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TCC_Conceição_21_02_2021.docx

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CENTRO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS CECY CIALDINI:
IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICOS ENTRE PROFESSOR E ESTUDANTES
Maria Conceição Costa Aragão
Ana Cristina Silva Soares
RESUMO
Este trabalho tem como intuito trazer estudos realizados acerca da Educação de Jovens e
Adultos - EJA, objetivando as implicações pedagógicas na visão de professores, alunos
do Centro de Educação de Jovens e Adultos Profª Cecy Cialdine, como também
baseado em pesquisas bibliográficas. Fundamentamos-nos em autores como: Gadotti,
Freire, Strelhow, Friedrich, entre outros. começamos o trabalho trazendo o percurso
histórico da Educação de Jovens e Adultos, as leis que a fomentam, trouxemos um
tópico sobre Paulo Freire por considerar sua extrema importância para a EJA,
destacamos os processos de ensino e aprendizagem e os desafios dos mesmos, o papel
do docente EJA. No processo de pesquisa contamos com a participação de sete alunos e
um professor, utilizamos como objeto de pesquisa um questionário aberto,os resultados
foram analisados de forma qualitativa, os resultados apresentaram que os alunos em sua
maioria estão satisfeitos com os processos de ensino da modalidade, o professor
questiona a falta de materiais apropriados para realização de sua aula. Desta forma
remetemos a falta de políticas públicas mais efetivas para com a EJA.
Palavras-chave: Eja - Educação - Jovens - Adultos - Ceja
1-INTRODUÇÃO
Este trabalho propõe trazer para reflexão a respeito da modalidade de Educação de
Jovens e Adultos - EJA, ressaltando-se os desafios do processo de ensino e
aprendizagem, os métodos de ensino, dificuldades, materiais utilizados e a relação entre
estudantes e o professor do Centro de Educação Cecy Cialdine.
A educação é um direito de todos e não importa a idade, classe social, gênero
sexual entre outros. Por isso, este estudo parte da seguinte pergunta: Qual a importância
1 Maria da Conceição Costa Aragão Licencianda em pedagogia - Universidade
Estadual Vale do Acaraú - UVA
2 Ana Cristina Soares Silva - Orientadora e professora do curso de pedagogia -
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA
da EJA na relação professor – aluno e que desdobramentos são construídos neste
processo?
O campo da EJA se faz necessária pela veracidade da sua função reparatória, e nos
benefícios que traz para quem a busca; visto que dificilmente os jovens e adultos que
nunca estudaram, ou aqueles que por algum motivo pararam seus estudos antes de
concluírem o ensino fundamental e/ou médio, voltarão a estudar em escolas regulares.
Desta forma, a EJA apresenta-se como uma nova oportunidade de aprendizagem,uma
forma de estudo mais flexível, visto que grande parte dos estudantes da EJA trabalham
ou são donas de casa. Nesse sentido, a EJA pode exercer de fato, seu caráter acolhedor e
reparador.
Um dos motivos pela busca no aprofundamento deste campo foi a necessidade
de aprofundar as discussões sobre a EJA pois considero que a mesma ainda não se faz
presente o quanto deveria no cenário educacional, pois em pleno século XXI ainda é
tratada com programas e não com políticas públicas eficientes. Outro fator que me fez
querer entender mais sobre a EJA, é o fato de ter pertencido a esta modalidade como
estudante. Em um momento da minha vida, na fase da adolescência, engravidei e neste
período precisei abandonar os estudos. Como a época foi de muitas descobertas e novos
desafios, optei pelo adiamento do término do ensino médio, já que não me sentia à
vontade para voltar a estudar em uma sala de aula regular. Surgiu desmotivação,
medo,insegurança de voltar a estudar em uma sala repleta de adolescentes,não me
sentia mais pertencente a este meio;acreditava não ser mais possível após ser mãe.
Existia a sensação de auto exclusão, do não pertencimento. Não estava em meus planos
retornar a estudar em uma escola regular, porém minha filha foi crescendo e senti a
necessidade de poder ofertar algo melhor para ela, foi então que decidi libertar-me de
traumas passados e procurar uma escola para o término do ensino médio.
Foi assim que cheguei até o Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA
Cecy Cialdini,lá sentia-me acolhida, não havia julgamentos, e sim, incentivos e
dedicação. O retorno aos estudos foi mágico, me senti uma criança cheia de sonhos e
novas expectativas, porque naquele momento algo foi resgatado, o direito de estudar.
O processo de escolarização do ensino médio ocorreu durante sete meses. Neste
período nos foi apresentado o vestibular da Universidade Estadual Vale do Acaraú –
UVA, no ano de 2015.Os estudantes do CEJA Cecy Cialdine foram incentivados a
participarem. No começo fiquei com receio de fracassar, mas decidi me inscrever. Com
foco nos estudos, me dediquei ao máximo, estudei em casa, fiz o melhor que pude e
para minha surpresa fui aprovada; e a partir desta época tornei-me com muito orgulho
acadêmica da licenciatura em pedagogia. Hoje tenho o privilégio de contar minha
experiência, espero que sirva de incentivo para outros profissionais que atuarão em sala
de aula e para estudantes da modalidade.
Este trabalho em relação aos aspectos metodológicos se constitui do tipo
de pesquisa exploratória de abordagem qualitativa, e a coleta de dados aconteceu no
CEJA Cecy Cialdine no período do mês de dezembro de 2020.
Assim, este trabalho tem como objetivo geral analisar a relação professor e
estudantes, estratégias pedagógicas e dificuldades do campo da Educação de Jovens e
Adultos. Como objetivos específicos são: caracterizar as dificuldades enfrentadas pelos
professores da EJA; identificar as motivações dos estudantes da EJA; analisar as
dificuldades enfrentadas pelos alunos no processo de aprendizagem.
O trabalho está dividido em quatro seções: um pouco de sua historiografia desde
o Brasil colônia até os dias atuais. Sabemos das dificuldades enfrentadas pelos
estudantes da EJA, em vários âmbitos, por tanto acredito que se faz necessário um
estudo mais aprofundado sobre o tema.
2-REVISÃO DE LITERATURA
2.1. EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: Breve histórico no Brasil
Se faz necessário que saibamos o que aconteceu no passado para melhor
compreender o presente, conhecendo a história nos apropriamos de conhecimentos,
descobertas que não presenciamos. O que seria da humanidade sem os conhecimentos
que nos antecedem? Estaríamos fadados a nunca nos renovarmos, a não procurar novos
conhecimentos.
Desta forma, faremos uma investigação que nos ajudará a compreender o
processo histórico da educação de jovens e adultos ao fazer uma pesquisa é necessário
que conheçamos a história do mesmo, para desta forma entender o cenário atual.
Para a autora Aranha:
A história resulta da necessidade de reconstituirmos o passado, relatando os
acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no
tempo, por meio da seleção (e da construção) dos fatos considerados
relevantes e que serão interpretados a partir de métodos diversos, como
veremos. A preservação da memória, porém, não foi idêntica ao longo do
tempo, tendo variado também conforme a cultura. ( ARRANHA;2012;
p.07):
A Educação para Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino, da rede pública
no Brasil, amparada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, n.º 9.394/96, tem o
objetivo de desenvolver o ensino fundamental e médio com qualidade, para as pessoas
que não tiveram a oportunidade de estudar na idade escolar regular e para aqueles que
por algum motivo evadem da escola antes do término dos estudos(BRASIL,2018). Esta
modalidade nasceu no cenário da sociedade civil, das “lacunas” do Sistema Educacional
Brasileiro, tendo também por objetivo diminuir as exclusões sociais e as diversas
formas de exploração. (FRIEDRICH et.al;2010)
Durante o período colonial eram os religiosos que educavam os adultos com
conotação missionária, em 1549 os padres jesuítas chegaram ao Brasil e se voltaram
para a catequização e instrução de adultos e adolescentes. Os Jesuítas que se dedicavam
a ensinar às crianças quanto aos adultos indígenas,crenças religiosas, culturais, tendo
por intuito propagar a fé católica juntamente com o trabalho educativo. “Apenas quinze
dias depois, os missionários já faziam funcionar, na recém-fundada cidade de Salvador,
uma escola “de ler e escrever” (ARANHA;2012 p. 228). Obviamente que não se tinha
uma educação voltada para os jovens e adultos como temos hoje, era mais uma forma
de catequizar os índios e lhes impor o cristianismo, tendo o intuito de torná-los
“civilizados”.
Com a chegada da família real e a expulsão dos Jesuítas no século XVIII, a
educação de adultos entra em falência, pois a responsabilidade pela educação fica a
cargo do império (STRELHOW, 2010).
A EJA durante muitos anos se baseava em escolas noturnas que eram a única
forma de alfabetizá-los após um dia árduo de serviço, e muitas dessas escolas na
verdade eram grupos informais, onde poucos que já dominavam o ato de ler e escrever o
transferia a outros, sem nenhuma formação especializada, apenas no começo do século
XX com o desenvolvimento industrial é possível perceber uma lenta valorização, da
modalidade.
