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CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CECY CIALDINI: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICOS ENTRE PROFESSOR E ESTUDANTES Maria Conceição Costa Aragão Ana Cristina Silva Soares RESUMO Este trabalho tem como intuito trazer estudos realizados acerca da Educação de Jovens e Adultos - EJA, objetivando as implicações pedagógicas na visão de professores, alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos Profª Cecy Cialdine, como também baseado em pesquisas bibliográficas. Fundamentamos-nos em autores como: Gadotti, Freire, Strelhow, Friedrich, entre outros. começamos o trabalho trazendo o percurso histórico da Educação de Jovens e Adultos, as leis que a fomentam, trouxemos um tópico sobre Paulo Freire por considerar sua extrema importância para a EJA, destacamos os processos de ensino e aprendizagem e os desafios dos mesmos, o papel do docente EJA. No processo de pesquisa contamos com a participação de sete alunos e um professor, utilizamos como objeto de pesquisa um questionário aberto,os resultados foram analisados de forma qualitativa, os resultados apresentaram que os alunos em sua maioria estão satisfeitos com os processos de ensino da modalidade, o professor questiona a falta de materiais apropriados para realização de sua aula. Desta forma remetemos a falta de políticas públicas mais efetivas para com a EJA. Palavras-chave: Eja - Educação - Jovens - Adultos - Ceja 1-INTRODUÇÃO Este trabalho propõe trazer para reflexão a respeito da modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA, ressaltando-se os desafios do processo de ensino e aprendizagem, os métodos de ensino, dificuldades, materiais utilizados e a relação entre estudantes e o professor do Centro de Educação Cecy Cialdine. A educação é um direito de todos e não importa a idade, classe social, gênero sexual entre outros. Por isso, este estudo parte da seguinte pergunta: Qual a importância 1 Maria da Conceição Costa Aragão Licencianda em pedagogia - Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA 2 Ana Cristina Soares Silva - Orientadora e professora do curso de pedagogia - Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA da EJA na relação professor – aluno e que desdobramentos são construídos neste processo? O campo da EJA se faz necessária pela veracidade da sua função reparatória, e nos benefícios que traz para quem a busca; visto que dificilmente os jovens e adultos que nunca estudaram, ou aqueles que por algum motivo pararam seus estudos antes de concluírem o ensino fundamental e/ou médio, voltarão a estudar em escolas regulares. Desta forma, a EJA apresenta-se como uma nova oportunidade de aprendizagem,uma forma de estudo mais flexível, visto que grande parte dos estudantes da EJA trabalham ou são donas de casa. Nesse sentido, a EJA pode exercer de fato, seu caráter acolhedor e reparador. Um dos motivos pela busca no aprofundamento deste campo foi a necessidade de aprofundar as discussões sobre a EJA pois considero que a mesma ainda não se faz presente o quanto deveria no cenário educacional, pois em pleno século XXI ainda é tratada com programas e não com políticas públicas eficientes. Outro fator que me fez querer entender mais sobre a EJA, é o fato de ter pertencido a esta modalidade como estudante. Em um momento da minha vida, na fase da adolescência, engravidei e neste período precisei abandonar os estudos. Como a época foi de muitas descobertas e novos desafios, optei pelo adiamento do término do ensino médio, já que não me sentia à vontade para voltar a estudar em uma sala de aula regular. Surgiu desmotivação, medo,insegurança de voltar a estudar em uma sala repleta de adolescentes,não me sentia mais pertencente a este meio;acreditava não ser mais possível após ser mãe. Existia a sensação de auto exclusão, do não pertencimento. Não estava em meus planos retornar a estudar em uma escola regular, porém minha filha foi crescendo e senti a necessidade de poder ofertar algo melhor para ela, foi então que decidi libertar-me de traumas passados e procurar uma escola para o término do ensino médio. Foi assim que cheguei até o Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA Cecy Cialdini,lá sentia-me acolhida, não havia julgamentos, e sim, incentivos e dedicação. O retorno aos estudos foi mágico, me senti uma criança cheia de sonhos e novas expectativas, porque naquele momento algo foi resgatado, o direito de estudar. O processo de escolarização do ensino médio ocorreu durante sete meses. Neste período nos foi apresentado o vestibular da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, no ano de 2015.Os estudantes do CEJA Cecy Cialdine foram incentivados a participarem. No começo fiquei com receio de fracassar, mas decidi me inscrever. Com foco nos estudos, me dediquei ao máximo, estudei em casa, fiz o melhor que pude e para minha surpresa fui aprovada; e a partir desta época tornei-me com muito orgulho acadêmica da licenciatura em pedagogia. Hoje tenho o privilégio de contar minha experiência, espero que sirva de incentivo para outros profissionais que atuarão em sala de aula e para estudantes da modalidade. Este trabalho em relação aos aspectos metodológicos se constitui do tipo de pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, e a coleta de dados aconteceu no CEJA Cecy Cialdine no período do mês de dezembro de 2020. Assim, este trabalho tem como objetivo geral analisar a relação professor e estudantes, estratégias pedagógicas e dificuldades do campo da Educação de Jovens e Adultos. Como objetivos específicos são: caracterizar as dificuldades enfrentadas pelos professores da EJA; identificar as motivações dos estudantes da EJA; analisar as dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem. O trabalho está dividido em quatro seções: um pouco de sua historiografia desde o Brasil colônia até os dias atuais. Sabemos das dificuldades enfrentadas pelos estudantes da EJA, em vários âmbitos, por tanto acredito que se faz necessário um estudo mais aprofundado sobre o tema. 2-REVISÃO DE LITERATURA 2.1. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: Breve histórico no Brasil Se faz necessário que saibamos o que aconteceu no passado para melhor compreender o presente, conhecendo a história nos apropriamos de conhecimentos, descobertas que não presenciamos. O que seria da humanidade sem os conhecimentos que nos antecedem? Estaríamos fadados a nunca nos renovarmos, a não procurar novos conhecimentos. Desta forma, faremos uma investigação que nos ajudará a compreender o processo histórico da educação de jovens e adultos ao fazer uma pesquisa é necessário que conheçamos a história do mesmo, para desta forma entender o cenário atual. Para a autora Aranha: A história resulta da necessidade de reconstituirmos o passado, relatando os acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por meio da seleção (e da construção) dos fatos considerados relevantes e que serão interpretados a partir de métodos diversos, como veremos. A preservação da memória, porém, não foi idêntica ao longo do tempo, tendo variado também conforme a cultura. ( ARRANHA;2012; p.07): A Educação para Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino, da rede pública no Brasil, amparada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, n.º 9.394/96, tem o objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade, para as pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar na idade escolar regular e para aqueles que por algum motivo evadem da escola antes do término dos estudos(BRASIL,2018). Esta modalidade nasceu no cenário da sociedade civil, das “lacunas” do Sistema Educacional Brasileiro, tendo também por objetivo diminuir as exclusões sociais e as diversas formas de exploração. (FRIEDRICH et.al;2010) Durante o período colonial eram os religiosos que educavam os adultos com conotação missionária, em 1549 os padres jesuítas chegaram ao Brasil e se voltaram para a catequização e instrução de adultos e adolescentes. Os Jesuítas que se dedicavam a ensinar às crianças quanto aos adultos indígenas,crenças religiosas, culturais, tendo por intuito propagar a fé católica juntamente com o trabalho educativo. “Apenas quinze dias depois, os missionários já faziam funcionar, na recém-fundada cidade de Salvador, uma escola “de ler e escrever” (ARANHA;2012 p. 228). Obviamente que não se tinha uma educação voltada para os jovens e adultos como temos hoje, era mais uma forma de catequizar os índios e lhes impor o cristianismo, tendo o intuito de torná-los “civilizados”. Com a chegada da família real e a expulsão dos Jesuítas no século XVIII, a educação de adultos entra em falência, pois a responsabilidade pela educação fica a cargo do império (STRELHOW, 2010). A EJA durante muitos anos se baseava em escolas noturnas que eram a única forma de alfabetizá-los após um dia árduo de serviço, e muitas dessas escolas na