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RESUMO PSICOFARMACOLOGIA @A U G U S T O N A S C I M E N T O P S I Psicofarmacologia Centro Universitário Barão de Mauá Disciplina: Psicofarmacologia Professora: Contato: E-mail: euaugustonascimento@gmail.com Aula: 06 de agosto de 2021. Introdução à farmacologia O que é farmacologia? PHARMAKO = DROGA LOGOS = ESTUDO “É a ciência que estuda as interações entre os compostos químicos e o organismo vivo ou sistema biológico, resultando em um efeito maléfico (tóxico) ou benéfico (medicamento).” “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose”. Paracelso, médico e físico do século XVI. Farmacologia “Estudo dos efeitos dos fármacos no funcionamento de sistemas vivos” Substância química + biológico → Efeito benéfico (tratamento (exemplo, alguém com depressão), diagnóstico (exame de imagem), profilaxia (vacina) & contracepção) ou efeito maléfico (toxicidade); Por que estudar psicofarmacologia? ▪ É importante para o psicólogo saber como os fármacos são desenvolvidos e como atuam nos diversos casos de sofrimento psíquico. ▪ Conhecer os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos. Por exemplo, quando um paciente externar na terapia o incômodo com o excesso de sono causado por alguns tipos de medicamentos. ▪ Os conhecimentos e a postura do psicólogo têm grande importância na adesão das pessoas ao tratamento e em evitar a interrupção. ▪ Dificilmente um tratamento medicamentoso conseguirá de forma isolada extinguir os sintomas dos transtornos psíquicos, mas, em diversos casos, eles são indispensáveis para a qualidade de vida dos pacientes. Possibilitam, inclusive, melhores resultados na psicoterapia. (Criança com déficit de atenção por exemplo). ▪ O psicólogo faz parte do conjunto de profissionais que precisa entender o assunto para atuar com responsabilidade na área de saúde mental (atuação em equipe multiprofissional). Origens da farmacologia • Quando começamos a utilizar substâncias para curar? • Paleolítico (idade da pedra lascada); Emprego de plantas e substâncias de origem animal para curar. • 2100 a.C. Tabletas de Nippur: mais antigo documento farmacêutico conhecido, com quinze receitas medicinais – Mesopotâmia. • 1500 a.C. Papiro de Ebers: manual destinado à estudantes, com 811 prescrições e menção à 700 medicamentos para diferentes doenças (de mordida de serpente à febre puerperal) – Antigo Egito. Baseado na fé, crenças, maus espíritos A única forma de acabar com uma dor de dentes era capturando um sapo à meia-noite e cuspindo em sua boca, pronunciando palavras "curativas". Sangrias: crença era de que o sangue continha o "líquido maligno", que devia ser liberado para a cura do paciente. Concentração no sítio alvo Efeitos Excessiva Tóxicos Máxima permitida Potencialmente tóxicos Ótima Terapêuticos Limiar Parcialmente eficazes Insuficiente Ausentes mailto:euaugustonascimento@gmail.com Psicofarmacologia • 460 – 367 a.C. Hipócrates (Pai da medicina): fundamentos dos tratamentos, grupos de medicamentos (narcóticos, febrífugos e purgantes) – Grécia Antiga. • 129 – 199 d.C. Galeno (Pai da farmácia): criou o primeiro sistema terapêutico racional, fazendo com que a Farmacologia e a Terapêutica passassem de uma arte intuitiva a uma ciência, o que lhe conferiu o título de “Pai da Farmácia” - Roma. No começo do século XIX a maioria dos medicamentos eram de origem natural, de estrutura química e natureza desconhecidas. Após 1940, ocorreu a introdução maciça de novos fármacos, que trouxeram à população possibilidade de cura para doenças até então fatais (doenças infecciosas). A indústria farmacêutica também contribuiu muito para o crescimento da ciência. Elucidação de estruturas químicas associado à síntese de fármacos. Progressão da fisiologia: Mediadores químicos, hormônios, neurotransmissores e mediadores inflamatórios; Comunicação química: Mecanismo de regulação do organismo. FISIOLOGIA+ FARMACOLOGIA Interação entre as substâncias químicas e os sistemas vivos; Conceito de receptores → 1905 Adotado na farmacologia atual Grande impulso na descoberta de novos fármacos Bioquímica → enzimas e descrição de vias bioquímica Compreensão dos efeitos terapêuticos e/ou tóxicos. Prêmio Nobel de medicina ou fisiologia é o único prêmio Nobel que te 2 nomes, pois uma ciência não caminha sem a outra. Parafraseando um pensamento de Einstein sobre a ciência e a religião e readaptando para a farmacologia: “A farmacologia sem a bioquímica é manca, sem fisiologia, é cega”. Prof. Thiago de Melo. Componentes dos comprimidos de hidroxicloroquina podem causar danos ao sistema respiratório; a inalação pode contaminar o ambiente com partículas virais; a absorção é potencializada. “Em qualquer época ou cultura, e em qualquer situação, entre uma não explicação e uma explicação mágica, esta última não nos deixa no caos mental e é por isso preferível – podemos esperar que esta última justifique o uso de medicamentos (inadequados/desnecessários)”. Lévi-Strauss, O Pensamento Selvagem (1970) Droga é toda e qualquer substância, natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas funções, resultando em