O processo de industrialização gerou a necessidade de se ter mão de obra
especializada, nesta época criou-se escolas para capacitar os jovens e adultos, por causa
das indústrias nos centros urbanos a população da zona rural migrou para o centro
urbano na expectativa de melhor qualidade de vida, ao chegarem nos centros urbanos
surgiu à necessidade de alfabetizar os trabalhadores e isso contribuiu para a criação
destas escolas para adultos e adolescentes.
Somente na década de 1930 foi que a educação de jovens e adultos
efetivamente começa a se destacar no cenário educacional do país, quando em 1934, o
governo cria o Plano Nacional de Educação que estabeleceu como dever do Estado o
ensino primário integral, gratuito, de frequência obrigatória e extensiva para adultos
como direito constitucional (FRIEDRICH et.al, 2010).
Em 1945 surgiram muitas críticas aos adultos analfabetos e paralelo a isso, a
luta por uma educação de qualidade para todos, ocasionou que a educação de adultos
tivesse destaque na sociedade.
Por meio da campanha de Educação de Adultos, lançada em 1947, abre-se a
discussão sobre o analfabetismo e a educação de adultos no Brasil (COLAVITTO;
ARRUDA, 2014).No mesmo ano foi instalado o Serviço de Educação de Adultos –
SEA, como serviço especial do Departamento Nacional de Educação do Ministério da
Educação e Saúde, cujo objetivo era a reorientação e coordenação geral dos trabalhos
dos planos anuais do ensino supletivo para adolescentes e adultos analfabetos. Uma
série de atividades foi desenvolvida a partir da criação desse órgão, integrando os
serviços já existentes na área, produzindo e distribuindo material didático, mobilizando
a opinião pública, bem como os governos estaduais e municipais e a iniciativa
particular.
Em 1947 surge também a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos -
CEAA, esta foi a primeira iniciativa governamental para a educação de jovens e adultos
no Brasil. Promovida pelo Ministério da Educação e Saúde, tinha como objetivo levar a
educação básica a todos os brasileiros que não fossem alfabetizados, nas áreas urbanas e
rurais a campanha se estendeu até fins da década de 1950,tendo grande importância,
principalmente por criar uma infraestrutura nos estados e municípios para atender à
EJA, essa que depois ficou a cargo das administrações locais. No entanto, ficou notável
que CEAA fosse pautada em um cenário de educação, na prática a campanha foi
induzida pela ideia de que o adulto analfabeto era incapaz comparado a um adulto
alfabetizado.
Nos anos 50 é realizada a Campanha Nacional de Erradicação do
Analfabetismo - CNEA e na década de 1960, o Movimento da Educação de Base -
MEB (VIEIRA, 2004). Logo após, em 1967, o governo militar cria o Movimento
Brasileiro de Alfabetização - MOBRAL, com o intuito de alfabetizar funcionalmente e
promover uma educação continuada (STRELHOW, 2010).
Não há como escrever sobre Educação de Jovens e Adultos e não citar Paulo
Freire,o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais,
conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome,
Método Paulo Freire. Para ele, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno
principalmente em relação às parcelas da população desfavorecidas. A educação
freiriana está voltada para a conscientização de vencer primeiro o analfabetismo político
para assim simultaneamente ler o seu mundo a partir da sua experiência, de sua cultura,
de sua história.
Apesar dos esforços e as campanhas voltadas para a Educação de Jovens e
adultos, pouca coisa ou nada mudou quando se tratava de procedimentos
metodológicos, até início da década de 60, precisamente no ano de 1963 quando em
Angico uma pequena cidade do Rio grande do Norte,Paulo Freire comandou uma
equipe de professores que criaram uma escola de alfabetização.
Angico era uma cidade muito pobre e desconhecida, no entanto entrou para a
história da educação quando 300 adultos moradores da mesma foram alfabetizados, por
meio do método de ensino Paulo Freire. Método que consistia alfabetizar os alunos por
palavras geradoras, isto é, palavras que faziam parte de seu cotidiano (milho,
feijão,tijolo, jumento), o intuito do método de Freire não se sustentava em apenas
alfaletrar os educandos, mas, também os tornar sujeitos conscientes de seus direitos, ou
seja, que se tornarem seres pensantes, críticos, despertar neles a consciência política,
conhecimentos que fossem útil no seu dia a dia, assim como também lhes dar o direito
ao voto. Para Freire (2013 p,105) “o esforço de propor aos indivíduos dimensões
significativas de sua realidade, cuja análise crítica lhes possibilite reconhecer a interação
de suas partes”.
O resultado do método em Angico foi tão bom que Paulo Freire foi convidado
a integrar a equipe do MEC e desenvolver o Plano Nacional de Alfabetização, aprovado
em janeiro de 1964.O Plano Nacional começaria a ser colocado em prática na Baixada
Fluminense, e a primeira etapa do método (pesquisa) foi efetivada ainda no final de
1963, porém o trabalho dos círculos não foi iniciado, já que o regime militar tomou o
poder antes e teve como um de seus primeiros atos a extinção do plano(SILVA e
SAMPAIO;2015;p.944), após a ditadura surge o programa de alfabetização Movimento
Brasil Livre — MOBRAL.
O MOBRAL, projeto condizente ao regime militar, tinha em sua proposta
alfabetizar 11.4 milhões de adultos até o ano de 1971. O seu objetivo era alfabetizar
somente a população de 15 à 35 anos, porém em 1974 incluiu a faixa etária de 9 à 14
anos, assim como o programa se estendeu e passou a promover outros.
A UNESCO — órgão da Organização das Nações Unidas – ONU, que é
responsável por projetos ligados à educação e à cultura — recomendava que os
programas de alfabetização deveriam ser funcionais, ou seja, estar vinculados à vida
produtiva dos educandos, além de que a duração mínima desses programas fosse de oito
meses, após esse período, deveriam ser desenvolvidos programas de continuação do
processo educativo. Os programas do MOBRAL não estavam nestes padrões.
Com o fim da ditadura militar e já no governo civil de José Sarney, o decreto nº
91.980, de 25 de novembro de 1985, determinou a extinção da Fundação Mobral, foi
criada então a Fundação Nacional de Educação de Jovens e Adultos - Fundação Educar
que estava vinculada ao Ministério da Educação. Em 1990 com o Governo de Collor, a
Fundação Educar foi extinta sem ser criado nenhum outro projeto em seu lugar, á
partir deste momento deu-se uma pausa na participação do governo federal , nos
programas de alfabetização de jovens e adultos, somente em 1996, surge novamente um
programa nacional de alfabetização promovido pelo governo (STRELHOW;2010).
Em 1974, o MEC criou os Centros de Estudos Supletivos - CES, que tinham o
mesmo intuito de facilitar a escolarização de jovens e adultos.
Em 2003 naentão gestão do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva
foi criada a Secretaria Extraordinária de Erradicação do Analfabetismo, lançando então
o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), programa voltado para a educação de jovens e
adultos e idosos, e desenvolvido em todo o território nacional tendo por foco principal
os municípios que apresentam maior taxa de analfabetismo. Sendo que 90 % dos
municípios se localizam na região Nordeste.O programa se constituía da seguinte
forma:
I – Bolsa classe I: R$ 400,00 (quatrocentos reais) mensais para o
alfabetizador e para o tradutor-intérprete de libras que atuam em uma turma
ativa;
II: R$ 500,00 (quinhentos reais) mensais para o alfabetizador que atua em
uma turma ativa de população carcerária ou de jovens em cumprimento de
medidas socioeducativas;
III – Bolsa classe III: R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais para o
alfabetizador e tradutor-intérprete de Libras que atuam em duas turmas de
alfabetização ativas;
IV – Bolsa classe IV: R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais para o
alfabetizador-coordenador de cinco turmas de alfabetização ativas.
V – Bolsa classe V: R$ 750,00 (setecentos e cinquenta reais) mensais para o
alfabetizador que atua em duas turmas ativas de estabelecimento penal ou de
jovens em cumprimento de medidas socioeducativas. (BRASIL;2018)
Em 2005 foi criado o Programa Nacional de Inclusão de Jovens - PROJOVEM,
cujo foco central era a qualificação para o trabalho unindo a implementação de ações
comunitárias. A experiência - piloto do programa teve duração de 12 meses, o objetivo
do mesmo é apoiar jovens com idade entre 18 e 24 anos, que tenham feito a 4ª série do
ensino fundamental e que não tenham concluído a 8ª e que não estão inseridos no
mercado de trabalho. Cada participante do programa recebia uma bolsa mensal de R$
100,00 para que concluísse o ensino fundamental e fizesse uma qualificação
profissional (BRASIL,2018).