verdade eram grupos informais, onde poucos que já dominavam o ato de ler e escrever o transferia a outros, sem nenhuma formação especializada, apenas no começo do século XX com o desenvolvimento industrial é possível perceber uma lenta valorização, da modalidade. O processo de industrialização gerou a necessidade de se ter mão de obra especializada, nesta época criou-se escolas para capacitar os jovens e adultos, por causa das indústrias nos centros urbanos a população da zona rural migrou para o centro urbano na expectativa de melhor qualidade de vida, ao chegarem nos centros urbanos surgiu à necessidade de alfabetizar os trabalhadores e isso contribuiu para a criação destas escolas para adultos e adolescentes. Somente na década de 1930 foi que a educação de jovens e adultos efetivamente começa a se destacar no cenário educacional do país, quando em 1934, o governo cria o Plano Nacional de Educação que estabeleceu como dever do Estado o ensino primário integral, gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos como direito constitucional (FRIEDRICH et.al, 2010). Em 1945 surgiram muitas críticas aos adultos analfabetos e paralelo a isso, a luta por uma educação de qualidade para todos, ocasionou que a educação de adultos tivesse destaque na sociedade. Por meio da campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947, abre-se a discussão sobre o analfabetismo e a educação de adultos no Brasil (COLAVITTO; ARRUDA, 2014).No mesmo ano foi instalado o Serviço de Educação de Adultos – SEA, como serviço especial do Departamento Nacional de Educação do Ministério da Educação e Saúde, cujo objetivo era a reorientação e coordenação geral dos trabalhos dos planos anuais do ensino supletivo para adolescentes e adultos analfabetos. Uma série de atividades foi desenvolvida a partir da criação desse órgão, integrando os serviços já existentes na área, produzindo e distribuindo material didático, mobilizando a opinião pública, bem como os governos estaduais e municipais e a iniciativa particular. Em 1947 surge também a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos - CEAA, esta foi a primeira iniciativa governamental para a educação de jovens e adultos no Brasil. Promovida pelo Ministério da Educação e Saúde, tinha como objetivo levar a educação básica a todos os brasileiros que não fossem alfabetizados, nas áreas urbanas e rurais a campanha se estendeu até fins da década de 1950,tendo grande importância, principalmente por criar uma infraestrutura nos estados e municípios para atender à EJA, essa que depois ficou a cargo das administrações locais. No entanto, ficou notável que CEAA fosse pautada em um cenário de educação, na prática a campanha foi induzida pela ideia de que o adulto analfabeto era incapaz comparado a um adulto alfabetizado. Nos anos 50 é realizada a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo - CNEA e na década de 1960, o Movimento da Educação de Base - MEB (VIEIRA, 2004). Logo após, em 1967, o governo militar cria o Movimento Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, com o intuito de alfabetizar funcionalmente e promover uma educação continuada (STRELHOW, 2010). Não há como escrever sobre Educação de Jovens e Adultos e não citar Paulo Freire,o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais, conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, Método Paulo Freire. Para ele, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno principalmente em relação às parcelas da população desfavorecidas. A educação freiriana está voltada para a conscientização de vencer primeiro o analfabetismo político para assim simultaneamente ler o seu mundo a partir da sua experiência, de sua cultura, de sua história. Apesar dos esforços e as campanhas voltadas para a Educação de Jovens e adultos, pouca coisa ou nada mudou quando se tratava de procedimentos metodológicos, até início da década de 60, precisamente no ano de 1963 quando em Angico uma pequena cidade do Rio grande do Norte,Paulo Freire comandou uma equipe de professores que criaram uma escola de alfabetização. Angico era uma cidade muito pobre e desconhecida, no entanto entrou para a história da educação quando 300 adultos moradores da mesma foram alfabetizados, por meio do método de ensino Paulo Freire. Método que consistia alfabetizar os alunos por palavras geradoras, isto é, palavras que faziam parte de seu cotidiano (milho, feijão,tijolo, jumento), o intuito do método de Freire não se sustentava em apenas alfaletrar os educandos, mas, também os tornar sujeitos conscientes de seus direitos, ou seja, que se tornarem seres pensantes, críticos, despertar neles a consciência política, conhecimentos que fossem útil no seu dia a dia, assim como também lhes dar o direito ao voto. Para Freire (2013 p,105) “o esforço de propor aos indivíduos dimensões significativas de sua realidade, cuja análise crítica lhes possibilite reconhecer a interação de suas partes”. O resultado do método em Angico foi tão bom que Paulo Freire foi convidado a integrar a equipe do MEC e desenvolver o Plano Nacional de Alfabetização, aprovado em janeiro de 1964.O Plano Nacional começaria a ser colocado em prática na Baixada Fluminense, e a primeira etapa do método (pesquisa) foi efetivada ainda no final de 1963, porém o trabalho dos círculos não foi iniciado, já que o regime militar tomou o poder antes e teve como um de seus primeiros atos a extinção do plano(SILVA e SAMPAIO;2015;p.944), após a ditadura surge o programa de alfabetização Movimento Brasil Livre — MOBRAL. O MOBRAL, projeto condizente ao regime militar, tinha em sua proposta alfabetizar 11.4 milhões de adultos até o ano de 1971. O seu objetivo era alfabetizar somente a população de 15 à 35 anos, porém em 1974 incluiu a faixa etária de 9 à 14 anos, assim como o programa se estendeu e passou a promover outros. A UNESCO — órgão da Organização das Nações Unidas – ONU, que é responsável por projetos ligados à educação e à cultura — recomendava que os programas de alfabetização deveriam ser funcionais, ou seja, estar vinculados à vida produtiva dos educandos, além de que a duração mínima desses programas fosse de oito meses, após esse período, deveriam ser desenvolvidos programas de continuação do processo educativo. Os programas do MOBRAL não estavam nestes padrões. Com o fim da ditadura militar e já no governo civil de José Sarney, o decreto nº 91.980, de 25 de novembro de 1985, determinou a extinção da Fundação Mobral, foi criada então a Fundação Nacional de Educação de Jovens e Adultos - Fundação Educar que estava vinculada ao Ministério da Educação. Em 1990 com o Governo de Collor, a Fundação Educar foi extinta sem ser criado nenhum outro projeto em seu lugar, á partir deste momento deu-se uma pausa na participação do governo federal , nos programas de alfabetização de jovens e adultos, somente em 1996, surge novamente um programa nacional de alfabetização promovido pelo governo (STRELHOW;2010). Em 1974, o MEC criou os Centros de Estudos Supletivos - CES, que tinham o mesmo intuito de facilitar a escolarização de jovens e adultos. Em 2003 naentão gestão do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva foi criada a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, lançando então o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), programa voltado para a educação de jovens e adultos e idosos, e desenvolvido em todo o território nacional tendo por foco principal os municípios que apresentam maior taxa de analfabetismo. Sendo que 90 % dos municípios se localizam na região Nordeste.O programa se constituía da seguinte forma: I – Bolsa classe I: R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais para o alfabetizador e para o tradutor-intérprete de libras que atuam em uma turma ativa; II: R$ 500,00 (quinhentos reais) mensais para o alfabetizador que atua em uma turma ativa de população carcerária ou de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas; III – Bolsa classe III: R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais para o alfabetizador e tradutor-intérprete de Libras que atuam em duas turmas de alfabetização ativas; IV – Bolsa classe IV: R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais para o alfabetizador-coordenador de cinco turmas de alfabetização ativas. V – Bolsa classe V: R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) mensais para o alfabetizador que atua em duas turmas ativas de estabelecimento penal ou de jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. (BRASIL;2018) Em 2005 foi criado o Programa Nacional de Inclusão de Jovens - PROJOVEM, cujo foco central era a qualificação para o trabalho unindo a implementação de ações comunitárias. A experiência - piloto do programa teve duração de 12 meses, o objetivo do mesmo é apoiar jovens com idade entre 18 e 24 anos, que tenham feito a 4ª série do ensino fundamental e que não tenham concluído a 8ª e que não estão inseridos no mercado