mudanças fisiológicas ou de comportamento (produz um efeito). Fármaco = Princípio Ativo. ▪ Substância química de estrutura conhecida que pode ser utilizada para diagnóstico, tratamento e profilaxia de doenças. ▪ Substância principal da formulação do medicamento, responsável pelo efeito terapêutico. ▪ Pró-fármaco: fármaco que precisa transformar-se no organismo para se tornar o fármaco (ativo). Ex.: codeína, clopidogrel, enalapril. Remédio vem do latim remedium, aquilo que cura. Remédio é um termo mais amplo que medicamento. ▪ Todo e qualquer procedimento que promova a saúde, podendo haver uso ou não de substâncias químicas. ▪ São todos os recursos utilizados para curar ou aliviar a dor, o desconforto ou a doença. Todo medicamento é um remédio, mas nem todo remédio é um medicamento; Forma farmacêutica: consiste na forma física (sólido, líquido, semissólido, gasoso) em que o medicamento se apresenta para uso. Psicofarmacologia Placebo: • “agradar”(latim); • Substância inativa administrada para satisfazer a necessidade psicológica de um paciente; Medicamento ▪ Forma farmacêutica acabada, contendo o fármaco (um ou mais) e demais componentes (excipientes/veículo). ▪ Excipientes: são substâncias sem efeito terapêutico, mas necessárias para que o produto tenha uma forma física definida (semissólido, líquido ou gasoso), estabilidade, durabilidade, cor, sabor, etc. ▪ Os medicamentos são substâncias ou preparações que se utilizam como remédio, elaborados em farmácias ou indústrias farmacêuticas e atendendo especificações técnicas e legais (ANVISA). ▪ Medicamentos são produtos com a finalidade de diagnosticar, prevenir, curar doenças ou então aliviar os seus sintomas; Exemplos Cloridrato de metformina 850mg + excipiente Controle dos níveis glicêmicos no diabetes Dipirona sódica 500mg + Maleato de clorfeniramina 2mg + Cafeína 30mg + excipiente Alívio dos sintomas da gripe e resfriados 3mg de drospirenona + 0,02mg de etinilestradiol + excipiente Prevenir uma gravidez indesejada Medicamento ▪ Alopáticos – cura pelo contrário (antibacteriano) ▪ Fitoterápicos - produzidos à base de plantas medicinais ▪ Homeopáticos – cura pelo semelhante Medicamento de referência ▪ Medicamento inovador que possui marca registrada, com qualidade, eficácia terapêutica e segurança comprovadas por meio de testes científicos na ocasião do registro. ▪ São considerados parâmetros referência de eficácia terapêutica,segurança e qualidade para o registro de outros medicamentos após a quebra de patente, constituídos dos mesmos fármacos, nas demais categorias (genéricos e similares). Medicamento genérico ▪ Mesmo fármaco, dose e forma farmacêutica do medicamento de referência. Administrado pela mesma via e com indicação terapêutica idêntica. ▪ É igual ao medicamento de referência, possui qualidade, eficácia terapêutica e segurança comprovadas por testes científicos (bioequivalência e biodisponibilidade). ▪ É equivalente ao medicamento de referência, não havendo qualquer diferença entre eles. ▪ Não possui nome de marca, somente a denominação química de acordo com a Denominação Comum Brasileira (DCB) – nome do princípio ativo. Bioequivalência & biodisponibilidade ✓Biodisponibilidade • É uma medida da extensão do fármaco que atinge a circulação sistêmica e fica disponível no local de ação. (A quantidade de medicamento que chega no sangue). • Mesma biodisponibilidade no organismo → eficácia clínica é considerada comparável. ✓Bioequivalência • Dois medicamentos são considerados bioequivalentes quando possuem a mesma biodisponibilidade. ✓Equivalência Farmacêutica • Comprovação de que ambos contêm o mesmo fármaco (mesma base, sal ou éster da mesma molécula terapeuticamente ativa), na mesma dosagem e forma farmacêutica, o que pode ser avaliado por meio de testes in vitro; Medicamento similar ▪ Identificados por um nome de marca (nome comercial). ▪ Mesmo fármaco, dose e forma farmacêutica do medicamento de referência. Administrado pela mesma via e com indicação terapêutica idêntica. ▪ Antigamente, não precisavam passar por testes de bioequivalência e biodisponibilidade (até a resolução nº 134/2003, em vigor após 2013). Psicofarmacologia ▪ Pode diferir do referência somente em características relativas a tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipiente e veículos. Dose: quantidade a ser administrada de uma só vez, para produzir os efeitos terapêuticos desejados. ✓ Dose mínima; ✓ Dose máxima; ✓ Dose tóxica; ✓ Dose letal. Dose letal 50 (DL50): a concentração de um substância química capaz de matar 50% da população de animais testados (mede-se em mg da substância por kg de massa corporal do animal testado). Posologia Estudo das doses. Posologia diz respeito ao modo de usar, ou seja, à quantidade, frequência e tempo pelo qual o medicamento será administrado. Reação adversa Resposta nociva e não-intencional ao uso de medicamentos e que ocorre em doses normalmente utilizadas em seres humanos para a profilaxia, diagnóstico ou tratamento de doenças; Evento adverso Qualquer ocorrência médica desfavorável apresentada por um paciente (incidente que resulta em dano à saúde). Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado ou resultou em dano desnecessário à saúde. Eventos adversos Paciente sem histórico de alergia à vancomicina. Recebeu uma dose regular de vancomicina e apresentou grave reação alérgica (RAM?). Erros de medicação Vancomicina dada na dose de 1000 mg, em vez dos 500 mg indicados. O paciente nada sofreu (RAM?) → Erro de medicação, mas que não resultou em incidente. Vancomicina dada na dose de 1000 mg, em vez dos 500 mg indicados. O paciente apresentou reação alérgica (RAM?). → Evento adverso resultante de um erro de medicação. Paciente com histórico de alergia à vancomicina. Recebeu uma dose regular de vancomicina e apresentou grave reação alérgica (RAM?) → decorrente ao erro de medicação e reação adversa, a equipe médica precisaria estar mais atenta nesse caso. Eficácia Capacidade do medicamento atingir o efeito terapêutico visado em circunstâncias ideais e controladas. → Quando estamos conduzindo um ensaio clínico, temos controle de quem está participando da pesquisa, ou seja, é um medicamento eficaz. Efetividade Capacidade do medicamento atingir o efeito terapêutico visado no “mundo real”. → Quem vai utilizar o medicamento é quem tem outras doenças, obesos, e afins, se continuar sendo eficaz, torna-se efetivo. Eficiência O medicamento é efetivo e economicamente vantajoso. → é aquele que funciona e a população tem acesso. Segurança Reduzir a um mínimo aceitável, o risco de dano desnecessário associado ao uso do medicamento. → Causa poucas reações adversas. Psicofarmacologia Aula: 10 de agosto de 2021. Participar do fórum. Novos fármacos e pesquisa clínica Desenvolvimento químico e farmacêutico: Modelagem molecular Síntese Purificação Formulação; Estudos em animais: Submissão de pedido de novo fármaco para agência reguladora; Estudos em humanos: Fase I Fase II Fase III Fase IV. Estudos farmacológicos: Fornecem as primeiras informações sobre o potencial terapêutico do medicamento e o seu modo de ação, bem como sobre possíveis efeitos secundários, efeitos adversos sobre os sistemas vitais (sistema nervoso central cardiovascular e respiratório), e interações com outros medicamentos em termos de ação farmacológica Fase pré-clínica: abrange os estudos farmacológicos, qual é o mecanismo de ação do medicamento, quais são os efeitos adversos? Ficou bom de algo e piorou de outro? Nesta fase começam os estudos da farmacocinética. Estudos de farmacocinética Fornecem informações sobre a absorção, distribuição, metabolismo, excreção, inibição ou indução enzimática, e interações em termos de farmacocinética com outros medicamentos. Estudos toxicológicos Os estudos toxicológicos incluem estudos para avaliação de toxicidade geral (aguda a crônica), mutagenicidade, carcinogenicidade, toxicidade sobre a função reprodutora e risco de desenvolvimento de malformações fetais, entre outros. DL50: dose letal 50; Os estudos servem para mostrar os efeitos toxicológicos no medicamento que está sendo produzido. Estudo in vitro e em animal, é um ensaio pré-clínico. Ao mudar a indicação clínica, precisa refazer os testes de eficácia, segurança a qualidade para outra indicação clínica. Revisão sistemática: procura tudo o que tem publicado sobre um assunto, e resume tudo em um único artigo. Os dados de segurança obtidos nesses estudos dão suporte às fases I, II e III da Pesquisa Clínica. Estudos clínicos – Fase I Estudo da toxicidade e segurança do medicamento Pequeno grupo de humanos sadios. Objetivos • Determinar uma dose aceitável, isto é, que possa ser dada sem causar reações adversas sérias. • Estudos do metabolismo (forma como o medicamento vai ser eliminado do corpo). • Estudos de biodisponibilidade (quantidade da substância ativa que vai agir no organismo). ➔ Vai avaliar a toxicidade aguda e crônicas em pessoas sadias. Determina ➢ Maior dose tolerável ➢Relação dose/efeito ➢ Duração do efeito ➢ RAM (Reação adversa ao medicamento) Estudos clínicos – Fase II Estudo da eficácia e segurança do medicamento Pequeno grupo de humanos doentes. Objetivo São os estudos iniciais sobre a eficácia do medicamento, realizados em um pequeno número de pacientes com a doença pesquisada. ➔ Continua avaliando a segurança. Psicofarmacologia ➔ Eficácia e tolerabilidade; ➔ Pacientes com a doença; ➔ Efetividade; ➔ Grupo menor de pessoas, não é uma população tão grande. Estudos clínicos – Fase III Comprovação da eficácia do medicamento Maior grupo de humanos doentes. Objetivo • É a avaliação propriamente dita, em um número maior de pacientes, da eficácia do novo tratamento. • Nesta fase, ocorrem os ensaios clínicos aleatorizados controlados (cegos ou duplo-cegos). • A fase III é a forma mais rigorosa de investigação clínica de um novo tratamento.