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Temperaturas Extremas no Trabalho

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APOSTILA PARA O CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
 EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEMPERATURAS EXTREMAS(Calor e Frio) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Possebon 
 fevereiro de 2014 
 
 
 
 
 
 
 
2
2
INTRODUÇÃO 
 
Grande parte dos ambientes de trabalho oferecem condições propícias para a sobrecarga térmica, 
que pode provocar reações fisiológicas como: sudorese intensa, aumento da freqüência das 
pulsações e o aumento da temperatura interna do corpo, que por sua vez, acabam provocando no 
trabalhador fadiga, diminuição da percepção e do raciocínio e perturbações psicológicas que o 
levam ao esgotamento. Esta sobrecarga térmica com o tempo pode provocar danos à saúde do 
trabalhador, com reflexos no sistema circulatório e endócrino. 
Os processos de trabalho como siderurgia, metalurgia, fundições, vidraria e outros aliados ao 
arranjo físico deficiente, pé direito muito baixo e ausência de elementos para a ventilação natural 
ou artificial, tornam os ambientes de trabalho inadequados sob o ponto de vista de calor, 
tornando necessária a adoção de medidas de controle, algumas bastante simples outras mais 
complexas, que exigem o conhecimento das características do ambiente de trabalho para a sua 
execução. 
Com a finalidade de se determinar os limites aceitáveis dessas exposições, utilizam-se diversos 
índices de sobrecarga térmica e dentre eles, o mais utilizado é o IBUTG, que por sua 
simplicidade, foi adotado pela nossa legislação. 
 
 
MECANISMOS DE TROCAS TÉRMICAS. 
 
A sobrecarga térmica no organismo humano, é resultante de dois tipos de carga térmica: uma 
carga externa (ambiental) e outra interna (metabólica). A carga externa é resultante de trocas por 
Condução/Convecção e Radiação e a carga metabólica é resultante do metabolismo basal e da 
atividade física. 
 
CONDUÇÃO: Troca térmica entre dois corpos em contato, geralmente sólidos. No organismo 
essas trocas são muito pequenas, geralmente por contato com o corpo com ferramentas e 
superfícies. 
 
CONVECÇÃO: Troca térmica realizada geralmente entre dois fluidos por diferença de 
densidade provocada pelo aumento da temperatura. Geralmente utilizamos a expressão 
condução/ convecção para esse tipo de troca. 
 
RADIAÇÃO: Através da emissão de radiação infravermelha, os corpos de maior temperatura 
tendem a perder calor para corpos de menor temperatura numa tentativa de equilíbrio. 
As trocas por radiação, correspondem a 60% das trocas totais 
 
EVAPORAÇÃO: É a troca de calor produzida pela evaporação do suor, através da pele. 
Quando um líquido passa para o estado gasoso, ganha energia interna(a entalpia de vaporização 
da água é de 590 Cal/grama), assim sendo, absorve o calor da pele resfriando-a. Essa troca 
térmica é ainda facilitada pois nesse momento, está acontecendo a vasodilatação periférica. 
O mecanismo da evaporação é o único meio de perda de calor para o ambiente, quanto a 
temperatura está mais alta que a temperatura do corpo, pois nesse caso, o corpo ganharia calor 
por Condução/convecção e por radiação. 
 
 
Pelo mecanismo de trocas térmicas, o organismo ganha ou perde calor para o meio ambiente 
segundo a equação do equilíbrio térmico: 
 
 
 
 
 
3
3
 
 M +/- C +/- R - E = S 
 
 
 
onde: M - Calor é o calor produzido pelo metabolismo, 
 sendo um calor sempre ganho (+) 
 
 C - Calor ganho ou perdido por condução/convecção 
 
 R - Calor ganho ou perdido por radiação (+/-) 
 
 E - Calor sempre perdido por evaporação (-) 
 
 S - Calor acumulado no organismo (sobrecarga) 
 
 S >0 hipertermia 
 S <0 hipotermia. 
 
 
 
 
REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR 
 
 
Na medida que o calor ambiente aumenta, o organismo dispara certos mecanismos de troca 
térmica para manter a temperatura interna constante, sendo os principais mecanismo de defesa 
contra a sobrecarga térmica a Vasodilatação Periférica e a Sudorese. 
 
 
VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA : A vasodilatação periférica permite o aumento de 
circulação de sangue na superfície do corpo, aumentando a quantidade de calor, permitindo uma 
troca mais rápida para o meio ambiente. O fluxo sangüíneo transporta calor do núcleo do corpo 
para a periferia. Como o fluxo sangüíneo fica maior na periferia, em certas circunstancias pode 
haver dano em alguns órgãos internos por deficiência de irrigação sangüínea. 
 
 
SUDORESE: A sudorese permite a perda de calor através da evaporação do suor. O número de 
glândulas ativadas pelo mecanismo termo-regulador, é proporcional ao desequilíbrio térmico 
existente. 
A quantidade de suor produzido pode em alguns instantes atingir o valor de dois litros por hora. 
A evaporação de um litro por hora permite uma perda de 590 kcal. para o meio ambiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
4
 
REAÇÕES DO ORGANISMO AO CALOR 
 
 
 
 calor perdido por radiação 
 e convecção é menor que o calor perdido 
 produzido pelo metabolismo por evaporação 
 
 
maior perda de a temperatura 
calor por radia- da pele sobe 
ção e convecção SUDORESE perda CÃIMBRAS 
 de sal DE CALOR 
 
aumento do fluxo 
de calor do núcleo VASODILATAÇÃO perda 
para a periferia PERIFÉRICA de água 
 
 fadiga das 
fluxo sanguíneo retorno inadequado glândulas 
inadequado nas de sangue venoso sudoríparas 
áreas vitais para o coração 
 
 circulação inade diminuição 
 quada na pele da sudorese 
 
 
 elevação da 
distúrbio temperatura 
circulatório do corpo 
EXAUSTÃO 
DO CALOR 
(SÍNCOPE) 
 distúrbio no mecanis- 
 mo central de controle 
 (sudorese cessa) 
 
 
 rápida elevação da 
 temperatura do corpo 
 
 
 CHOQUE TÉRMICO 
 (HIPERTERMIA) 
 (GOLPE DO CALOR) 
 
 
 
 
 
5
5
 
CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE ENFERMIDADES - OMS/7 5 
 
 
 (AS DOENÇAS PROVOCADAS PELA EXPOSIÇÃO AO CALOR) 
 
 
 
 
 
 
 
CÓDIGO 
 
 
DESIGNAÇÃO CLÍNICA 
 
CATEGORIA ETIOLÓGICA 
 
992.0 
 
 
Golpe de calor 
Apoplexia devido ao calor 
 
 
Falha termoreguladora 
 
992.1 
 
Síncope do calor 
 
 
Hipotensão ortostática 
(instabilidade circulatória) 
 
 
992.2 
 
 
Cãibras de calor 
 
 
992.3 
 
 
Prostração hídrica devido ao 
calor.992.4 
 
Prostração térmica devida à 
queda do teor de cloreto de 
sódio 
 
 
Desequilíbrio entre a 
quantidade de sal e de água 
 
992.5 
 
 
 
Prostração térmica não 
especificada 
 
992.6 
Fadiga transitória e crônica 
pelo calor 
 
 
Perturbação do comportamento 
 
992.7 
 
 
Edema do calor 
 
 
705.1 
 
Erupção cutânea, 
esgotamento aniódrico pelo 
calor 
 
 
Perturbação da pele e dano das 
glândulas sudoríparas 
 
 
 
 
 
6
6
 
 
1) GOLPE DE CALOR(HIPERTERMIA OU CHOQUE TÉRMICO) 
 
Quando o sistema termorregulador é afetado pela sobrecarga térmica, a temperatura interna 
aumenta continuamente, produzindo alteração da função cerebral, com perturbação do 
mecanismo de dissipação do calor, cessando a sudorese. Como os danos ás células nervosas são 
irreversíveis, é importante que os outros trabalhadores reconheçam imediatamente os sinais e 
sintomas do golpe de calor, para que o tratamento seja feito imediatamente. 
 
