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WBA0352_v1.0 JOGOS TEATRAIS APRENDIZAGEM EM FOCO 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Ma. Clarice Steil Siewert Leitura crítica: Halima Alves de Lima Elusta Olá aluno! Nesta disciplina, refletiremos sobre o ensino de teatro no ambiente escolar, observando suas dimensões artísticas, estéticas, histórica e social. Nesse contexto, trataremos das características dos jogos teatrais, bem como sua importância no processo pedagógico. Além disso, abordaremos os elementos que compõe o teatro, como: texto, cenografia, figurino, iluminação, sonoplastia, entre outros, aliando a teoria à prática profissional, dialogaremos sobre jogos de relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção. Veremos também, as especificidades do Child drama: jogo dramático projetado e pessoal para crianças, bem como jogos teatrais para adolescentes, visando o papel do educador neste processo, os limites e possibilidades de trabalho em sala de aula. Desejamos que a disciplina subsidie você, pós-graduando, possibilitando a implementação de práticas teatrais no ambiente escolar. Bons estudos! 3 INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! TEMA 1 A linguagem teatral na formação do ser humano ______________________________________________________________ Autoria: Ma. Clarice Steil Siewert Leitura crítica: Halima Alves de Lima Elusta 5 DIRETO AO PONTO O Teatro é uma expressão artística que remonta às primeiras atividades simbólicas do ser humano. Assim como outras linguagens artísticas, ele foi se desenvolvendo nas diversas sociedades, principalmente, dentro de rituais religiosos. As origens do teatro ocidental são da Grécia Antiga, a partir dos rituais para o deus Dioniso, rei das festas e vinho. O símbolo dessa arte, as máscaras de comédia e tragédia, também vieram desse período, em que grandes peças eram montadas e apresentadas para o público grego. Desse modo, as crianças, desde muito cedo, descobrem o mundo a partir da atividade dramática, em que o jogo de faz de conta acaba sendo um tipo de treino para a vida. É a imaginação dando forma ao pensamento e emoções. Atualmente, o teatro possui os mais variados formatos, indo do teatro de improviso até o chamado teatro pós-dramático, em que a narrativa é fragmentada e, muitas vezes, a ideia de personagem é diluída. Dessa forma, entende-se o teatro como uma linguagem que responde às necessidades e características da sociedade em que está inserido. Sendo a arte uma atividade inerente ao ser humano, e o teatro uma linguagem complexa, é necessário problematizar as sistematizações que possibilitam o domínio de seus códigos. Para tanto, a diferenciação entre drama e teatro se torna fundamental. No geral, o drama é uma atividade em que todos os integrantes participam, gerando uma atividade imaginativa coletiva. Já o teatro é uma estrutura em que há a diferenciação 6 entre palco e plateia, num jogo em que os integrantes têm funções diferenciadas. A seguir apresentamos o Quadro 1, que demonstra algumas pesquisas e sistematizações acerca do ensino de teatro: Quadro 1 – Pesquisas acerca do Ensino de Teatro NOME AUTOR DESCRIÇÃO Child Drama Peter Slade Estudo analítico do drama criativo das crianças enquanto possibilidade de autoexpressão para o desenvolvimento da personalidade. Creative Dramatics Winifred Ward Movimento do teatro feito com crianças que privilegiava o processo em detrimento ao produto final (peça de teatro). Jogos Teatrais Viola Spolin Jogos de regras criados para ensinar a linguagem teatral, quebrando com a aprendizagem mecânica e utilizando a improvisação. 7 Drama como método de ensino Beatriz A. V. Cabral1 Utilização do drama para a criação de uma narrativa em que os integrantes possam participar e refletir sobre determinadas questões da realidade. Teatro do Oprimido Augusto Boal Conjunto de formatos teatrais que visam tirar o espect-ator da passividade, transformando-o em sujeito da ação, de forma a discutir as opressões a que estão submetidos. Fonte: elaborada pela autora. Todas essas pesquisas geram um conjunto de métodos e exercícios para a utilização com atores e não atores, adultos, crianças e adolescentes em diferentes contextos. 