➔ Estudo controlado, duplo cego, + de 300 pessoas, pessoas que tem a doença que está tentando ser tratada. Estudos clínicos – Fase IV Vigilância pós- comercialização Objetivo • É a fase de vigilância pós-comercialização (postmarketing surveillance). • Esta fase é conduzida após o fármaco ter sido aprovado para a distribuição ou comercialização (no caso do Brasil, pela ANVISA; no caso dos EUA, pelo Food and Drug Administration, FDA). • É uma espécie de monitoração, que visa ao estudo de efeitos adversos mais raros do novo tratamento e dos seus efeitos a longo prazo. ➔ Continua sendo eficaz? ➔ É uma forma de monitorar a eficácia do medicamento. Pré-clínico: segurança Fase I: segurança Fase II: segurança e eficácia Fase III: segurança (RAM) e eficácia Fase IV: Segurança & efetividade. Sempre foi uma preocupação? O primeiro relato foi em: 1848 Éter como anestésico em uma jovem de 15 anos antes de uma cirurgia – fibrilação atrial. Solicitação da LANCET para reportar os riscos associados ao éter. 1937 Xarope de sulfanilamida (glicerina por dietilenoglicol). 107 mortes. 1938 EUA passam a exigir testes de toxicidade pré- clínica. 1950 Anemia aplásica por cloranfenicol. 1961 Evento mais importante envolvendo segurança de medicamentos. Talidomida ▪ Comercializado em 1957 por empresa Alemã (Chemie Grunenthal); ▪ Indicações: insônia, irritabilidade, hipertireoidismo doenças infecciosas, náusea e enjôo; ▪ Não apresentava teratogenicidade em camundongos. 1961: Pediatra alemão estabeleceu a relação causal entre o uso de talidomida no primeiro trimestre de gestação e malformação congênita (focomelia). Após a talidomida... ▪ 1962: Nos EUA o FDA exige provas de segurança pré-clínica (farmacológica e toxicológica) antes dos estudos clínicos (New Drug Application) ▪ Exigência de apresentação de extensos estudos pré-clínicos, clínicos, farmacológicos e toxicológicos. • Ensaios clínicos controlados • Notificações de eventos adversos No Brasil, quem regulamenta é a ANVISA. Psicofarmacologia • Testar medicamentos já existentes (reposicionamento de fármacos): pulamos direto para a fase II. • Situações de emergência: testar e animais e humanos ao mesmo tempo (surto de pólio em 1960, ebola em 2010 e covid-19 em 2020) , pular teste em animais, começar a produzir antes de finalizar os ensaios (butanvac). Quanto tempo demora para desenvolver uma vacina? ▪ A vacina contra a Covid-19 – a mais rápida da história. ▪ Normalmente, uma vacina leva de 8 a 10 anos para ser desenvolvida. Referências Bibliográficas: • Rang HP, Dale MM. Farmacologia (2007) • Katzung B. Farmacologia básica e clínica (2014) • Penildon Silva. Farmacologia (2006) • Golan DE. Princípios de Farmacologia. A base fisiopatológica da farmacoterapia (2009) • Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica (2010). Aula: 13 de agosto de 2021. Conceito de farmacocinética e etapa de absorção do fármaco Primeira etapa – liberação e dissolução do princípio ativo ▪ Fase biofarmacêutica: é a separação do fármaco do veículo/excipiente. ▪ Esta fase é responsável por deixar o fármaco disponível para a absorção. Está intimamente relacionada com a forma farmacêutica (comprimidos, cápsulas, líquidos). Fase Biofarmacêutica 1. Desintegração: Fragmentação da forma farmacêutica em partes menores 2. Desagregação: Redução a partículas menores ainda 3. Dissolução: Partículas do fármaco em tamanho molecular (soluto) dispersas entre as moléculas do solvente. 4. Absorção: Passagem de uma substância do seu local de administração para o plasma. Fase biofarmacêutica ✓Liberação do fármaco ✓Interação no local de administração Fase farmacocinética ✓Absorção ✓Distribuição ✓Biotransformação ✓Excreção Fase farmacodinâmica ✓Interação fármaco-receptor / sítio de ação Farmacocinética é o estudo da disposição sistêmica de um fármaco no corpo ao longo do tempo → absorção, distribuição, metabolismo (biotransformação) e eliminação (caminho percorrido pelo fármaco no organismo). Farmacodinâmica é o estudo das ações biológicas de dado fármaco nos vários órgãos (“o que o fármaco faz ao corpo”/mecanismo de ação). A farmacologia estuda as relações entre um composto químico e o seu uso com finalidade terapêutica. Ao orientar um paciente sobre a terapia farmacológica para o tratamento da depressão, você descreve sucintamente a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção dos antidepressivos orais. Qual o princípio da farmacologia envolvido? A. Farmacocinética. B. Farmacodinâmica. Psicofarmacologia C. Farmacoterapia. D. Farmacoeconomia E. Farmacoepidemiologia ▪ Farmacocinética: estudo do que o organismo faz com o fármaco (absorção, distribuição, metabolismo/biotransformação, excreção). ▪ Farmacodinâmica: estudo bioquímico e fisiológico dos mecanismos de ação e dos efeitos farmacológicos do fármaco, isto é, o que o fármaco faz com o organismo. ▪ Farmacoterapia: emprego dos fármacos no tratamento das doenças. ▪ Farmacoepidemiologia: efeito dos fármacos nas populações. ▪ Farmacoeconomia: estuda a relação custo X efetividade/custo X benefício dos medicamentos. Qual é o ramo da farmacologia que estuda o modo de ação dos fármacos nos organismos vivos? A. Reações adversas. B. Farmacocinética. C. Farmacodinâmica Para a maioria dos fármacos administrados oralmente, os processos que determinarão o decurso de sua disposição sistêmica são a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção (ADME). Nem todos os fármacos precisam passar por todas as etapas. Apenas fármacos tópicos com efeito sistêmico passam pelas