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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS INSTITUTO DE FÍSICA LABORATÓRIO DE ENSINO Movimento Retilíneo Uniforme Discentes: Sarah Roberta Sarmento Rosa Siqueira e Nathalia Ketilly dos Santos Moraes Roteiro de Física Experimental 1 Experimento 3 Maceió 2021 Sumário 1 Introdução 2 2 Objetivo 3 3 Material 3 4 Procedimento 4 5 Discussão 6 6 Conclusão 9 7 Referência 10 8 Anexo 10 1 1 Introdução O estudo do movimento sem a preocupação com as causas que o produz, chama-se Cinemática. Na cinemática são definidas grandezas como posição, velocidade e aceleração. A partir das relações entre essas grandezas procura-se compreender o comportamento dos corpos em movimento. Para descrever o movimento de um corpo, primeiramente, toma-se um sistema de referência. A partir desse, define-se uma origem e uma direção positiva. Desse modo o vetor posição desse corpo será (na direção x): (1)𝑟⃗ = 𝑥î Se o corpo muda de posição, tem-se o deslocamento que é definido matematicamente pela variação de posição, ou seja, (2)∆ 𝑟⃗ = 𝑟 − 𝑟𝑖 = (𝑥𝑓 − 𝑥𝑖) = Δ 𝑥î Aqui é o deslocamento.∆ 𝑟⃗ No caso unidimensional é comum usar x para a posição do objeto. Nesse caso não se faz necessário o uso do vetor unitário î para indicar a direção do vetor. A velocidade é a taxa com que varia o deslocamento de um corpo em relação ao tempo. Assim a velocidade média do corpo é dada por: (3)𝑉𝑚 = 𝑥𝑓−𝑥𝑖𝑡𝑓−𝑡𝑖 = ∆𝑥 ∆𝑡 No limite em que Δt vai a zero tem-se a velocidade instantânea, que corresponde ao vetor velocidade. Matematicamente tem-se: (4)⃗𝑉𝑚 = ∆𝑡 0 lim → ∆𝑥 ∆𝑡 Nesse caso temos que a variação de tempo tende a zero, logo x também tenderá a zero, ou seja, ao tomar-se o gráfico de x versus t pode-se perceber que v corresponde à inclinação da reta tangente ao ponto em que é tomado o limite. Em outras palavras v corresponde a derivada temporal de x: (5)𝑣⃗ = 𝑑𝑥𝑑𝑡 Se o movimento do corpo for com velocidade vetorial e ainda em trajetória retilínea tem-se o movimento retilíneo uniforme e a equação que descreve esse movimento é dada pela integração de de x(t0) a x(f) e de t0 a t, respectivamente. Então:𝑣𝑑𝑡 = 𝑑𝑥(𝑡) 2 𝑥(𝑡0) 𝑥(𝑡) ∫ 𝑑𝑥(𝑡') = 𝑣 𝑡0 𝑡 ∫ 𝑑𝑡' ⇒ [𝑥(𝑡) − 𝑥(𝑡0)] = 𝑣[𝑡 − 𝑡0] ⇒ 𝑥(𝑡) = 𝑥(𝑡0) + 𝑣[𝑡 − 𝑡0] Chamando t0 = 0 e x(t0) = x0: (6)𝑥(𝑡) = 𝑥0 + 𝑣𝑡 Com isso, fica provado então a equação da posição em função do tempo, considerando x0 (posição incial) 0 e vcte.≠ Onde x0 é a posição inicial (t = 0 → x = x0) e v é a velocidade. Nesta prática experimental verificaremos a validade dessas relações. 2 Objetivo Investigar o movimento isento de aceleração através de medidas de velocidade e tempo. 3 Material Descrição Quantidade Trilho 120 cm 1 Cronômetro digital multifunção com fonte DC 12 V 1 Sensores fotoelétricos com suporte fixador (S1 e S2) 2 Eletroímã com bornes e haste 1 Fixador de eletroímã com manípulos 1 Chave liga-desliga 1 Y de final de curso com roldana raiada 1 Suporte para massas aferidas – 9 g 1 Massa aferida 10 g com furo central de Ø2,5mm 1 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø2,5mm 2 Massas aferidas 10 g com furo central de Ø5mm 2 Massas aferidas 20 g com furo central de Ø5mm 4 Massas aferidas 50 g com furo central de Ø5mm 2 Cabo de ligação conjugado 1 Unidade de fluxo de ar 1 Cabo de força tripolar 1,5 m 1 Mangueira aspirador Ø1,5” 1 3 Pino para carrinho para fixá-lo no eletroímã 1 Carrinho para trilho cor azul 1 Pino para carrinho para interrupção de sensor 1 Porcas borboletas 3 Arruelas lisas 7 7 Manípulos de latão 13 mm 4 Pino para carrinho com gancho 1 4 Procedimento 1. Montar um arranjo experimental de acordo com o ilustrado na figura 1. Figura 1: Montagem experimental para M.R.U.. Fonte: Instituto de Física - UFAL 2. Realizar conexões do cronômetro aos sensores para as medidas de tempo de acordo com a figura 2. Figura 2: Esquema das conexões do cronômetro com os sensores. Fonte: Referência 2. 