O golpe de calor produz sintomas como: colapsos, convulsões, delírios, alucinações e coma, sem 
aviso prévio, sendo parecido com convulsões epilépticas. 
 
Os sinais externos do golpe de calor são: pele quente, seca e arroxeada. A temperatura interna 
sobe a 40,5 C ou mais, podendo atingir 42 a 45 C no caso de convulsões ou coma. O golpe de 
calor é freqüentemente fatal e no caso de sobrevivência ficam sempre algumas seqüelas devido 
aos danos causados ao cérebro, rins e outros órgãos. Quando a fonte de calor for o sol, de 
sintomas e efeitos recebe o nome de insolação. 
 
O golpe de calor pode ocorrer durante a realização de tarefas físicas pesadas, em condições de 
calor extremo, quando não há a aclimatização e quando existem certas enfermidades como o 
diabetes mellitus, enfermidades cardiovasculares e cutânea ou obesidade. 
 
O médico deve ser chamado imediatamente e enquanto não chega o corpo do trabalhador deve 
ser resfriado em imersão em água com gelo e massagem da pele resfriada para ativar a circulação 
ou enrolando-o em uma toalha molhada com água ou com álcool e com sopro forte de um 
ventilador, seguido de massagem da pele resfriada. A etapa de resfriamento deve ser parada 
quando a temperatura corpórea atingir 39 C. 
 
 
2) SÍNCOPE PELO CALOR(EXAUSTÃO PELO CALOR) 
 
A síncope pelo calor resulta da tensão excessiva do sistema circulatório, com sintomas como: 
enjôo, palidez, pele coberta pelo suor e dores de cabeça. 
Quando a temperatura corpórea tende a subir, o organismo sofre uma vasodilatação periférica na 
tentativa de aumentar a quantidade de sangue nas áreas de troca, com isso há uma diminuição de 
fluxo sangüíneo nos órgãos vitais, podendo ocorrer uma deficiência de oxigênio nessas áreas, 
comprometendo particularmente o cérebro e o coração. 
Essa situação pode ser agravada quando há a necessidade de um, fluxo maior de sangue nos 
músculos devido ao trabalho físico intenso. 
A recuperação é rápida e ocorre naturalmente se o trabalhador deitar-se durante a crise ou sentar-
se com a cabeça baixa. A recuperação total é complementada por repouso em ambiente frio. 
 
 
3) PROSTRAÇÃO TÉRMICA POR DESIDRATAÇÃO 
 
A desidratação ocorre quando a quantidade de água ingerida é insuficiente para compensar a 
perda pela urina, sudação ou pelo ar exalado. 
 
 
7
7
Com a perda de 5 a 8% do peso corpóreo, ocorre a diminuição da eficiência do trabalho, sinais 
de desconforto, sede, irritabilidade e sonolência, além de pulso acelerado e temperatura elevada. 
Uma perda de 10% do peso corpóreo é incompatível com a atividade e com 15% pode ocorrer o 
choque térmico ou golpe pelo calor. 
 
O tratamento consiste em colocar o trabalhador em local frio, fazer a reposição hídrica e salina. 
Infelizmente temos dificuldades em perceber uma situação de desidratação, principalmente se 
estivermos em um clima seco e com alta velocidade do ar onde a evaporação do suor é mais 
rápida não sendo facilmente percebida. Nestas condições a desidratação poderá atingir níveis que 
comprometam o estado físico, a tolerância ao calor e a capacidade mental, produzindo perda da 
habilidade e um tempo de reação maior que o normal. 
 
 
4) PROSTRAÇÃO TÉRMICA PELO DECRÉSCIMO DO TEOR SALIN O 
 
Se o sal ingerido for insuficiente para compensar as perda por sudorese, podemos sofrer uma 
prostração térmica. As pessoas mais susceptíveis são as não aclimatizadas. 
A prostração térmica é caracterizada pelos sintomas: fadiga, tonturas, falta de apetite, náuseas, 
vômitos e cãibras musculares. As dores de cabeça, a constipação e a diarréia são bastante 
comuns, podendo ocorrer até a síncope pelo calor. 
 
 
5) CÃIBRAS DE CALOR 
 
Apresenta-se na forma de dores agudas nos músculos, em particular os abdominais, coxas e 
aqueles sobre os quais a demanda física foi intensa. Elas ocorrem por falta de cloreto de sódio 
perdido pela sudorese intensa, sem a devida reposição e/ou aclimatização. 
 
O tratamento consiste no descanso em local fresco, com a reposição salina através de soro 
fisiológico(solução a 1%). 
 
A reposição hídrica e salina deve ser feita porém com orientação e acompanhamento médico, 
afim de evitar uma possível hipertensão por administração inadequada de cloreto de sódio. A 
administração de uma solução a 0,1% tem sido adotada em muitos ambientes fabris com bons 
resultados, não se excluindo o acompanhamento médico. 
 
 
6) ENFERMIDADES DAS GLÂNDULAS SUDORÍPARAS 
 
Aa exposição ao calor por um período prolongado e particularmente em clima muito úmido pode 
produzir alterações da s glândulas sudoríparas que deixam de produzir o suor agravando o 
sistema de trocas térmicas, podendo levar os trabalhadores á intolerância ao calor. Esses 
trabalhadores deverão receber tratamento dermatológico e em alguns casos devem ser 
transferidos para tarefas onde não haja a necessidade de sudorese para a manutenção do 
equilíbrio térmico. 
 
7) EDEMA PELO CALOR 
 
 
8
8
 
Consiste no inchaço das extremidades, em particular os pés e tornozelos. 
Ocorre comumente em pessoas não aclimatizadas, sendo muito importante a manutenção do 
equilíbrio hídrico-salino. 
 
8) OUTROS EFEITOS À SAÚDE 
 
- Aumento da susceptibilidade a outras doenças 
(maior susceptibilidade às dermatoses e potencialização dos efeitos pela presença de outros 
agentes) 
 
- Diminuição do rendimento 
(pela sobrecarga do sistema cardiovascular, redução na atividade cerebral e do tempo de 
reação) 
 
- Catarata(exposição à radiação infravermelha provoca a degeneração do cristalino do olho, 
muito comum em pessoas idosas) 
 
- Efeitos nos órgãos solicitados pela sobrecarga térmica(Cardiovascular, Respiratório e 
Glândulas internas) 
 
 
 
 
ACLIMATIZAÇÃO 
 
A aclimatização é a adaptação do organismo a um ambiente quente. Quando um trabalhador se 
expõe ao calor intenso pela primeira vez, tem sua temperatura interna significativamente elevada, 
com um aumento do ritmo cardíaco e baixa sudorese, gerando um desconforto muito grande, 
com tonturas, náuseas, desmaios etc. 
 
A climatização ocorre através de três fenômenos: 
 
 a) Aumento da sudorese. 
 
 b) Diminuição da concentração de sódio no suor (4 g/l para 1,0 g/l) e a quantidade de 
sódio perdido por dia passa de 15 a 25 gramas para 3 a 5 gramas. 
 
 c) Diminuição da freqüência cardíaca, através do aumento do volume sistólico devido ao 
aumento da eficiência do coração no bombeamento. 
 
A aclimatização é realizada através de diversas etapas: 
 
 - O tempo de exposição a altas temperaturas deve ser limitado nas primeiras semanas, 
ficando no entanto exposto no mínimo duas horas por dia. 
 
 - A climatização é iniciada após 4 a 6 dias e satisfatória após 2 a 3 semanas. 
 
 
 
9
9
 - Os fenômenos circulatórios associados à aclimatização são mais lentos que o aumento 
da sudorese e a diminuição do sódio no suor. 
 
 - O diagnóstico da aclimatização é feito com base na temperatura retal, no grau de 
sudorese e na freqüência cardíaca. 
 
 - A medida que a freqüência cardíaca vai baixando próximo aos níveis que seriam obtidos 
se o esforço fosse feitoem um ambiente neutro, conclui-se que o processo de aclimatização está 
sendo realizado. 
 
A especificidade da aclimatização ao calor é um conceito muito importante, pois o trabalhador 
estará aclimatizado para aquela carga de trabalho naquele ambiente. Se mudarmos o ambiente 
ou a carga de trabalho, podem ocorrer danos físicos. 
 