etapas da farmacocinética Protetor solar com rápida absorção??? Rápida espalhabilidade, o efeito deve ser restrito à epiderme. Princípios básicos da farmacocinética Fase biofarmacêutica ✓Forma farmacêutica ✓Via de administração ✓Desintegração da formulação ✓Dissolução do princípio ativo Psicofarmacologia Centro Universitário Barão de Mauá Disciplina: Psicofarmacologia Professora: Profa. Dra. Maria Olívia Barboza Zanetti Contato: E-mail: euaugustonascimento@gmail.com Aula: 06 de agosto de 2021. Princípios de farmacodinâmica – Parte 1 Conteúdo da aula Aprendido? Princípios básicos de farmacodinâmica Farmacocinética X Farmacodinâmica; Conceitos de receptores; Afinidade, potência e eficácia; Curva Dose X Resposta. O que é a farmacocinética? É aquilo que o organismo faz sobre o fármaco. Qual o caminho que o fármaco faz sobre o organismo. O que é a farmacodinâmica? É aquilo que o fármaco faz sobre o organismo. Qual a resposta que aquele fármaco provoca?, está relacionado com os mecanismo de ação. A farmacodinâmica é a área da farmacologia que estuda os mecanismos de ação dos fármacos, assim como sua interação com o alvo farmacológico, como ele se liga ao alvo. Onde o fármaco vai atuar? ▪ Porque tomamos dipirona, se estamos com dor muscular? ▪ Como um antibacteriano mata uma bactéria sem prejudicar o paciente? ▪ Como é possível administrar um medicamento por via oral e este cessar a dor de cabeça? ▪ Como o dorflex sabe qual parte do corpo está doendo? As moléculas do fármaco possuem uma estrutura que faz com que elas se liguem apenas no alvo molecular específico. Do mesmo jeito que a chave só abre uma fechadura! ▪ É porque o ativo que o fármaco possui, tem afinidade com receptores da área que precisa atuar, por meio do seu alvo farmacológico; ▪ Quanto mais específico o fármaco for para um determinado receptor, melhor! ▪ Menos reações adversas ele irá causar. Interação fármaco-receptorSítio de ligação: local de ligação do fármaco com o receptor. Fatores que influenciam a interação: hidrofobifidade, hidrofilicidade, pka, dos aa próximos ao sítio de ligação, estereoquímica do fármaco. Em azul é o fármaco e por fora é o esquema de uma proteína. O fármaco encaixa- se corretamente, precisa desse encaixe perfeito, para que assim ele consiga produzir uma resposta e consecutivamente tenha uma ação. --------------------------------------------------------------------- Se analisarmos a estrutura química, cada elemento do fármaco vai ter uma interação química com alguma região daquele receptor, por esse motivo que se encaixa, além do tamanho favorecer, o formato favorecer, temos também locais/estruturas químicas no receptor que fazem ligações químicas com o fármaco. mailto:euaugustonascimento@gmail.com Psicofarmacologia As moléculas (p. ex., fármacos, hormônios e neurotransmissores) que se ligam ao receptor são denominadas ligantes. ➢ Um fármaco é um ligante, mas um hormônio também é um ligante, hormônio se ligando a um receptor; Os fármacos são moléculas que interagem com componentes moleculares específicos de um organismo, produzindo alterações bioquímicas e fisiológicas dentro desse organismo. Os receptores de fármacos são macromoléculas (geralmente proteínas ou glicoproteínas) que, por meio de sua ligação a determinado fármaco, medeiam essas alterações bioquímicas e fisiológicas. Onde os receptores ficam localizados? • Na superfície da membrana plasmática; • No citosol da célula; • No núcleo da célula. A maioria dos fármacos ligam-se à receptores celulares e iniciam reações bioquímicas que alteram um processo fisiológico. Fármacos não CRIAM efeitos no organismo, eles MODIFICAM uma função já existente! Alvo para ação dos fármacos ▪ Até o início do século 19, a ação da substância devia-se às “forças vitais” (mágicas). ▪ Ehrlich sugeriu que a ação de uma substância depende de interações químicas convencionais entre a substância e o tecido. “A substância não irá funcionar, a não ser que esteja ligada” Teoria dos receptores “As moléculas de um fármaco devem exercer alguma influência química em um ou mais constituintes das células para produzir uma resposta”. Fármaco + Sítio Alvo (receptor) = Alterações bioquímicas e fisiológicas → efeitos biológicos. A maioria dos fármacos interagem com seus alvos por meio de diversas ligações químicas diferentes. Tipos de ligação fármaco-receptor: ▪ Força de van der Walls ▪ Ligações de hidrogênio ▪ Ligações iônicas ▪ Ligações covalentes (a mais difícil de ser desfeita). Alvos moleculares de ação dos fármacos Receptores Acoplados a proteína G; Ligados a canais iônicos; Ligados a tirosina quinase; Nucleares. Canais iônicos Cálcio, Sódio, Cloreto. Enzimas Acetilcolinesterase, ECA, ciclooxigenase. Carreadores Recaptador de seratonina. Psicofarmacologia Força relativa de ligações entre receptores e fármacos ▪ Van der Walls + ▪ Hidrogênio ++ ▪ Iônicas +++ ▪ Covalentes ++++ “A ligação fármaco–receptor raramente é produzida por um único tipo de interação; na verdade, é uma combinação dessas interações de ligação que proporciona ao fármaco e a seu receptor as forças necessárias para formar um complexo fármaco– receptor