O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio
para Jovens e Adultos - PROEJA foi criado também no ano de 2005, visando a
integração da Educação profissional na modalidade de jovens e adultos. O programa
tinha como objetivo incluir os estudantes da modalidade EJA aos cursos de formação
profissional, visto que, quase sempre eram excluídos (BRASIL,2018).
Por meio do Decreto nº. 5.840, de 13 de julho de 2006, é ampliado em termos
de abrangência e aprofundado em seus princípios pedagógicos, passando a se chamar
Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na
Modalidade de Educação, o PROEJA. (BRASIL,2018)
Já em 2007 o Ministério da Educação - MEC aprova a criação do Fundo de
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação –
FUNDEB, que foi “um importante compromisso da União com a educação básica, na
medida em que aumenta em dez vezes o volume anual dos recursos federais
(BRASIL,2017, ).
No governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2011) foram criados programas
de grande relevância para a educação, é perceptível a real preocupação para que o Brasil
se tornasse de fato um país com mais oportunidades de ensino para todas as classes, a
alfabetização de adultos se fez bastante presente nos programas criados.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96) - LDB
Responsável por regulamentar a estrutura e o funcionamento do sistema de educação do
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/d5840.htm
país, a lei definiu os objetivos a serem atingidos e reforçou o caráter federativo da
educação brasileira.(BRASIL;2018)
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não
tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na
idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos
adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.(BRASIL,1996)
Com a LDB 9394/96, a nomenclatura Ensino Supletivo passa a ser chamada
de EJA. A mesma Lei, reafirma o direito dos jovens e adultos trabalhadores ao ensino
básico e ao dever público sua oferta gratuita, estabelecendo responsabilidades.
O parecer CNE/CEB 11/2000,dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação de Jovens e Adultos, tendo por base a Lei 9.394/96,(BRASIL;2018):
O Parecer CEB/CNE 11/2000 baseou a Resolução do CNE de Diretrizes
Curriculares para a EJA, enfatizou as mudanças da nomenclatura de ensino supletivo
para EJA, o direito público dos cidadãos à educação, as funções: reparadora;
equalizadora e qualificadora, distingue a EJA da aceleração de estudos, concebe a
necessidade de contextualização do currículo e dos procedimentos pedagógicos e
aconselha a formação específica dos educadores. (BRASIL,2000)
Ficou constatado ao revisarmos a história da EJA, um misto de erros e falta de
políticas públicas que de fato atendesse as necessidades dos alunos, falta de despreparo
por parte da atuação do governo federal, com a implementação de programas que não
tiveram o resultado prometido e esperado. Mas por outro lado temos também que
ressaltar o programa desenvolvido pelo educador Paulo Freire que atendeu com êxito as
necessidades dos educandos.
2.1. Processos de ensino e aprendizagem na EJA
Atualmente na sociedade contemporânea tudo acontece de forma veloz e
constatamos tal fato mediante aos meios de comunicação que nos ligam ao mundo todo
pela tela de um computador, celular, tablet, etc. Consequentemente tudo ao nosso
entorno tem se tornando cada vez mais moderno e relevante, as tecnologias, nossas
escolhas, enfim nossa vida no geral. Apesar de todas as mudanças e aprimorações das
ferramentas de comunicação, a escrita e a leitura são fundamentos básicos na vida das
pessoas e se fazem necessárias para que haja igualdade social de direitos, e por este
motivo a erradicação do analfabetismo se fez e se faz tão necessário. Segundo Freire
(2013 p.171) “a sociedade simplesmente modernizada, mas não desenvolvida, continua
dependente do centro externo, mesmo que assuma, por mera delegação, algumas áreas
mínimas de decisão. Isto é o que ocorre e ocorrerá com qualquer sociedade dependente,
enquanto dependente.”
Coelho e José (1999) definem aprendizagem como o resultado da estimulação
do ambiente sobre o indivíduo já maduro, que se expressa, diante de uma situação-
problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência.
Para Vigotski, a aprendizagem e o desenvolvimento estão inter-relacionados
desde o primeiro dia de vida da criança.
É primordial que sejam promovidas condições adequadas de ensino e de
aprendizagem na EJA, assegurar aos alunos acessos a todos os processos que acontecem
na escola, e dar-lhes condições adequadas, sociais, físicas e intelectuais de
aprendizagem, respeitando suas especificidades. Susana Schwartz (2013, p.155), “[...]
os processos de ensino e de aprendizagem na alfabetização de jovens e adultos estão
ancorados em práticas indispensáveis de leitura e de escrita”.
O perfil do estudante da EJA atualmente diversificou-se bastante, quebrando o
estereótipo de os estudantes são apenas pessoas mais velhas que o intuito aovoltar a
estudar era somente assinar seu nome, ler e escrever palavras simples, óbvio que esse
perfil de educando ainda está bastante presente nas salas de aula, no entanto o que
vemos na atual realidade são também jovens que tiveram que abandonar os estudos, ou
que repetem de ano na escola e optam para dar continuidade aos estudos pela EJA.
Jardilino (2014, p.182) nos diz que; “[...] implica pensar em novas práticas e novas
relações que se estabelecem nas salas de aulas e no espaço escolar”. Sendo assim novas
formas de ensino e de abordagens metodológicas se fazem necessárias para que haja
uma educação com o caráter reparador que a EJA prega, visto que cada aluno com seus
perfis variados vão em busca do que por alguma razão foram privados, e é direito dos
mesmos serem ressarcidos de alguma forma.
[...] o passo decisivo para reinvenção da EJA é ter o trabalho como referente
ético político-pedagógico. Mas, no mundo contemporâneo, estamos expostos
às novas mídias, veículos de transmissão de informações em tempo real, bem
como de conteúdo de informações e opiniões, os quais fazem parte do
cotidiano das pessoas. (ARROYO, 2017, p.69)
A escola pode ser um ambiente desafiador para os educandos, e quando se têm
algum déficit de aprendizagem ou dificuldade em acompanhar os conteúdos escolares, o
sentimento de não pertencimento pode surgir no aluno, por vezes a escola mesmo causa
essa sensação nos alunos pois quando não conseguem acompanhar os conteúdos, não tem
o rendimento escolar esperado, são taxados de incapazes, ou até mesmo de “burros”.
Ocasionando assim uma trajetória escolar desestimulante, isto faz com que, muitos
alunos estudem na escola regular até o momento em que são “obrigados”. O desestímulo
chega ao ponto que o aluno desiste de tentar se encaixar naquele ambiente e suas regras,
decide evadir do ensino regular, encerrando assim seu ciclo escolar antes de concluir o
mesmo. O desafio da expansão do atendimento na educação de jovens e adultos já não
reside apenas na população que jamais foi à escola, mas se estende àquela que já
frequentou a escola e que por diversos motivos deixou de frequentá-la, no entanto, não
obteve aprendizagens suficientes para participar plenamente da vida econômica; como
obter um emprego justo, e dos demais benefícios que uma escolarização mais elevada
proporciona. Diante disto fica evidente que os alunos da EJA necessitam de um olhar
específico especialmente voltado para as dificuldades enfrentadas pelos estudantes.
O adulto analfabeto defronta-se com a sociedade letrada e necessita de, no
mínimo, saber enfrentar a tecnologia da comunicação para que, como cidadão, saiba
lutar por seus direitos, pois ao contrário, torna-se vítima de um sistema excludente e
pensado para poucos (FRIEDRICH et.al, 2010).
Gadotti (2013, p.12 ) enfatiza que; “educação é necessária para a sobrevivência
do ser humano. Para que ele não precise inventar tudo de novo, necessita apropriar-se da
cultura, do que a humanidade já produziu”. Ou seja, a EJA ensina a ler e a escrever, mas
tão importante quanto, é proporcionar a formação permanente dos alunos e sua inclusão
social, garantindo aos mesmos que aprendam a decifrar os códigos da leitura, é tão
importante quanto, eles aprendem que devem fazer parte da sociedade ativamente,
serem atores de sua própria história.
2.2 O papel do Educador na EJA (pedagogia)
O perfil do professor EJA é muito importante para o sucesso da aprendizagem,
visto que se consolida em conformidade com a motivação que os alunos constroem e
grande parte desse processo depende dos incentivos e da habilidade docente. Para
Paulo Freire (2013) o papel do professor é estabelecer relações que dialoguem ensino
aprendizagem, ou seja, o professor ao mesmo tempo em que ensina, também aprende,
ocorrendo então uma troca de saberes, tornando assim o processo de ensino e
aprendizagem um encontro democrático e afetivo, onde todos têm a mesma importância
e a possibilidade de criar diálogos de se expressar.
A partir das ideias supracitadas a importância que o professor da EJA tem no
processo de reingresso dos alunos da modalidade, por tanto o educador da EJA, deve ser
capaz de identificar o potencial de cada educando, estabelecer diálogos e promover uma
interação empática, já que além da formação que todo professor deve ter, é necessário
que o professor esteja ciente sobre as complexidades e especificidades da Educação de
Jovens e Adultos.
