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Defeitos do Negócio Jurídico Vontade = elemento fundamental na existência de qualquer negócio jurídico. ● Se inexiste vontade = inexiste o negócio jurídico; ● Se a vontade for viciada = o negócio jurídico é anulável. Se a vontade do agente for viciada, o negócio jurídico apenas existe na esfera fática, na aparência (plano de existência), não tendo qualquer repercussão na esfera jurídica (plano de validade). Prazo para anulação do negócio jurídico: 4 anos. Os vícios podem ser: ● De consentimento: erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo; ● Social: fraude contra credores, simulação. VÍCIOS DE CONSENTIMENTO Ocorrem quando a vontade não é expressa de maneira absolutamente livre. São eles: 1. Erro: auto-engano; ocorre quando o agente emite sua vontade de modo diverso do que manifestaria se tivesse conhecimento completo ou exato dos fatos; deve ser espontâneo; deve ser substancial e escusável. 2. Dolo: o agente é enganado; emprego de artifícios para induzir alguém a praticar ato que o prejudica e aproveita o autor do dolo ou terceiro; presença de intencionalidade. Classificação: - Dolo bonus (tolerável; não induz anulabilidade) e Dolo malus (mais grave; anulável); - Dolo principal (sem ele o negócio não teria se concluído; anulável) e Dolo acidental (não vicia a vontade; não é anulável); - Dolo positivo (cometido por ação dolosa) e Dolo negativo (cometido por omissão de informações); - Dolo de terceiro (art. 148, CC), Dolo do representante legal ou convencional (art. 149, CC) e Dolo de ambas as partes (art. 150, CC; dolo recíproco; não há anulabilidade). 3. Coação: pressão/ameaça que coloca o sujeito em uma situação tal de temor que emite uma declaração de vontade que não corresponde a sua vontade real. Coação moral. Não é coação (art. 153, CC): ameaça de exercício regular de um direito; temor reverencial. - A coação pode ser: - Moral = anulabilidade; - Física = nulidade. - Coação de terceiro (arts. 154 e 155, CC): - Parte que aproveita tem conhecimento da coação = Vicia o negócio jurídico e será solidariamente responsável; - Parte que aproveita não tem conhecimento da coação = Mantém o negócio jurídico e apenas o terceiro será responsabilizado. 4. Estado de perigo: temor iminente e grave de dano moral ou material à pessoa ou algum parente seu, que obriga o contratante a realizar o negócio jurídico, mediante prestação exorbitante (art. 156, CC). 5. Lesão: prejuízo resultante da desproporção existente entre as prestações de um determinado negócio jurídico, em face do abuso da inexperiência, necessidade econômica ou leviandade de um dos declarantes (art. 157). A lesão é objetiva. VÍCIOS SOCIAIS Ocorrem quando a vontade manifestada não tem, na realidade, a intenção pura e de boa-fé que enuncia. 1. Fraude: contra credores: ato de alienação ou oneração de bens, assim como de remissão de dívida, praticado pelo devedor insolvente, ou à beira da insolvência, com o propósito de prejudicar credor preexistente, em virtude da diminuição experimentada pelo seu patrimônio (arts. 158 a 165). 2. Simulação: declaração de vontade falsa; o objetivo é provocar uma ilusão perante terceiros; art. 167. Requisitos: um acordo entre as partes contratantes (acordo simulatório). A simulação é uma declaração enganosa de vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado. Classificação: - Pode ser: - Absoluta (declaração aparente de vontade não visa produzir efeitos jurídicos) ou Relativa (as partes, em conluio, realizam o negócio jurídico diferente do realmente querido); - Maliciosa (prejudicar terceiros ou violar a lei) ou Inocente (o intuito de enganar não afronta a lei ou terceiros). @direito.belle
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