estável”. As bolsas de ligação dos receptores são altamente específicas, e pequenas alterações no fármaco podem ter um acentuado efeito sobre a afinidade da interação fármaco–receptor (ex.: metabolismo de fármacos). Afinidade: é a facilidade que o fármaco tem para conseguir se encaixar no receptor. Relações entre estrutura e atividade Tanto a afinidade do fármaco pelo seu receptor como a eficácia são determinadas pela sua estrutura química. Pequenas alterações na molécula do fármaco → Grandes alterações nas propriedades farmacológicas. Por isso não deve-se tomar medicamento vencido, pois pode haver alterações químicas naquele fármaco, houve reações que mudou a estrutura do fármaco. Afinidade fármaco-receptor: São as características do fármaco que determinam a ligação específica com o receptor: • Tamanho molecular • Carga elétrica • Formato Afinidade: Capacidade de “encaixe” ao sítio do receptor, mede a força da união química entre o fármaco e o seu sítio de ação específico. Especificidade: capacidade do fármaco se ligar somente a um receptor específico. Ex.: Fármacos agonistas beta inespecíficos conseguem se ligar em qualquer beta, e isso faz com que ele não seja específico. ➔ Propranolol - se liga em beta 1 (coração) e beta 2 (pulmão). Por exemplo: os quimioterápicos, em tratamento para câncer, se ligam em qualquer beta. Se ligam em outros receptores do nosso organismo e causam vários efeitos adversos por serem pouco específicos. Seletividade: é o grau em que um fármaco age em um dado local do organismo em relação a outros locais. Ex.: opioides são muito específicos, contudo muito pouco seletivos, pois existem vários receptores em várias partes do organismo com diferentes ações (respiratória, analgesia, etc.). Ação do fármaco em receptor presente na maioria das células (baixa seletividade) → seus efeitos serão disseminados. Constipação, pacientes que tomam altas quantidades de opioides, temos vários opioides em muitos lugares do organismo. Não fica concentrado em um local só. Transdução do sinal Estado dos receptores: ▪ Ambos os receptores existem em estado de equilíbrio entre si. ▪ Quando o receptor se liga ao fármaco, o equilíbrio se desloca para a direita, para produzir o efeito biológico. ▪ Os fármacos atuam como sinais, e seus receptores atuam como detectores de sinais. ▪ Vários receptores sinalizam o reconhecimento de um ligante iniciando uma série de reações que no final resultam em uma resposta intracelular específica. Psicofarmacologia Complexo fármaco-receptor: As células têm diferentes tipos de receptores, cada qual específico para um ligante particular e produzindo uma resposta única. Quando o fármaco se liga ao receptor a resposta pode ser: ▪ Abertura ou fechamento de um canal iônico. ▪ Ativação de um segundo mensageiro: • cAMP, cGMP, Ca++, inositol fosfatos, etc. • Inicia uma série de reações químicas. ▪ Ativação da função celular (contração de um músculo, início/perpetuação de um potencial de ação, liberação de neurotransmissores ou hormônios, indução de síntese de proteínas, abertura de um canal iônico, etc). ▪ Inibição da função celular. Interação fármaco-receptor: • Clark: o aumento da concentração do fármaco, aumenta a sua ligação com o receptor. Teoria da ocupação O efeito é proporcional ao n° de receptores ocupados. Portanto, o efeito será máximo quando houver 100% dos receptores ocupados por fármacos. Clarck introduziu o conceito de Efeito Máximo Contração da musculatura (ventrículo cardíaco e reto abdominal de rã) pela ACh Efeito Farmacológico observado → Efeito máximo “ Quando 100 % dos receptores estiverem ocupados, observa-se o efeito máximo do fármaco” Faz sentido, mas: ▪ Não explica o porquê que determinados fármacos não atingem efeito máximo, mesmo com o aumento da concentração; ▪ Não justifica como um fármaco, após ligado ao receptor, não produz qualquer efeito; ▪ Há fármacos que produzem o efeito máximo antes de ocuparem todos os receptores disponíveis. Teoria De Ariëns Interação fármaco-receptor: Para que um fármaco desencadeie um efeito não é suficiente somente a formação do complexo fármaco- receptor (FR), mas são necessários: ▪ Ter afinidade com o receptor (“encaixe”); ▪ Ter capacidade de ativar o receptor (atividadeintrínseca). L + R → LR → estímulo efeito Afinidade → Atividade Intrínseca A afinidade se traduz na potência de determinado fármaco; Potência é a quantidade do fármaco necessária (dose) para produzir um efeito de uma dada intensidade. ✓ Um fármaco que se encaixa mais direitinho, ele precisa de quantidades menores para atingir um efeito x, um fármaco que se liga, mas o encaixe não é tão certinho, precisa de quantidades maiores de doses, para produzir o mesmo efeito x. A atividade intrínseca se traduz em eficácia. Eficácia é a habilidade do fármaco em provocar resposta farmacológica quando interage com o receptor. Algum fármaco possui ligação e não produz nenhum efeito? ▪ Antagonistas: antídotos. ▪ Funciona como se fosse uma tampa, somente bloqueia o receptor, ou seja, não se liga a outras substâncias. Psicofarmacologia Atividade intrínseca (): pode variar de 0 a 1 ▪ = 0 não ativa o