Complementando as ideias antes citadas, Paulo Freire nos traz em seu livro
Pedagogia do Oprimido, a importância do diálogo, enfatiza que o diálogo se faz na troca
de conhecimentos, não se há diálogo quando só uma parte deposita suas ideias, deve
haver troca de conhecimentos e diálogos mútuos, para que realmente haja educação
libertadora e conscientizadora. “[...] por isso o diálogo é uma exigência existencial”
(FREIRE;2013, p.88)
[...] pedagogia do oprimido: aquela que tem de ser forjada com ele e não para
ele, enquanto homens ou povos, na luta incessante de recuperação de sua
humanidade. Pedagogia que faça da opressão e de suas causas objeto da
reflexão dos oprimidos, de que resultará o seu engajamento necessário na luta
por sua libertação, em que esta pedagogia se fará e refará (FREIRE,2013;
p.34)
O professor que deseje atuar no ensino de jovens e adultos precisa ser também
humanista, saber que o público que ele atende, muitas vezes passa o dia trabalhando,
cuidando dos filhos, e busca na EJA, uma nova forma de recomeço. Portanto se faz
necessário que o educador que o educador da EJA, tenha humildade de reconhecer e
aceitar os conhecimentos que os alunos trazem consigo, saber ouvir e respeitar suas
vivências, ser articulador dos conhecimentos prévios, juntamente com os que pretende
que os alunos desenvolvam, isso se faz necessário, visto que, os jovens e adultos têm
mais facilidade em aprender quando se norteiam em suas próprias vivências.
Jovens e adultos que retornam à escola o fazem guiados pelo desejo de
melhorar de vida ou por exigências ligadas ao trabalho. São sujeitos de direitos,
trabalhadores que participam concretamente da garantia de sobrevivência do grupo
familiar ao qual pertencem. Considerar a heterogeneidade desse público, quais seus
interesses, suas identidades, suas preocupações, necessidades, expectativas em relação à
escola, suas habilidades(BRASIL;2000). Desta forma, as vivências dos educandos da
EJA, se tornam de suma importância para a construção de uma proposta pedagógica que
considere suas especificidades.
Assim, Gadotti (2013 p.14) enfatiza que “Educação de Adultos deve ser
também uma educação em direitos humanos. Para isso, é fundamental que os conteúdos,
os materiais e as metodologias utilizadas levem em conta esses direitos, e os programas
propiciem um ambiente capaz de vivenciá-los.”
Segundo Gadotti (2014),os estudantes da EJA já foram desrespeitados
anteriormente por não terem seu direito à educação de fato exercido, não importando o
motivo pelo qual os mesmos evadiram da escola é direito de todos a educação e a eles
lhes foi negado, então ao retornar para a EJA depois de adultos eles têm o direito a uma
educação digna e que a mesma seja coerente com a sua faixa etária, ou seja, não se pode
ensinar um aluno como se ensina uma criança, desta forma Gadotti enfatiza que os
estudantes Eja, “Não podem, ao retomar seu processo educacional, ser humilhados,
mais uma vez, por uma metodologia que lhes nega o direito de afirmação de sua
identidade, de seu saber, de sua cultura”(GADOTTI;2014,p.17).Por esta razão é
primordial que o docente da EJA tenha formação continuada para saber como melhor
despertar a forma de aprendizagem de seus alunos, visto que a formação acadêmica
ainda não prepara os educadores de maneira qualificativa para ensinar na modalidade de
ensino de jovens e adultos.
Complementando o que acima foi citado, Soek (2010) expressa que “[...]para
uma atuação eficaz na alfabetização de jovens e adultos, é necessário mais do quesomente cursos de capacitação. São necessários projetos de formação inicial e, também,
formação continuada”.
Segundo Paulo Freire, a Educação de Jovens e Adultos não pode mais ser vista
como um curso que atende somente às demandas de conhecimento imediato em função
das necessidades da vida cotidiana. As experiências e os valores adquiridos durante a
vida precisam ser valorizados, no entanto a escola deve ofertar muito, além disso, pelas
palavras do mesmo, “é imprescindível uma leitura do mundo que contextualize, geste e
emoldure um sentido para a palavra” (PASSOS, 2010, p. 238).
Há um papel pedagógico e político nesse processo de ensino aprendizagem o
aluno também é detentor de conhecimento e, portanto, deve haver uma troca de
conhecimentos e saberes. O educador deve mostrar sua leitura do mundo, no entanto
deixando claro que não existe uma única leitura possível, ou seja, o aluno deve ser
sujeito ativo de sua própria educação e fazer sua leitura de mundo.
2.3 Desafios do processo de ensino e aprendizagem na EJA
Os jovens e adultos que buscam essa modalidade de ensino em sua maioria das
vezes já traz consigo um contexto histórico e uma realidade social, os mesmos buscam a
EJA como uma nova forma de recuperar o tempo que passou fora da escola e muitos
buscam resgatar o que lhes foi retirado por não terem acesso a uma educação digna, por
diversos desestímulos os quais já foram aqui citados. Esses alunos que por vezes sofrem
preconceitos e são desacreditados quando cursaram o ensino regular, e que buscam na
EJA uma forma diferente de aprender e assim concluir os estudos no nível médio. Eles
voltam às escolas porque procuram melhorar suas vidas, através do processo de
aprendizagem.
Os alunos da EJA necessitam de ensino, por um viés pedagógico que atenda
suas reais necessidades, não somente por que são jovens e adultos, mas também pelo
fato de que suas buscas ao ingressar na EJA são distintas cada um tem objetivos e
metas próprias, isto é, cada aluno tem sua particularidade e seu jeito de aprender, esses
alunos em sua maioria vem de um contexto educacional que não foi favorável para seu
desenvolvimento escolar, e buscam na EJA uma espécie de “resgate”, do tempo perdido.
Para que assim além de ler e escrever seja cumprida realmente a função Reparadora da
EJA, proporcionado ao seu público uma aprendizagem que seja de fato significativa.
Um novo pensar sobre a educação de jovens e adultos traz para o âmbito
escolar questões relativas ao processo histórico do aluno. Existem muitos
motivos que levam esses adultos a estudar, como, exigências econômicas,
tecnológicas e competitividade do mercado de trabalho. Vale destacar, que
outras motivações levam os jovens e adultos para a escola, por exemplo, a
satisfação pessoal, a conquista de um direito, a sensação da capacidade
e dignidade que traz auto estima e a sensação de vencer as barreiras
da exclusão.(STRELHOW, 2010, p.50)
Fazendo referência a Ausubel, citado por Gadotti (2018); afirma que a
aprendizagem significativa acontece quando há uma relação entre os novos
aprendizados e os aprendizados prévios. Trazemos novamente a discussão sobre a
educação dialógica, pois para que a aprendizagem seja de fato significativa, se faz
necessário que sejam considerados os aprendizados que os alunos trazem de seu
cotidiano e assim dialogando com novos conhecimentos.
A educação, independentemente da idade, é um direito social e humano.
Muitos jovens e adultos de hoje viram esse direito negado na chamada “idade
própria” e negar uma nova oportunidade a eles é negar-lhes, pela segunda
vez, o direito à educação. O analfabetismo de jovens e adultos é uma
deformação social inaceitável, produzida pela desigualdade econômica, social
e cultural (GADOTTI,2013, p.8)
Por esse motivo a EJA vem ao longo desses anos como um resgate da cidadania,
uma nova oportunidade de inclusão no sistema educacional,como uma nova
oportunidade de aprendizado, dos jovens e adultos ter a sensação de dever cumprido, a
sensação de estar aprendendo o que lhes foi tirado, seja quando descobrem as primeiras
palavras na leitura, ou quando alcançam o tão sonhado diploma de ensino médio, seja
por que lhes foi exigido para trabalhar ou até mesmo para ter o diploma de uma
universidade.Desta forma, “até hoje, é o desejo de aprender a ler e escrever palavras e
textos que circulam em nossa sociedade que leva jovens e adultos analfabetos
a irem/retomarem à escola, as salas de aulas de alfabetização”.(LEAL;
ALBUQUERQUE; MORAIS, 2010, p. 15).
Não quero romantizar a EJA, porém é uma forma de ensino que me identifico
bastante e acredito que ela repare algumas dívidas sociais, proporcionado que novos
propósitos sejam alcançados pelos jovens e adultos que a ela recorrem.
2.3.1 Aspectos pedagógicos para o desenvolvimento da aprendizagem dos
estudantes
A demanda de EJA no Brasil é muito grande: de acordo com os dados de 2019
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, 39% das pessoas com 25 anos
ou mais não concluíram o Ensino Fundamental. este percentual se torna maior, visto que
a EJA atende a população a partir de 15 anos de idade. Segundo dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios - Pnad, a taxa de analfabetismo caiu 6,8%, em
2018, para 6,6%, em 2019. Embora tenha havido uma queda considerável de 200 mil
pessoas em um ano, o Brasil ainda tem 11 milhões de analfabetos, pessoas de 15 anos
ou mais que, pelos critérios do IBGE, não são capazes de ler ou escrever um bilhete
(IBGE.2020).