3. Ligar o eletroímã à fonte de tensão variável deixando-o em série com chave liga-desliga conforme esquema da figura 2. 4. Colocar o eletroímã em um extremo do trilho onde está o fixador, prendendo o 4 eletroímã nele (Ver em anexo detalhe A). 5. Ajustar a distância entre o pino central sobre o carrinho e o sensor S1 de modo a obter um x0=0,200m. Observe que a medida deve ser tomada do pino central do carrinho ao centro do sensor (Ver em anexo detalhe C). 6. Posicionar o sensor S2, que desliga o cronômetro, a uma distância x=0,300m (posição final) entre o sensor e o pino do carrinho. Note que a distância entre os sensores representa o deslocamento do carrinho Δ x=x – x0. 7. Colocar o Y de final de curso com roldana raiada na outra extremidade do trilho (Ver em anexo detalhe D). 8. Prender ao carrinho o fio de conexão com o suporte de massas aferidas, fixando-o em seguida ao eletroímã e ajustando a tensão aplicada de modo que o carrinho fique na iminência de se mover. 9. Colocar no suporte para massas aferidas na ponta da linha 20 g, totalizando 29 g. (suporte de 9 g + uma massa aferida de 20 g) 10. Selecione a função F1 no cronômetro e em seguida desligue o eletroímã, através da chave liga/desliga, liberando o carrinho. Observação: interromper a queda do suporte com as massas antes do carrinho passar pelo primeiro sensor. 11. Anotar na tabela 1 o tempo indicado no cronômetro. 12. Reiniciar o cronômetro através do botão reset e repetir o procedimento de modo a coletar três medidas de tempo. 13. Reposicionar o sensor S2 aumentando a distância entre os dois sensores em 0,100m (posição final x=0,400m). 14. Repetir o procedimento até completar a tabela 1. 15. Para cada deslocamento (∆x), calcular o tempo médio e a respectiva velocidade desenvolvida pelo carrinho. Ao final, calcule a média da velocidade desenvolvida. Massa Nº x0 (m) x (m) Δx (m) t1 t2 t3 tm vm 29 g 01 0 0,100 0,100 0,245 0,244 0,245 0,244 0,409 02 0 0,200 0,200 0,504 0,506 - 0,505 0,396 03 0 0,300 0,300 0,758 0,764 0,765 0,762 0,393 04 0 0,400 0,400 1,022 1,027 1,034 1,027 0,389 05 0 0,500 0,500 1,314 1,290 1,311 1,305 0,383 Média: 0,394 Tabela 1: Medida de tempo para análise do M.R.U. 16. Aumentar a massa no suporte para 49 g (suporte de 9 g + duas massas aferidas de 20g). Refazer os procedimentos anteriores completando a tabela 2. 17. Determinar a margem percentual de erro para as medidas de velocidade, observando a tolerância de 5% adotada pelo fabricante. 18. Construir um gráfico de x = f(t) (posição final versus intervalo de tempo) usando os 5 dados da tabela 1. 19. Determinar os coeficientes angular e linear do gráfico x = f(t). Coeficiente angular A = Coeficiente linear B = Massa Nº x0 (m) x (m) Δx (m) t1 t2 t3 tm vm 49 g 01 0 0,100 0,100 0,198 0,200 0,201 0,199 0,502 02 0 0,200 0,200 0,408 0,409 0,405 0,407 0,491 03 0 0,300 0,300 0,617 0,622 0,620 0,619 0,484 04 0 0,400 0,400 0,831 0,830 0,830 0,830 0,481 05 0 0,500 0,500 1,047 1,058 1,051 1,052 0,475 Média: 0,486 Tabela 2: Medida de tempo para análise do M.R.U. 20. Comparar o coeficiente linear do gráfico x = f(t) com o valor da posição inicial (x0), Considerando que a tolerância de erro admitida é de 5%. Comente o resultado. 21. Comparar o coeficiente angular do gráfico x = f(t) com o valor da velocidade média (vm) da tabela, considerando que a tolerância de erro admitida é de 5%. Comente o resultado. 22. Escrever a equação horária do movimento do carrinho, x(t) = x0+vt. 23. Construir o gráfico de v = f(t). 