O afastamento do trabalho por uma semana, pode fazer com que o trabalhador perca de 1/4 a 2/3 
da aclimatização e após três semanas a perda será total. 
 
ACLIMATIZAÇÃO AO CALOR 
 
 
MECANISMO 
 
 
CAUSA 
 
AUMENTO 
 
Inicial : 1,5l/h 
 
Não aclimatiz. início do suor a 36°C 
DA Em 10 dias: 3,0 l/h Aclimatizados início do suor a 33°C 
SUDORESE Em 6 semanas: 3,5l/h Aumento da sudorese mais no dorso que 
no peito,ativando novas glândulas 
 
DIMINUIÇÃO DA 
 
4,0 g/l ⇒⇒⇒⇒ 1,0 g/l 
 
CONCENTRAÇÃO DE 15-25g /dia ⇒⇒3 a5g/dia Aldosterona 
SÓDIO NO SUOR 
 
DIMINUIÇÃO DA FREQ. 
CARDÍACA DIANTE DA 
 
Aumento do vol. Sistólico 
 
 
Aumento da eficiência cardíaca 
MESMA CARGA DE 
CALOR AMBIENTAL 
Temperatura sobe menos Aumento da sudorese 
E MESMA CARGA DE 
TRABALHO 
Aumento do Fluxo 
sangüíneo periférico 
 
Vasodilatação 
 
 
 SEXO FEMININO 
FATORES QUE OBESIDADE 
DIFICULTAM DESNUTRIÇÃO 
A ACLIMATIZAÇÃO FORÇA AERÓBICA BAIXA 
 DROGAS:Atropina, Salicilatos, Anfetaminas, Meprobanato 
 
 
 
10
10
 
CONFORTO TÉRMICO 
 
O conforto térmico nos ambientes de trabalho dependem da Temperatura , Velocidade e 
Umidade Relativa do ar, além do metabolismo das tarefas a serem executadas. 
 
 
VELOCIDADE DO AR 
 
A movimentação do ar é muito importante para o conforto térmico, pois aumenta as trocas de 
calor bem como possibilita a retirada de ar quente e umidade e a insuflação de ar frio nos 
ambientes. 
Ela é medida através dos anemômetros que podem ser de dois tipos: 
 
a) Mecânicos: Formados por palhetas rotatórias e devido à sua baixa sensibilidade são utilizados 
somente para velocidades mais que 0,75 m/s. 
 
 
b) Termoanemômetros: São bem mais sensíveis e se prestam para medir velocidades muito 
baixas ou altas. São constituídos por duas espirais de níquel,que formam os ramos de uma ponte 
de Wheatstone, sendo uma delas aquecida. A velocidade do ar tem um efeito refrigerante sobre 
o fio aquecido, o que faz variar sua resistência, que é medida em uma escala proporcional à 
velocidade do ar. 
 
Existe ainda um outro equipamento que serve para medir a velocidade do ar, que é o 
catatermometro, que é usado em sistemas de refrigeração. É um termômetro de álcool com um 
bulbo maior que o normal e possui um depósito na parte superior e duas marcas de referencia em 
sua haste. Devido à sua alta sensibilidade, se presta para medir velocidades de 0,25 m/s ou 
menores. 
 
Muitas vezes torna-se necessário estimar a velocidade do ar, que pode ser feita da seguinte 
forma: 
 
 
 ESTIMATIVA DA VELOCI DADE DO AR 
 
Quando não se sente a movimentação do ar, provavelmente a sua velocidade é 
 inferior a 0,30 m/s. 
 
Quando se sente uma ligeira brisa, a velocidade do ar está entre 0,30 e 0,60 m/s. 
 
Se o movimento do ar é suficientemente forte para movimentar peças leves de vestuário, 
ou os cabelos, sua velocidade é superior a 0,5 m/s. 
 
Quando a sensação é de se estar em uma corrente forte de ar, a velocidade é 
provavelmente de 1,5 m/s. 
 
UMIDADE RELATIVA DO AR 
 
A umidade relativa do ar é a relação em porcentagem da quantidade real de vapor de água que o 
ar contem e a quantidade que o ar poderia conter se estivesse saturado. à mesma temperatura. A 
 
 
11
11
umidade relativa do ar é medida através de um psicrômetro, que é constituído por dois 
termômetros, um de bulbo seco e outro de bulbo úmido. 
Existem dois tipos de psicrômetro: 
 
a) Giratório: Através de movimentos giratórios, o ar entra em contato com os termômetros e 
evapora a água do bulbo úmido, numa relação inversamente proporcional à sua umidade relativa, 
resfriando o bulbo úmido. Com as duas temperaturas, entramos na carta psicrométrica e obtemos 
a umidade relativa. Quanto menor for a diferença entre as duas temperaturas, maior será a 
umidade relativa do ar. 
O psicrômetro é girado manualmente, numa velocidade constante de uma rotação por segundo, 
durante aproximadamente 1 minuto para atingir o ponto de equilíbrio. 
Existem tabelas, nas quais entramos com a temperatura de bulbo seco e com a diferença entre ela 
e a de bulbo úmido, obtendo a umidade relativa do ar. 
 
b) De aspiração: O ar é forçado a passar pelos dois bulbos, através de uma ventoinha mecânica 
ou elétrica. 
 
 
 
GRÁFICO PARA O CÁLCULO DA UMIDADE RELATIVA DO AR 
 
 
 
 
12
12
 
 
 
 
13
13
TABELA PARA O CÁLCULO DA UMIDADE RELATIVA DO AR A 
PARTIR DA TEMPER. DE BULBO SECO E DE BULBO ÚMID O 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tbs-Tbu 
 
Tbs 
 
0 
 
 
1 
 
2 
 
3 
 
4 
 
5 
 
6 
 
7 
 
8 
 
9 
 
10 
 
 
11 
 
12 
 
13 
 
14 
 
15 
 
16 
 
17 
 
18 
15 100 88 78 69 61 53 
16 100 88 79 69 61 54 48 
17 100 88 79 70 62 54 48 42 
18 100 89 79 70 62 55 49 44 
19 100 89 79 71 63 56 50 44 38 
20 100 89 80 71 63 57 51 45 39 
21 100 89 80 72 63 57 51 45 40 35 
22 100 90 81 72 64 58 52 46 41 36 
23 100 90 81 72 65 58 42 46 41 37 
24 100 90 81 72 65 58 52 47 42 37 33 
25 100 91 82 74 67 60 54 48 43 38 33 28 
26 100 92 84 76 68 61 55 49 44 39 34 30 25 
27 100 93 85 78 70 63 56 50 45 40 35 31 26 21 
28 100 93 86 79 71 65 57 51 45 41 36 32 27 23 18 
29 100 93 86 80 73 66 59 53 47 42 37 33 28 24 20 
30 100 93 86 80 73 66 59 53 47 42 37 32 28 24 20 
31 100 93 87 80 74 68 62 56 50 45 40 34 31 26 22 19 14 
32 100 93 87 80 74 68 62 57 51 46 41 36 31 27 23 20 16 20 12 
33 100 93 87 81 74 68 63 58 52 47 42 38 33 29 25 21 17 13 10 
34 100 94 87 81 75 69 63 59 54 49 44 39 34 30 26 22 19 14 12 
35 100 94 88 82 76 70 64 59 54 49 44 40 36 32 28 23 20 17 13 
- 
- 
40 100 94 88 83 77 72 67 62 57 53 48 44 40 36 32 29 26 22 19 
 
 
 
 
 
14
14
CATATERMÔMETRO 
 
 
 
O catatermômetro é um instrumento para medir a capacidade refrigerante do ar. É 
constituído por um termômetro de vidro com álcool com um bulbo bem maior que os 
termômetros comuns e um depósito na parte superior. Possui duas marcas de 
referência em sua haste e são fabricados para faixas distintas de temperatura. 
 