Segundo Santos e Pereira (2017) ao analisar a EJA sob um conceito teórico, o
currículo seria plenamente voltado ao sujeito, às suas demandas sócio históricas,
pensando na humanização e na transformação social das classes oprimidas. O currículo
não é apenas efetivado numa educação bancária de memorização e de fragmentação dos
conteúdos, exames e princípios legitimados pela cultura hegemônica.
Para Arroyo (2011),ao enquadrar-se como educação básica regular, a EJA segue
as Diretrizes Curriculares Nacionais, podendo propor algumas adequações devido à
idade do público que atende, no entanto, não deixa de ser propedêutica, regulatória,
fragmentada e, por vezes, meritocrática.
Conforme fragmento escrito no Art. 37;
Concepção ampla de currículo que implica o redimensionamento das formas
de organização e de gestão do tempo e espaço pedagógicos, e deve ser objeto
de discussão pelos sistemas de ensino e unidades escolares, de modo a
humanizar e assegurar um processo de ensino e aprendizagem significativo,
capaz de garantir o conhecimento a todos e quem venham a se consubstanciar
no projeto político pedagógico da escola, por meio da discursão dos aportes
teórico-praticos e epistemológicos da inter e da transdisciplinaridade,
reconhecendo nos conselhos de escola, democráticos e participativos,
instâncias legítimas e fundamentais neste processo.(BRASIL, 2011, p.310)
As disciplinas abrangentes da Educação Jovens e Adultos estão de acordo com a
Base Nacional Comum Curricular- BNCC, que define aprendizagens necessárias para o
desenvolvimento do aluno na Educação Básica do país, não separa a EJA em uma
modalidade diferente (BRASIL,2019).
Os livros didáticos para a EJA, são distribuídos gratuitamente pelo Programa
Nacional de Livro Didático para a Educação de Jovens e Adultos - PNLD-EJA, o
programa foi criado pela resolução nº 51, de 16 de setembro de 2009, fazendo a
distribuição de materiais didáticos para as escolas e entidades parceiras do PBA, que
ofereçam ensino fundamental e ensino médio na modalidade EJA (BRASIL;2021).
O aluno EJA deve ser tratado como tal, jovem ou adulto, não se deve infantilizar
os conteúdos a serem desenvolvidos pelo mesmo, gerando tematização de conteúdos
que não fazem sentido para suas vidas, o que gera desistências de estudantes da
modalidade, pelo fato dos conteúdos não serem apropriados para eles. As condições de
permanência e de evasão dos alunos da EJA, e quase sempre são diferentes do que
ocorreu no ensino regular.Estão diretamente ligados aos métodos e condições de ensino
aprendizagem a que são expostos.
A função prevista para a EJA – reparar os percursos não feitos no tempo
regular dos ensinos Fundamental e Médio – tem levado a reaproveitar, a
requentar o cardápio intelectual dos currículos dessas etapas. Tem levado a
não termos um currículo específico para a educação das pessoas
jovens-adultas que vêm do trabalho. (ARROYO 2017, p. 142)
O processo avaliativo com os alunos é necessário em todos os segmentos da
educação, e com a EJA não poderia ser diferente, os alunos são avaliados para detecção
dos conhecimentos adquiridos, as escolas e municípios determinam esse processo, o
mesmo pode acontecer de várias formas; em rodas de conversa, apresentação de
trabalhos e também avaliação tradicional, porém devendo atender às especificidades da
modalidade; inclusão do aluno, valorização do ser humano, a avaliação deve levar em
consideração também a vivência dos mesmos, tornando-a aceitável ao ponto de vista do
educando.
A gestão escolar de uma instituição que atenda a modalidade EJA, deve ser uma
gestão democrática, onde todos que fazem parte da escola, incluindo a comunidade em
que está localizada e os alunos, fazem - se parte integrante e participando ativamente de
todas as decisões.
As condições de ensino da EJA no estado do Ceará, se fazem mediante a estudos
presenciais ofertados pela maioria das escolas, e semi presencial nos Centros de
Educação de Jovens e Adultos;
[...]Dessa forma,o projeto curricular da EJA considera, regra 81 geral, os
componentes curriculares estabelecidos na BNCC, devendo atender às
características e necessidades dos grupos sociais que buscam a modalidade
para retornar à escola ou iniciar seus estudos. Deve ser, portanto, flexível para
respeitar as experiências e identidades culturais dessas pessoas, possibilitando
o fortalecimento da autonomia no seu processo de aprendizagem e
colaborando para o exercício de sua cidadania. É essencial que a ação
curricular integre os conhecimentos ensinados, à realidade dos alunos,
garantindo uma contextualização que torne significativo o processo de
ensinar e aprender. Ademais, a instituição que desenvolve a EJA precisa ter
como característica de sua identidade, a natureza identitária de seus alunos.
Precisa, efetivamente, ser uma escola para jovens e adultos, reconhecendo e
utilizando a seu favor a experiência e maturidade dos estudantes.
(DOCUMENTO CURRICULAR REFERENCIAL DO CEARÁ )
A partir das informações supracitadas podemos ter uma percepção mais clara de
como funciona o processo de ensino- aprendizagem dos estudantes EJA, ficou explícito
que a maneira como são utilizados os métodos fazem a diferença para que os educandos
tenham uma aprendizagem que tenha sentido para eles, que seja significativa, para que
os mesmos se sintam motivados a continuarem estudando, todo o conteúdo, material
didático a serem utilizados pelos professores neste processo devem estar adequados ao
público a que atendem.
3. CAMINHO METODOLÓGICO
3.1. Tipo de pesquisa
Para alcançar o objetivo de analisar a relação professor e estudantes, estratégias
pedagógicas e dificuldades do campo da Educação de Jovens e Adultos. Este estudo se
constitui do tipo de pesquisa exploratória de abordagem qualitativa.
Segundo Gil (2008 p. 26) a pesquisa é um processo formal e sistemático de
desenvolvimento do modo científico, a pesquisa tem como objetivo fundamental,
descobrir respostas mediante o emprego de procedimentos científicos.
Sobre o conceito de pesquisa exploratória, o autor nos diz que:
As pesquisas exploratórias têm como principal finalidade desenvolver,
esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista a formulação de
problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.
De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no
planejamento. Habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e
documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso. Procedimentos
de amostragem e técnicas quantitativas de coleta de dados não são
costumeiramente aplicados nestas pesquisas. (GIL;2008; p.27).
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos. (GIL, 2008, p.50)
A abordagem qualitativa é realizada em ambiente natural, onde os dados são
coletados e transcritos das entrevistas e formulários, seguido de análises das citações da
forma como foram ditas, para compreender os sujeitos, pretende-se através da mesma
analisar e compreender os fenômenos da coleta de dados, analisando e respeitando as
experiências individuais dos sujeitos da pesquisa. “Assim, a análise dos dados na
pesquisa qualitativa passa a depender muito da capacidade e do estilo do pesquisador”
(GIL, 2008, p.175).
3.2. Participantes da pesquisa (sujeitos e contexto da pesquisa)
A coleta de dados ocorreu no Centro de Educação de Jovens e Adultos Profa
Cecy Cialdine localizado na cidade de Sobral, interior do Ceará, a quantidade
populacional da cidade de acordo com (IBGE,2020), é de 210.711. Este CEJA foi
fundado na cidade de Sobral em 11 de outubro de 1984, inicialmente com o nome de
CES – Centro de Estudos Supletivos. A partir de 2002, por determinação legal, passou a
denominar-se Centro de Educação de Jovens e Adultos Professora Cecy Cialdini. A
escola possui alunos com média de 15 a 60 anos de idade. O perfil socioeconômico é
bem diversificado, onde cerca de 50% trabalham em indústrias, fábricas ou trabalho
informal, os demais procuram se qualificar melhor para adentrarem no mercado de
trabalho.
Para a coleta dos dados da pesquisa contamos com a colaboração do professor
Jean Carlos Lima e de sete alunos que gentilmente aceitaram responder ao questionário,
como também dos coordenadores pedagógicos, João Lavim Farias Marques e José
Arteiro de Holanda que corroboraram para que a pesquisa pudesse ser efetuada no local.
Os participantes por meio de termo de consentimento aceitaram que os seus nomes,
dados e respostas fossem usados na composição deste trabalho.
A pesquisa se fez em época de isolamento social devido a pandemia de
Covid-19, o CEJA não estava contando com aulas presenciais, no período da coleta de
dados, as provas estavam sendo marcadas e as orientações para a realização das mesmas
estavam acontecendo de forma on-line. No exato dia em que apliquei a pesquisa os
alunos estavam buscando os “kits” de alimentação ofertados pelo governo para os
estudantes que estavam mantendo vínculo com a instituição.
3.3. Instrumentos de coleta de dados
Segundo Gil (2008, p.50) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora
em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há
pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.”