1 A autora foi a responsável por trazer esse método para o Brasil, que já existia em países anglo-saxões. 8 PARA SABER MAIS O Espectador de Teatro Não é apenas fazendo teatro que as pessoas aprendem ou podem fruir a arte. Sendo espectadores, os alunos podem também experenciar o teatro, e esta é uma parte importante da formação. Flávio Desgranges, ao publicar o livro Pedagogia do Teatro: provocação e dialogismo, de 2011, se propõe a narrar diferentes propostas de ensino do teatro, tanto para atores quanto para espectadores (entre outras, as citadas acima, voltada para os atores). No entanto, ele faz um importante relato das possibilidades pedagógicas relativas ao espectador de teatro. Para além de experenciar uma atividade cultural ou buscar algum tipo de informação, o que o espectador pode fruir? Assim, ele apresenta a experiência teatral como uma contribuição para o poder de narrar e narrar-se. O espectador que vivencia a linguagem teatral, terá mais possibilidades de narrar, e, portanto, entender sua própria história, colocar-se num presente, articulando passado e futuro. Ele também tem a possibilidade de exercer sua criticidade ao comparar uma história que assiste com suas próprias vivências e visões de mundo. Ele compara sua história com a narrativa que entra em contato, fazendo nascer o pensamento crítico. A partir da leitura de Bakhtin, Desgranges (2011) também aponta o espectador como co-autor da obra, visto que a experiência de cada pessoa no encontro com uma obra de arte, tornar-se-á uma leitura única, dando sempre novos sentidos à obra. Desse 9 modo, a arte só se completa na interação com quem a contempla. Portanto, ele chama o espectador a se tornar ativo diante da relação com a obra de arte. Desgranges (2011) também cria diante da criação do autor. Essa perspectiva da formação do espectador deve ser levada em conta em todos os espaços que se queira realizar atividades pedagógicas em relação ao teatro. Referências bibliográficas DESGRANGES, Flávio. Pedagogia do teatro: provocação e dialogismo. 3. ed. São Paulo: Editora Hucitec; Edições Mandacaru, 2011. TEORIA EM PRÁTICA Algumas escolas podem trabalhar com projetos específicos que valorizem a criatividade e imaginação, incentivando os professores a trabalharem com técnicas alternativas para que os alunos entrem em contato com determinado assunto. Sabendo que existem algumas técnicas teatrais que podem ser instrumento para o ensino de outros assuntos, quais metodologias você pesquisaria para desenvolver um projeto como esse? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 10 Lorem ipsum dolor sit amet Autoria: Nome do autor da disciplina Leitura crítica: Nome do autor da disciplina LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A apresentação deste livro aborda questões do cotidiano do ensino de teatro na sala de aula. Isso diz respeito à realidade das escolas, atentando para os conceitos de bricolagem, táticas de uso e artista docente, promovendo uma reflexão de como eles podem se desdobrar na prática do professor. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. TELLES, Narciso. Apresentação. In: TELLES, Narciso. Pedagogia do Teatro: práticas contemporâneas na sala de aula. Campinas: Papirus, 2014. Indicação 2 A seção 3.1 deste livro apresenta o teatro como expressãoartística, aprofundando a diferenciação entre jogo simbólico, jogo dramático e jogo teatral. Esta obra também introduz a metodologia dos Jogos Teatrais de Viola Spolin. Para realizar essa leitura, acesse a Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título na barra de busca da tela inicial. ROSA, Wagner. A Linguagem do Teatro. In: ROSA, Wagner. Artes Cênicas. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2019. Indicações de leitura 11 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Os Jogos Teatrais são uma metodologia criada por: a. Winifred Ward. b. Viola Spolin. c. Augusto Boal. d. Flavio Desgranges. e. Peter Slade. 