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Resenha do documentário Políticas de Saúde no Brasil - Um século de luta pelo direito a saúde

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIENCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA EM SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO 
 
 
 
 
 
JÚLIA CARPENTER DA PAIXÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE NO BRASIL: DIREITO OU PRIVILÉGIO? 
Resenha do documentário “Políticas de Saúde no Brasil - Um século de luta 
pelo direito a saúde” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitória 
2021 
JÚLIA CARPENTER DA PAIXÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAÚDE NO BRASIL: DIREITO OU PRIVILÉGIO? 
 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina de Saúde Coletiva, 
do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade 
Federal do Espírito Santo, como requisito parcial 
para a avaliação da disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vitória 
2021 
 
 
SAÚDE NO BRASIL: DIREITO OU PRIVILÉGIO? 
 
 
 O documentário “Políticas de Saúde no Brasil - Um século de luta pelo direito a saúde” 
(2006), - realizado por iniciativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, do 
Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde e a 
Universidade Federal Fluminense - tem o intuito de mostrar como a história da saúde 
no Brasil e das políticas públicas relacionadas, se configurou desde o início do século 
XX até a implantação do SUS. 
 Inicialmente, o filme retrata a situação precária que a sociedade estava vivenciando, 
marcada por epidemias de malária, tuberculose, febre amarela, dentre outras doenças, 
nas principais cidades do Brasil. Tal condição se deu em razão da falta de um modelo 
sanitário adequado, atingindo, principalmente a classe baixa da população, que se 
contentava com os serviços prestados pelas instituições filantrópicas e benzedeiras das 
comunidades, diferentemente da alta sociedade, que tinha acesso a saúde privada. 
Esse quadro sanitário caótico começou a refletir na economia do país, pois os países 
apresentaram resistência para importarem os produtos brasileiros, com medo dessas 
epidemias. Movido pelo interesse agroexportador, o Governo implementou programas 
de vacinação obrigatória e outras ações de medicalização do espaço urbano. Diante 
disso, observa-se que, já no século XX, ocorria a priorização da economia, em 
detrimento da saúde pública. 
 Nesse âmbito contextual, alguns médicos, cientista e sanitarista foram precursores 
desse modelo campanhista, dentre eles, destacam – se Emílio Ribas, Carlos Chagas e 
Oswaldo Cruz. Entretanto, como a saúde pública era questão da polícia - imposição de 
forma agressiva e autoritária -, acarretou em vários conflitos urbanos violentos entre 
populares e forças do governo, como a revolta da Vacina (1924). 
 A acumulação capitalista possibilitou um processo de industrialização no país, 
todavia os operários da época não tinham quaisquer garantias trabalhistas e atuavam 
em condições insalubres. Assim, mediante a realização de greves, iniciou a previdência 
social no Brasil com a implementação das Caixas de aposentadoria e Pensão (CAP). 
 Em 1930, Getúlio Vargas assume a presidência e substitui as antigas CAPs pelos 
Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP), que consistia em descontar uma parte dos 
salários dos trabalhadores para que eles pudessem ter direito a assistência médica, 
aposentadoria e pensão. Teoricamente, os IAP beneficiariam a população, mas o 
dinheiro arrecadado foi investido no financiamento da industrialização do país e poucas 
foram as investidas no setor da saúde pública. 
 Tal fator juntamente com o fim da segunda guerra, resultou na deposição de Getúlio 
e na redemocratização do Brasil. Apesar disso, modelo do sistema de previdência 
criado no primeiro governo Vargas permaneceu intacto entre 1945 e 1963. Um marco 
importante desse período foi o surgimento grandes hospitais públicos, influenciado pelo 
modelo americano, com a presença de médicos especialistas, dando início à um padrão 
de assistência “hospitalocêntrico”. Outro grande marco do período foi a criação do 
Mistério da Saúde (MS). Infelizmente limitou -se a um mero desmembramento do 
antigo Ministério da Saúde e Educação sem significar uma nova postura do governo ou 
uma efetiva preocupação em atender aos importantes problemas de saúde pública. 
 Ademais, no ano de 1964, teve início a ditadura militar. Esse período foi marcado por 
censura e torturas e no âmbito da saúde pública, houve redução das verbas destinados 
a esse serviço, que já sofria com pouco investimento. Além disso, o governo passou a 
concentrar todas as contribuições previdenciárias do país no Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS), que seria o responsável por gerenciar todas as 
aposentadorias, pensões e assistências médicas dos trabalhadores. Novamente, a 
economia foi priorizada em detrimento da saúde e esse dinheiro foi investido em 
grandes obras, o que deu início ao apoio a iniciativa privada. Consequentemente, as 
tensões sociais foram agravadas culminando no movimento da Reforma Sanitária. 
Consistiu em um movimento popular que almejava mudanças e transformações 
necessárias para garantir uma melhoria na saúde como direito de todo cidadão. 
 Além desse movimento social, a inflação, o desemprego, as dívidas externas e a 
insatisfação popular levaram ao fim do regime militar em 1985. Vale salientar que 
enquanto a ditadura foi perdendo força até acabar, o movimento sanitário continuava 
ganhando força e grupos de profissionais preocupados com a saúde pública 
desenvolveram teses e integraram discussões políticas. Este processo teve como 
marco institucional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada e m 1986, que 
significou a consolidação das propostas do movimento sanitário. Assim, em 1987, foi 
aprovado o decreto que criou o Sistema Unificado Descentralizado de Saúde (SUDS), 
que posteriormente se configurou em Sistema Único de Saúde (SUS), consolidado pela 
Constituição Federal de 1988, em que a saúde passou a ser direito de todos e dever 
do Estado. 
 Desde então, o SUS tem sido a única forma de acesso a saúde de diversos 
brasileiros, somando mais de 2,8 bilhões de atendimentos por ano, segundo o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse sistema atende toda a população 
oferecendo consultas médicas, medicamentos gratuitos, visita e atendimento domiciliar, 
atendimentos de urgência e emergência, além de cirurgia e transplante de órgãos. 
Ademais, o SUS tem o papel fundamental na distribuição e coordenação das vacinas, 
que desde 2020 tem recebido extrema atenção mediante à pandemia do novo 
coronavírus. 
 Por outro lado, o SUS enfrenta diversos desafios desde sua criação. O SUS tem um 
caráter de descentralização, ou seja, estados e municípios possuem responsabilidades 
em relação aos atendimentos em seu território, mas não recebem recursos suficientes 
para isso. Outro problema enfrentado é na parte de gestão administrativa, na qual faz-
se necessário profissionalizar a gestão e incorporar modernas ferramentas de 
gerenciamento, a fim de gerar avanços a partir do aumento da produtividade dos 
recursos. A terceirização de saúde para as Organizações Sociais de Saúde (OSS) e o 
descaso sanitário de algumas autoridade, também refletem nas dificuldades 
encontradas pelo SUS. Assim, observa-se o papel fundamental que a sociedade tem 
para reverter esse quadro e garantir o cumprimento de seu dever de garantia a saúde 
de qualidade. 
 De forma bem sucedida, o documentário conseguiu retratar, por meio de temas e 
imagens da época, além da utilização de uma narrativa bem simples, não apenas o 
início da saúde no Brasil e da implementação do SUS, mas também todo o contexto 
econômico, político, e cultural, bem como a importância da voz do povo na luta e na 
conquista de seus direitos. 
 
 
 
. 
 
 
 
https://pensesus.fiocruz.br/sus
	UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
	JÚLIA CARPENTER DA PAIXÃO
	Vitória
	Vitória (1)

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