de trabalho. Cada participante do programa recebia uma bolsa mensal de R$ 100,00 para que concluísse o ensino fundamental e fizesse uma qualificação profissional (BRASIL,2018). O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio para Jovens e Adultos - PROEJA foi criado também no ano de 2005, visando a integração da Educação profissional na modalidade de jovens e adultos. O programa tinha como objetivo incluir os estudantes da modalidade EJA aos cursos de formação profissional, visto que, quase sempre eram excluídos (BRASIL,2018). Por meio do Decreto nº. 5.840, de 13 de julho de 2006, é ampliado em termos de abrangência e aprofundado em seus princípios pedagógicos, passando a se chamar Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação, o PROEJA. (BRASIL,2018) Já em 2007 o Ministério da Educação - MEC aprova a criação do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB, que foi “um importante compromisso da União com a educação básica, na medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais (BRASIL,2017, ). No governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2011) foram criados programas de grande relevância para a educação, é perceptível a real preocupação para que o Brasil se tornasse de fato um país com mais oportunidades de ensino para todas as classes, a alfabetização de adultos se fez bastante presente nos programas criados. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) - LDB Responsável por regulamentar a estrutura e o funcionamento do sistema de educação do http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5840.htm país, a lei definiu os objetivos a serem atingidos e reforçou o caráter federativo da educação brasileira.(BRASIL;2018) Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria. § 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames. § 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.(BRASIL,1996) Com a LDB 9394/96, a nomenclatura Ensino Supletivo passa a ser chamada de EJA. A mesma Lei, reafirma o direito dos jovens e adultos trabalhadores ao ensino básico e ao dever público sua oferta gratuita, estabelecendo responsabilidades. O parecer CNE/CEB 11/2000,dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, tendo por base a Lei 9.394/96,(BRASIL;2018): O Parecer CEB/CNE 11/2000 baseou a Resolução do CNE de Diretrizes Curriculares para a EJA, enfatizou as mudanças da nomenclatura de ensino supletivo para EJA, o direito público dos cidadãos à educação, as funções: reparadora; equalizadora e qualificadora, distingue a EJA da aceleração de estudos, concebe a necessidade de contextualização do currículo e dos procedimentos pedagógicos e aconselha a formação específica dos educadores. (BRASIL,2000) Ficou constatado ao revisarmos a história da EJA, um misto de erros e falta de políticas públicas que de fato atendesse as necessidades dos alunos, falta de despreparo por parte da atuação do governo federal, com a implementação de programas que não tiveram o resultado prometido e esperado. Mas por outro lado temos também que ressaltar o programa desenvolvido pelo educador Paulo Freire que atendeu com êxito as necessidades dos educandos. 2.1. Processos de ensino e aprendizagem na EJA Atualmente na sociedade contemporânea tudo acontece de forma veloz e constatamos tal fato mediante aos meios de comunicação que nos ligam ao mundo todo pela tela de um computador, celular, tablet, etc. Consequentemente tudo ao nosso entorno tem se tornando cada vez mais moderno e relevante, as tecnologias, nossas escolhas, enfim nossa vida no geral. Apesar de todas as mudanças e aprimorações das ferramentas de comunicação, a escrita e a leitura são fundamentos básicos na vida das pessoas e se fazem necessárias para que haja igualdade social de direitos, e por este motivo a erradicação do analfabetismo se fez e se faz tão necessário. Segundo Freire (2013 p.171) “a sociedade simplesmente modernizada, mas não desenvolvida, continua dependente do centro externo, mesmo que assuma, por mera delegação, algumas áreas mínimas de decisão. Isto é o que ocorre e ocorrerá com qualquer sociedade dependente, enquanto dependente.” Coelho e José (1999) definem aprendizagem como o resultado da estimulação do ambiente sobre o indivíduo já maduro, que se expressa, diante de uma situação- problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência. Para Vigotski, a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança. É primordial que sejam promovidas condições adequadas de ensino e de aprendizagem na EJA, assegurar aos alunos acessos a todos os processos que acontecem na escola, e dar-lhes condições adequadas, sociais, físicas e intelectuais de aprendizagem, respeitando suas especificidades. Susana Schwartz (2013, p.155), “[...] os processos de ensino e de aprendizagem na alfabetização de jovens e adultos estão ancorados em práticas indispensáveis de leitura e de escrita”. O perfil do estudante da EJA atualmente diversificou-se bastante, quebrando o estereótipo de os estudantes são apenas pessoas mais velhas que o intuito aovoltar a estudar era somente assinar seu nome, ler e escrever palavras simples, óbvio que esse perfil de educando ainda está bastante presente nas salas de aula, no entanto o que vemos na atual realidade são também jovens que tiveram que abandonar os estudos, ou que repetem de ano na escola e optam para dar continuidade aos estudos pela EJA. Jardilino (2014, p.182) nos diz que; “[...] implica pensar em novas práticas e novas relações que se estabelecem nas salas de aulas e no espaço escolar”. Sendo assim novas formas de ensino e de abordagens metodológicas se fazem necessárias para que haja uma educação com o caráter reparador que a EJA prega, visto que cada aluno com seus perfis variados vão em busca do que por alguma razão foram privados, e é direito dos mesmos serem ressarcidos de alguma forma. [...] o passo decisivo para reinvenção da EJA é ter o trabalho como referente ético político-pedagógico. Mas, no mundo contemporâneo, estamos expostos às novas mídias, veículos de transmissão de informações em tempo real, bem como de conteúdo de informações e opiniões, os quais fazem parte do cotidiano das pessoas. (ARROYO, 2017, p.69) A escola pode ser um ambiente desafiador para os educandos, e quando se têm algum déficit de aprendizagem ou dificuldade em acompanhar os conteúdos escolares, o sentimento de não pertencimento pode surgir no aluno, por vezes a escola mesmo causa essa sensação nos alunos pois quando não conseguem acompanhar os conteúdos, não tem o rendimento escolar esperado, são taxados de incapazes, ou até mesmo de “burros”. Ocasionando assim uma trajetória escolar desestimulante, isto faz com que, muitos alunos estudem na escola regular até o momento em que são “obrigados”. O desestímulo chega ao ponto que o aluno desiste de tentar se encaixar naquele ambiente e suas regras, decide evadir do ensino regular, encerrando assim seu ciclo escolar antes de concluir o mesmo. O desafio da expansão do atendimento na educação de jovens e adultos já não reside apenas na população que jamais foi à escola, mas se estende àquela que já frequentou a escola e que por diversos motivos deixou de frequentá-la, no entanto, não obteve aprendizagens suficientes para participar plenamente da vida econômica; como obter um emprego justo, e dos demais benefícios que uma escolarização mais elevada proporciona. Diante disto fica evidente que os alunos da EJA necessitam de um olhar específico especialmente voltado para as dificuldades enfrentadas pelos estudantes. O adulto analfabeto defronta-se com a sociedade letrada e necessita de, no mínimo, saber enfrentar a tecnologia da comunicação para que, como cidadão, saiba lutar por seus direitos, pois ao contrário, torna-se vítima de um sistema excludente e pensado para poucos (FRIEDRICH et.al, 2010). Gadotti (2013, p.12 ) enfatiza que; “educação é necessária para a sobrevivência do ser humano. Para que ele não precise inventar tudo de novo, necessita apropriar-se da cultura, do que a humanidade já produziu”. Ou seja, a EJA ensina a ler e a escrever, mas tão importante quanto, é proporcionar a formação permanente dos alunos e sua inclusão social, garantindo aos mesmos que aprendam a decifrar os códigos da leitura, é tão importante quanto, eles aprendem que devem fazer parte da sociedade ativamente, serem atores de sua própria história. 