2. Augusto Boal foi o idealizador de qual metodologia? a. Creative Dramatics. b. Drama como método de ensino. c. Pedagogia do Espectador. d. Teatro do Oprimido. e. Jogos Teatrais. 12 GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: Viola Spolin elaborou os Jogos Teatrais, com o intuito de oferecer um método de ensino do teatro. Questão 2 - Resposta D Resolução: Augusto Boal desenvolveu a metodologia do Teatro do Oprimido, que contém diversos exercícios e formatos para o desenvolvimento dos espec-atores. TEMA 2 Elementos da linguagem teatral ______________________________________________________________ Autoria: Ma. Clarice Steil Siewert Leitura crítica: Halima Alves de Lima Elusta 14 DIRETO AO PONTO O Teatro é uma arte complexa, que envolve elementos visuais e sonoros, espaciais e temporais. É uma arte efêmera, que acaba enquanto se faz. Só vemos teatro na relação do ator com seu público, todo o resto é registro posterior ou literatura. Entre os elementos que compõem a cena teatral, os principais são: texto, figurino, cenografia, sonoridade e luz. Suas funções e modo de uso se modificam ao longo do tempo, acompanhando as mudanças que a cena teatral vai tendo na relação com a sociedade em que está inserida. A seguir descrevemos cada um deles. 15 Figura 1 – Elementos da cena teatral Fonte: elaborada pela autora. 16 PARA SABER MAIS Em termos de elementos da cena, podemos também nos voltar para o Teatro de Animação, que abre uma outra grande gama de formatos e possibilidades. Desse modo, entendemos por Teatro de Animação aquele que “anima” elementos, como bonecos, máscaras, sombras e objetos. Portanto, ele tem o movimento como princípio. O Teatro de Formas Animadas pode trabalhar com aquilo que o teatro de ator não consegue contemplar, com o que é inusitado, onde o corpo do ator não opera. Geralmente, ele é relacionado ao teatro feito para crianças, o que na atualidade não procede, sendo que muitas produções têm focado no público adulto como alvo. Existem vários tipos de bonecos: de vara, de luva, marionetes, de manipulação direta, entre outros. Os materiais variam muito, podendo utilizar: espuma, madeira e látex. Além disso, há a relação do ator manipulador dentro da cena pode ser diversa: ator neutro (aparente ou não para o público) ou ator que interage com o boneco e a plateia. As máscaras vêm de diferentes tradições, como as da commedia dell´arte, as máscaras neutras e o próprio nariz de palhaço, que é considerado a menor máscara do mundo. Elas exigem um trabalho corporal específico para que possam de fato cumprir seu papel expressivo. O teatro de objetos é aquele em que os objetos são utilizados da forma como são, e suas características físicas compõem a cena, alguns mesmo prescindindo de animação. 17 Figura 2 - Teatro de sombras turco tradicional Karagoz e Hacivat Fonte: yolacan/iStock.com. TEORIA EM PRÁTICA Reflita a seguinte situação: você é professor de uma turma de Ensino Médio que irá assistir a um espetáculo de teatro fora da escola. Eles nunca foram ao teatro antes, desse modo, foi solicitado que se faça um relatório da experiência com os alunos, apontando o que lhes chamou mais atenção, quais características e elementos da linguagem teatral eles puderam identificar etc. Como você faria a preparação da ida ao teatro com esta turma? Quais elementos você destacaria previamente com eles para que, ao assistir à peça, eles pudessem analisar posteriormente? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. 18 LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 A seção 3.2 deste capítulo apresenta os elementos do teatro: ator, personagem e interpretação; texto, dramaturgia e improvisação teatral; passando também pelos conceitos de diretor/encenador e grupo de teatro. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual da Kroton, e busque pelo título na página inicial da plataforma. ROSA, Wagner. A Linguagem do Teatro. In: ROSA, Wagner. Artes cênicas. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional, 2019. Indicação 2 No capítulo 2, a autora aborda sobre o ator, passando pelos conceitos de personagem, improvisação, dramaturgia, palco, encenação, trabalho de grupo e vivência teatral. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. DORIA, Liliam Maria Fleury Teixeira. O ator. In: DORIA, Liliam Maria Fleury Teixeira. Linguagem do teatro. Curitiba: Intersaberes, 2012 Indicações de leitura 19 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. A linguagem teatral envolve elementos __________. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. a. Artísticos. b. Espaciais e temporais. c. Visuais e pictóricos. d. Sonoros. e. Nenhuma das alternativas anteriores. 2. Quais elementos compõe o Teatro de Animação? a. Apenas bonecos. b. Encenação para crianças. c. Manipulação. d. Máscaras, bonecos e objetos. e. Atores escondidos. 20 GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: A linguagem teatral envolve elementos espaciais (cenografia, iluminação e figurinos) e temporais (gestos e sons). Questão 2 - Resposta D Resolução: O Teatro de Formas Animadas é composto por espetáculos que trabalham com manipulação de máscaras, bonecos e objetos. TEMA 3 Jogos teatrais para crianças ______________________________________________________________ Autoria: Ma. Clarice Steil Siewert Leitura crítica: Halima Alves de Lima Elusta 22 DIRETO AO PONTO Vários autores têm pesquisado acerca do ensino de teatro para crianças, suas sistematizações incluem conceitos sobre a infância, a arte e a relação ensino-aprendizagem na área. Assim, é importante que o professor ou orientador, que pesquisará sobre atividades e jogos a serem feitos com o intuito de inserir o teatro e o drama para crianças, esteja a par das propostas de cada pesquisador. Nos quadros a seguir apresentamos os trabalhos de Peter Slade (1912–2004), Olga Reverbel (1917–2008) e Viola Spolin (1906–1992, através do trabalho de Ingrid Koudela), exemplificando seus principais conceitos para o trabalho de teatro com crianças. Quadro 1 – Conceitos de Peter Slade Drama É a brincadeira da criança pequena para conhecer a si e ao mundo, onde não há diferenciação entre palco e plateia Teatro Jogo com códigos específicos, que não devem ser trabalhados com crianças muito pequenas Jogo Projetado É o jogo em quea criança projeta num objeto o que passa em sua mente. Geralmente, é uma brincadeira que usa mais as mãos. Há extrema absorção mental 23 Jogo Pessoal Seu auge é aos 4 ou 5 anos, quando a criança usa o corpo todo para brincar, representando papeis Fonte: elaborado pela autora. Quadro 2 – Conceitos de Olga Reverbel Atividades Globais de Expressão São atividades que exploram com as crianças as diferentes linguagens artísticas ao mesmo tempo, assim como diferentes assuntos e disciplinas. Técnicas de Expressão Jogos para desenvolver as técnicas de expressão corporal, vocal, musical, coreográfica, mímica, plástica e dramática, quem são trabalhadas paralelamente às atividades globais de expressão Fonte: elaborado pela autora. Quadro 3 – Conceitos de Viola Spolin Jogo É através do jogo que a criança irá assimilar conceitos do teatro. Através de suas regras, o jogador torna-se habilidoso e criativo. Foco Coloca o jogador em trabalho para a resolução de um problema. 24 Jogo Dramático Infantil Jogos de crianças pequenas (subjetivo), que são como extensões da própria vida. Jogo Teatral Jogo de regras (socializado) a partir do qual a criança de 7 a 8 anos já pode assimilar a linguagem do teatro. Fonte: elaborado pela autora. Cada um desses pesquisadores apresenta diversas atividades e jogos que podem ser utilizados em salas de aula ou oficinas de teatro para proporcionar jogos dramáticos e teatrais para o desenvolvimento pessoal e artístico de crianças. PARA SABER MAIS No livro Jogos Teatrais na Escola, Olga Reverbel (1989) divide as atividades globais de expressão para crianças em cinco conjuntos: atividades de relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção. Seguem exemplos de atividades de cada conjunto proposto pela autora 1. Relacionamento: atividades para autoconhecimento e conhecimento do outro. Vitais para o estabelecimento de vínculos e adaptação ao grupo. Ex.: apresentação pessoal (a partir de 7 anos): alunos caminham tentando ocupar o espaço como um todo, falando seu nome, idade e algo que gosta. Cada um vai repetindo sua frase, e, ao chamado do professor, começam a alterar o ritmo da fala e da caminhada até pararem em silencio. 