Um dos pontos positivos em relação às pesquisas bibliográficas é o leque de
conhecimentos que se adquire, pois entramos em contato com diversas formas de
pensamentos, embasamentos, fatos históricos, entre outros. Para Gil, "a principal
vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a
cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia
pesquisar diretamente” (2008; p.50).
As questões foram aplicadas de forma aberta (APÊNDICE A e B), isto é, os
participantes responderam da maneira que consideraram conveniente. A coleta foi
realizada no mês de dezembro de 2020.
Para Gil, questionário pode ser definido como:
Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um
conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter
informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses,
expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc.[]
(GIL, 2008, p. 121)
Para compilação dos dados optou-se para análise de conteúdo, que busca
analisarparte dos dados coletados e tem como base a proposta de Bardin (2009)
que define que a análise de conteúdo, enquanto método, torna-se um conjunto de
técnicas de investigação das comunicações utilizando procedimentos sistemáticos e
objetivos de descrição do conteúdo das mensagens com ênfase para os núcleos de
sentidos.
3.4. Procedimentos éticos da pesquisa e coleta de dados
Esta pesquisa se baseou nas normas da resolução nº 510, de 07 de abril de 2016,
sendo assim foram respeitados todos os aspectos éticos que fomenta no artigo 2º para os
fins desta Resolução.
Os atores da pesquisa foram devidamente esclarecidos de como ela se daria e as
formas e procedimentos que seriam usados, foi nos permitido o uso dos nomes, como
também de seus dados pessoais respondidos no questionário. (APÊNDICE B)
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1. Apresentação dos dados dos participantes
A coleta de dados contou com a participação de um professores e sete
alunos da modalidade Eja do Centro de Educação de Jovens e Adultos prof Cecy
Cialdine, os mesmos responderam a um questionário elaborado, especificamente
para eles, assinaram termos de consentimento para que a pesquisa fosse realizada,
aceitando assim que seus nomes e dados fossem usados para a transcrição do
trabalho. 
Professor EJA - Identificação 
 Jean Carlos Lima (27 anos),licenciado em física,sete anos de docência,
professor da EJA ensino médio, no Centro de Educação de Jovens e Adultos Cecy
Cialdine localizado na cidade de Sobral - CE. Ele respondeu ao questionário via 
plataforma digital, devido a pandemia de Covid-19.
Análise e Resultados
Ao ser questionado sobre qual o maior desafio em lecionar na EJA, o professor
enfatiza que compreender a vida de cada aluno, e a especificidade de seus propósitos e
fazer com que os conteúdos se encaixem em suas realidades, fazendo assim com eles
compreendam que o aprendizado é tão importante quanto o certificado de ensino. Sendo
assim,sabemos que os educandos da Eja tem suas particularidades, ou seja, cada aluno a
sua particularidade , eles procuram a Eja por inúmeros motivos, desde uma realização
profissional até por cobranças no ambiente familiar.Tomando a fala do professor,
quando o mesmo enfatiza que a parte mais desafiadora de lecionar na Eja é fazer com
que os alunos possam acreditar que podem obter conhecimentos, que não é apenas o
certificado, ficando entendido pela fala do mesmo que parte dos alunos que buscam a
Eja vão em busca de ter o certificado do Ensino Médio, trazemos Oliveira ( 2011) que
enfatiza que o aluno da Eja geralmente é um trabalhador e dentre os objetivos pelos
quais busca o término de sua escolarização indica a busca por novo emprego, ingresso
no mercado formal ou recolocação profissional.Corroborando com a fala de Oliveira,
torna-se ainda mais evidente que o aluno da Eja tem pressa para recuperar de algum
modo o tempo perdido. Porém esta razão não ser motivo para que, a Educação de
Jovens e Adultos seja superficial, cabendo ao professor o papel de fazer com que as
aulas sejam um espaço de aprendizagem dialógica, num movimento de ação e reflexão,
promover ações de integração onde todos os alunos sintam-se convidados a adquirir
novos conhecimentos.
Outro ponto citado pelo professor é a dificuldade em encaixar os
conteúdos na vida de cada um,deixando explícito a diversidade dos alunos da
modalidade,constatamos aqui que o professor Eja além de ser uma educador deverá
ter sensibilidade para com seus educandos, respeitando suas particularidades e
adaptando o método de ensino a forma que eles melhor compreenderão. Sendo
assim de acordo com Soares (2011) , a proposta de trabalho da EJA, deve ser
voltada para as especificidades do seu público, levando em conta a diversidade dos
educandos, a infra estrutura deve atender a realidade dos alunos, as propostas
pedagógicas devem atender as necessidades e interesses dos estudantes,os recursos
didáticos que atendam e desenvolvam as suas potencialidades.
O professor nos diz que a maior dificuldade em relação ao aprendizado e as
dificuldades em acompanhar os conteúdos escolares dos estudantes EJA, é o fato de
não terem uma base escolar,citando que os alunos “apenas trazem como
experiências suas próprias vivências". Sabemos que os alunos da EJA, não tiveram
a possibilidade de concluir os estudos no tempo regular, sendo assim muito dos
conteúdos escolares que devem seguir uma ordem cronológica, os alunos da EJA
pulam esta etapa,ou seja, estes alunos saem das escolas regulares com pouco, ou
nenhuma base em determinados conteúdos, os alunos Eja muitas vezes apresentam
histórico escolar muitas vezes marcado por reprovações,ou sequer nunca
frequentaram uma sala de aula regular, por esse motivo trazem consigo sentimentos
de inferioridade, frustrações, desta forma causa nos alunos uma sensação
excludente,de inferioridade.Sendo assim (FREIRE ,2013,p.50) nos diz em seu
livro Pedagogia do Oprimido, “De tanto ouvirem de si mesmos que são incapazes,
que não sabem nada, que não podem saber, que são enfermos, indolentes, que não
produzem em virtude de tudo isso,terminam por se convencer de sua
“incapacidade[...]”.” 
Para Freire os educadores devem ser maleáveis, dialogar com os educandos,
a rigidez nega os processos interação e de aprendizagem, o adulto volta para a
escola a fim de aprender o que para ele seja significativo, o que irá usar para sua
vida, o que pode ocasionar o desinteresse por algumas disciplinas que para eles não
parecem atrativas.Diante disso, deixa claro que ensinar não é transferir conteúdos,
assim como aprender não é memorizar o que o professor diz. A base de uma
educação libertadora segundo Paulo Freire é a dialogicidade, educadores e
educandos trocando saberes, onde os educandos devem exercer seu papel de sujeito
ativo, por isso se faz importante que os educadores respeitem e façam que os
educandos possam fazer uso dos saberes que já trazem consigo. Complementando
as idéias de Freire, Strelhow enfatiza o papel do professor Eja;
[...]Ele precisa resgatar junto aos alunos suas histórias de vida, 
tendo conhecimento de que há uma espécie de saber desses alunos que é
o saber cotidiano, uma de saber das ruas, pouco valorizado no mundo
letrado e escolar. Frequentemente o próprio aluno busca na escola um
lugar para satisfazer suas necessidades particulares, para integrar-se à
sociedade letrada, da qual não pode participar plenamente quando não
domina a leitura e a escrita.(STRELHOW,2010,p.49 e 50).
Para que sejam diminuídas as dificuldades dos estudantes em relação ao
aprendizado, o professor se utiliza da realidade dos alunos, fazendo com que os
conteúdos sejam a serem estudados sejam condizentes com as vivências dos
mesmos. Por tanto, os alunos da EJA,devem ser tratados como tal, respeitando sua
faixa etária e suas especificidades,necessitam de práticas educativas diferentes 
daquelas que vivenciaram na escola regular,pois o contexto e o significado, é outra
bem diferente do que quando eram crianças, o aluno adulto necessita que os
conteúdos que estãos sendo ensinados tenha significado.O professor deve ser
conhecedor dos alunos, para que assim os conteúdos a serem ensinados possam
dialogar com a realidade dos educandos . Desta forma Souza, cita que:
Respeitar o educando a si próprio como sujeito do conhecimento. Ou
seja, adotar a postura de sujeito pensante, criativo. Superar as atitudes
de mera repetição de conteúdos que muitas vezes nem foram
compreendidos. O educando possui um conjunto de experiências que
podem ser conhecidas e reconhecidas no processo educativo. Por sua
vez, o educador possui experiências e capacidade para problematizar os
relatos trazidos pelos educandos, além de criar um ambiente propício à
dialogicidade em sala de aula. A valorização da cultura dos educandos e
da própria sociedade como constitui fonte de problematização dos
conhecimentos.(SOUZA,2011, p.142)
Questionamos o professor sobre como são diagnosticados os alunos com
déficit de aprendizagem,ele nos diz que não tem um procedimento padrão, sendo
assim fica a cargo da sensibilidade de cada educador perceber e fazer um trabalho
mais específico com o aluno. Observa-se na fala do professor, o caráter de
educação secundária que ainda hoje empregam para a EJA, visto que, para todos os
segmentos da educação básica incluindo a EJA,deve-se ter profissionais que
auxiliam os alunos com déficits de aprendizagem,no entanto é perceptível que este
direito acaba ficando apenas no papel.O aluno Eja também precisa dessa atenção,
pois os mesmos possuem expectativas em relação a sua aprendizagem, este aluno
por vezes já traz consigo traumas, desilusões e muitas vezes trazem consigo
traumas do ambiente escolar do qual vivenciaram anteriormente, o que também é
um dos fatores da evasão escolar, pois o aluno com déficit de aprendizagem não se
sente pertencente àquele meio.