FUNCIONAMENTO: 
• Esquenta-se o bulbo(colocando-se água morna até que o álcool se dilate e 
preencha todo o termômetro)ao redor de 40 C 
• Seca-se cuidadosamente o termômetro, colocando-o no local a medir 
• Devido ao efeito refrigerante do movimento do ar, o álcool se contrai em um 
período inversamente proporcional à capacidade refrigerante do ar. 
• O tempo decorrido para o álcool passar pelas duas marcas é medido com um 
cronômetro. 
• Os valores do tempo de resfriamento, a temperatura do ar e o fator do 
instrumento(marcado em cada catatermômetro) se combinam para calcular a 
velocidade do ar mediante equações ou nomogramas, que devem 
acompanhar o instrumento, junto com as instruções de uso. 
 
Recomenda-se a proteção do instrumento na presença de fontes de radiação 
infravermelha, utilizando preferencialmente os bulbos prateados. 
 
 
 
 
15
15
PSICRÔMETRO GIRATÓRIO 
 
 
O psicrômetro giratório é constituído por um suporte giratório onde estão dois termômetros, um 
de bulbo seco e outro de bulbo úmido. 
 
Funcionamento 
 
• quando se faz girar o psicrômetro, o ar circula pelos dois termômetros. 
 
• Recomenda-se a freqüência de 60 giros por minuto. Em geral, é suficiente o tempo de 
um minuto, para que o termômetro de bulbo úmido atinja a temperatura mínima. 
 
 
• Após anotas as temperaturas recomenda-se girar novamente o psicrômetro e verificar 
se a temperatura de bulbo úmido não variou. 
 
• Se a temperatura baixar, repetir o procedimento até se conseguir a estabilidade.16
16
ÍNDICES DE AVALIAÇÃO TÉRMICA 
 
 
Na avaliação das situações térmicas nos ambientes de trabalho, utilizamos diversos índices: 
 
 TE - TEMPERATURA EFETIVA 
 TEC - TEMPERATURA EFETIVA CORRIGIDA 
 IST - ÍNDICE DE SOBRECARGA TERMICA 
 TGU - TEMPERATURA DE GLOBO ÚMIDO 
 IBUTG - ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO - TERMÔMETRO DE GLOBO 
 
Os dois primeiros (TE e TEC) são chamados de Índice de Conforto Térmico, pois levam em 
consideração apenas as variáveis ambientais. 
 
Os outros índices: IST, TGU e IBUTG são chamados de Índices de Sobrecarga Térmica pois 
levam em consideração todos os fatores que interferem na situação de exposição ao calor 
(variáveis ambientais e características da atividade). 
 
 
T E M P E R A T U R A E F E T I V A 
 ( T E ) 
 
A Temperatura Efetiva leva em consideração apenas as condiçðes climáticas do ambiente como: 
Temperatura, Umidade e Velocidade do ar). Esse índice não é adequado para avaliaçðes térmicas 
dos ambientes de trabalho, pois não leva em consideração o calor radiante e nem o metabolismo 
desenvolvido pelo trabalhador. 
 
Para a sua determinação, medimos: temperatura de bulbo seco, temperatura de bulbo úmido e 
velocidade do ar e entramos com esses valores em um nomograma que nos fornece a 
Temperatura Efetiva. Esse nomograma é constituído de uma escala vertical à esquerda, onde 
encontramos a temperatura de bulbo seco, na direita do nomograma, temos uma escala vertical 
com as temperaturas de bulbo úmido. Unindo esses dois valores, obtemos uma reta e na 
interseção desta reta com a curva de velocidade do ar, obtemos a Temperatura Efetiva. 
 
Exemplo: Em um ambiente de trabalho obtivemos os seguintes valores: 
Temp. de bulbo seco = 30ºC 
Temp. de bulbo úmido = 22ºC 
Velocidade do ar = 1,5 m/s 
 
Unindo o valor 30 da escala da esquerda (tbs) com o 22 da escala vertical da esquerda (tbu), 
obtemos uma reta que passa sobre uma figura central que fornece a temperatura efetiva em 
função da velocidade do ar, portanto onde a reta encontrar a curva de veloc. 1,5 m/s, obtemos a 
TE = 24ºC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17
17
 
 
 
 
18
18
ABACO DA TEMPERATURA EFETIVA 
 
 
http://www.areaseg.com/segpedia/tef.html 
 
 
19
19
 
 
 
 
 
 
 
I N D I C E D E S O B R E C A R G A T E R M I C A 
 ( I S T ) de Belding e Hatch 
 
 
 
O Índice de Sobrecarga Térmica indica a porcentagem da Evaporação necessária em relação à 
Máxima Evaporação possível. 
 
 
 
 
 
 EVAPORAÇÃO REQUERIDA 
 I S T = -------------------------------------------- x 100 
 EVAPORAÇÃO MAX.POSSIVEL 
 
 
 
 
 
Se o IST for maior que 100%, o ambiente é insalubre sofrendo o trabalhador uma sobrecarga 
térmica, pois o calor trocado por evaporação será maior que a máxima evaporação possível. 
 
No entanto se o IST é menor que 100% não significa que tudo esteja bem, pois para cada 
porcentagem da evaporação necessária sobre a máxima evaporação possível, indica uma situação 
de decréscimo no rendimento do trabalhador conforme a tabela 1. 
 
A Evaporação Requerida é a quantidade de calor que o corpo deve dissipar através da 
evaporação do suor, a fim de manter o equilíbrio térmico, isto é a ausência de aumento 
significativo da temperatura corporal. 
 
Quando Ereq = Emax, significa que o IST = 100% isto é, a quantidade de calor que o corpo pode 
perder é igual à quantidade de calor que deve perder, para manter o equilíbrio térmico. É uma 
situação crítica, tolerada por 8 horas de trabalho somente por trabalhadores jovens, aclimatados e 
em excelente estado de saúde. 
 
O IST é difícil de ser calculado, no entanto é muito útil para estudos sobre a exposição ao calor, 
em particular quando se projeta e avalia a eficiência das medidas de controle ambiental. 
 
 
 
 
20
20
 
 
 
21
21
AVALIAÇÃO DO ÍNDICE DE SOBRECARGA TÉRMICA 
 
I S T 
 
CONSEQUÊNCIAS FISIOLÓGICAS E 
HIGIÊNICAS DA EXPOSIÇÃO POR 8 HORAS 
-20 
 
-10 
Tensão leve por frio. Esta condição se encontra com 
frequência em áreas nas quais as pessoas se recuperam 
da exposição ao calor. 
0 Não há tensão térmica 
+10 
 
 
20 
 
 
30 
Tensão térmica leve a moderada. Quando um trabalho 
requer altas funções intelectuais, destreza ou estado de 
alerta, podem esperar-se diminuições sutis a 
substâncias no rendimento. 
Pode esperar-se uma diminuição ligeira no 
desempenho de tarefas físicas pesadas, a menos que a 
habilidade das pessoas para desempenhar esse 
trabalho, sem tensão térmica, seja marginal. 
 
40 
 
 
 
50 
 
 
 
60 
 
Tensão térmica severa, com ameaça para a saúde, a 
menos que as pessoas estejam em bom estado físico. 
 São necessários períodos de adaptação para os não 
previamente aclimatados. 
 Pode-se esperar diminuição do desempenho de 
trabalhos físicos. 
É desejável a seleção médica do pessoal, porque essas 
condições são inadequadas para os que tem problemas 
cardiovasculares e respiratórios ou dermatites crônicas. 
Estas condições de trabalho são também inadequadas 
para atividades que requeiram um esforço mental 
constante. 
 
 
70 
 
 
 
 
80 
 
 
 
 
90 
Tensão térmica grave. Pode-se esperar que apenas 
uma pequena porcentagem da população esteja 
qualificada para este trabalho. O pessoal deve ser 
selecionado: (a) mediante exame médico e (b) 
mediante exame no trabalho (transaclimatação). 
São necessárias medidas apropriadas para assegurar 
um insumo adequado de água e sal. É bastante 
desejável que se melhorem as condições de trabalho 
por todos os meios possíveis e cabe esperar que isto 
diminua o risco para a saúde e aumente, ao mesmo 
tempo, a eficiência no trabalho. As indisposições 
ligeiras que, na maioria das tarefas seriam suficientes 
para afetar o rendimento, podem incapacitar os 
trabalhadores para esta exposição. 
100 A máxima tensão tolerada por homens jovens, em bom 
estado físico e aclimatados. 
 