25 2. Espontaneidade: atividades para a criança perder o medo de errar, para adquirir autoaceitação e para desenvolver capacidades expressivas. Ex.: movendo pessoas (a partir de 7 anos): trabalhando com dois grupos, em que um faz e outro assiste, com posterior troca. Os integrantes de cada grupo devem andar e personificar personagens propostos pelo professor (uma velha, uma criança etc.). Nessa atividade, podem ser inseridas as sensações de personagens. 3. Imaginação: atividades para contribuir na formação de imagens ligadas à observação, percepção e memória. Ex.: texto não-dramático (a partir de 11 anos): cada grupo de seis alunos recebe um texto não-dramático a partir do qual deve ser criada uma cena considerando seus elementos: tema, situação, linguagem e personagens. 4. Observação: atividades para aumentar as possibilidades de jogo, visto que servem como ponto de partida para a criação. Ex.: a visita (a partir de 8 anos): escolher um lugar para visitar com os alunos. Eles devem relatar as observações de cada lugar. Em grupos, podem reproduzir com o corpo os elementos observados. 5. Percepção: atividades para o desenvolvimento dos sentidos, contribuindo para o estabelecimento da capacidade de comunicação. Ex.: a sombra (a partir de 7 anos): as crianças devem caminhar normalmente até que o professor sugira situações imaginárias: há muito sol, as crianças devem imaginar sua sombra e cuidar para não pisar na sombra um do outro. Quem tiver sua sombra pisada deve parar. 26 Referências bibliográficas REVERBEL, Olga Garcia. Jogos teatrais na escola: atividades globais de expressão. São Paulo: Scipione, 1989. TEORIA EM PRÁTICA Como professor de artes, você precisa trabalhar teatro com uma turma de crianças de 7 e 8 durante um semestre em uma sala de aula regular. Quais os objetivos do seu trabalho, considerando as perspectivas de desenvolvimento pessoal e ensino dos códigos teatrais? Elabore um plano de aulas, elencando as atividades voltadas para essa faixa etária, de forma que os alunos possam experieciar exercícios de expressão dramática e a aprendizagem da linguagem teatral. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 Neste livro, no capítulo O teatro e outras disciplinas, a autora traz exemplos concretos de atividades teatrais utilizadas com crianças nas mais diversas disciplinas, atentando para o desenvolvimento das linguagens verbal, espacial e atmosfera cênica. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. Indicações de leitura 27 GRANERO, Vic Vieira. Como usar o teatro na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2011. Indicação 2 No capítulo Trabalhando com teatro, a autora traz exercícios práticos que abrangem diversos aspectos do fazer teatral voltado para crianças. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. REIS, Silvia Marina Guedes. 150 ideias para o trabalho criativo com crianças de 2 a 6 anos. Campinas: Papirus, 2016. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Qual autor trabalha com os conceitos de Jogo Projetado e Jogo Pessoal? a. Viola Spolin. 28 b. Ingrid Koudela. c. Peter Slade. d. Olga Reverbel. e. Nenhuma dos anteriores. 2. Olga Reverbel divide as atividades globais de expressão nos seguintes conjuntos: a. Atividades de relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção. b. Atividades de foco, jogo, socialização e observação. c. Atividades de relacionamento, jogos teatrais, jogos de projeção, imaginação e criatividade. d. Atividades de expressão, socialização, jogos teatrais e imaginação. e. Atividades de expressão corporal, vocal e espacial. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: Peter Slade diferencia jogo projetado e pessoal em sua obra sobre o Jogo Dramático Infantil. Questão 2 - Resposta A Resolução: Olga Reverbel divide as atividades globais de expressão em atividades de relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção. TEMA 4 Jogos teatrais para adolescentes ______________________________________________________________ Autoria: Ma. Clarice Steil Siewert Leitura crítica: Halima Alves de Lima Elusta 30 DIRETO AO PONTO Alguns autores que sistematizaram o ensino de teatro para crianças e adolescentes apresentam propostas específicas para este último grupo. Sendo jogos e exercícios cênicos que visam ensinar a linguagem do teatro, contribuir para o desenvolvimento pessoal e artístico dos indivíduos. Peter Slade (1912–2004), ao se referir ao trabalho com adolescentes a partir de 11 anos, reafirma a continuação do uso da representação de dramas ainda fora da relação palco- plateia, porém os temas podem ser mais bem trabalhados com personagens e situações mais complexas. Para este autor, a ida para o palco é gradual e recomendada a partir dos 13 anos. Desse modo, o interesse para a encenação de peças também pode aparecer, e o ideal é trabalhar a partir de improvisações, escrevendo os diálogos e montando a peça a partir disso. A partir dos 13 anos, Slade (1978) ainda recomenda o uso do Drama Social, ou seja, improvisaçõesacerca de situações do cotidiano do adolescente. Esse tipo de exercício serve também como um tipo de treino para a vida real. Já Olga Reverbel (1917–2008), por sua vez, trabalha com o conceito de atividades globais de expressão, que trabalham diversas linguagens artísticas, temas e disciplinas numa só atividade. Assim, os alunos podem criar um roteiro, figurinos, cenários e, durante algumas aulas, trabalhar em cima desse projeto. Para tanto, a autora apresenta exercícios de técnicas de expressão corporal, vocal, musical, coreográfica, mímica, plástica e dramática. Os Jogos Teatrais de Viola Spolin (1906–1992) também são um importante instrumento de trabalho com adolescentes. 31 A pesquisadora brasileira Ingrid Koudela (1984) descreve um trabalho realizado com um grupo de adolescentes utilizando exercícios propostos por Spolin. Para ela, a principal conquista com esse grupo foi o fortalecimento das relações grupais e a ligação das atividades com o cotidiano dos jovens. Figura 1 - Praticando jogos teatrais Fonte: Adamkaz/iStock.com. Finalmente, o trabalho de Augusto Boal (1931–2009) também se configura como excelente fonte de pesquisa para o trabalho com adolescentes, visto que ele organiza diversos exercícios de aquecimento corporal, vocal, para fortalecimento do grupo e para dinamizar o trabalho com textos e montagens. Desse modo, ele direciona o trabalho para atores e não-atores, tendo em mente que grupos dos mais diversos segmentos podem se beneficiar com o trabalho teatral. Para Boal (1995), o teatro é uma forma 32 de instrumentalizar cidadãos para o questionamento crítico da sociedade em que estamos inserido. Referências bibliográficas BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o não-ator com vontade de dizer algo através do teatro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995. KOUDELA, Ingrid Dormien. Jogos teatrais. São Paulo: Perspectiva, 1984. REVERBEL, Olga Garcia. Jogos teatrais na escola: atividades globais de expressão. São Paulo: Scipione, 1989. SLADE, Peter. O jogo dramático infantil. São Paulo: Summus, 1978. SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 2005. PARA SABER MAIS Entre vários compêndios de exercícios teatrais para o trabalho em escolas, destaca-se o livro Zoomy Zoomy, de Hannah Fox (2010). A autora é professora de teatro, dança e improvisação em Nova York, e nesta obra reúne exercícios de diversas áreas, oferecendo uma relação específica para adolescentes. Segue a descrição de alguns dos exercícios propostos: Rosa e Espinhos: esse exercício pode ser feito em duplas ou em círculo com todo o grupo. Os participantes são convidados 33 a dividir com todos algo positivo em suas vidas (a rosa) e algo