2.2 O papel do Educador na EJA (pedagogia) O perfil do professor EJA é muito importante para o sucesso da aprendizagem, visto que se consolida em conformidade com a motivação que os alunos constroem e grande parte desse processo depende dos incentivos e da habilidade docente. Para Paulo Freire (2013) o papel do professor é estabelecer relações que dialoguem ensino aprendizagem, ou seja, o professor ao mesmo tempo em que ensina, também aprende, ocorrendo então uma troca de saberes, tornando assim o processo de ensino e aprendizagem um encontro democrático e afetivo, onde todos têm a mesma importância e a possibilidade de criar diálogos de se expressar. A partir das ideias supracitadas a importância que o professor da EJA tem no processo de reingresso dos alunos da modalidade, por tanto o educador da EJA, deve ser capaz de identificar o potencial de cada educando, estabelecer diálogos e promover uma interação empática, já que além da formação que todo professor deve ter, é necessário que o professor esteja ciente sobre as complexidades e especificidades da Educação de Jovens e Adultos. Complementando as ideias antes citadas, Paulo Freire nos traz em seu livro Pedagogia do Oprimido, a importância do diálogo, enfatiza que o diálogo se faz na troca de conhecimentos, não se há diálogo quando só uma parte deposita suas ideias, deve haver troca de conhecimentos e diálogos mútuos, para que realmente haja educação libertadora e conscientizadora. “[...] por isso o diálogo é uma exigência existencial” (FREIRE;2013, p.88) [...] pedagogia do oprimido: aquela que tem de ser forjada com ele e não para ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua humanidade. Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto da reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará (FREIRE,2013; p.34) O professor que deseje atuar no ensino de jovens e adultos precisa ser também humanista, saber que o público que ele atende, muitas vezes passa o dia trabalhando, cuidando dos filhos, e busca na EJA, uma nova forma de recomeço. Portanto se faz necessário que o educador que o educador da EJA, tenha humildade de reconhecer e aceitar os conhecimentos que os alunos trazem consigo, saber ouvir e respeitar suas vivências, ser articulador dos conhecimentos prévios, juntamente com os que pretende que os alunos desenvolvam, isso se faz necessário, visto que, os jovens e adultos têm mais facilidade em aprender quando se norteiam em suas próprias vivências. Jovens e adultos que retornam à escola o fazem guiados pelo desejo de melhorar de vida ou por exigências ligadas ao trabalho. São sujeitos de direitos, trabalhadores que participam concretamente da garantia de sobrevivência do grupo familiar ao qual pertencem. Considerar a heterogeneidade desse público, quais seus interesses, suas identidades, suas preocupações, necessidades, expectativas em relação à escola, suas habilidades(BRASIL;2000). Desta forma, as vivências dos educandos da EJA, se tornam de suma importância para a construção de uma proposta pedagógica que considere suas especificidades. Assim, Gadotti (2013 p.14) enfatiza que “Educação de Adultos deve ser também uma educação em direitos humanos. Para isso, é fundamental que os conteúdos, os materiais e as metodologias utilizadas levem em conta esses direitos, e os programas propiciem um ambiente capaz de vivenciá-los.” Segundo Gadotti (2014),os estudantes da EJA já foram desrespeitados anteriormente por não terem seu direito à educação de fato exercido, não importando o motivo pelo qual os mesmos evadiram da escola é direito de todos a educação e a eles lhes foi negado, então ao retornar para a EJA depois de adultos eles têm o direito a uma educação digna e que a mesma seja coerente com a sua faixa etária, ou seja, não se pode ensinar um aluno como se ensina uma criança, desta forma Gadotti enfatiza que os estudantes Eja, “Não podem, ao retomar seu processo educacional, ser humilhados, mais uma vez, por uma metodologia que lhes nega o direito de afirmação de sua identidade, de seu saber, de sua cultura”(GADOTTI;2014,p.17).Por esta razão é primordial que o docente da EJA tenha formação continuada para saber como melhor despertar a forma de aprendizagem de seus alunos, visto que a formação acadêmica ainda não prepara os educadores de maneira qualificativa para ensinar na modalidade de ensino de jovens e adultos. Complementando o que acima foi citado, Soek (2010) expressa que “[...]para uma atuação eficaz na alfabetização de jovens e adultos, é necessário mais do quesomente cursos de capacitação. São necessários projetos de formação inicial e, também, formação continuada”. Segundo Paulo Freire, a Educação de Jovens e Adultos não pode mais ser vista como um curso que atende somente às demandas de conhecimento imediato em função das necessidades da vida cotidiana. As experiências e os valores adquiridos durante a vida precisam ser valorizados, no entanto a escola deve ofertar muito, além disso, pelas palavras do mesmo, “é imprescindível uma leitura do mundo que contextualize, geste e emoldure um sentido para a palavra” (PASSOS, 2010, p. 238). Há um papel pedagógico e político nesse processo de ensino aprendizagem o aluno também é detentor de conhecimento e, portanto, deve haver uma troca de conhecimentos e saberes. O educador deve mostrar sua leitura do mundo, no entanto deixando claro que não existe uma única leitura possível, ou seja, o aluno deve ser sujeito ativo de sua própria educação e fazer sua leitura de mundo. 2.3 Desafios do processo de ensino e aprendizagem na EJA Os jovens e adultos que buscam essa modalidade de ensino em sua maioria das vezes já traz consigo um contexto histórico e uma realidade social, os mesmos buscam a EJA como uma nova forma de recuperar o tempo que passou fora da escola e muitos buscam resgatar o que lhes foi retirado por não terem acesso a uma educação digna, por diversos desestímulos os quais já foram aqui citados. Esses alunos que por vezes sofrem preconceitos e são desacreditados quando cursaram o ensino regular, e que buscam na EJA uma forma diferente de aprender e assim concluir os estudos no nível médio. Eles voltam às escolas porque procuram melhorar suas vidas, através do processo de aprendizagem. Os alunos da EJA necessitam de ensino, por um viés pedagógico que atenda suas reais necessidades, não somente por que são jovens e adultos, mas também pelo fato de que suas buscas ao ingressar na EJA são distintas cada um tem objetivos e metas próprias, isto é, cada aluno tem sua particularidade e seu jeito de aprender, esses alunos em sua maioria vem de um contexto educacional que não foi favorável para seu desenvolvimento escolar, e buscam na EJA uma espécie de “resgate”, do tempo perdido. Para que assim além de ler e escrever seja cumprida realmente a função Reparadora da EJA, proporcionado ao seu público uma aprendizagem que seja de fato significativa. Um novo pensar sobre a educação de jovens e adultos traz para o âmbito escolar questões relativas ao processo histórico do aluno. Existem muitos motivos que levam esses adultos a estudar, como, exigências econômicas, tecnológicas e competitividade do mercado de trabalho. Vale destacar, que outras motivações levam os jovens e adultos para a escola, por exemplo, a satisfação pessoal, a conquista de um direito, a sensação da capacidade e dignidade que traz auto estima e a sensação de vencer as barreiras da exclusão.(STRELHOW, 2010, p.50) Fazendo referência a Ausubel, citado por Gadotti (2018); afirma que a aprendizagem significativa acontece quando há uma relação entre os novos aprendizados e os aprendizados prévios. Trazemos novamente a discussão sobre a educação dialógica, pois para que a aprendizagem seja de fato significativa, se faz necessário que sejam considerados os aprendizados que os alunos trazem de seu cotidiano e assim dialogando com novos conhecimentos. A educação, independentemente da idade, é um direito social e humano. Muitos jovens e adultos de hoje viram esse direito negado na chamada “idade própria” e negar uma nova oportunidade a eles é negar-lhes, pela segunda vez, o direito à educação. O analfabetismo de jovens e adultos é uma deformação social inaceitável, produzida pela desigualdade econômica, social e cultural (GADOTTI,2013, p.8) Por esse motivo a EJA vem ao longo desses anos como um resgate da cidadania, uma nova oportunidade de inclusão no sistema educacional,como uma nova oportunidade de aprendizado, dos jovens e adultos ter a sensação de dever cumprido, a sensação de estar aprendendo o que lhes foi tirado, seja quando descobrem as primeiras palavras na leitura, ou quando alcançam o tão sonhado diploma de ensino médio, seja por que lhes foi exigido para trabalhar ou até mesmo para ter o diploma de uma universidade.Desta forma, “até hoje, é o desejo de aprender a ler e escrever palavras e textos que circulam em nossa sociedade que leva jovens e adultos analfabetos a irem/retomarem à escola, as salas de aulas de alfabetização”.(LEAL; ALBUQUERQUE; MORAIS, 2010, p. 15). Não quero romantizar a EJA, porém é uma forma de ensino que me identifico bastante e acredito que ela repare algumas dívidas sociais, proporcionado que novos propósitos sejam alcançados pelos jovens e adultos que a ela recorrem. 2.3.1 Aspectos pedagógicos para o desenvolvimento da aprendizagem dos estudantes A demanda de EJA no Brasil é muito grande: de acordo com os dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 39% das pessoas com 25 anos ou mais não concluíram o Ensino Fundamental. este percentual se torna maior, visto que a EJA atende a população a partir de 15 anos de idade. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad, a taxa de analfabetismo caiu 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019. Embora tenha havido uma queda considerável de 200 mil pessoas em um ano, o Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos, pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do IBGE, não são capazes de ler ou escrever um bilhete (IBGE.2020). Segundo Santos e Pereira (2017) ao analisar a EJA sob um conceito teórico, o currículo seria plenamente voltado ao sujeito, às suas demandas sócio históricas, pensando na humanização e na transformação social das classes oprimidas. O currículo não é apenas efetivado numa educação bancária de memorização e de fragmentação dos conteúdos, exames e princípios legitimados pela cultura hegemônica. Para Arroyo (2011),ao enquadrar-se como educação básica regular, a EJA segue as Diretrizes Curriculares Nacionais, podendo propor algumas adequações devido à idade do público que atende, no entanto, não deixa de ser propedêutica, regulatória, fragmentada e, por vezes, meritocrática. Conforme fragmento escrito no Art. 37; Concepção ampla de currículo que implica o redimensionamento das formas de organização e de gestão do tempo e espaço pedagógicos, e deve ser objeto de discussão pelos sistemas de ensino e unidades escolares, de modo a humanizar e assegurar um processo de ensino e aprendizagem significativo, capaz de garantir o conhecimento a todos e quem venham a se consubstanciar no projeto político pedagógico da escola, por meio da discursão dos aportes teórico-praticos e epistemológicos da inter e da transdisciplinaridade, reconhecendo nos conselhos de escola, democráticos e participativos, instâncias legítimas e fundamentais neste processo.(BRASIL, 2011, p.310) As disciplinas abrangentes da Educação Jovens e Adultos estão de acordo com a Base Nacional Comum Curricular- BNCC, que define aprendizagens necessárias para o desenvolvimento do aluno na Educação Básica do país, não separa a EJA em uma modalidade diferente (BRASIL,2019). Os livros didáticos para a EJA, são distribuídos gratuitamente pelo Programa Nacional de Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos - PNLD-EJA, o programa foi criado pela resolução nº 51, de 16 de setembro de 2009, fazendo a distribuição de materiais didáticos para as escolas e entidades parceiras do PBA, que ofereçam ensino fundamental e ensino médio na modalidade EJA (BRASIL;2021). O aluno EJA deve ser tratado como tal, jovem ou adulto, não se deve infantilizar os conteúdos a serem desenvolvidos pelo mesmo, gerando tematização de conteúdos que não fazem sentido para suas vidas, o que gera desistências de estudantes da modalidade, pelo fato dos conteúdos não serem apropriados para eles. As condições de permanência e de evasão dos alunos da EJA, e quase sempre são diferentes do que ocorreu no ensino regular.Estão diretamente ligados aos métodos e condições de ensino aprendizagem a que são expostos. A função prevista para a EJA – reparar os percursos não feitos no tempo regular dos ensinos Fundamental e Médio – tem levado a reaproveitar, a requentar o cardápio intelectual dos currículos dessas etapas. Tem levado a não termos um currículo específico para a educação das pessoas jovens-adultas que vêm do trabalho. (ARROYO 2017, p. 142) O processo avaliativo com os alunos é necessário em todos os segmentos da educação, e com a EJA não poderia ser diferente, os alunos são avaliados para detecção dos conhecimentos adquiridos, as escolas e municípios determinam esse processo, o mesmo pode acontecer de várias formas; em rodas de conversa, apresentação de trabalhos e também avaliação tradicional, porém devendo atender às especificidades da modalidade; inclusão do aluno, valorização do ser humano, a avaliação deve levar em consideração também a vivência dos mesmos, tornando-a aceitável ao ponto de vista do educando. A gestão escolar de uma instituição que atenda a modalidade EJA, deve ser uma gestão democrática, onde todos que fazem parte da escola, incluindo a comunidade em que está localizada e os alunos, fazem - se parte integrante e participando ativamente de todas as decisões. As condições de ensino da EJA no estado do Ceará, se fazem mediante a estudos presenciais ofertados pela maioria das escolas, e semi presencial nos Centros de Educação de Jovens e Adultos; [...]Dessa forma,o projeto curricular da EJA considera, regra 81 geral, os componentes curriculares estabelecidos na BNCC, devendo atender às características e necessidades dos grupos sociais que buscam a modalidade para retornar à escola ou iniciar seus estudos. Deve ser, portanto, flexível para respeitar as experiências e identidades culturais dessas pessoas, possibilitando o fortalecimento da autonomia no seu processo de aprendizagem e colaborando para o exercício de sua cidadania. É essencial que a ação curricular integre os conhecimentos ensinados, à realidade dos alunos, garantindo uma contextualização que torne significativo o processo de ensinar e aprender. Ademais, a instituição que desenvolve a EJA precisa ter como característica de sua identidade, a natureza identitária de seus alunos. Precisa, efetivamente, ser uma escola para jovens e adultos, reconhecendo e utilizando a seu favor a experiência e maturidade dos estudantes. (DOCUMENTO CURRICULAR REFERENCIAL DO CEARÁ ) A partir das informações supracitadas podemos ter uma percepção mais clara de como funciona o processo de ensino- aprendizagem dos estudantes EJA, ficou explícito que a maneira como são utilizados os métodos fazem a diferença para que os educandos tenham uma aprendizagem que tenha sentido para eles, que seja significativa, para que os mesmos se sintam motivados a continuarem estudando, todo o conteúdo, material didático a serem utilizados pelos professores neste processo devem estar adequados ao público a que atendem. 3. CAMINHO METODOLÓGICO 3.1. Tipo de pesquisa Para alcançar o objetivo de analisar a relação professor e estudantes, estratégias pedagógicas e dificuldades do campo da Educação de Jovens e Adultos. Este estudo se constitui do tipo de pesquisa exploratória de abordagem qualitativa. Segundo Gil (2008 p. 26) a pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do modo científico, a pesquisa tem como objetivo fundamental, descobrir respostas mediante o emprego de procedimentos científicos. Sobre o conceito de pesquisa exploratória, o autor nos diz que: As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são costumeiramente aplicados nestas pesquisas. (GIL;2008; p.27). A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. (GIL, 2008, p.50) A abordagem qualitativa é realizada em ambiente natural, onde os dados são coletados e transcritos das entrevistas e formulários, seguido de análises das citações da forma como foram ditas, para compreender os sujeitos, pretende-se através da mesma analisar e compreender os fenômenos da coleta de dados, analisando e respeitando as experiências individuais dos sujeitos da pesquisa. “Assim, a análise dos dados na pesquisa qualitativa passa a depender muito da capacidade e do estilo do pesquisador” (GIL, 2008, p.175). 3.2. Participantes da pesquisa (sujeitos e contexto da pesquisa) A coleta de dados ocorreu no Centro de Educação de Jovens e Adultos Profa Cecy Cialdine localizado na cidade de Sobral, interior do Ceará, a quantidade populacional da cidade de acordo com (IBGE,2020), é de 210.711. Este CEJA foi fundado na cidade de Sobral em 11 de outubro de 1984, inicialmente com o nome de CES – Centro de Estudos Supletivos. A partir de 2002, por determinação legal, passou a denominar-se Centro de Educação de Jovens e Adultos Professora Cecy Cialdini. A escola possui alunos com média de 15 a 60 anos de idade. O perfil socioeconômico é bem diversificado, onde cerca de 50% trabalham em indústrias, fábricas ou trabalho informal, os demais procuram se qualificar melhor para adentrarem no mercado de trabalho. Para a coleta dos dados da pesquisa contamos com a colaboração do professor Jean Carlos Lima e de sete alunos que gentilmente aceitaram responder ao questionário, como também dos coordenadores pedagógicos, João Lavim Farias Marques e José Arteiro de Holanda que corroboraram para que a pesquisa pudesse ser efetuada no local. Os participantes por meio de termo de consentimento aceitaram que os seus nomes, dados e respostas fossem usados na composição deste trabalho. A pesquisa se fez em época de isolamento social devido a pandemia de Covid-19, o CEJA não estava contando com aulas presenciais, no período da coleta de dados, as provas estavam sendo marcadas e as orientações para a realização das mesmas estavam acontecendo de forma on-line. No exato dia em que apliquei a pesquisa os alunos estavam buscando os “kits” de alimentação ofertados pelo governo para os estudantes que estavam mantendo vínculo com a instituição. 