5 Discussão Durante a realização do experimento, alguns dados foram tomados: variação do espaço percorrido (Δx), o tempo gasto nesse percurso (t1, t2, t3); após a medição desses dados, alguns outros tornaram-se possíveis de calcular: velocidade média (Vm) e o tempo médio (tm). Como mostrado nas tabelas, o tempo médio e a velocidade média foram calculados, 6 respectivamente, pelas seguintes fórmulas: 𝑡𝑚 = 𝑡1+𝑡2+𝑡33 𝑣𝑚 = ∆𝑥 𝑡𝑚 Como proposto pelo experimento, a velocidade será considerada constantes se as velocidades estiverem com uma margem deerro menor que 5%, então: ● Tabela 1: → Para calcular o desvio: 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = |𝑣𝑚−𝑣1|+|𝑣𝑚−𝑣2|+|𝑣𝑚−𝑣3|+|𝑣𝑚−𝑣4|+|𝑣𝑚−𝑣5|5 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = |0,394−0,409|+|0,394−0,396|+|0,394−0,393|+|0,394−0,389|+|0,394−0,383|5 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 0,015+0,002+0,001+0,005+0,0115 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 0, 0068 → Para calcular o erro percentual: 𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 × 100 𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 0, 0068 × 100 𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 0, 68% ● Tabela 2 Os mesmos cálculos foram realizados com os dados da segunda tabela: → Para calcular o desvio: 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = |𝑣𝑚−𝑣1|+|𝑣𝑚−𝑣2|+|𝑣𝑚−𝑣3|+|𝑣𝑚−𝑣4|+|𝑣𝑚−𝑣5|5 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = |0,486−0,502|+|0,486−0,491|+|0,486−0,484|+|0,486−0,481|+|0,486−0,475|5 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 0,016+0,005+0,002+0,005+0,0115 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 = 0, 0078 → Para calcular o erro percentual: 𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 𝐷𝑒𝑠𝑣𝑖𝑜 × 100 𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 0, 0078 × 100 𝐸𝑟𝑟𝑜(%) = 0, 78% Portanto, é possível afirmar que a velocidade do carrinho manteve-se constante em ambas as tabelas, já que o erro percentual está dentro do esperado pelo fabricante. 7 Gráficos para ambos os momentos (tabela 1 e 2) foram construídos, para melhor visualização dos dados dispostos e o que eles representam. Gráfico 1: Δm x tm, com os dados dispostos na tabela 1. Gráfico 2: Δm x tm, com os dados dispostos na tabela 2. Após a análise dos gráficos, fica fácil notar que o movimento representa-se através de uma reta, já que se trata de um movimento cuja função horária regente é uma equação de grau 1. 8 Ainda nesse sentido, é possível aferir que a direção da reta nos diz algo a respeito desse movimento: ● Reta crescente → velocidade positiva → M.R.U. progressivo ● Reta decrescente → velocidade → M.R.U regressivo Dispostos todos esses dados, fica fácil escrever as equações horárias da posição desses carrinhos em cada um dos momentos propostos (Tabela 1 e Tabela 2) e, ainda, determinar seus coeficientes. Comparando a fórmula geral da equação do primeiro grau com a equação horária da posição do M.R.U.: f(x) = ax + b⇒ x(t) = vt+ x0 a = v = coeficiente angular b = x0 = coeficiente linear da reta Sabendo disso, podemos encontrar e equação horária das duas situações: ● Momento 1 (Tabela 1): x(t) = 0,394t+ 0⇒ x(t) = 0,394t ● Momento 2 (Tabela 2): x(t) = 0,486t+ 0⇒ x(t) = 0,486t 6 Conclusão Como proposto pelo experimento, fica comprovado a existência do Movimento Retilíneo Uniforme, já que a variação das velocidades encontradas foi tão pequena que podem ser desconsideradas e não existe aceleração no movimento. 9 7 Referência ● KELLER, Frederick. Física Volume 1. São Paulo: Pearson Makron Books, 2004. ● Manual de instruções e guia de experimentos Azeheb, Trilho de ar linear. ● Material complementar elaborado pelo Prof. Noelio Oliveira Dantas. ● Pura Física. Cinemática: Gráficos do MRU | Física. 19 mar. 2019. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=7PzV7SUibhs>. Acesso em: 3 dez. 2021. 8 Anexo Detalhe A: Fixador e ajuste do eletroímã. Detalhe B – Fixação do carrinho ao Detalhe C – Ajuste da posição do sensor ao Detalhe D – Roldana com suporte para carrinho. massas. Detalhes da montagem 10
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