desafiador ou conflitivo (um espinho). História do meu nome: em um círculo, os participantes dividem a história do seu nome. Congela: este é um típico exercício de improvisação, que pode ser feito no palco ou em círculo. Uma primeira dupla inicia a improvisação a partir de um local e personagens dados. A cena pode ter diálogos, mas deve ser bem física. Ao sinal do facilitador, a dupla congela. Outro ator assume o lugar de um dos dois, e a cena recomeça, mas em outro lugar com outros personagens. É a posição física que irá determinar ideias para a próxima cena. Em jogos de improviso, é importante que as ideias sejam dadas e aceitas. Congela rápido: uma variação do exercício anterior, onde uma pessoa assume uma pose no meio do círculo. Outra pessoa vem e diz uma frase inspirada na imagem dada pelo primeiro, que descongela e responde também com uma frase. Trata-se de uma cena com duas frases que contem local, personagens e situação. Então, o segundo ator congela e vem um terceiro para dar continuidade ao jogo. O que você está vendo? Nesse exercício, cada grupo de 5 a 8 pessoas decidem o que eles estão vendo (algum jogo, espetáculo etc.) e devem agir em cena sem falar. Os outros poderão adivinhar o que o grupo está fazendo apenas pela ação. A ideia é tornar real pela ação, sem exageros ou sem indicar o que está acontecendo. 34 TEORIA EM PRÁTICA Como professor de artes, você precisa trabalhar teatro com uma turma de adolescentes de 13 a 15 anos durante um semestre em uma sala de aula regular. Quais os objetivos do seu trabalho, considerando as perspectivas de desenvolvimento pessoal e ensino dos códigos teatrais? Elabore um plano de aulas, elencando atividades voltadas para essa faixa etária, de forma que os alunos possam experimentar exercícios de expressão dramática e a aprendizagem da linguagem teatral. Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Indicação 1 No capítulo 4, Montagem em Sala da aula: os princípios norteadores de um processo, a autora discute a formação do professor de teatro na escola, sua função de docente e artista, além de narrar a experiência de uma montagem com alunos da graduação em teatro. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. MENDONÇA, Celida Salume. Montagem em sala de aula: os princípios norteadores de um processo. In: TELLES, Narciso. Indicações de leitura 35 Pedagogia do Teatro: práticas contemporâneas na sala de aula. Campinas: Papirus, 2014. Indicação 2 Neste livro, no capítulo Percepção do Corpo Fora e Dentro do Ambiente Escolar, a autora fala da importância do trabalho corporal principalmente com os adolescentes. Assim, a autora apresenta exemplos e exercícios práticos. Para realizar a leitura, acesse a plataforma Biblioteca Virtual 3.0/Pearson, disponível na Biblioteca Virtual da Kroton. GRANERO, Vic Vieira. Como usar o teatro na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2011. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Qual autor trabalha com o conceito de Drama Social? a. Viola Spolin. 36 b. Ingrid Koudela. c. Augusto Boal. d. Olga Reverbel. e. Peter Slade. 2. Olga Reverbel trabalha com o conceito de: a. Atividades globais de expressão. b. Técnicas dramáticas globais. c. Drama Social. d. Atividades de expressão Teatral. e. Teatro do Oprimido. GABARITO Questão 1 - Resposta E Resolução: Peter Slade propõe o Drama Social para adolescentes, em que os alunos improvisam situações do seu cotidiano, como se fosse um treino para a vida. Questão 2 - Resposta A Resolução: Olga Reverbel trabalha com o conceito de atividades globais de expressão, em que os adolescentes criam roteiros baseados em temas também de outras disciplinas e assuntos, utilizando-se de outras linguagens artísticas para além do teatro. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Para saber mais Leitura fundamental Quiz Gabarito Botão TEMA 5: TEMA 2: Botão 158: Botão TEMA4: Inicio 2: Botão TEMA 6: TEMA 3: Botão 159: Botão TEMA5: Inicio 3: Botão TEMA 7: TEMA 4: Botão 160: Botão TEMA6: Inicio 4: Botão TEMA 8: TEMA 5: Botão 161: Botão TEMA7: Inicio 5: