técnica do realce tardio pode-se localizar e quantificar a fibrose. Acima de 15% tem um prognóstico pior TRATAMENTO: MEDIDAS GERAIS: Investigação clínica + ECG + ECO: em parentes de 1º e 2º grau Se o parente for adolescente deve repetir o ECO a cada 12- 18 meses, pois é nesta fase que a hipertrofia tende a aparecer com maior frequência Se o parente for um adulto com idade acima de 21 anos: ECO 5/5 anos para toda a vida (tem algumas manifestações que aparecem mais tardiamente) ou se apresentar algum sintoma. Profilaxia para endocardite infecciosa na forma obstrutiva/ IM Boa hidratação, principalmente na forma obstrutiva de baixo débito, pois o paciente pode vir a ter uma sincope por baixo débito PROIBIDO atividade física vigorosa/esporte competitivo para todos os pacientes, sejam eles sintomáticos ou não, de baixo risco ou alto risco. A maioria das mortes se dão na vigência do exercício físico ou logo após OBJETIVOS: Prevenção de morte súbita Prevenção das complicações, que podem ser fatais Alívio dos sintomas MEDICAMENTOSO: Os medicamentos vão ser utilizados com a finalidade de baixar a frequência cardíaca, o ideal é FC 60 bpm em repouso. Betabloqueadores – não precisam ser cardiosseletivos. Bloqueadores de canais de cálcio (Verapamil) – se o paciente tiver alguma contraindicação ao uso de betabloqueador Amiodarona – para diminuir a frequência de arritmias, não diminui mortalidade Outros medicamentos podem ser usados quando se tem uma disfunção diastólica acentuada – diuréticos, REBECA KRUSE MED10 anticoagulantes (se trombo ou FA), prevenção de endocardite bacteriana. OBS: os pacientes com esta doença são taquicardicos, tem uma diástole diminuída. Ao usar betabloqueadores se aumenta o tempo de diástole, nutrindo mais o coração com sangue e aumentando inclusive o fluxo sanguíneo cerebral. Mesmo os pacientes que não tem um padrão obstrutivo se beneficiam do uso de betabloqueador. CIRÚRGICO: Pacientes que tem um padrão obstrutivo e refratário ao uso de medicamentos O tratamento cirúrgico consiste em cortar o septo e fazer uma plastia da valva mitral. A resposta dos pacientes é muito boa, é o tratamento PADRÃO OURO, mas só é feito em centros de referência ELÉTRICO: MP dupla câmara. É inserido um marca-passo e coloca-se um eletrodo no septo, e na hora da sístole ele vai puxar o septo interventricular, liberando espaço para o sangue fluir HEMODINÂMICO: Alcoolização da artéria septal, que nutre o septo. Injeta-se uma substância alcoólica que induz o infarto e consequentemente, induz a formação de mais fibrose no coração do paciente. É feito em pacientes que não conseguiram ir para cirurgia, pacientes idosos. ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO: Anamnese: se for um paciente que tiver tido uma morte súbita recuperada – vai ser feita a prevenção secundária a uma parada cardíaca, feita com CDI (indicação classe I) Prevenção da morte súbita: cardiodesfibrilador implantável (CDI). Única coisa que mudou o curso natural da doença. Se o paciente tiver um destes 4 parâmetros já vai ser indicado o uso do CDI: − Morte súbita familiar: prevenção secundária − Síncope arritmogênica (tem que ficar esclarecido que não foi por hipofluxo)* − HVE ao ECO ≥ 30mm (alto risco)* − Taquicardia ventricular sustentada* − Taquicardia ventricular não sustentada + um dos parâmetros acima* *Prevenção primária DEFINIÇÃO: Devido a doença primária do miocárdio. Dilatação + alteração da função contrátil do VE ou ambos ventrículos → IC EPIDEMIOLOGIA: Incidência 5 a 8 casos/ 100.000 pessoas Homens e negros – 2,5 X 3ª causa de IC (causa mais comum de transplante, pois acomete pacientes jovens) Geralmente se manifesta entre 30 a 40 anos (nos pacientes com distrofia muscular de Duchenne vai haver acometimento na infância) 30 a 50% - familiar (30 genes) Autossômico dominante 20% Ligados ao X (ex: distrofia muscular de Duchenne) Quando não tratados a mortalidade em 5 anos varia de 30 a 50% ETIOLOGIA: Infecciosa: vírus (é comum, são pacientes que tiveram uma virose e vão cursar com IC no futuro), bactérias, parasitas (Chagas) Depósito: amiloidose, hemocromatose Medicamentosa: quimioterápicos (antraciclinas, antirretrovirais, etc) – são drogas extremamente