 
 
 
22
22
 
ÍNDICE DE BULBO ÚMIDO - TERMÔMETRO DE GLOBO 
 (IBUTG) 
 
 
O conforto térmico é avaliado também através de um índice chamado IBUTG (Índice de Bulbo 
Úmido - Termômetro de Globo). 
 
 Esse índice deve ser medido através do conjunto chamado árvore dos termômetros, que é 
composto de três termômetros: 
 
 Tbs - Termômetro de bulbo seco 
 Tbn - Termômetro de bulbo úmido natural 
 Tg - Termômetro de Globo. 
 
O IBUTG para ambientes internos sem carga solar é calculado a partir da medição de duas 
temperaturas: Tbn e Tg 
 
 IBUTG = 0,7 Tbn + 0,3 Tg 
 
Para ambiente externos com carga solar o IBUTG é calculado a partir de três medições: Tbs, Tbn 
e Tg 
 
 IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs 
 
 
 IBUTG = 0,7 Tbn + 0,2 Tg + 0,1 Tbs 
 
 
 
O Termômetro de Bulbo Úmido Natural possui uma manga de algodão imersa em água distilada, 
envolvendo o seu bulbo, tornando-o constantemente úmido e serve para avaliar a Umidade 
Relativa do ar, em conjunto com o termômetro de bulbo seco. 
 
O Termômetro de Globo é formado por uma esfera de cobre de 6", pintada de preto fosco, 
ficando o bulbo do termômetro no centro dessa esfera e serve para avaliar o Calor Radiante. 
 
O IBUTG leva ainda em consideração o tipo de atividade desenvolvida (LEVE, MODERADA e 
PESADA) 
 
 
A legislação prevê um regime de trabalho(Trabalho/Descanso) em função do valor do IBUTG e 
do tipo de atividade para duas situações: Regime de trabalho intermitente com períodos de 
descanso no próprio local de prestação de serviço e regime de trabalho intermitente com 
descanso em outro local. 
 
 
 
 
 
23
23
NORMA REGULAMENTADORA N.15 - ANEXO N. 3 
 
 
 Q U A D R O N . 1 
 
REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE 
COM 
 
TIPO 
 
DE 
 
ATIVIDADE 
DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL DE 
TRABALHO 
 
 
LEVE 
 
MODERADA 
 
PESADA 
Trabalho Contínuo 
 
Até 30,0 até 26,7 até 25,0 
 
45 min. trabalho 
15 min. descanso 
 
 
30,1 a 30,6 
 
26,8a 28,0 
 
25,1 a 25,9 
 
30 min. trabalho 
30 min. descanso 
 
 
30,7 a 31,4 
 
28,1 a 29,4 
 
26,0 a 27,9 
15 min. trabalho 
45 min. descanso 
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0 
Não é permitido o trabalho sem 
adoção de medidas adequadas de controle. 
 
 
Acima de 32,2 
 
acima de 31,1 
 
acima de 30,0 
 
Nesse caso se faz uma avaliação do local de trabalho que é o mesmo de descanso e com os 
valores de Tbn e Tg, calculamos o IBUTG e de acordo com o tipo de atividade (leve, moderada 
ou pesada), verificamos se o trabalho pode ser realizado continuamente, se no pode ser realizado 
sem que se adote uma medida de controle ou se pode ser realizado adotando-se um regime de 
trabalho/descanso no próprio local. 
 
 
 
2) REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE COM DESCANSO EM OUTRO LOCAL 
 
Nesse caso, calculamos o IBUTG do ambiente de trabalho e o IBUTG do ambiente de descanso 
e com esses valores, calculamos o IBUTG médio da atividade analisada, bem como o 
metabolismo médio e entramos na tabela 2 que nos fornece o máximo valor do IBUTG médio 
para cada grau do metabolismo. 
 
 
 
24
24
 
NORMA REGULAMENTADORA N °°°° 15 - ANEXO 3 - QUADRO N°°°° 3 
 
 
TAXAS DE METABOLISMO POR TIPO DE ATIVIDADE 
 
 
 
 
 
 
TIPO DE ATIVIDADE 
 
 
KCal/h 
 
SENTADO EM REPOUSO 
 
 
100 
 
TRABALHO LEVE 
Sentado, movimentos moderados com braços e tronco 
exemplo: datilografia. 
Sentado, movimentos moderados com braços e pernas 
exemplo: dirigir 
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, principalmente 
com os braços. 
 
 
125 
150 
150 
 
 
TRABALHO MODERADO 
Sentado, movimentos vigorosos com braços e pernas 
De pé, trabalho leve em máquina ou bancada, com alguma 
movimentação. 
De pé, trabalho moderado em máquina ou bancada, com 
alguma movimentação. 
Em movimento, trabalho moderado de levantar ou empurrar. 
 
 
180 
175 
 
220 
300 
 
 
TRABALHO PESADO 
Trabalho intermitente de levantar, empurrar ou arrastar peso 
(ex.: remoção com pá) 
Trabalho fatigante 
 
 
 
440 
 
550 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25
25
 NORMA REGULAMENTADORA N. 15 - ANEXO 3 
 Q U A D R O N . 2 
 
M (Kcal/h) 
 
 
Max IBUTG (°C) 
 
M (KCal/h) 
 
Max.IBUTG (°C) 
125 
128 
132 
136 
139 
143 
146 
150 
154 
157 
162 
165 
169 
173 
176 
181 
184 
188 
192 
196 
200 
204 
209 
213 
218 
222 
227 
231 
236 
240 
244 
247 
250 
259 
263 
32,0 
31,9 
31,8 
31,7 
31,6 
31,5 
31,4 
31,3 
31,2 
31,1 
31,0 
30,9 
30,8 
30,7 
30,6 
30,5 
30,4 
30,3 
30,2 
30,1 
30,0 
29,9 
29,8 
29,7 
29,6 
29,5 
29,4 
29,3 
29,2 
29,1 
29,0 
28,9 
28,8 
28,6 
28,5 
268 
272 
277 
282 
286 
290 
295 
299 
303 
307 
311 
316 
321 
327 
333 
338 
344 
350 
356 
361 
367 
373 
379 
385 
391 
397 
400 
406 
416 
425 
434 
443 
454 
470 
- 
28,4 
28,3 
28,2 
28,1 
28,0 
27,9 
27,8 
27,7 
27,6 
27,5 
27,4 
27,3 
27,2 
27,1 
27,0 
26,9 
26,8 
26,7 
26,6 
26,5 
26,4 
26,3 
26,2 
26,1 
26,0 
25,9 
25,8 
25,7 
25,6 
25,5 
25,4 
25,3 
25,2 
25,1 
- 
 
 Onde: 
 
 Mt . Tt + Md . Td 
 M = -------------------------- 
 60 
 
 
 IBUTGt . Tt + IBUTGd .Td 
 IBUTG = ------------------------------------- 
 60 
 
 t = Trabalho d = Descanso M = Metabolismo 
 
 
 
 
 
 
26
26
 
 
 
 
27
27
 
TEMPERATURA DE GLOBO ÚMIDO 
 ( T G U ) 
 
A temperatura de globo úmido é obtida através do termômetro de globo úmido ou de Botsball, 
que é um termômetro de globo revestido com um tecido preto, constantemente umedecido, 
levando em consideração a velocidade do ar, sua umidade relativa e o calor radiante ambiente. 
 
Possui uma haste formada por dois tubos concêntricos de alumínio, passando pelo tubo central o 
termômetro e o externo serve de reservatório de alimentação de água para embeber o tecido do 
globo. 
 
Na extremidade superior da haste, está colocado o mostrador do termômetro. 
 
É recomendado para avaliação de calor em câmaras hiperbáricas e em tubulðes, onde a 
temperatura de globo úmido não deve ser superior a 27ºC. 
 
Os fabricante fornecem tabelas de limites de tolerância para a temperatura de globo úmido, bem 
como correlações entre o IBUTG e o TGU. 
 
Uma das correlações sugeridas é a seguinte: 
 2 
 IBUTG = 0,0212 B + 0,192 B + 9,5 
 
onde B é a temperatura do Botsball. 
 
 
 
 
28
28
 
 
LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA O TRABALHO EM AMBIENTES QUENTES, EM 
FUNÇÃO DA CARGA METABÓLICA E DA RELAÇÃO ENTRE O TEM PO DE 
TRABALHO E DESCANSO, UTILIZANDO OS ÍNDICES: IBUTG e TGU (Botsball), 
em (°°°° C) 
 
 
 
 
 
 
 
Carga 
Metabólica 
 
 
Trabalho 
 
 
Contínuo 
 
Trabalha 
Descansa 
 
45min. 
15min. 
 
Trabalha 
Descansa 
 
30 min. 
30 min. 
 
Trabalha 
Descansa 
 
15 min. 
45 min. 
 
 
(kcal/hora) 
 
 
IBUTG 
 
TGU 
 
IBUTG 
 
TGU 
 
IBUTG 
 
TGU 
 
IBUTG 
 
TGU 
 
200 
 
350 
 
500 
 
30,0 
 
26,7 
 
25,0 
 
26,2 
 
23,2 
 
21,7 
 
30,6 
 
27,8 
 
25,8 
 
26,7 
 
24,2 
 
22,5 
 
31,4 
 
29,4 
 
27,8 
 
27,5 
 
25,7 
 
24,2 
 
32,2 
 
31,1 
 
30,0 
 
28,3 
 
27,2 
 
26,2 
 
 
Onde: 
 
Trabalho Leve............ 100 a 200 kcal/h (200 kcal/h) 
Trabalho Moderado... 200 a 350 kcal/h (350 kcal/h) 
Trabalho Pesado........ 350 a 500 kcal/h (500 kcal/h) 
 
Correlação IBUTG e TGU sugerida: 
 
 
IBUTG = 1,01 TGU + 2,6 
 
 
 
 
 
 
 
 
29
29
 
A EXPOSIÇÃO AOS AMBIENTES FRIOS 
 
 
A exposição ao frio pode se dar em trabalhos ao ar livre em climas frios ou em ambientes 
fechados como em câmaras frigoríficas. O mecanismo termo-regulador, localizado no 
hipotálamo, ativa os mecanismos para o controle térmica mantendo a temperatura interna 
constante. No caso do aumento da temperatura corpórea havia uma vasodilatação, agora o 
mecanismo é de vasoconstrição, pois o objetivo é reduzir as perdas de calor e o fluxo sanguíneo 
é agora diminuído numa razão diretamente proporcional à queda de temperatura. 
 
Se a temperatura corpórea ficar abaixo de 35ºC, ocorre uma diminuição gradual de todas as 
atividades fisiológicas, caindo a pressão arterial, a freqüência dos batimentos cardíacos e 
diminuindo o metabolismo interno. 
 
Os tremores ocorrem como uma tentativa de geração de calor metabólico para compensar as 
perdas. 
 
Se as perdas de calor continuarem em função da baixa temperatura,e ao atingir a temperatura 
interna de 29ºC, o mecanismo termo-regulador localizado no hipotálamo é reprimido, 
caminhando para um estado de sonolência e coma. 
 
Todos os sinais clínicos da progressão da hipotermia podem ser vistos na tabela adiante. 
 
Um fator importante na troca térmica em ambientes frios é a velocidade do ar, que ao retirar as 
camadas de ar aquecidas próximas à superfície da pele, aumenta muito a troca térmica, 
exercendo um efeito de resfriamento, que pode ser avaliador através da temperatura equivalente, 
que pode com velocidades de vento de 64 km/h ser de -100ºC quando a temperatura ambiente é 
de -51ºC, isto é a sensação de frio sentida é muito maior que a da temperatura real. 
Como medidas de proteção contra o frio citamos a utilização de roupas protetoras, o regime de 
trabalho/descanso e a aclimatação, que se realiza principalmente através do aumento da 
irrigação sangüínea das extremidades. 
 
Os exames médicos admissionais devem levar em consideração a exclusão de diabéticos, 
fumantes, alcoólatras, que tenham doenças articulares ou vasculares periféricas. 
 
Nos exames admissionais deve-se atentar para o diagnóstico de vasculopatias periféricas, 
ulceraçðes térmicas, dores articulares, perda de sensibilidade, pneumonias e infecçðes das vias 
aérea superiores. 
 
Os limites de tolerância para exposição ao frio são sugeridos conforme a tabela de máxima 
exposição permitida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30
30REGIME DE TRABALHO/DESCANSO PARA AMBIENTES FRIOS 
 
 
 
 
FAIXA DE TEMPERATURA 
DE BULBO SÊCO (Tbs) ooooC 
 
 
MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL PARA 
PESSOAS ADEQUADAMENTE VESTIDAS PARA 
EXPOSIÇÃO AO FRIO. 
 
15,0 a - 17,9 * 
 
 
 
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40 
 
12,0 a - 17,9 ** 
 
Minutos,sendo quatro períodos de 1 h e 40 min. alternados com 20 
min. de repouso e recuperação térmica fora do ambiente frio. 
 10,0 a - 17,9 *** 
 
 
 
- 18,0 a - 33,9 
 
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas, alternando-se 
uma hora de trabalho com uma hora para recuperação térmica fora 
do ambiente frio. 
 
 
- 34,0 a - 56,9 
 
Tempo total de trabalho no ambiente frio de uma hora, sendo em 
dois períodos de 30 minutos com separação mínima de 4 horas para 
recuperação térmica fora do ambiente frio. 
 
 
- 57,0 a - 73,0 
 
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos, sendo o 
restante da jornada cumprido obrigatóriamente fora do ambiente 
frio. 
 
 
abaixo de - 73,0 
 
Não é permitida a exposição ao frio, seja qual fora a vestimenta 
utilizada. 
 
 
* - Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente , de acordo 
 com o mapa oficial do IBGE. 
 
** Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de 
 acordo com o mapa oficial do IBGE. 
 
*** Faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, de 
 acordo com o mapa oficial do IBGE. 
 
 
 
 
 
 
 
31
31
 
 
 
 
SINAIS CLÍNICOS PROGRESSIVOS DE HIPOTERMIA 
 
 
 
 
TEMPERATURA 
 
INTERNA 
 
SINAIS CLÍNICOS 
(°°°°C) 
 
(°°°°F) 
 
37,6 
 
99,6 
 
Temperatura retal “normal” 
37 98,6 Temperatura oral “normal’ 
36 96,8 Taxa metabólica aumenta para compensar as perdas por calor 
35 95 Calafrio máximo 
34 93,2 Vítima consciente e com resposta, com pressão arterial normal 
33 91,4 Hipotermia severa abaixo dessa temperatura 
32 
31 
89,6 
87,8 
Consciência diminuída; dificuldade de tomar a pressão sangüínea; 
dilatação da pupila, mas ainda reagindo à luz; cessa o calafrio 
 
30 
29 
 
86,0 
84,2 
Perda progressiva da consciência; aumento da rigidez muscular; 
pulso e pressão arterial difíceis de determinar; redução da 
freqüência respiratória. 
28 82,4 Possível fibrilação ventricular; com irritabilidade miocárdia 
27 80,6 Parada do movimento voluntário; as pupilas não reagem à luz; 
ausência de reflexos profundos e superficiais 
26 78,8 Vítima raramente consciente 
25 77 Fibrilação ventricular pode ocorrer expontâneamente 
24 75,2 Edema pulmonar 
22 
21 
71,6 
69,8 
Risco máximo de fibrilação ventricular 
20 68 Parada cardíaca 
18 64,4 Vitima de hipotermia acidental mais baixa de recuperar 
17 62,6 Eletroencéfalograma isoelétrico 
9 48,2 Vítima de hipotermia por resfriamento artificial mais baixa de 
recuperar. 
 
 
 
 
 
32
32
Influência da velocidade do vento na Temperatura 
Equivalente de Resfriamento 
 
 
 
 
 
 
Velocidade 
do vento 
 
 
TEMPERATURA REAL LIDA NO TERMÔMETRO 
 (°°°° C) 
 
(Km/h) 
 
10 
 
 
4 
 
-1 
 
-7 
 
-12 
 
-19 
 
-23 
 
-29 
 
-34 
 
-40 
 
Calmo 
 
10 
 
44 
 
-1 
 
-7 
 
-7 
 
-19 
 
-23 
 
-29 
 
-34 
 
-40 
8 
9 
 
3 
 
-3 
 
-9 
 
-12 
 
-20 
 
-26 
 
-32 
 
-38 
 
-43 
16 
4 
 
-2 
 
-9 
 
-16 
 
-14 
 
-29 
 
-36 
 
-43 
 
-50 
 
-57 
24 
2 
 
-6 
 
-13 
 
-21 
 
-23 
 
-38 
 
-42 
 
-50 
 
-58 
 
-65 
32 
0 
 
-8 
 
-16 
 
-23 
 
-28 
 
-39 
 
-47 
 
-55 
 
-67 
 
-70 
40 
-1 
 
-9 
 
-18 
 
-26 
 
-32 
 
-43 
 
-50 
 
-59 
 
-68 
 
-75 
48 
-2 
 
-11 
 
-20 
 
-28 
 
-34 
 
-44 
 
-53 
 
-61 
 
-70 
 
-78 
56 
-3 
 
-12 
 
-21 
 
-29 
 
-37 
 
-45 
 
-55 
 
-65 
 
-72 
 
-80 
64 
 
- 
3,5 
 
-12 
 
-21 
 
-29 
 
-38 
 
-48 
 
-56 
 
-65 
 
-73 
 
-82 
 
Em velocidades 
superiores a 
64km/h, pouco 
efeito adicional 
 
 
PERIGO PEQUENO 
Para pessoa adequadamente 
vestida 
 
AUMENTO DO 
PERIGO 
(congelamento das 
partes expostas) 
 
 
GRANDE PERIGO 
 
 
 
 
 
 
33
33
1) VALORES DE TEMPO DE SOBREVIVÊNCIA NA ÁGUA FRIA 
 
Como a condutividade da água é cerca de 20 vezes maior que a do ar, a imersão em água 
fria(abaixo de 21(°C) pode provocar hipotermia. 
 
 
TEMPágua (°°°°C) 
 
 
TEMPO sobrevivência (h) 
> 21 Indefinido 
21 - 16 <12 
16 - 10 < 6 
10 – 4 < 3 
4 – 2 < 1:30 
< 2 < 3/4 
 
 
 
2) REGIME DE TRABALHO/AQUECIMENTO 
 (Conforme a Norma DIN 33403.5 
 
 
Tar (°°°°C) 
 
 
Tmax (min) 
 
Treaq. (min) 
15 a 10 150 10 
< 10 a –5 150 10 
< -5 a –18 90 15 
< -18 a – 30 90 30 
<-30 60 60 
 
Onde: 
Tar = temperatura do ar 
Tmax = tempo máximo de exposição contínua ao frio 
Treaq. = tempo de reaquecimento 
 
MEDIDAS PARA EVITAR A HIPOTERMIA 
• proibir o consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes e o fumo. 
• Estimular a ingestão de água para prevenir a desidratação. 
• Limitar o consumo de cafeína que aumenta a produção de urina e a circulação 
sangüínea. 
 
 
 
 
 
 
 
34
34
 
EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO DO IBUTG 
 
 
 
1) TRABALHO E DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL 
 
 
Um operador de forno carrega a carga em 2 minutos, a seguir aguarda 8 minutos o aquecimento 
da carga, sem sair do local e gasta outros 2 minutos para a descarga. Este ciclo de trabalho é 
continuamente repetido durante a jornada de trabalho. No levantamento ambiental obtivemos os 
seguintes valores: 
 
 Tg = 36 ºC 
 Tbn = 24ºC 
 O tipo de atividade é moderada. 
 
Cada ciclo de trabalho é de 12 minutos, portanto em uma hora teremos 5 ciclos e o operador 
trabalha 4x5= 20 minutos e descansa 8x5 = 40 minutos. 
 Como o ambiente é interno, não tendo incidência solar, o IBUTG será: 
 
IBUTG = 0,7Tbn + 0,3Tg 
IBUTG = 0,7 x 24 + 0,3 x 36 
IBUTG = 27,6 ºC. 
 
Consultando-se o quadro 1,da NR-15 Anexo 3 verificamos que o regime de trabalho nesse caso 
deve ser de 45 minutos e 15 minutos de descanso, a cada hora, para que não haja uma sobrecarga 
térmica. Como o operador trabalha somente 20 minutos e descansa 40 minutos essa atividade 
não provoca sobrecarga térmica. 
 
 
 
Q U A D R O N . 1 
REGIME DE TRABALHO INTERMITENTE 
COM DESCANSO NO PRÓPRIO LOCAL 
TIPO DE ATIVIDADE 
DE TRABALHO 
 
LEVE MODERADA PESADA 
 
Trabalho Contínuo 
 
até 30,0 
 
até 26,7 
 
até 25,0 
 
45 min. Trabalho 
15 min. Descanso 
 
30,1 a 30,6 
 
26,8 a 28,0 
 
25,1 a 25,9 
 
30 min. Trabalho 
30 min. Descanso 
 
30,7 a 31,4 
 
28,1 a 29,4 
 
26,0 a 27,9 
 
15 min. Trabalho 
45 min. Descanso 
 
31,5 a 32,2 
 
29,5 a 31,1 
 
28,0 a 30,0 
 
Não é permitido o trabalho sem 
Adoção de medidas adequadas de contrôle. 
 
Acima de 32,2 
 
acima de 31,1 
 
acima de 30,0 
 
 
 
 
 
35
35
 
2) REGIME DE TRABALHO COM DESCANSO EM OUTRO LOCAL 
 
Um operador de forno demora 2 minutos para carregar o forno, a seguir aguarda o aquecimento 
por 4 minutos, fazendo anotações em um local distante do forno, para depois descarregá-lo 
durante 4 minutos. Verificar qual o regime de trabalho/descanso. 
Nesse caso temos duas situações térmicas diferentes, uma na boca do forno e outra na sala de 
descanso. temos portanto que fazer as medições nos dois lugares. 
 
 
Local 1 - Tg= 50 ºC 
(TRABALHO) Tbn = 26 ºC 
 Atividade metabólica M = 300 kcal/h. 
 
Calculando-se o IBUTG = 0,7 x 26 + 0,3 x 50 
 
IBUTG = 18,2 + 15,0 ⇒⇒⇒ (IBUTG)t = 33,2 ºC 
 
Local 2 - Tg = 26 ºC 
(DESCANSO) Tbn = 20 �C 
 M = 125 kcal/h 
 
(IBUTG)d = 0,7 x 20 + 0,3 x 26 
(IBUTG)d = 14,0 + 7,8 ⇒⇒⇒ (IBUTG)d = 21,8 ºC 
 
Temos que calcular o IBUTG médio e o Metabolismo médio, que será a média ponderada entre o 
local de trabalho e de descanso. 
 
O tempo de trabalho no ciclo é de 6 minutos e o de descanso de 4 minutos, como os ciclos se 
repetem, em uma hora teremos portanto6 ciclos de 10 minutos cada um. Teremos portanto em 
uma hora 36 minutos de trabalho e 24 minutos de descanso. 
 
Importante: 
 
Esse Limite de Tolerância é válido para períodos de 1 hora (60 minutos), mesmo que o ciclo ou 
conjunto de ciclos seja diferente de uma hora, por exemplo 50 minutos. Nesse caso utilizaríamos 
o conjunto de 50 minutos , mais 10 minutos do próximo ciclo. 
 
Exemplo: Trabalha 30 min. e descansa 20 min. 
Nesse caso teríamos na primeira hora: Trabalho (30 + 10) e descanso (20) 
 Na segunda hora: Trabalho (20 +20) e descanso (20) e o resultado final 
seria equivalente a um ciclo de 40min de trabalho e 20 minutos de descanso. 
 