Desta maneira se faz necessário que a Educação de Jovens e Adultos deve
ter profissionais adequados para atender as necessidades e particularidades do
público a que atende, de outra forma ela perde a função reparatória e de equidade,
visto que, o educando novamente não se sentirá acolhido, podendo ocasionar
novamente interrompimento dos estudos.Desta forma;“qualquer experiência que se
distancie do imaginário que eles têm de escola, de educador,de aprendizagem é
rejeitada por eles” (FEITOSA, 2012, p. 155). Ou seja, falta uma inclusão que seja
de fato posta em prática. Sendo assim, Nunes(2016) enfatiza que os desafios
educacionais não se limitam apenas às condições físicas das escolas,mas sim em
um modelo de políticas e práticas educacionais, que sejam voltadas para este
século, que configure a escola como um ambiente de inclusão e de respeito às
diversidades.
Segundo o professor, a maior dificuldade enfrentada em sala de aula para a
realização de seu trabalho é a questão da falta de materiais adequados. O uso do
material didático apropriado é fundamental para que o professor possa
juntamente com os educandos, trazer os conteúdos estudados para a
prática,ou seja o material didático é um auxílio de grande utilidade na vida
do professor, independente da modalidade de ensino que leciona, pois o
aluno seja ele de qual idade for necessita da concretização da teoria , para
que o conteúdo estudado se torne significativo, deve haver uma correlação
com a sua vida cotidiana.
Sendo assim segundo Gasparin (2005), é necessário que se crie um clima
favorável à aprendizagem, motivando os alunos através de conhecimentos
prévios, troca de diálogos, enfim,das relações sociais como um todo
Alunos EJA
Da pesquisa participaram sete alunos do Ceja profª Cecy Cialdine,os
mesmos responderam ao questionário de forma presencial, claro que tomando os
devidos cuidados de higiene e distanciamento social devido a pandemia de
Covid-19. Os participantes da pesquisa fizeram uso de máscara,álcool em gel,os
materiais utilizados para responder aos questionário foram individuais.
As respostas serão transcritas, tal como foram escritas pelos participantes
da pesquisa.
Quadro 01. Os estudantes da EJA
 
Participante Nome Completo Idade Estado
civil
O que está cursando
na EJA
Sujeito 01 Francisco
Francinilson
29 anos solteiro Ensino Médio
Sujeito 02 Igor Teixeira 19 anos solteiro Ensino Médio
Sujeito 03 Maria Duarte 46 anos solteira Ensino
fundamental.
Sujeito 04 Francisca Alana
 
27 anos
 
solteira
 
Ensino
fundamental.
Sujeito 05 Tomé Alexandre 28 anos casado
Ensino Médio 
Sujeito 06 Hugo Oliveira 22 anos
 
solteiro Ensino médio
Sujeito o7 Francisca
Romana
23 anos casada
 
 
Ensino Médio
Fonte. Elaborado pela autora com dados da pesquisa.
 
 
ANÁLISE DOS DADOS DO QUADRO
 
 Podemos constatar através dos dados do quadro acima, que o perfil do público
que participou da pesquisa é um público jovem, apenas com um sujeito com mais de 40
anos. estabelecendo assim correlação com os dados da pesquisa do censo escolar de
2020,realizada pelo INEP (2019) que traz o percentual de das matricula na EJA nos
anos de 2015 a 2019,cujo percentual 62,2% das mesmas são, de jovens com menos de
30 anos. 
ANÁLISES E RESULTADOS
Perguntamos aos sujeitos da pesquisa, o motivo que os levou a evadir da
escola regular e a idade que tinham na época. A grande maioria respondeu à
necessidade de trabalhar, S4 e S6 citaram problemas de saúde e S7 o fato de ter
engravidado. Ao analisarmos as razões pelas quais os alunos evadem da escola,
percebemos o quão complexo é. Sabemos que a escola pode ser um ambiente de
desafios, e alguns alunos não conseguem assimilar, chegando ao um ponto em que
abandonarem a escola.Sabemos que a Eja tem caráter reparador, no entanto deve-se
pensar no aluno antes de chegar na Eja. 
 Desta forma Menezes (2011,p.1), enfatiza que “ o problema da evasão
escolar é uma questão que tem raízes históricas, associando-se a uma política
imposta pelas elites, na qual pesam sucessivas intervenções do governo na mudança
do sistema escolar”.
A escola deve estar preparada para receber os alunos com diferentes
personalidades, traumas que sofrem e garanti-los uma educação atrativa que tenha
qualidade, os professores como mediadores de conhecimentos devem contribuir
para que os alunos tenham, prazer em estudar, prazer em aprender, tornando a
escola um ambiente dialógico, pois muitas vezes os alunos não se sentem atraídos,
pela forma ultrapassada de ensino a que são expostos.Para complementar a ideia
citada, trazemos, Azevedo que nos fala que:
O problema da evasão e da repetência escolar no país tem sido um dos
maiores desafios enfrentados pelas redes de ensino público, pois as
causas e consequências estão ligadas a muitos fatores como
social,cultural, político e econômico, como também a escola onde
professores têm contribuído a cada dia para o problema se agrava,
diante de uma prática didática ultrapassada.(AZEVEDO;2011,p.5):
Nesta pesquisa podemos observar que o perfil do público da educação de
jovens e adultos ( participantes da pesquisa) é majoritaiamente constituído de
pessoas com menos de 30 anos, e que os mesmos estão matriculados na Eja ensino
médio, exceto dois sujeitos da pesquisa, a grande maioria que abandonou a escola
foi por motivos de trabalho em idades bem proximas,mais uma vez constatamos
que a média dos estudantes pesquisados,está conforme a media nacional, pois o
principal motivo pelo abandono escolar no ensino médio de jovens de 14 a 24 anos,
principalmente no sexo masculino é a necessidade de trabalhar, segundo dados
(PNAD,2020).
Queiroz (2011,apud;Meksenas;1998), os alunos são obrigados a trabalhar
para o sustento próprio e da família. Exaustos da maratona diária e desmotivados
pela baixa qualidade do ensino, muitos desistem dos estudos sem completar o curso
secundário. Desta forma abandonaram a escola por motivos financeiros,ou seja,
precisaram trabalhar para ter seu sustento e essa necessidade é mais acentuada
quando observamos o público masculino, e este fator é cultural,pois historicamente
é o homem que é encarregado de propiciar o “sustento” do lar. 
Ao perguntarmos quais as motivações que o levaram a retornar aos estudos ,
percebemos uma gama de desejos refletidos no simples ato de voltar a estudar.Os
adultos também se sentem motivados, sentem desejo e vontade em aprender algo
novo, em mudar sua realidade.Certamente que alguns são mais objetivos, buscando
a Eja como método mais rápido de conclusão dos estudos, como é o caso do S1,S3,
s6 observamos aqui nestes sujeitos a pressa em recuperar o tempo que lhes foi
retirado de alguma maneira, eles sentem a necessidade para receber o tão desejado
diploma de ensino médio. Isso é errado? Não, pois temos o direito de buscar o que
consideramos que irá nos proporcionar melhores oportunidades, e se na concepção
deles o diploma de conclusão do ensino médio irá ajudar, então nada mais justo que
os mesmos sejam direcionados da melhor forma a alcançar seus objetivos,
obviamente respeitando o tempo de aprendizagem deles.Dessa forma Strelow(2010) vem nos dizer que os alunos da Eja,busca na
escola um lugar para satisfazer suas necessidades particulares, para integrar-se à
sociedade letrada, da qual não pode participar plenamente quando não domina a
leitura e a escrita, existem muitos motivos que levam esses adultos a estudar, 
como, exigências econômicas, tecnológicas e competitividade do mercado de
trabalho. Vale destacar, que outras motivações levam os jovens e adultos para a 
escola, por exemplo, a satisfação pessoal, a conquista de um direito, a 
sensação da capacidade e dignidade que traz auto estima e a sensação de 
vencer as barreiras da exclusão.Desta forma trazendo a visão do autor para esta
pesquisa observamos que o perfil dos sujeitos pesquisados, se encaixa ao que
Strelow cita, desta forma mais uma vez se faz necessário citar a importância de o
aluno Eja ter uma aprendizagem que de fato tenha sentido para ele, visto que o
mesmo precisa de apoio para dar continuidade ao processo de escolarização e
social.