3.3. Instrumentos de coleta de dados Segundo Gil (2008, p.50) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.” Um dos pontos positivos em relação às pesquisas bibliográficas é o leque de conhecimentos que se adquire, pois entramos em contato com diversas formas de pensamentos, embasamentos, fatos históricos, entre outros. Para Gil, "a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente” (2008; p.50). As questões foram aplicadas de forma aberta (APÊNDICE A e B), isto é, os participantes responderam da maneira que consideraram conveniente. A coleta foi realizada no mês de dezembro de 2020. Para Gil, questionário pode ser definido como: Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc.[] (GIL, 2008, p. 121) Para compilação dos dados optou-se para análise de conteúdo, que busca analisarparte dos dados coletados e tem como base a proposta de Bardin (2009) que define que a análise de conteúdo, enquanto método, torna-se um conjunto de técnicas de investigação das comunicações utilizando procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens com ênfase para os núcleos de sentidos. 3.4. Procedimentos éticos da pesquisa e coleta de dados Esta pesquisa se baseou nas normas da resolução nº 510, de 07 de abril de 2016, sendo assim foram respeitados todos os aspectos éticos que fomenta no artigo 2º para os fins desta Resolução. Os atores da pesquisa foram devidamente esclarecidos de como ela se daria e as formas e procedimentos que seriam usados, foi nos permitido o uso dos nomes, como também de seus dados pessoais respondidos no questionário. (APÊNDICE B) 4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 4.1. Apresentação dos dados dos participantes A coleta de dados contou com a participação de um professores e sete alunos da modalidade Eja do Centro de Educação de Jovens e Adultos prof Cecy Cialdine, os mesmos responderam a um questionário elaborado, especificamente para eles, assinaram termos de consentimento para que a pesquisa fosse realizada, aceitando assim que seus nomes e dados fossem usados para a transcrição do trabalho. Professor EJA - Identificação Jean Carlos Lima (27 anos),licenciado em física,sete anos de docência, professor da EJA ensino médio, no Centro de Educação de Jovens e Adultos Cecy Cialdine localizado na cidade de Sobral - CE. Ele respondeu ao questionário via plataforma digital, devido a pandemia de Covid-19. Análise e Resultados Ao ser questionado sobre qual o maior desafio em lecionar na EJA, o professor enfatiza que compreender a vida de cada aluno, e a especificidade de seus propósitos e fazer com que os conteúdos se encaixem em suas realidades, fazendo assim com eles compreendam que o aprendizado é tão importante quanto o certificado de ensino. Sendo assim,sabemos que os educandos da Eja tem suas particularidades, ou seja, cada aluno a sua particularidade , eles procuram a Eja por inúmeros motivos, desde uma realização profissional até por cobranças no ambiente familiar.Tomando a fala do professor, quando o mesmo enfatiza que a parte mais desafiadora de lecionar na Eja é fazer com que os alunos possam acreditar que podem obter conhecimentos, que não é apenas o certificado, ficando entendido pela fala do mesmo que parte dos alunos que buscam a Eja vão em busca de ter o certificado do Ensino Médio, trazemos Oliveira ( 2011) que enfatiza que o aluno da Eja geralmente é um trabalhador e dentre os objetivos pelos quais busca o término de sua escolarização indica a busca por novo emprego, ingresso no mercado formal ou recolocação profissional.Corroborando com a fala de Oliveira, torna-se ainda mais evidente que o aluno da Eja tem pressa para recuperar de algum modo o tempo perdido. Porém esta razão não ser motivo para que, a Educação de Jovens e Adultos seja superficial, cabendo ao professor o papel de fazer com que as aulas sejam um espaço de aprendizagem dialógica, num movimento de ação e reflexão, promover ações de integração onde todos os alunos sintam-se convidados a adquirir novos conhecimentos. Outro ponto citado pelo professor é a dificuldade em encaixar os conteúdos na vida de cada um,deixando explícito a diversidade dos alunos da modalidade,constatamos aqui que o professor Eja além de ser uma educador deverá ter sensibilidade para com seus educandos, respeitando suas particularidades e adaptando o método de ensino a forma que eles melhor compreenderão. Sendo assim de acordo com Soares (2011) , a proposta de trabalho da EJA, deve ser voltada para as especificidades do seu público, levando em conta a diversidade dos educandos, a infra estrutura deve atender a realidade dos alunos, as propostas pedagógicas devem atender as necessidades e interesses dos estudantes,os recursos didáticos que atendam e desenvolvam as suas potencialidades. O professor nos diz que a maior dificuldade em relação ao aprendizado e as dificuldades em acompanhar os conteúdos escolares dos estudantes EJA, é o fato de não terem uma base escolar,citando que os alunos “apenas trazem como experiências suas próprias vivências". Sabemos que os alunos da EJA, não tiveram a possibilidade de concluir os estudos no tempo regular, sendo assim muito dos conteúdos escolares que devem seguir uma ordem cronológica, os alunos da EJA pulam esta etapa,ou seja, estes alunos saem das escolas regulares com pouco, ou nenhuma base em determinados conteúdos, os alunos Eja muitas vezes apresentam histórico escolar muitas vezes marcado por reprovações,ou sequer nunca frequentaram uma sala de aula regular, por esse motivo trazem consigo sentimentos de inferioridade, frustrações, desta forma causa nos alunos uma sensação excludente,de inferioridade.Sendo assim (FREIRE ,2013,p.50) nos diz em seu livro Pedagogia do Oprimido, “De tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes, que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não produzem em virtude de tudo isso,terminam por se convencer de sua “incapacidade[...]”.” Para Freire os educadores devem ser maleáveis, dialogar com os educandos, a rigidez nega os processos interação e de aprendizagem, o adulto volta para a escola a fim de aprender o que para ele seja significativo, o que irá usar para sua vida, o que pode ocasionar o desinteresse por algumas disciplinas que para eles não parecem atrativas.Diante disso, deixa claro que ensinar não é transferir conteúdos, assim como aprender não é memorizar o que o professor diz. A base de uma educação libertadora segundo Paulo Freire é a dialogicidade, educadores e educandos trocando saberes, onde os educandos devem exercer seu papel de sujeito ativo, por isso se faz importante que os educadores respeitem e façam que os educandos possam fazer uso dos saberes que já trazem consigo. Complementando as idéias de Freire, Strelhow enfatiza o papel do professor Eja; [...]Ele precisa resgatar junto aos alunos suas histórias de vida, tendo conhecimento de que há uma espécie de saber desses alunos que é o saber cotidiano, uma de saber das ruas, pouco valorizado no mundo letrado e escolar. Frequentemente o próprio aluno busca na escola um lugar para satisfazer suas necessidades particulares, para integrar-se à sociedade letrada, da qual não pode participar plenamente quando não domina a leitura e a escrita.(STRELHOW,2010,p.49 e 50). Para que sejam diminuídas as dificuldades dos estudantes em relação ao aprendizado, o professor se utiliza da realidade dos alunos, fazendo com que os conteúdos sejam a serem estudados sejam condizentes com as vivências dos mesmos. Por tanto, os alunos da EJA,devem ser tratados como tal, respeitando sua faixa etária e suas especificidades,necessitam de práticas educativas diferentes daquelas que vivenciaram na escola regular,pois o contexto e o significado, é outra bem diferente do que quando eram crianças, o aluno adulto necessita que os conteúdos que estãos sendo ensinados tenha significado.O professor deve ser conhecedor dos alunos, para que assim os conteúdos a serem ensinados possam dialogar com a realidade dos educandos . Desta forma Souza, cita que: Respeitar o educando a si próprio como sujeito do conhecimento. Ou seja, adotar a postura de sujeito pensante, criativo. Superar as atitudes de mera repetição de conteúdos que muitas vezes nem foram compreendidos. O educando possui um conjunto de experiências que podem ser conhecidas e reconhecidas no processo educativo. Por sua vez, o educador possui experiências e capacidade para problematizar os relatos trazidos pelos educandos, além de criar um ambiente propício à dialogicidade em sala de aula. A valorização da cultura dos educandos e da própria sociedade como constitui fonte de problematização dos conhecimentos.