cardiotóxicas, importante questionar na anamnese se o paciente já fez uso, pois pode ter repercussão só 20 anos depois Toxinas: etanol (mais comum), cocaína, etc Inflamatória/ autoimune Endócrinas Genéticas/ neuromusculares Outras ANATOMIA PATOLÓGICA: Macroscopia: Coração aumentado com paredes finas – forma globosa Valvas íntegras (vão estar afastadas devido a dilatação, mas íntegras) Trombos intracavitários em 50% dos pacientes (coração não contrai e leva a um volume diastólico aumentado, o que leva a estase sanguínea que predispõe ao surgimento de trombos) Microscopia: áreas de fibrose + ilhotas de necrose + infiltrado celular → arritmia → morte súbita FISIOPATOLOGIA: Estímulo constante Queda da fração de ejeção → queda do débito cardíaco → aumento do volume diastólico (sangue vai estar sempre chegando, mas como a fração de ejeção está diminuída vai haver um constante aumento do volume diastólico) Aumento da pressão venosa central QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO: Paciente pode ser assintomático ou ter quadro deInsuficiência cardíaca A anamnese é muito importante nestes casos, pode-se chegar até a causa da cardiomiopatia e decidir se vai fazer um rastreio familiar REBECA KRUSE MED10 EXAMES COMPLEMENTARES/ ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO: Muitos resultados destes exames podem ser usados para diagnostico e para estratificar o risco do paciente Laboratoriais (ex: marcadores) ECG Rx de tórax Ecocardiograma com Doppler a cores Teste ergométrico/ cardiopulmonar (nem sempre) Cintilografia com gálio-67 Holter 24h RNM Hemodinâmica (nem sempre) BEM – biopsia endomiocárdica (cada vez se usa menos) Molecular ECG: Onda R está alargada nas derivações V5 e V6; onda S invertida em V1 e V2, evidenciando um bloqueio de ramo esquerdo clássico Bloqueio de ramo esquerdo é fator de pior prognóstico, fala a favor de doença avançada do músculo com fibrose Bloqueio de ramo esquerdo raramente ocorre em um coração normal, já bloqueio de ramo direito pode OBS: se houvesse um bloqueio de ramo direito a onda R estaria alargada em V1 e V2 e a onda S invertida em V5 e V6 RX de tórax: Índice cardiotorácico aumentado às custas de ventrículo esquerdo (ponta do coração mergulhando no diafragma). Observa-se que o paciente tem um grande acometimento de músculo, sendo fator de pior prognóstico ECO: VE bastante aumentado e com as paredes finas, este paciente certamente tem uma fração de ejeção reduzida (já não tem mais força de contração) Se a fração de ejeção (FE) for ≤ 35% o paciente é estratificado como alto risco Fração de ejeção diminuída + área cardíaca aumentada no RX o paciente é estratificado como alto risco para arritmia (que pode levar a morte súbita) HOLTER 24h: Taquicardia ventricular SUSTENTADA (quando as extra- sístoles ventriculares ultrapassam 30 segundos) Evolui muito fácil para uma fibrilação, e para evoluir da fibrilação para assistolia é rápido. Se o paciente tiver os achados radiográficos e do ECO citados acima e um Holter como o ao lado vai avaliar se o paciente se enquadra para transplante. Se o paciente não se enquadrar para o transplante, mas for jovem e tiver uma boa expectativa de vida vai ser indicado o cardiodesfibrilador RNM: se for possível deve ser feita uma ressonância para avaliar e quantificar fibrose, avaliar se tem presença de reação inflamatória (o que pode sugerir outra etiologia para a doença). A quantificação da fibrose vai nos dar uma ideia do prognóstico do paciente e pode servir para acompanhar a evolução da doença. TRATAMENTO: OBJETIVOS: Alívio dos sintomas Qualidade de vida Redução da mortalidade NÃO MEDICAMENTOSO: Dieta/ Restrição hídrica Mudança estilo de vida Tabagismo Etilismo Atividade física reduz mortalidade a médio e longo prazo (reabilitação cardiovascular) MEDICAMENTOSO: IECA/ BRA Betabloqueador cardiosseletivo * Espironolactona Hidralazina + nitrato ** Diminui mortalidade REBECA KRUSE MED10 Diuréticos Inotrópicos Antiaritmicos – amiodarona (a depender do estágio diminui mortalidade) Anticoagulantes (pacientes com FA, trombo) *Carvedilol, succinato de metoprolol e bisoprolol. O principal efeito colateral dos betabloqueadores é o broncoespasmo, se o paciente