Gadotti (2013) enfatiza que o analfabetismo é uma ofensa ao direito de
cidadania,é como negar todos os direitos que o cidadão tem.“Eliminar o
analfabetismo de jovens e adultos é um direito de cidadania e um dever do
Estado”(GADOTTI,2013,p.13) . Desta forma, seguindo os pensamentos de Gadotti,
temos ainda mais convicção de que a Eja,deve ser uma educação para reparar os
danos que a desigualdade de direitos, onde teoricamente, todos têm os mesmos
direitos, todavia, nem todos podem fazer valer seus direitos. Direcionando estes
direitos para o âmbito educacional, constata-se baseado em pesquisas, que os
jovens que abandonam a escola são em sua maioria aqueles que necessitam
trabalhar para terem seu sustento garantido, e são estes mesmos jovens que ao se
deparar as de dificuldades acarretadas por falta de letramento,por não possuírem
um nível mais elevado de ensino, procuram a Eja para tentarem se adequar às
realidades do cotidiano e se adaptar às exigências da sociedade letrada. 
Sabe-se dos preconceitos enfrentados pelas pessoas não alfabetizadas, onde
por vezes os estudantes da EJA, mesmo que sejam alfabetizados, são
desacreditados perante a sociedade, contato os alunos pesquisados responderam não
sofrer preconceitos,apenas o S2 que expressou “a sociedade nos descrimina”.Por
outro lado, quando foi perguntado se já sofreram com alguma situação em que a
falta de ensino mais elevado fez falta em suas vidas, a grande maioria respondeu
que sim e dando como justificativa o mercado de trabalho, apenas o S6 disse que
não , considero que seja pelo fato de ser bastante jovem. 
Gadotti (2013,p.18;apud, Licínio Lima, 2006, p. 66); “[...]o indivíduo é
aquele que, em primeiro lugar, é responsável pela sua própria aprendizagem e por,
naquele momento, gerir seu processo de aprendizagem e encontrar estratégias mais
interessantes para ele próprio, numa base individual, competitiva. Quer dizer que o
cidadão dá lugar muito mais ao cliente e ao consumidor.” 
Ao observarmos os dados coletados na pesquisa os alunos expressaram
desejos referentes ao que um nível de ensino mais elevado possa lhes proporcionar,
em contra partida não citaram de fato os conhecimentos que desejam incorporar a
sua vida cotidiana,aprendizados que vão além do mundo escolar, conhecimentos
que se faz uteis no seu dia dia, complementando as ideias citadas, Gadotti nos diz
que;
[...]O direito à educação não se limita ao acesso. Mas, é verdade, a
aprendizagem, na ótica neoliberal, realça apenas o chamado
“conhecimento útil” e os aspectos individualistas e competitivos da
aprendizagem. Não se trata de deslocar a tônica da educação para a
aprendizagem. Trata-se de garantir, por meio de uma educação com
qualidade social, a aprendizagem de todos os cidadãos e cidadãs que
deve ser “sociocultural” e “socioambiental”[...](GADOTTI,2013,p.18)
Podemos observar mais uma vez a diversidade do público que a Eja
atende, visto que, todos os sujeitos da pesquisa responderam diferentemente sobre
as dificuldades enfrentadas por eles, exceto os sujeitos 1 e 6 que segundo os
mesmos, não há nenhuma dificuldade. No cotidiano escolar muitos são os desafios
enfrentados pelos alunos da EJA na busca por um ensino com qualidade, dentre
estes podemos citar; o cansaço dos mesmos, pois geralmente passam o dia no
trabalho ou são donas de casas que cuidam de suas famílias, consequentemente a
isto eles tem pouco tempo para se dedicarem aos estudos, as metodologias que os
professores empregam que às vezes não condizem com a realidade dos educandos
que acabam por impedir ao aprendizado. estas e outras dificuldades são enfrentadas
diariamente pelos estudantes da EJA, e ainda tem as dificuldades de assimilarem os
conteúdos em cas, quando a modalidade é semipresencial.
Gadotti (2008) afirma que os jovens e adultos trabalhadores lutam e buscam
nos estudos uma forma de superar suas condições precárias de vida, em relação ao
direito à moradia, saúde, alimentação, transporte, emprego, entre outros, pois na
maioria das vezes estes problemas são causados pelo analfabetismo.Trazendo as
falas de Gadotti para os alunos que responderam que o trabalho é uma das
dificuldades enfrentada pelos mesmos. A Educação de Jovens e Adultos deve
propiciar aos educandos condições dignas para que os mesmos deem continuidade
aos estudos, prezando assim e respeitando suas limitações e especificidades.
Ribeiro (2001) afirma que uma eventual passagem pela escola, muitas
vezes, foi marcada pela exclusão e/ou pelo insucesso escolar, associando a fala de
Ribeiro aos dados coletados nesta pesquisa, fazemos a ligação com a fala do S4,
quando a aluna cita que, “No inicio me sentia tão incapaz a ponto de ver as aulas
desanimada, por 2 vezes não consegui passar na prova achando que a escola estava
me dificultando[...], é perceptível na fala da aluna a fragilidade que a mesma
apresenta e a falta de credibilidade com o sistema de ensino.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
Tendo por base os estudos e as reflexões citadas neste texto,vemos alguns
aspectos da Educação de Jovens e Adultos, tais como, quando surgiu e seus
processos de aperfeiçoamento para de fato ser uma educação voltada para melhor
atendimento ao público jovem e adulto,formação do professor e suas práticas de
ensino, além de constatar que a Eja é uma educação que se faz necessária para
reparar as lagunas que existentes na parte da população que não pode concluir seus
estudos ou para os que nunca estudaram.
A trajetória da Eja no Brasil foi, e é pautada por campanhas e movimentos
que foram desenvolvidos pelo setor político, com envolvimento de organizações da
sociedade civil, com o intuito de erradicar o analfabetismo, no entanto essas ações
precisavam ser de fato mais efetivas, a EJA deve deixar de ser baseada em projetos
e serem constituídas políticas educacionais que sejam eficientes, reiterando de fato
suas funções: função qualificadora, função equalizadora e função reparadora.
No atual cenário político em que estamos vivenciando é nítido o descaso
em relação à educação, principalmente a de Jovens e Adultos.
Em relação ao papel do educador Eja, este mesmo tem que estar ciente da
diversidade do público que irá atender, sabendo que será um mediador de
conhecimentos, que o educando Eja traz consigo um leque de conhecimentos e
vivências cotidianas, e que estes conhecimentos são os que de fato vão fazer com
que eles relacionem aos conhecimentos escolares e sendo assim obtenham uma
educação que tenha significado para eles, pois de outra forma ocorre o desinteresse
o que acaba ocasionando outra vez uma evasão escolar e mais uma vez este sujeito
é privado do direito à educação. Isto é, o educador Eja além de ensinar, tem que ter
sensibilidade de saber ouvir, propondo sempre que as aulas se realizem de forma
que haja diálogos mútuos.
Desta forma ao analisarmos os dados da pesquisa constata-se que os
problemas e as dificuldades enfrentadas pelos alunos da Eja se fazem decorrentesdos problemas sociais, culturais e certa falta de responsabilidade do poder público
para com este setor da educação básica, setor tão importante quanto os demais, pois
a Eja deve equalizar os direitos a educação no sentido de dar oportunidade igual a
todos, diante das particularidades de cada sujeito. 
Relacionado os estudantes pesquisados e a forma como eles elegem a Eja
como uma nova oportunidade de resgate, estes mesmos tem sonhos, expectativas a
serem alcançados e delegam isto a uma nova oportunidade de estudar, óbvio que
também relataram dificuldades e desafios, no entanto o que ficou perceptível nos
sujeitos da pesquisa é que a Eja para eles se faz muito necessária.
Concluindo acredito que a Eja seja uma grande contribuição para o
letramento da sociedade analfabeta e um ponto de partida para as pessoa que por
algum motivo não conseguiram continuar estudando, no entanto foi constatado na
pesquisa que ela precisa de aprimorações para que atenda aos princípios que prega.
Por fim, nosso estudo se pautou em pesquisas de campo(questionário) e
pesquisas bibliográficas(artigos, livros,etc), dispondo de toda atenção, cuidado e
respeito ao abordar cada tema que aqui foi citado, tentando de maneira mais
imparcial possível fazer a abordagem dos temas relacionando as vivências e
questionamentos.
 
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Universidade de Brasília, Brasília, 2004.
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DO PROFESSOR
Roteiro pesquisa professor da EJA
1) Identificação
Nome:
a) Idade:
b) Sexo: ( ) M ( ) F
c) Formação:
d) Tempo de docência:
2- Dados da docência
a) Qual o maior desafio de lecionar EJA?
b)Quais são as dificuldades enfrentadas pelos estudantes em relação ao aprendizado?
c) O que considera “dificuldade de acompanhar

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