(SOUZA,2011, p.142) Questionamos o professor sobre como são diagnosticados os alunos com déficit de aprendizagem,ele nos diz que não tem um procedimento padrão, sendo assim fica a cargo da sensibilidade de cada educador perceber e fazer um trabalho mais específico com o aluno. Observa-se na fala do professor, o caráter de educação secundária que ainda hoje empregam para a EJA, visto que, para todos os segmentos da educação básica incluindo a EJA,deve-se ter profissionais que auxiliam os alunos com déficits de aprendizagem,no entanto é perceptível que este direito acaba ficando apenas no papel.O aluno Eja também precisa dessa atenção, pois os mesmos possuem expectativas em relação a sua aprendizagem, este aluno por vezes já traz consigo traumas, desilusões e muitas vezes trazem consigo traumas do ambiente escolar do qual vivenciaram anteriormente, o que também é um dos fatores da evasão escolar, pois o aluno com déficit de aprendizagem não se sente pertencente àquele meio. Desta maneira se faz necessário que a Educação de Jovens e Adultos deve ter profissionais adequados para atender as necessidades e particularidades do público a que atende, de outra forma ela perde a função reparatória e de equidade, visto que, o educando novamente não se sentirá acolhido, podendo ocasionar novamente interrompimento dos estudos.Desta forma;“qualquer experiência que se distancie do imaginário que eles têm de escola, de educador,de aprendizagem é rejeitada por eles” (FEITOSA, 2012, p. 155). Ou seja, falta uma inclusão que seja de fato posta em prática. Sendo assim, Nunes(2016) enfatiza que os desafios educacionais não se limitam apenas às condições físicas das escolas,mas sim em um modelo de políticas e práticas educacionais, que sejam voltadas para este século, que configure a escola como um ambiente de inclusão e de respeito às diversidades. Segundo o professor, a maior dificuldade enfrentada em sala de aula para a realização de seu trabalho é a questão da falta de materiais adequados. O uso do material didático apropriado é fundamental para que o professor possa juntamente com os educandos, trazer os conteúdos estudados para a prática,ou seja o material didático é um auxílio de grande utilidade na vida do professor, independente da modalidade de ensino que leciona, pois o aluno seja ele de qual idade for necessita da concretização da teoria , para que o conteúdo estudado se torne significativo, deve haver uma correlação com a sua vida cotidiana. Sendo assim segundo Gasparin (2005), é necessário que se crie um clima favorável à aprendizagem, motivando os alunos através de conhecimentos prévios, troca de diálogos, enfim,das relações sociais como um todo Alunos EJA Da pesquisa participaram sete alunos do Ceja profª Cecy Cialdine,os mesmos responderam ao questionário de forma presencial, claro que tomando os devidos cuidados de higiene e distanciamento social devido a pandemia de Covid-19. Os participantes da pesquisa fizeram uso de máscara,álcool em gel,os materiais utilizados para responder aos questionário foram individuais. As respostas serão transcritas, tal como foram escritas pelos participantes da pesquisa. Quadro 01. Os estudantes da EJA Participante Nome Completo Idade Estado civil O que está cursando na EJA Sujeito 01 Francisco Francinilson 29 anos solteiro Ensino Médio Sujeito 02 Igor Teixeira 19 anos solteiro Ensino Médio Sujeito 03 Maria Duarte 46 anos solteira Ensino fundamental. Sujeito 04 Francisca Alana 27 anos solteira Ensino fundamental. Sujeito 05 Tomé Alexandre 28 anos casado Ensino Médio Sujeito 06 Hugo Oliveira 22 anos solteiro Ensino médio Sujeito o7 Francisca Romana 23 anos casada Ensino Médio Fonte. Elaborado pela autora com dados da pesquisa. ANÁLISE DOS DADOS DO QUADRO Podemos constatar através dos dados do quadro acima, que o perfil do público que participou da pesquisa é um público jovem, apenas com um sujeito com mais de 40 anos. estabelecendo assim correlação com os dados da pesquisa do censo escolar de 2020,realizada pelo INEP (2019) que traz o percentual de das matricula na EJA nos anos de 2015 a 2019,cujo percentual 62,2% das mesmas são, de jovens com menos de 30 anos. ANÁLISES E RESULTADOS Perguntamos aos sujeitos da pesquisa, o motivo que os levou a evadir da escola regular e a idade que tinham na época. A grande maioria respondeu à necessidade de trabalhar, S4 e S6 citaram problemas de saúde e S7 o fato de ter engravidado. Ao analisarmos as razões pelas quais os alunos evadem da escola, percebemos o quão complexo é. Sabemos que a escola pode ser um ambiente de desafios, e alguns alunos não conseguem assimilar, chegando ao um ponto em que abandonarem a escola.Sabemos que a Eja tem caráter reparador, no entanto deve-se pensar no aluno antes de chegar na Eja. Desta forma Menezes (2011,p.1), enfatiza que “ o problema da evasão escolar é uma questão que tem raízes históricas, associando-se a uma política imposta pelas elites, na qual pesam sucessivas intervenções do governo na mudança do sistema escolar”. A escola deve estar preparada para receber os alunos com diferentes personalidades, traumas que sofrem e garanti-los uma educação atrativa que tenha qualidade, os professores como mediadores de conhecimentos devem contribuir para que os alunos tenham, prazer em estudar, prazer em aprender, tornando a escola um ambiente dialógico, pois muitas vezes os alunos não se sentem atraídos, pela forma ultrapassada de ensino a que são expostos.Para complementar a ideia citada, trazemos, Azevedo que nos fala que: O problema da evasão e da repetência escolar no país tem sido um dos maiores desafios enfrentados pelas redes de ensino público, pois as causas e consequências estão ligadas a muitos fatores como social,cultural, político e econômico, como também a escola onde professores têm contribuído a cada dia para o problema se agrava, diante de uma prática didática ultrapassada.(AZEVEDO;2011,p.5): Nesta pesquisa podemos observar que o perfil do público da educação de jovens e adultos ( participantes da pesquisa) é majoritaiamente constituído de pessoas com menos de 30 anos, e que os mesmos estão matriculados na Eja ensino médio, exceto dois sujeitos da pesquisa, a grande maioria que abandonou a escola foi por motivos de trabalho em idades bem proximas,mais uma vez constatamos que a média dos estudantes pesquisados,está conforme a media nacional, pois o principal motivo pelo abandono escolar no ensino médio de jovens de 14 a 24 anos, principalmente no sexo masculino é a necessidade de trabalhar, segundo dados (PNAD,2020). Queiroz (2011,apud;Meksenas;1998), os alunos são obrigados a trabalhar para o sustento próprio e da família. Exaustos da maratona diária e desmotivados pela baixa qualidade do ensino, muitos desistem dos estudos sem completar o curso secundário. Desta forma abandonaram a escola por motivos financeiros,ou seja, precisaram trabalhar para ter seu sustento e essa necessidade é mais acentuada quando observamos o público masculino, e este fator é cultural,pois historicamente é o homem que é encarregado de propiciar o “sustento” do lar. Ao perguntarmos quais as motivações que o levaram a retornar aos estudos , percebemos uma gama de desejos refletidos no simples ato de voltar a estudar.Os adultos também se sentem motivados, sentem desejo e vontade em aprender algo novo, em mudar sua realidade.Certamente que alguns são mais objetivos, buscando a Eja como método mais rápido de conclusão dos estudos, como é o caso do S1,S3, s6 observamos aqui nestes sujeitos a pressa em recuperar o tempo que lhes foi retirado de alguma maneira, eles sentem a necessidade para receber o tão desejado diploma de ensino médio. Isso é errado? Não, pois temos o direito de buscar o que consideramos que irá nos proporcionar melhores oportunidades, e se na concepção deles o diploma de conclusão do ensino médio irá ajudar, então nada mais justo que os mesmos sejam direcionados da melhor forma a alcançar seus objetivos, obviamente respeitando o tempo de aprendizagem deles.Dessa forma Strelow(2010) vem nos dizer que os alunos da Eja,busca na escola um lugar para satisfazer suas necessidades particulares, para integrar-se à sociedade letrada, da qual não pode participar plenamente quando não domina a leitura e a escrita, existem muitos motivos que levam esses adultos a estudar, como, exigências econômicas, tecnológicas e competitividade do mercado de trabalho. Vale destacar, que outras motivações levam os jovens e adultos para a escola, por exemplo, a satisfação pessoal, a conquista de um direito, a sensação da capacidade e dignidade que traz auto estima e a sensação de vencer as barreiras da exclusão.Desta forma trazendo a visão do autor para esta pesquisa observamos que o perfil dos sujeitos pesquisados, se encaixa ao que Strelow cita, desta forma mais uma vez se faz necessário citar a importância de o aluno Eja ter uma aprendizagem que de fato tenha sentido para ele, visto que o mesmo precisa de apoio para dar continuidade ao processo de escolarização e social. Gadotti (2013) enfatiza que o analfabetismo é uma ofensa ao direito de cidadania,é como negar todos os direitos que o cidadão tem.