tiver asma leve e precisar usar um betabloqueador pode-se utilizar um destes 3 citados; o mais cardiosseletivo é o bisoprolol ** Usado em pacientes que tem são intolerantes ao uso de IECA/BRA MARCAPASSO RESSINCRONIZADOR: Um eletrodo colocado no VE tem uma ação mecânica e joga o sangue “para frente”. Usado em pacientes que estão na espera por um transplante, que tem contraindicação cirúrgica devido a alguma comorbidade CIRÚRGICO: A depender da causa Transplante CDI: Expectativa de vida >1 ano Usado em pacientes com alto risco para morte súbita Prognóstico: depende totalmente da causa, da idade e do estágio da doença em que o paciente foi diagnosticado DEFINIÇÃO: Doença primária ou secundária do músculo cardíaco que causa rigidez e redução do relaxamento ventricular (disfunção diastólica importante) Vai restringir a diástole, também chamada de síndrome do coração rígido FISIOPATOLOGIA: Redução do enchimento ventricular → Volume diastólico reduzido → Sangue volta para os átrios → Aumento dos átrios → Aumento da pressão dos átrios → IC retrógada EPIDEMIOLOGIA E ETIOLOGIA: Rara – 5% das cardiomiopatias A cardiomiopatia hipertrófica pode fazer este padrão restritivo. Diabéticos tem mais predisposição Hoje em dia se sabe da existência da amiloidose hereditária, pode-se fazer o sequenciamento deste gene e chegar ao diagnóstico No nosso meio é comum casos de endomiocardiofibrose, é uma doença de país de terceiro mundo QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO: Quadro clinico vai ter a presença de sinais de hipertensão venosa (D e E) por levar a uma IC retrógada: Dispneia: principal Hepatomegalia Edema MMII Ascite volumosa OBS: O edema dos membros inferiores é desproporcional a ascite, que é muito volumosa Exame físico: Turgência jugular importante Fibrilação atrial (e os que não estão em fibrilação vão evoluir para isto) A depender do estágio da doença pode ter 3ª bulha (quando dilata, que é a maioria) e/ou 4ª bulha Regurgitação mitral/ tricúspide EXAMES COMPLEMENTARES: RX de tórax: discreta cardiomegalia com átrios aumentados e derrame pleural. É bem característico. ECG: aumento dos átrios; baixa voltagem; FA com o avanço da doença; bloqueios Ecocardiograma: grandes átrios e espessura aumentada do miocárdio. Importante para diagnóstico pois pode sugerir a etiologia. Holter RNM: grande avanço nos diagnósticos etiológicos. Estudo hemodinâmico: feito raramente e em pacientes que vão para cirurgia cardíaca e precisa-se afastar outras doenças. Biopsia endomiocárdica: cada dia está mais em desuso. TRATAMENTO: A depender da etiologia: Clínico SINTOMÁTICO, é uma doença complicada de tratar. Nenhuma das medicações citadas anteriormente reduzem a mortalidade Cirúrgico (retirar a fibrose) Transplante vai depender do prognóstico Prognóstico: depende da causa e do estágio em que o paciente foi diagnosticado REBECA KRUSE MED10 DEFINIÇÃO: Subsituição do VD, podendo acometer VE em até 50% dos casos, por tecido fibrogorduroso; que evolui para fibrose Transmissão genética autossômica dominante (raras formas recessivas) Formas recessiva: doença de Naxo – wolly hair + queratodermia palmoplantar + cardiomiopatia VD Doença dos desmossomos Prevalência: 1/5.000 PATOLOGIA: Parede do VD (pode também ter do VE) com lipossubstituição, o que causa alterações na condução elétrica QUADRO CLINICO: Paciente pode ser assintomático Palpitação IC (a maioria dos pacientes vão dilatar e abrir quadro de IC) Morte súbita – principal causa de morte súbita em jovens na Itália EXAMES COMPLEMENTARES: ECG: Em 30% dos pacientes vai ter a presença da onda épsilon logo após o QRS (setas pretas). Por ser uma doença do VD as alterações vão ser vistas nas derivações da direita (V1 e V2) A grande maioria vai ter uma alteração de repolarização em V1 e V2 ECO RNM: Estes critérios estão entrando em desuso, pois um ECO e uma RNM feitos de maneira correta praticamente fecham o diagnóstico TRATAMENTO: De acordo com o quadro clínico CDI – ainda não é consenso sua indicação para todos os pacientes para prevenção da morte súbita, pois não existe diretriz para se estratificar o risco (de modo geral indica) Prognóstico: Variável
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