Se o ciclo ou conjunto de ciclos for maior que 60 minutos, procedemos da mesma forma, 
consideramos os ciclos de trabalho e descanso até perfazer 60 minutos, o restante ficaria para a 
segunda hora de trabalho. 
 
 
O IBUTG médio será: 
 
 
 
36
36
 33,2 x 36 + 21,8 x 24 
IBUTG = ----------------------------- IBUTG = 28,6 ºc 
 60 
 
 300 x 36 + 125 x 24 
M = ----------------------- M = 230 kcal/h 
 60 
 
NR-15, Anexo n� 3 Quadro n° 2 
M (Kcal/h) Máximo IBUTG 
175 30,5 
200 30,0 
250 28,5 
300 27,5 
350 26,5 
400 26,0 
450 25,5 
500 25,0 
 
 
Consultando o quadro do máximo IBUTG para o metabolismo médio de 230 kcal/h da 
legislação, não encontramos esse valor, adotamos o valor de 250 kcal/h por motivo de segurança. 
Encontramos o valor de 28,5 ºC. Como o IBUTG médio calculado foi de 28,6 ºC, concluímos 
que esse ciclo de trabalho é incompatível com as condições térmicas existentes, não podendo ser 
realizada essa atividade sem que se adote uma medida de controle ambiental ou uma medida de 
controle administrativo, reduzindo o nº de ciclos por hora, até que a atividade seja compatível 
com as condições térmica dos locais. 
 
Existe uma tabela mais completa , onde encontraremos para um metabolismo médio de 231 
Kcal/h, uma máximo IBUTG de 29,3 ° C, porém a tabela da legislação é mais simples e protege 
mais o trabalhador, desde que se use o critério da variável mais crítica. 
 
 
 
37
37
EXERCÍCIOS PARA RESOLVER 
 
 
 
1) Um processo de trabalho interno, utiliza um ciclo de 50 minutos, sendo 30 minutos de 
trabalho e 20 minutos de descanso. 
 ÁREA DE TRABALHO 
 Tbn = 25°C 
 Tbs = 30°C 
 Tg = 45°C 
 Metabolismo da tarefa = 300 kcal/h 
 Tempo de exposição = 30 minutos 
 
 ÁREA DE DESCANSO 
 Tbn = 20°C 
 Tbs = 25°C 
 Tg = 28°C 
 Metabolismo da tarefa = 150 kcal/h 
 Tempo de exposição = 20 minutos 
Calcular o IBUTG e comentar sobre a adequação desse ambiente de trabalho. 
 
 
2) Em dois ambientes internos de trabalho diferentes, foram feitas avaliações de calor, 
obtendo-se os seguintes valores: 
 
 
AMBIENTE 1 : Tbn = 25°C 
 Tbs = 25°C 
 Tg = 30°C 
 M = 350kcal/h 
 
AMBIENTE 2 : Tbn = 25°C 
 Tbs = 30°C 
 Tg = 35°C 
 M = 250kcal/h 
 
Qual desses ambientes é pior sob o ponto de vista de sobrecarga térmica? Explique 
 
 
3) Em um ambiente onde a temperatura de bulbo seco é de 26°C e a de bulbo úmido é de 
24°C, qual é a umidade relativa? 
 
4) Calcule o IST em um ambiente de trabalho com as seguintes características: 
 Tg = 40°C 
 Tbu = 25°C 
 Tbs = 30°C 
 Veloc.ar = 1m/s 
 Metabolismo = 300 kcal/h 
 
 
 
 
38
38
 
 
 
5) Em um ambiente de trabalho interno, com regime de trabalho e descanso no próprio 
local, com uma atividade pesada, obtivemos os seguintes valores de temperaturas: 
 Tbs=26°C 
 Tbn=25°C 
 Tg=30°C 
 Qual deve ser o regime de trabalho? 
 
 
 
6). Para o mesmo ambiente que o da questão número 1, se houver exposição solar em 
ambiente externo, qual deve ser os regimes de trabalho para os três tipos de atividade(leve, 
moderada e pesada)? 
 
 
7). Existem dois ambientes de trabalho com as seguintes características: 
 
 
AMBIENTE A 
 Tbu = 25° C 
 Tbs = 25° C 
 Tg = = 40° C 
 
AMBIENTE B 
 Tbu = 25° C 
 Tbs = 35° C 
 Tb = 40° C 
 
Para uma atividade extenuante(M = 400 Kcal/h), qual dos dois ambientes é termicamente pior? 
Porque? 
 
 
8) Um trabalhador carrega uma estufa com peças leves durante 20 min. e durante 10 min. 
executa tarefas leves em um ambiente de recuperação térmica. 
 
 
ESTUFA 
 
 
LOCAL DE DESCANSO 
Tbn = 30° C 
Tbs = 38 ° C 
Tg = 47 ° C 
M = 300 kcal/h 
Tbn = 22 ° C 
Tbs = 26 ° C 
Tg = 28 ° 
M = 150 kcal/h 
 Essa atividade é insalubre? 
 
 
39
39
NORMAS SOBRE A EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO CALOR E FRI O 
 
1) Norma de Higiene Ocupacional 
Procedimento Técnico 
Avaliação da Exposição Ocupacional ao Calor – NHO 06 
Livro editado pela Fundacentro em 2002, tem 47 páginas com taxas de metabolismo 
para diversas atividades, sendo baseada em várias normas como: ISO 7243-1989, ISO 
7726-1985, ISO 8996-1990, OSHA, NIOSH e AIHA. 
 
2) NR-15 – Atividades e operações insalubres – Anex o 3 – Calor 
Um novo anexo 3 está no momento em consulta pública para envio de sugestões até o 
dia 19 de fevereiro de 2014. Esse novo anexo propõe uma avaliação preliminar para 
subsidiar a adoção de medidas preventivas e corretivas, através do quadro 1, que 
fornece os níveis de ação em função da taxa de metabolismo. Propõe a avaliação 
quantitativa através do IBUTG, com os limites de exposição em função da taxa de 
metabolismo através do quadro 2. 
Outros tópicos: Aclimatação, Medidas Preventivas e Corretivas, Acompanhamento 
médico, Monitoramento fisiológico, capacitação dos trabalhadores, caracterização da 
condição insalubre. 
 
3) ISO 7243:1989 - Ambientes quentes - estimativa do stress térmico no 
trabalhador, com base no índice IBUTG (temperatura de globo de bulbo úmido) 
 
4) ISO 7933:2004 - Ergonomia do ambiente térmico - determinação analítica e 
interpretação de stress de calor usando cálculo do calor previsto 
 
5) ISO 8996:2004 - Ergonomia do ambiente térmico - determinação da taxa 
metabólica 
 
6) ISO 7726:1998 - Ergonomia do ambiente térmico - instrumentos de medição de 
grandezas físicas 
 
 
 
 
 
40
40
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 
1) Encyclopaedia of occupational health and safety, 4th edition -1998 ILO 4vol. Jeanne Mager 
Stellman 
 
2) Wells Astete, Martin; Giampaoli, Eduardo; Zidan, Leila Nadin – RISCOS FÍSICOS- 
FUNDACENTRO- 1981 
 
 
3) Goeltzer, Berenice – Avaliação da Sobrecarga Térmica no Ambiente de Trabalho – 
ABPA/OMS 
 
4) Introdução à Engenharia de Segurança do Trabalho- FUNDACENTRO – 1981 
 
5) NR-15 anexo 3 - Portaria 3214 de 08/06/78 do MTb 
 
6) Limites de Exposição para substâncias químicas e agentes físicos – ACGIH 1999 - tradução 
da ABHO 
 
7) Limites de Tolerância – FUNDACENTRO –1973 
 
8) Brevigliero E., Possebon J., Spinelli R. HIGIENE OCUPACIONAL Agentes Biológicos, 
Físicos e Químicos –Ed.Senac 5ª Ed. São Paulo 2010 
 
9) ISO 7243:1989 - Ambientes quentes - estimativa do stress térmico no trabalhador, com base 
no índice IBUTG (temperatura de globo de bulbo úmido) 
 
10) ISO 7933:2004 - Ergonomia do ambiente térmico - determinação analítica e interpretação de 
stress de calor usando cálculo do calor previsto

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