“Eliminar o analfabetismo de jovens e adultos é um direito de cidadania e um dever do Estado”(GADOTTI,2013,p.13) . Desta forma, seguindo os pensamentos de Gadotti, temos ainda mais convicção de que a Eja,deve ser uma educação para reparar os danos que a desigualdade de direitos, onde teoricamente, todos têm os mesmos direitos, todavia, nem todos podem fazer valer seus direitos. Direcionando estes direitos para o âmbito educacional, constata-se baseado em pesquisas, que os jovens que abandonam a escola são em sua maioria aqueles que necessitam trabalhar para terem seu sustento garantido, e são estes mesmos jovens que ao se deparar as de dificuldades acarretadas por falta de letramento,por não possuírem um nível mais elevado de ensino, procuram a Eja para tentarem se adequar às realidades do cotidiano e se adaptar às exigências da sociedade letrada. Sabe-se dos preconceitos enfrentados pelas pessoas não alfabetizadas, onde por vezes os estudantes da EJA, mesmo que sejam alfabetizados, são desacreditados perante a sociedade, contato os alunos pesquisados responderam não sofrer preconceitos,apenas o S2 que expressou “a sociedade nos descrimina”.Por outro lado, quando foi perguntado se já sofreram com alguma situação em que a falta de ensino mais elevado fez falta em suas vidas, a grande maioria respondeu que sim e dando como justificativa o mercado de trabalho, apenas o S6 disse que não , considero que seja pelo fato de ser bastante jovem. Gadotti (2013,p.18;apud, Licínio Lima, 2006, p. 66); “[...]o indivíduo é aquele que, em primeiro lugar, é responsável pela sua própria aprendizagem e por, naquele momento, gerir seu processo de aprendizagem e encontrar estratégias mais interessantes para ele próprio, numa base individual, competitiva. Quer dizer que o cidadão dá lugar muito mais ao cliente e ao consumidor.” Ao observarmos os dados coletados na pesquisa os alunos expressaram desejos referentes ao que um nível de ensino mais elevado possa lhes proporcionar, em contra partida não citaram de fato os conhecimentos que desejam incorporar a sua vida cotidiana,aprendizados que vão além do mundo escolar, conhecimentos que se faz uteis no seu dia dia, complementando as ideias citadas, Gadotti nos diz que; [...]O direito à educação não se limita ao acesso. Mas, é verdade, a aprendizagem, na ótica neoliberal, realça apenas o chamado “conhecimento útil” e os aspectos individualistas e competitivos da aprendizagem. Não se trata de deslocar a tônica da educação para a aprendizagem. Trata-se de garantir, por meio de uma educação com qualidade social, a aprendizagem de todos os cidadãos e cidadãs que deve ser “sociocultural” e “socioambiental”[...](GADOTTI,2013,p.18) Podemos observar mais uma vez a diversidade do público que a Eja atende, visto que, todos os sujeitos da pesquisa responderam diferentemente sobre as dificuldades enfrentadas por eles, exceto os sujeitos 1 e 6 que segundo os mesmos, não há nenhuma dificuldade. No cotidiano escolar muitos são os desafios enfrentados pelos alunos da EJA na busca por um ensino com qualidade, dentre estes podemos citar; o cansaço dos mesmos, pois geralmente passam o dia no trabalho ou são donas de casas que cuidam de suas famílias, consequentemente a isto eles tem pouco tempo para se dedicarem aos estudos, as metodologias que os professores empregam que às vezes não condizem com a realidade dos educandos que acabam por impedir ao aprendizado. estas e outras dificuldades são enfrentadas diariamente pelos estudantes da EJA, e ainda tem as dificuldades de assimilarem os conteúdos em cas, quando a modalidade é semipresencial. Gadotti (2008) afirma que os jovens e adultos trabalhadores lutam e buscam nos estudos uma forma de superar suas condições precárias de vida, em relação ao direito à moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego, entre outros, pois na maioria das vezes estes problemas são causados pelo analfabetismo.Trazendo as falas de Gadotti para os alunos que responderam que o trabalho é uma das dificuldades enfrentada pelos mesmos. A Educação de Jovens e Adultos deve propiciar aos educandos condições dignas para que os mesmos deem continuidade aos estudos, prezando assim e respeitando suas limitações e especificidades. Ribeiro (2001) afirma que uma eventual passagem pela escola, muitas vezes, foi marcada pela exclusão e/ou pelo insucesso escolar, associando a fala de Ribeiro aos dados coletados nesta pesquisa, fazemos a ligação com a fala do S4, quando a aluna cita que, “No inicio me sentia tão incapaz a ponto de ver as aulas desanimada, por 2 vezes não consegui passar na prova achando que a escola estava me dificultando[...], é perceptível na fala da aluna a fragilidade que a mesma apresenta e a falta de credibilidade com o sistema de ensino. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Tendo por base os estudos e as reflexões citadas neste texto,vemos alguns aspectos da Educação de Jovens e Adultos, tais como, quando surgiu e seus processos de aperfeiçoamento para de fato ser uma educação voltada para melhor atendimento ao público jovem e adulto,formação do professor e suas práticas de ensino, além de constatar que a Eja é uma educação que se faz necessária para reparar as lagunas que existentes na parte da população que não pode concluir seus estudos ou para os que nunca estudaram. A trajetória da Eja no Brasil foi, e é pautada por campanhas e movimentos que foram desenvolvidos pelo setor político, com envolvimento de organizações da sociedade civil, com o intuito de erradicar o analfabetismo, no entanto essas ações precisavam ser de fato mais efetivas, a EJA deve deixar de ser baseada em projetos e serem constituídas políticas educacionais que sejam eficientes, reiterando de fato suas funções: função qualificadora, função equalizadora e função reparadora. No atual cenário político em que estamos vivenciando é nítido o descaso em relação à educação, principalmente a de Jovens e Adultos. Em relação ao papel do educador Eja, este mesmo tem que estar ciente da diversidade do público que irá atender, sabendo que será um mediador de conhecimentos, que o educando Eja traz consigo um leque de conhecimentos e vivências cotidianas, e que estes conhecimentos são os que de fato vão fazer com que eles relacionem aos conhecimentos escolares e sendo assim obtenham uma educação que tenha significado para eles, pois de outra forma ocorre o desinteresse o que acaba ocasionando outra vez uma evasão escolar e mais uma vez este sujeito é privado do direito à educação. Isto é, o educador Eja além de ensinar, tem que ter sensibilidade de saber ouvir, propondo sempre que as aulas se realizem de forma que haja diálogos mútuos. Desta forma ao analisarmos os dados da pesquisa constata-se que os problemas e as dificuldades enfrentadas pelos alunos da Eja se fazem decorrentesdos problemas sociais, culturais e certa falta de responsabilidade do poder público para com este setor da educação básica, setor tão importante quanto os demais, pois a Eja deve equalizar os direitos a educação no sentido de dar oportunidade igual a todos, diante das particularidades de cada sujeito. Relacionado os estudantes pesquisados e a forma como eles elegem a Eja como uma nova oportunidade de resgate, estes mesmos tem sonhos, expectativas a serem alcançados e delegam isto a uma nova oportunidade de estudar, óbvio que também relataram dificuldades e desafios, no entanto o que ficou perceptível nos sujeitos da pesquisa é que a Eja para eles se faz muito necessária. Concluindo acredito que a Eja seja uma grande contribuição para o letramento da sociedade analfabeta e um ponto de partida para as pessoa que por algum motivo não conseguiram continuar estudando, no entanto foi constatado na pesquisa que ela precisa de aprimorações para que atenda aos princípios que prega. Por fim, nosso estudo se pautou em pesquisas de campo(questionário) e pesquisas bibliográficas(artigos, livros,etc), dispondo de toda atenção, cuidado e respeito ao abordar cada tema que aqui foi citado, tentando de maneira mais imparcial possível fazer a abordagem dos temas relacionando as vivências e questionamentos. REFERÊNCIAS ARANHA, MARIA LÚCIA A. História da Educação e da Pedagogia – Geral e do Brasil. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2006. ARROYO, MIGUEL. Educação de Jovens e Adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, LEÔNCIO; GIOVANETTI, MARIA AMÉLIA; GOMES, NILMA LINO (Orgs.). Diálogo na educação de jovens e Adultos. 4. ed. 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Universidade de Brasília, Brasília, 2004. APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR Roteiro pesquisa professor da EJA 1) Identificação Nome: a) Idade: b) Sexo: ( ) M ( ) F c) Formação: d) Tempo de docência: 2- Dados da docência a) Qual o maior desafio de lecionar EJA? b)Quais são as dificuldades enfrentadas pelos estudantes em relação ao aprendizado? c) O que considera “dificuldade de acompanhar
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