receptor: nenhum efeito ▪ = 1 ativação máxima: efeito máximo ▪ 0 < < 1 = ativação intermediária do receptor: efeito parcial. → promove resposta, mas não é máxima. ▪ Agonistas total = 1 ▪ Antagonista = 0 ▪ Agonista parcial 0 < < 1 Curva dose-resposta: Gráfico que relaciona a concentração do fármaco (dose) no seu local de ação e a intensidade do efeito farmacológico produzido. Permite: • Conhecer a potência de um fármaco e comparar a potência entre fármacos; • Conhecer a eficácia de um fármaco e comparar a eficácia entre fármacos. Potência: Concentração em que o fármaco produz 50% de sua resposta máxima (EC 50%). Eficácia: • Estado em que a sinalização mediada pelo receptor torna-se máxima (quantidade adicional do fármaco não irá produzir nenhuma resposta adicional). • Esse estado é habitualmente alcançado quando todos os receptores estão ocupados pelo fármaco. • Entretanto, alguns fármacos são capazes de produzir uma resposta máxima quando menos de 100% de seus receptores estão ocupados. Bibliografia: • Rang HP, Dale MM. Farmacologia (2007). • Golan DE. Princípios de Farmacologia. A base fisiopatológica da farmacoterapia (2009). • Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica (2010). Psicofarmacologia Fisiologia do Sistema Nervoso ▪ O sistema nervoso é o conjunto de órgãos que têm a capacidade de captar mensagens e estímulos do ambiente, "interpretá-los" e "arquivá-los", além de elaborar respostas, se solicitadas. ▪ É considerado uma rede de comunicações do organismo cujas respostas podem ser dadas na forma de movimentos, sensações ou constatações. Neurônio • Corpo celular; • Núcleo celular; • Dendritos (prolongamentos numerosos e curtos do corpo celular, receptores de mensagens); • Axônio (prolongamento que transmite o impulso nervoso vindo do corpo celular); ▪ É a célula do sistema nervoso responsável pela condução do impulso nervoso. ▪ Há cerca de 86 bilhões de neurônios no sistema nervoso humano. ▪ É constituído pelas seguintes partes: ▪ Neurônios → milhares de conexões sinápticas. ▪ Sinapses → impulso elétrico que passa de um neurônio para o outro. • Confere ao sistema nervoso uma complexidade diferente daquela observada em qualquer outro sistema orgânico. • Medeiam funções que incluem desde reflexos primitivos até a linguagem, o humor e a memória. Potencial de ação (PA) ▪ A neurotransmissão também depende de um potencial de ação (PA) - impulso nervoso. ▪ A corrente de Na+ para dentro da célula domina a fase inicial (de despolarização) do PA, enquanto a corrente de K+ para fora da célula domina a fase tardia (de repolarização). ▪ O PA se caracteriza por uma rápida despolarização inicial (produzida pela corrente de Na+ rápida para dentro da célula), seguida de repolarização prolongada (causada por uma corrente de K+ mais lenta e mais sustentada para fora da célula). Importante: sempre que um potencial de ação for passar, ele precisa despolarizar aquela célula específica. Alguns medicamentos impedem a despolarização e a condução do impulso nervoso. • Para voltar ao normal, exige a ação das bombas de sódio e potássio. • Reestabelecem o estado inicial do potencial de repouso; ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Psicofarmacologia Transmissão do impulso nervoso: sinapse química Neurotransmissores Substância química liberada pela terminação nervosa. Interage com seus receptores, estimulando ou inibindo a célula. Funções: • Contração e relaxamento muscular; (sistema nervoso periférico somático); • Secreção ou inibição de substâncias; • Estimulação da produção de enzimas e hormônios; • Regulação do SNC; (rede de diferentes neurotransmissores) • Regulação de nossos movimentos, comportamento. (aumento ou redução dos neurotransmissores provocam algumas doenças). Os neurotransmissores convencionais podem ser divididos em dois grupos principais: as pequenas moléculas neurotransmissoras e os neuropeptídeos. Moléculas pequenas • Aminoácidos • Aminas biogênicas • Acetilcolina • Purinérgicos Moléculas grandes • Neuropeptídeos Aminoácidos neurotransmissores: • Glutamato • Aspartato • Ácido γ-aminobutírico (GABA) • Glicina Aminoácidos ácidos → glutamato e aspartato → excitatórios Aminoácidos neutros → GABA e glicina → inibitórios → Ambos promovem a condução de impulsos nervosos! O gaba é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central! Psicofarmacologia Neurotransmissores de aminas biogênicas • Norepinefrina • Dopamina • Epinefrina • Serotonina • Histamina São utilizadas para modular funções complexas do SNC, como estado de alerta e consciência. Todas as aminas biogênicas são sintetizadas a partir de precursores de aminoácidos (aminoácidos descarboxilados). Podem ser divididas em três categorias: ▪ Catecolaminas (dopamina, norepinefrina e epinefrina) → derivadas da tirosina. ▪ Serotonina → triptofano. ▪ Histamina → histidina Neurotransmissores purinérgicos ATP e adenosina, que são nucleotídeos e nucleosídeos. ▪ A acetilcolina, que não se encaixa em nenhuma das outras categorias estruturais, mas é um neurotransmissor fundamental nas junções neuromusculares (onde os nervos se conectam com os músculos), nos gânglios e no SNA parassimpático. Neuropeptídeos ▪ Peptídios neuroativos: são compostos por três ou mais aminoácidos e são maiores que as pequenas moléculas transmissoras. • Também exercem ações endócrinas, autócrinas e parácrinas. ▪ Principais exemplos de famílias de peptídios neuroativos • Opioides, taquicininas, secretinas, insulinas e as gastrinas ▪ Receptores de opioides → amplamente distribuídos em áreas da medula espinal e do cérebro envolvidas na sensação de dor • Principais alvos farmacológicos dos analgésicos opióides, como a morfina e de algumas drogas de abuso, como aheroína. ____________________________________________ ____________________________________________ ____________________________________________ Metabolismo e Recaptação dos Neurotransmissores ▪ Uma sinapse apenas pode funcionar efetivamente se há alguma maneira de "desligar" o sinal uma vez que ele foi enviado. A terminação do sinal deixa que a célula pós-sináptica retorne ao seu potencial de repouso normal, pronta para a chegada de novos potenciais de ação. ▪ Após a neurotransmissão, a fenda sináptica deve ser liberada de neurotransmissores. O neurotransmissor pode ser quebrado por uma enzima, reabsorvido pelo neurônio pré-sináptico, ou pode simplesmente se difundir. ▪ Acima representação de um neurônio pré-sináptico e pós-sináptico; ▪ Atuará na promoção de um novo potencial de ação; ▪ Recaptação; ▪ Alguns neurotransmissores podem sofrer degradação de enzimas, existem na região enzimas que podem quebrar o neurotransmissor; ▪ Pode acontecer também do neurotransmissor se difundir para longe, por exemplo, sai da fenda sináptica. Alguns fármacos e drogas atuam nestes mecanismos. Exemplos: ▪ A acetilcolinesterase é uma enzima responsável pela degradação da acetilcolina. Alguns inseticidas matam insetos por inibir uma enzima que quebra o neurotransmissor acetilcolina. Psicofarmacologia ▪ Os efeitos psicotrópicos da cocaína provêm da capacidade dessa droga de inibir a recaptação de dopamina e norepinefrina no cérebro. ▪ O benefício terapêutico dos antidepressivos, como a fluoxetina, resulta da inibição da recaptação de serotonina. Divisão Anatômica do Sistema Nervoso Sistema Nervoso Central (SNC) ▪ O SNC transmite e processa sinais recebidos do sistema nervoso periférico; o processamento resulta em respostas que são formuladas e retransmitidas à periferia. ▪ O SNC é responsável por funções importantes, como: • Percepção — incluindo processamento sensitivo, auditivo e visual • Estado de vigília • Linguagem • Consciência ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ ___________________________________________ Sistema Nervoso Periférico (SNP) Constituído por: • Nervos • Gânglios nervosos • Terminações nervosas (receptores para dor, tato, frio, pressão, calor, paladar, etc). ▪ Nervos: finos filamentos formados por vários axônios de neurônios envolvidos por tecido conjuntivo. ▪ Gânglios nervosos: estruturas constituídas por aglomerados de corpos celulares de neurônios situados fora do sistema nervoso central. Eles aparecem como pequenas dilatações em certos nervos. ▪ SNP • Utiliza apenas dois neurotransmissores: - Acetilcolina (parassimpático, simpático e somático – neurônios colinérgicos) - Norepinefrina (simpático – neurônios adrenérgicos) ▪ SNC • Utiliza uma ampla variedade de neurotransmissores. Sistema Nervoso Somático (dentro do periférico) ✓Controla a função de órgãos que são passíveis de controle voluntário - Controla a função do músculo esquelético; ✓Fibras motoras formadas por apenas 1 neurônio que é chamado de neurônio motor. ✓ O corpo do neurônio está localizado no tronco encefálico ou na medula, seu axônio está localizado no sistema nervoso periférico e no nervo → faz sinapse com o órgão efetor → músculo esquelético. Sistema Nervoso Autônomo O coração, respiração, tudo que não controlamos. ✓Fibras motoras formadas por dois tipos neurônios: ✓Um neurônio pré-ganglionar e um neurônio pós- ganglionar. ✓O neurônio pré-ganglionar tem o corpo no sistema nervoso central → emite o seu axônio que vai fazer sinapse em um gânglio, onde está localizado o corpo do neurônio pós-ganglionar → neurônio pós- ganglionar emite o seu axônio que vai fazer sinapse com o órgão efetor. ___________________________________________ ___________________________________________ Psicofarmacologia Divisão funcional do Sistema Nervoso Periférico (SNP) SOMÁTICO SNP → respostas voluntárias que resultam da contração de músculos esqueléticos. (nós conseguimos controlar os movimentos, por exemplo); AUTÔNOMO SNP → respostas involuntárias resultantes da contração da musculatura lisa e cardíaca. (nós não conseguimos controlar, o organismo faz sozinho); O autônomo é divido em: SIMPÁTICO → Estimula ações que mobilizam energia (resposta a situações de estresse) – Luta e fuga. PARASSIMPÁTICO → Estimula principalmente atividades relaxantes – Repouso e digestão. Sistema Nervoso Autônomo Simpático e Parassimpático → Agem em conjunto na manutenção da homeostase. → A maioria dos efeitos são antagónicos. Psicofarmacologia @augustonascimentopsi
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